terça-feira, 28 de março de 2017

RITUAL DA LUA NA BRUXARIA TRADICIONAL

RITUAL DA LUA NA BRUXARIA TRADICIONAL
 

A Lua sempre exerceu influência sobre a psique humana, suas influências vão além dos fenômenos naturais como as marés, como a influência dos períodos de fertilidade, ela também exerce um poder magnético e por consequência um poder espiritual para todos os seres de nossa dimensão e influência os portais para os Outros Mundos.

Desde a antiguidade até os dias de hoje sentimos a necessidade de entrar em comunhão com essa energia, em que no anoitecer, onde nossos sentidos se tornam mais amplos, o Ritual da Lua envolve proporções enigmáticas e atraentes para processos introspectivos como também para as práticas de magia.

*A começar pelos gregos que, não contentes com uma única deusa lunar, criaram três: Ártemis, para o Quarto Crescente, Selene, para a Lua Cheia, e Hécate, para as luas Nova e Minguante. Os romanos foram mais modestos: chamavam a Lua de Diana, protetora da caça e da noite. Entre os povos da Mesopotâmia, ela era a deusa Sin, que mais tarde foi substituída por Ishtar, na Babilônia. Para os chineses, era Kwan-Yin e, para os índios brasileiros, Cairê ou Jaci.

A Lua também foi adorada como um deus andrógino, que reúne características masculinas e femininas — como Shiva, o deus transformador do hinduísmo, que carrega a Lua Crescente como um de seus símbolos. Temperamental, instável e misterioso como a loucura, o satélite podia trazer fartura e saúde, ou miséria e doenças. Suas fases — Nova, Crescente, Cheia e Minguante ajudaram decisivamente para essa reputação. Para os antigos, o próprio astro parecia nascer, crescer, atingir a plenitude e desaparecer, como a barriga de uma gestante. Por isso, ela foi associada à fertilidade da terra, dos animais e das mulheres. Era a senhora absoluta dos ritmos de vida e morte.

Essa marca aparece na cultura de muitos povos, mesmo naquelas em que a Lua não adquiriu uma personalidade divina. No Corão dos árabes, ela é Qatar, símbolo do poder transformador de Alá. Entre os judeus, seu aspecto mutante transformou-a na representação do judeu nômade.* 

É nesse momento auspicioso em que sentimos tanta pressão do cotidiano nos envolvermos com essa prática meditativa e assim, de um pensamento comum, abrimos mais uma vez o nosso processo de trazer a comunidade rituais que sejam agregadores e simpáticos as necessidades não somente de Bruxos, mas de toda a comunidade simpatizante.

A Bruxaria Tradicional como uma das mais fascinantes religiosidades da Era Antiga, dança com seus segredos pela luz da Lua, como uma serpente ela transita pela floresta, flui como o vento e compartilha seu agregado com seus filhos.

Esses segredos não são escritos, não podem ser vistos por leigos ou interrogado por inquisidores, eles estão presentes apenas àqueles que têm olhos para absorver todo o conhecimento, em sua roda que gira em torno de uma fogueira e lá o sentido para a vida se torna mais simples e prazeroso.


Autor: Ricardo DRaco
Cedido os direitos de divulgação ao Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil

* Interessou? Saiba que dia 08/04/2017 teremos um Ritual Lunar na Bruxaria Tradicional em Juquitiba/SP na Casa Sede do CBT, mais informações envie um email para: ricardo.draco@gmail.com 


 *Trecho da Revista Super Interessante