quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Mestres X Aprendizes - Quanto custa despertar?


Quanto custa para despertar um Mendigo Espiritual?


Uma das grandes dúvidas que cercam o mundo aprendiz é a questão financeira e algumas dúvidas podem ocorrer nesse processo, ser de graça é referencia para trabalhos sérios? O grande problema que assola a Bruxaria esta na falsa ideia que temos sobre Religião, sobre Trabalho e até mesmo sobre Aprendizado.

Hoje falaremos de Josias, nome fictício, mas uma vivência bem real. Ele buscava entrar num “coven” onde pudesse ser ensinado e ter amigos, muitos amigos alias! Em meio a sua restrita situação financeira começou a faltar nos encontros, contudo seu bom mestre entendia essa questão e até em algumas vezes deixava Josias participar gratuitamente, embora houvessem custos.

Até então temos nesse cenário duas visões bem distintas, uma ressalta a caridade e a outra advinda de outros aprendizes que frequentavam, e pagavam, um desrespeito para com o local e para com eles, afinal de contas, eles tinham pago, conquistaram e por que beneficiar alguém que estava acomodado?

Como podem perceber, Josias não foi em frente, contrariando a visão de quem esta de fora, com aquela velha questão do “mestre comerciante”, quem sabe fora seus “amigos” que o desdenharam ao ponto dele não se sentir bem no local, como muito acontece em muitos outros locais em nossa sociedade.

Também poderíamos concluir outras observações, bem como: Será que Josias tinha real interesse em seguir por este caminho, visto que não tinha força de vontade para garantir suas idas?

Então depois de um tempo Josias encontrou um grupo de estudos que iam de acordo com suas condições financeiras, ou seja, um grupo gratuito, tal era a felicidade que moveu fundos para que a notícia fosse divulgada, o que foi bem aceita por alguns do seu antigo grupo, no começo foram abraços e vivas a irmandade, depois de um tempo perceberam que o local não tinha recursos, não tinha conhecimento e como é comum perceber depois de um tempo, era mais um entre tantos outros que copiavam superficialmente outros lugares, àqueles mesmos que foram rotulados como comerciais, misturando de tudo com Crenças Afro à Ocultismo Genérico.

E então percebemos que algumas pessoas estudam um pouco aqui e um pouco ali, abrem grupos para sustentar suas necessidades emocionais e viram pais e mães em lugar de professores e orientadores, e assim o que era para ser uma Ordem Iniciática passa a ser um refugio e muitas vezes a "casa da mãe Joana".

Josias, provavelmente ainda vá a eventos gratuitos, leia algo gratuitamente pelos diversos sites esotéricos, quem sabe o seu erro possa ter influenciado algumas manadas por ai, mas seria totalmente culpa de Josias? Acredito que não, cada um é responsável pelo que planta e seus frutos estão presentes nas conquistas de cada um.

Na visão do aprendiz, quem já não passou por diversas casas em busca da "Casa Perfeita" e se deu conta que estava na "Casa da Mãe Joana"? Decepção levaram a entender que na inocência buscamos algo ilusório e que devemos rever nossos valores e não exigir das instituições ou do outro apenas.


E eu pergunto aos mestres, quanto custa para despertar um mendigo espiritual? As vezes muito pouco, apenas um artigo.














sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Discussão Mestres versus Aprendizes




Conversando com algumas pessoas do segmento magista recolhi algumas das maiores reclamações entre aprendizes e mestres, observando cada aspecto e podemos aprender muito com estes pontos de vista que por vezes parecem muito próximos ligados à gratidão, coesão e uma busca sincera (e não egoica), por um caminhar dentro de uma espiritualidade.

Devo dizer que além dos relatos colhidos, tenho uma vasta experiência com ambos os lados o que me projetaram para um cenário mais profundo que escapa ao grande resumo específico de "resmungos".

Iremos abordar um caso de uma moça que entrou em um grupo e lá contribuía mensalmente com a ordem iniciática, ela dizia que por ser nova não podia participar de atividades mais operacionais do grupo, como fazer a limpeza do local ritualístico ou colocar flores no altar. Vamos às diretrizes comuns dos locais:

“Para realizar atividades vitais é necessário ter tempo de casa, promovendo, estas possibilidades, àqueles que contribuíram mais tempo para seu conhecimento e conquistaram determinado grau dentro da instituição”.


A Realidade



O desfecho desta estória sinaliza que das pessoas mais graduadas, na instituição em questão, não cumpriam sua função segundo a orientação de seu mestre, restando ao próprio pedir ajuda aos mais novos de casa, ao qual tinham boas intenções e energia para a tarefa, quebrando assim, com o regimento da casa.




A Reflexão

Quem já não passou por isso? Qual o mestre que não teve suas orientações ignoradas por aprendizes omissos, qual é o aprendiz que não sofreu algum fator limitador diante de regras fixas de grupos, ou pela inflexibilidade de seu orientador?

Devemos refletir que a estrutura física ligada aos padrões comuns de status e comportamental dentro de grupos deveriam também observar a interatividade de seus alunos, promovendo de forma justa estas interações; compreendo que seria de bom tom dar subsídios extras para aqueles que buscam, a isto damos o nome de "investimento espiritual ou voto de confiança", pois nenhuma instituição se torna próspera tendo por base pessoas desinteressadas ou omissas, é preciso observar que em um grupo existem potenciais diferentes e que devem ser compreendidos e instruídos com mais afinco, afinal de contas o papel de uma ordem iniciática não é uma linha de produção de iniciados e sim promover o desenvolvimento espiritualista gerando oportunidades igualitárias, contudo dando oportunidade a quem deseja ser útil. Isto também não quer dizer que você dará a um aprendiz novato o direito de iniciar pessoas previamente ou abrir espaços iniciáticos filiais, ou para você aprendiz que recebe este encargo achar que isto é normal, para tudo existe o bom senso!


Entre (Mestres/ Aprendizes) Bons e Malvados

Quem já não escutou esta argumentação? Posso garantir que muitos e de ambos os lados, escutando as reclamações de um ex-aprendiz fiquei pensando: “Por que este aprendiz tão consciente não esta comigo?” , afinal de contas qual o orientador que não deseja um aprendiz dedicado, que anda 3 km a pé, além das diversas conduções para chegar ao local? Que fica por último para apagar as luzes que as pessoas deixam acesas, que se serve por último para ver se todos irão se alimentar, que faz suas tarefas e ainda quer ser mais útil! E na conversa me fez refletir o motivo... Uma resposta simples, para gerar aprendizado! E eu tive que acrescentar mais este ponto de vista a minha reflexão... 

Quem sabe seja isso o equilíbrio do universo, bons mestres merecem aprendizes ruins e ingratos para que ele se torne mais tolerante e possa passar algum conhecimento que ajude aqueles seres tão desinteressados a serem pessoas melhores e os bons alunos que passem a ser extorquidos e iludidos e que no futuro possam dar mais valor a um bom mestre, pode ser...

Contudo este fato daria uma sensação mais emocional e que cairia na questão dos egos, devemos ser melhores todos os dias e compreender que somos pessoas e que infelizmente existe em nossa sociedade o esteriótipo do "mestre", que se aproxima de alguém sem defeitos, que vive de luz e é castro! Tarefa difícil para quem se presta a ensinar ser comparado a Buda ou Jesus, e caia na real aprendiz, alguns orientadores querem apenas ensinar, eles não querem amizade, querem apenas a contra partida pelo tempo que lhes presta, então ou você ajuda ou paga, sem hipocrisia ou moralismos. 

Aprendizes entendam que o importante é saber focar na sua espiritualidade e estudos, que é necessário se buscar e reconhecer sua religiosidade e todo o processo de iniciação dentro de uma instituição, que envolve toda uma questão de comprometimento, sigilo, respeito e se você não quer atividade, interação ou responsabilidade, siga seu rumo solitariamente. Bons mestres orientam, dão broncas, ficam bravos, cobram! Se seu mestre não o faz e vive te dando abraços, falando de amor e dizendo o quanto você é maravilhoso, parabéns você conseguiu um bajulador espiritual.

Na outra mão temos os mestres que se iludem pensando no modelo CDF de aluno, alguns estão lá por motivos como arranjar amigos, namorar, por status, por poder ou por qualquer outro motivo errôneo, logicamente que um dia os mestres caem na real e percebem que é necessário rever a continuidade de seu trabalho, e esta renovação pode ser muito prazerosa, pois implica primeiramente no respeito ao que aprendeu, e em segundo, é melhor abrir os olhos no meio do caminho e fazer outro trajeto, mesmo com perdas, do que continuar cego e iludido por todo o sempre.



Em breve vou abordar outros contos em Mestres X Aprendizes! Não percam.











segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

FOTOS do 1. Camping Nacional de Bruxos

Seguem as fotos do 1. Camping Nacional de Bruxos realizados na sede do Conselho de Bruxaria Tradicional em Juquitiba, venham participar de nossos próximos eventos, acesse AGENDA.










+FOTOS NO SITE DO CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL











quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Você é um Bruxo? Como saber?


Todos os dias recebemos de nossos membros e pessoas que acompanham o nosso trabalho questões sobre o termo Paganismo , sobre a  Bruxaria Tradicional , sobre nossas atividades, o que é preciso para ser membro, se existem valores, se realizamos cursos, entre outras perguntas.

Vamos abaixo resumir estas questões até para que no futuro podermos reenviar este artigo.

Como faço para ser afiliado ao CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL?

R - É muito simples, envie um email para:bruxaria-cbt-subscribe@yahoogrupos.com.br
ou acesse pela página de envio de nossos informativos:http://br.groups.yahoo.com/group/bruxaria-cbt/

Quanto devo pagar de matrícula e mensalidade?

R - O CBT não cobra nenhum valor aos seus afiliados, pois somos uma entidade filantrópica que presta o serviço de intercâmbio entre grupos dedicados ao paganismo tradicionalista e a grupos de preservação cultural/ folclórica.

Qual o objetivo do Conselho?



Quais as atividades que realizam?



Quem são os conselheiros e membros?

R - Por privacidade e para controlar as questões de humildade, interesses particulares e até para não promover de maneira errônea visibilidade não divulgamos, contudo redirecionamos os contatos.


O CBT é associado a outras instituições?

R - Temos contato com outras instituições, contudo nossas ações são independentes.


Ser bruxa: é algo que se conquista, que se apreende ou algo inato que apenas se desenvolve?

R - Conforme consenso dos conselheiros e dentro das diretrizes do CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL, entendemos que todos os bruxos nascem com uma vocação natural, uma semente que regada ao conhecimento irá se desenvolver, acreditamos que não adianta regar a terra se a semente não esta lá, do mesmo modo que uma semente sem ser regada e cuidada não se desenvolverá.


Como saber se sou ou não, ou se posso ou não me tornar uma?

R - Do mesmo modo que cada pessoa desenvolve aptidões para desenvolver certas tarefas, um engenheiro demonstra desde cedo a inclinação à trabalhar com números, um psicologo busca em sua jornada se conhecer e entender a natureza humana, esta tarefa de saber se tem inclinação vai de encontro a entender o que se é, bem como conhecer com propriedade a religiosidade da Bruxaria, é preciso se desvincular da visão anti-cristã tal como da visão esotérica, entendendo o fundamento do Paganismo e a visão religiosa da Bruxaria Tradicional a qual seguimos nessa casa com propriedade.
Se tornar um bruxo faz menção a comprometimento, em fé, em perseverança, em vontade, qualquer pessoa pode tentar seguir este caminho, contudo deve existir a semente interior.


O que é ser uma bruxa nos dias de hoje?

R - Ser bruxo hoje em dia, conforme as diversas desinformações e publicidade comercial pode ser qualquer coisa, desde cristãos que fazem simpatia, até do sujeito que acaba de comprar um tarô na padaria, pois o termo atualmente equivale a esoterismo ou anti-cristianismo, contudo em nossa visão que esta focada no Paganismo Tradicionalista e não no Neo-Paganismo, ser um bruxo, tanto hoje como antes, é alguém dedicado as crenças da natureza (pagão), politeísta, que preserva costumes, que honra a ancestralidade, que compreende e respeita a continuidade de conhecimento transmitido, que não agrega valores e simbologias externas de outras religiões, que possui práticas mágicas (Magia Natural) e procura estar perto de ações ligadas a terra, seja ativistas, seja de culto. 


O CBT tem sede própria?

R - O Conselho de Bruxaria Tradicional esta situado em Juquitiba/ SP em sítio próprio, onde desenvolvemos diversas atividades, segue algumas abaixo:

-> Eco Vila Pagã - Que abrigará membros que desejam viver em um local puramente pagão no meio da natureza.
-> Cursos e Atividades na Natureza - O CBT é responsável pelo Camping Nacional de Bruxos e realiza atividades de estudos na floresta.
-> Em breve será um local para retiro e meditações (as obras estão a todo vapor)

Vejam as fotos de nosso local:


Como faço para entrar em contato?












terça-feira, 8 de janeiro de 2013

BRUXARIA TRADICIONAL: O Pentagrama

Atualmente reconhecido como um simbolo ou um aparato que serve para dar estilo a mundo bruxesco, saiba que nem sempre foi assim! Antes da Era Moderna, mais especificamente, antes da década de 50, o pentagrama era pouco conhecido dentro do mundo leigo, e um objeto comum entre outros símbolos representativos da magia, contudo devemos levar em consideração que uma ordem em específico tinha esse simbolo com grande relevância, citamos aqui a Irmandade Pitagórica que faz referência clara ao filósofo grego Pitágoras (582 a.C.). 

Segue um resumo interessante sobre o Pentagrama e Pitágoras.


Em Crotona ele se tornou o centro de uma organização, largamente difundida, que era, em sua origem, uma irmandade ou uma associação voltada muito mais para a reforma moral da sociedade do que uma escola de filosofia. Embora o seu objetivo inicial tenha sido muito mais fundar uma ordem religiosa do que um partido político, a Escola de Pitágoras apoiou ativamente os governos aristocratas. 

A ESCOLA PITAGÓRICA
Parece que, por volta da metade do séc. V a.C., houve uma divisão, de um lado, estavam os “matemáticos”, que estavam interessados nos estudos científicos, especialmente em matemática e na teoria musical; de outro lado estavam os membros mais conservadores da Escola, que se concentravam nos conceitos morais e religiosos, e que eram chamados de akousmatikoi (plural de akousmata, os adeptos das tradições orais). Estes elementos – religiosos e científicos – estavam já presentes nos ensinamentos de Pitágoras.

As doutrinas ensinadas por Pitágoras são as seguintes:
1. - A existência da alma, acreditava na transmigração das almas dos indivíduos, mesmo entre diferentes espécies. Esta transmigração poderia ocorrer em seres mais ou menos evoluídos. Se um indivíduo tivesse uma vida virtuosa, o seu espírito poderia inclusive se libertar da carne, isto é, deixaria de reencarnar.

2. - Levar uma vida virtuosa consistia em obedecer a certos preceitos, muitos deles vistos hoje como tabus primitivos, como, por exemplo, não comer feijão ou não remexer no fogo com um pedaço de ferro. Estritamente morais eram as três perguntas que cada um devia se fazer ao final do dia, e que eram: Em que é que eu falhei hoje? O que de bom eu deveria ter feito hoje? O que é que eu não fiz hoje e deveria ter feito? Um dos principais meios externos que ajudavam a purificar o espírito era a música.

3. - A fascinação da Escola pelos números deve-se ao seu fundador. A maior descoberta de Pitágoras foi a dependência dos intervalos musicais de certas razões aritméticas existentes entre cordas de comprimentos diferentes, igualmente esticadas. Por exemplo, uma corda com o dobro do comprimento de outra emite a mesma nota musical, mas uma oitava acima, isto é, mais aguda.
Tal fato contribuiu decisivamente para cristalizar a idéia de que “todas as coisas são números, ou podem ser representadas por números”. Este princípio foi a pedra de toque da filosofia de Pitágoras. Em sua obra Metafísica, Aristóteles afirma que os números representavam na filosofia de Pitágoras o que os quatro elementos – Terra/Ar/Fogo/Água representaram no simbolismo de outros sistemas religiosos. De acordo com este princípio, todo o universo poderia ser reduzido a uma ”escala musical e a um número”. Assim, coisas como a razão, a justiça e o casamento, poderiam ser identificadas com diferentes números. Os próprios números, sendo ímpares e pares, ou limitados e ilimitados, de acordo com Aristóteles, se constituíam na primeira definição das noções de forma e de matéria. 

Os números um e dois encabeçavam a lista dos dez primeiros pares de opostos fundamentais, dos quais os oito pares seguintes eram “um” e “muitos”, “direita e esquerda”, “masculino e feminino”, “repouso e movimento”, “reto e curvo”, “luz e escuridão”, “bom e mau” e “quadrado e oblongo”. Esta era a filosofia do dualismo metafísico e moral, através da qual se chegou ao princípio que via o universo como a harmonia dos opostos, no qual “o um” gerou toda a serie de números existentes.

Também formularam a teoria das proporções e descobriram as médias aritmética, geométrica e harmônica. Foi ainda Pitágoras quem descobriu a construção geométrica dos cinco sólidos regulares, isto é, o tetraedro ou pirâmide de quatro lados, o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro. A construção do dodecaedro requer a construção de um pentágono regular, também conhecida dos Pitagóricos, que usavam o Pentagrama ou Estrela Pentagonal ou Flamígera, como símbolo de reconhecimento entre os seus membros


BIBLIOGRAFIA
Pitágoras – Amante da Sabedoria - Ward Rutherford - Editora Mercúrio - São Paulo
Pitágoras – Uma Vida - Peter Gorman - Editora Pensamento - São Paulo
A Doutrina Secreta -Volumes II e V - H.P.Blavatsky - Editora Pensamento - São Paulo
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan – Artenova - Rio
A Simbólica Maçônica - Jules Boucher - Editora Pensamento - São Paulo
Maçonnerie Occulte et L’Initiation Hermétique – J.M.Ragon - Cahiers Astrologiques - Paris 
Diálogos - Platão - Abril Cultural - São Paulo
Autor: ANTÓNIO ROCHA FADISTA