quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Bruxaria - uma árvore com muitos frutos

Bruxaria - uma árvore com muitos frutos
Por Og Sperle (Conselheiro da UWB e parceiro do CBT)

Muito se tem falado sobre Bruxaria Tradicional e Bruxaria Moderna, ecletismo ou tradicionalismo, conservadorismo ou modernismo... Ismo para cá e ismo para lá.

Pode até ser uma questão de interpretação, mas só para exemplificar, vamos utilizar a palavra homossexualismo, que para alguns é pejorativa, pelo fato de entenderem que o uso do sufixo “ismo” designa doenças. Contudo, muitas outras palavras utilizam o referido sufixo, tais como: realismo, budismo, heroísmo, neologismo, enfim... Assim como algumas terminologias científicas também, como: daltonismo, reumatismo e outras.
De acordo com o dicionário, “ismo” é um sufixo de origem grega e indica origem, crença, escola, sistema, conformação. Ou seja, palavras com essa terminação indicam que uma ideologia é seguida, que existe algo consolidado como regra ou, pelo menos, que se acredita ser uma regra. Assim temos o positivismo, catolicismo, presidencialismo, helenismo, jornalismo, etc..

E porque toquei neste assunto, já que estamos falando de Bruxaria Tradicional e Bruxaria Moderna? Pelo simples fato de estarmos falando sobre terminologia ou interpretação da mesma.

Segundo a antropóloga inglesa Margaret Murray, a bruxaria seria resíduo de uma religião pré-histórica, um culto da fertilidade que sobreviveu à cristianização, sobretudo no meio rural e nas populações descendentes de raças submetidas, como os celtas, o que explica a forte divulgação do culto nas ilhas britânicas. O culto teria sido ressuscitado sobretudo em tempos de enfraquecimento da igreja, como aconteceu no período da Reforma, nos séculos XVI e XVII.

A palavra bruxaria, segundo o uso corrente da Língua Portuguesa, designa as faculdades sobrenaturais de uma pessoa que geralmente se utiliza de ritos mágicos, com intenção que ultrapassa os conceitos "morais" da época. É também utilizada como sinônimo de curandeirismo e prática oracular, bem como de feitiçaria.

Por se tratar de algo conceitual, há uma grande confusão acerca do que é bruxaria ou quem pode se considerar um bruxo ou uma bruxa. Contudo, percebemos que em diversas culturas e religiões de origem antiga, encontramos o termo bruxo, bruxa, feiticeira e feiticeiro, assim como bruxaria e feitiçaria.

Vejo a bruxaria como uma árvore frondosa, que possui suas raízes em tempos onde o tempo não era contado, a vida era vivida e a natureza era sagrada. Esta árvore deu origem a vários frutos, alguns não vingaram e apodreceram e outros vingaram. Destes, uns foram retirados antes de amadurecerem e outros foram retirados na época certa de sua colheita.

E a questão de que uma coisa atual não é ou não pode ser tradicional, eu digo que, tradição é um conjunto de costumes e crenças que remonta tempos antigos, praticados por nossos antepassados e transmitidos de geração em geração com o objetivo de serem preservados. Variam da cultura de cada povo e região e fazem parte de um contexto histórico-temporal, onde são aceitos e praticados pelo senso comum da sociedade. Fazem parte das tradições: lendas, mitos, práticas religiosas, danças, músicas, vestimentas, pratos típicos, brinquedos, jogos, artesanatos, decorações, histórias, valores e comportamentos. Tais conhecimentos são transmitidos de forma oral e/ou escrita.

FONTE: http://uniaowiccadobrasil.com.br/imprensa/artigos/406-bruxaria-uma-arvore-com-muitos-frutos

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Intolerância ou Ignorância? O Melhor Caminho é...



O Melhor caminho é o Conhecimento!
As diversas correntes pagãs sejam ligadas a Wicca, a Bruxaria Tradicional ou as linhas feiticeiras pagãs tem recebido a árdua missão de levar o conhecimento aos corajosos peregrinos, mas essas críticas que recebem são de intolerância ou ignorância?

De caso analisado percebemos que nas diversas situações estão: A falta de comunicação, a deficiência da interpretação de texto, a falta de conceito religioso ou indefinição de um caminho; por vez causada pela deficiência das instituições religiosas em não abrigarem a todos que as procuram ou perante a falta de clareza no entendimento do que se é e do que se procura tendendo ao generalismo e fusão de valores de crenças não complementares.
 
Não é de hoje que as discussões sobre os temas religiosos inflamam principalmente no mundo virtual, muito provavelmente a grande causa seja o analfabetismo funcional e a abertura de um meio de comunicação de massa acessível que agrega as diversas camadas da sociedade com seus pensamentos a respeito da defesa da fé.
Temos desde décadas passadas tentando acertar um divisor de águas dentro do rótulo Bruxaria, havendo muitas linhas de pensamentos, contudo todas podem ser posicionadas no fundamento de culto de adoração a Natureza.
Dentro do que chamamos de Bruxaria Tradicional ou Paganismo Tradicionalista, encontraremos um padrão de pessoas (hereditários) e ordens (instituições Iniciáticas) coligadas ao fundamento paganismo, o culto as divindades, o culto ancestral, a prática de feitiçaria, a conservação do conhecimento hereditário por gerações, o estudo acadêmico e a preservação de identidade mágico/ folclórica no regionalismo europeu com relevância a Era Antiga e, portanto pré-cristã. Algumas ordens acrescentam outras práticas mágicas, contudo é um modus operandi específico e não faz parte da base de culto da Bruxaria Tradicional em essência, exemplos: o uso do taro, astrologia, numerologia, entre outras.
Também podemos encontrar dentro do Neo-Paganismo, ou seja, a visão “inspirada” pelos cultos pré-cristãos e atualizada para o cotidiano do mundo urbano. Dentre as religiões a de maior expressão é a Wicca.
Formada por dois movimentos muito específicos, um ligado aos membros das Ordens Iniciáticas (BTW – Bruxaria Tradicional Wiccana), citamos a Gardneriana (Criador da Wicca – Gerald Gardner) como exemplo e um grande número de praticantes não iniciados ou auto-iniciados, chamados de ecléticos.
Existem diversas confusões que algumas instituições sérias tentam esclarecer; um exemplo comum é confundir Bruxos Tradicionais com Wiccanos Iniciados (Wiccanos Tradicionalistas), embora tratem de caminhos diferentes e com crenças muito específicas.
Temos além do citado acima a confusão de Bruxaria Tradicional com Ordem Tradicional de Feitiçaria, a primeira é baseada a religiosidade da antiguidade e a segunda são grupos de ofício de feitiçaria não tendo nenhum vínculo de culto com o paganismo necessariamente.
Recebemos algumas indagações que achamos necessário esclarecer:
- “Quer dizer que eu não posso ser wiccano e bruxo tradicional?”
R. Bruxaria Tradicional é uma religião tal como a Wicca também o é, seria possível ser alguém católico e budista ao mesmo tempo com propriedade? Acreditamos, como praticantes de uma religião, que devemos primeiramente entender quem somos o que acreditamos para depois exteriorizar em um caminho religioso.
- “Gostaria de saber o que vocês Bruxos Tradicionais acham da Wicca?”
R. Acreditamos que para opinar sobre um caminho você deva o conhecer com maestria, portanto a mera opinião não contribui e possivelmente não irá dar uma clareza tal como a vivência de um devoto praticante,  certos comentários têm promovido a divulgação de boatos e achismos de pessoas de fora destes caminhos em específico gerando um desserviço para sociedade ocultista e uma problemática para estas religiões. Não nos posicionamos contra qualquer tipo de manifestação religiosa.
- “Vocês são separatistas?”
R. Não, acreditamos como parte do movimento pagão, devemos nos unir para conquistarmos mais direitos e valorização de nossas religiões, contudo acreditamos que ao fragmentar as religiões em vertentes é possível gerar mais opções e assim contemplar mais pessoas em sua fé.
Falando sobre União do Paganismo, temos o Projeto - Legalize Já! A Bruxaria e o Paganismo, é um chamativo que traz a sociedade os dizeres que Bruxos não são marginais e criminosos, são pessoas “legais”, infelizmente ações em favor da comunidade pagã são sempre desvalorizadas pelos que se dizem “estudiosos” pagãos, mas a única coisa que fizeram foram críticas e ofensas aos caminhos alheios.
- “Vocês não aceitam críticas, são intolerantes!”
R. Acreditamos na crítica positiva e não ofensiva, defendemos nossa religiosidade e somos tolerantes até o limite da linha do respeito, acreditamos que interpretações de minorias não devem ficar acima de fundamentos consagrados e vividos por gerações.

- Existe Bruxaria Tradicional Eclética?

R. Bruxaria Tradicional são as tradições nativas advindas da Bruxaria Familiar, porém organizadas em grupos iniciáticos e hieraquicos. Estes grupos por sua vez focam justamente na preservação e conservação de um caminho ancestral, sem trazer para suas crenças elementos originários de outras culturas/ religiões.
Portanto a denominação do termo tradicional por si já elimina as mesclas dadas pelo ecletismo, que embora possam até possuir alguma representatividade no caráter de crença individual, não seriam reconhecidas no fundamento de crença tradicionalista.

Como podemos analisar, não é a intolerância que nos abate, mas sim a ignorância do proceder tal como do não entender teológico, utilizando da crítica sem base, da agressão, da imposição, da falta de visão entre tantas faltas que só enfraquece diante da ignorância em suas múltiplas facetas.

Convidamos a todos que desejam conhecer mais sobre Bruxaria Tradicional o C.B.T. (Conselho de Bruxaria Tradicional) promove eventos, palestras, cursos, para que você exerça o poder da crença de forma real, vívida, por um caminho de beleza e sabedoria.

Sejam bem vindos!

Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil

http://www.bruxariatradicional.com.br

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Sobre o Eurocentrismo

Surgiram mais questionamentos sobre o que é Bruxaria Tradicional, mas primeiro devemos entender a ter um mínimo de base conceitual, fica muito difícil argumentar assuntos tal como o porquê da agua molhar e o fogo queimar e de terem esses nomes em específico, essas questões filosóficas possuem um nível de reflexão não cabível a teologia, classificamos como a natureza de essência. Pronto! Dai teremos a crítica que isso é um dogma (?), francamente... o que temos percebido é que muitas pessoas tentam classificar os caminhos religiosos de um modo muito generalista e com isso logicamente que ficam com uma ideia confusa, pois nem todos tem a mesma visão de mundo, por estas questões que existem os caminhos filosóficos/ religiosos, para dar um leque de opção para que cada pessoa se encontre.

Voltando a questão do "eurocentrismo" para Bruxaria Tradicional, essa é uma visão distorcida, pois o eurocentrismo trata de uma visão de mundo que tende a colocar a Europa (assim como sua cultura, seu povo, suas línguas, etc.) como o elemento fundamental na constituição da sociedade moderna. Dizemos que isso é bem contrário ao que defendemos, visto que incentivamos que as culturas tradicionais não sejam chamadas de Bruxaria indiscriminadamente, e que essas culturas preservem o seu agregado cultural, mais especificamente a sua religiosidade, realmente não vemos a necessidade de taxar as crenças africanas e do extremo oriente como Bruxaria e tão pouco como a visão cristã para práticas de malefício (bruxariaS).

Outra crítica a Bruxaria Tradicional são os ditos atos de sectarismo, essa é outra visão tortuosa, pois um caminho religioso tem seus parâmetros, suas regras, suas condutas e até mesmo suas específicas práticas, todos nós temos a liberdade de escolher um caminho, mas a partir que escolhemos um caminho temos que estar convictos que ali é uma visão restrita de crença e esta pode estar vinculada (e provavelmente esta) a um povo e a uma etnia predominante. E o que é uma etnia? Uma etnia é uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas e culturais que geralmente reivindicam para si uma estrutura social, política, religiosa e um território.

E logicamente teremos mais perguntas e acusações, se falamos de etnia logicamente que teremos as críticas equivocadas sobre preconceito racial, e novamente vamos esclarecer que o fato de existir uma origem étnica não quer dizer que é uma regra limitar o acesso de pessoas de outras etnias.

Como podem perceber, isto não pertence exclusivamente a religiosidade da Bruxaria Tradicional! Estamos debatendo críticas morais, éticas, filosóficas do que poderia ser ou não e até mesmo discutindo a relação de essência dos elementos do planeta (?), pois agua é agua em qualquer lugar do planeta do mesmo jeito que gente é gente também, pensando com essa perspectiva todos somos irmãos pela humanidade tal como verde pode ser qualquer coisa do reino vegetal, então qual o motivo de separar árvore de capim? Se concordarmos que não existe a necessidade do rótulo e da fragmentação de atributos, então eu tomarei um chá de capim santo e quem não concordar que tome um chá de capim apenas... afinal são parecidos!

É natural que o paganismo tal como o cristianismo tenha suas premissas, cabe a você se conhecer com propriedade para optar e não pensar que estando em um deles existe a necessidade de mudá-los para comportar o que suas crenças individuais dizem, se houver muitos choques provavelmente você não se conhece quanto imaginava e fez a escolha errada.

Dentro do paganismo encontraremos um outro patamar, as diversas crenças tradicionais, portanto estamos até o momento falando de crenças globais, contudo focando em um determinado tipo de orientação de crença, irá chegar o momento que a especialização tomará o lugar da generalização!

Uma pessoa se descobre pagã, acredita nas crenças da floresta (resumidamente), dai ela entende que sua ligação esta voltada às crenças nativas da terra, acha importante a questão cultural e entra em mais um nível que chamamos de crenças tradicionais, e então ela se sente confortável em ser um tradicionalista genérico, conhece do Norte da África até a China, mas ainda não é o suficiente, ela ainda não se encontrou e vai à busca de algo mais específico, algo que venha de encontro por afinidade ou por questões ancestrais e então ela se encontra em uma região específica e lá encontra a Europa e suas diversas religiões, seitas e crenças.

Dentro do universo Europa, teremos diversas crenças, contudo notará que a Europa é em grande maioria Católica e Protestante e como estas são religiões cristãs e como vimos acima à inclinação de nosso exemplo é pagão somos direcionados a buscar as crenças pré-cristãs.

Chegamos a Bruxaria? A Bruxaria é uma forma de culto ancestral dos povos originários da Europa e muito embora tenhamos que criar um rótulo que demonstre um padrão antropológico de crenças específicas ainda assim excluimos os movimentos migratórios continentais. Então acabou é isso? Não! Ainda tem a necessidade de afinidade/ entendimento de culto.


Complexo? Muito! E isso fica ainda mais aprofundado quando argumentamos que a Bruxaria Tradicional é um agregado das famílias europeias e, portanto muito mais fechadas, é o que chamaremos de Bruxaria Familiar ou Hereditária, e aqui entendemos que é a argumentação final da sintese religiosa.


Dai surge a pergunta, quando alguém diz ser um bruxo familiar, um hereditário ele:


1 - Ele esta ligado a uma família originária europeia
2 - Ele pode estar ligado a uma instituição/ Ordem de Bruxaria Tradicional.
3 - Ele é um tradicionalista
4 - Ele é um pagão

Isto é um dogma? Não! É um entendimento conceitual, é uma visão que provavelmente não dará 100% das respostas, pois como colocamos, temos que analisar a premissa que as generalidades tendem a serem simplistas e que cada caso deve ser analisado pela conduta, pela sabedoria, pela religiosidade, entre outras conformidades que demonstrem afinidade de caminho.

Mas até então estamos falando das línguas ibéricas, e como ficaria nas outras línguas europeias? Pelos critérios de analogia de fundamento religioso, de culto, de regionalidade, da ligação etnica e do reconhecimento entre grupos.

Em via de regra é basicamente isso, mas o grupo lá no continente Africano faz o mesmo (alguém pergunta), então concluímos que o tal grupo é pagão, é tradicional e se houver uma migração do conhecimento originário dos grupos de Bruxaria Tradicional ou das famílias pagãs europeias deverá ser analisado cada exceção de forma especialista .

Outra pergunta sobre a questão da língua, todo tradicionalista preza a cultura ancestral, portanto alguém que siga a "Bruxaria Tradicional" Alemã ele ira falar alemão, ele vai estar ligado à herança cultural de sua região, e provavelmente terá um nome próprio para o termo Bruxaria, muito embora por questões sociais e por questões de agrupamento, reconhecimento de crenças e por estarmos em um pais de língua portuguesa essa sensibilidade de utilizar do termo Bruxaria de base Tradicional seja comum.

Ficou confuso? Normal, pois o estudo das religiões é bem mais complexo do que aparece, para a nossa sociedade de base cristã; estamos acostumados a padrões e tendemos ao generalismo como solução imediata, então citar bruxaria como qualquer crença marginalizada é um paliativo, tal como citar xamanismo para toda cultura de base nativa. Entretanto quando saimos da argumentação e entramos na prática, na vivência percebemos de forma mais transparente, pois saimos do mundo do que poderia ser para o mundo real, de experimentações, de comparações, de reconhecimentos e acaba por se tornar algo muito fluídico e natural.

Havendo dúvidas escrevam, mas por gentileza com dialogo e não com acusações, pois ninguém é obrigado a acreditar em algo, a seguir algo, a concordar com tudo, mas deve existir respeito e algum embasamento, criticar por criticar de forma desrespeitosa é algo que não vai muito para frente, e nós que somos seguidores de um caminho não somos abrigados a todo momento justificar nossas crenças, pois cada um com sua religião, com seu aprendizado.

Quando me pedem uma opinião, saibam que essa opinião vai ser de um tradicionalista muito embora eu respeite uma visão mais eclética, mas não esta em um tradicionalista apoiar o ecletismo, o sincretismo, visões globalizadas entre outros conceitos que para nós não faz o menor sentido.

Agradecemos a todos que analisam nossos artigos e aos que não concordam que sejam felizes em outra linha religiosa.

Gratidão,

Ricardo DRaco

CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O Veneno da Serpente Abóbora de Luz



Antes de qualquer coisa, queremos dizer que a arte acima é apenas uma ilustração chamativa e não esta direcionado a Ku Klux Klan; sabemos que o leitor com a mínima capacidade cognitiva entenderia a questão, mas também nos preocupamos com os menos favorecidos. 

Não estamos equivocados quanto ao conhecimento das ordens iniciáticas, pois os artigos estão com fontes oficiais e lamentamos que os artigos não vão de encontro as expectativas pessoais de alguns "magistas" que foram domesticados com uma visão distorcida do fato, contudo somos responsáveis pelo que escrevemos e não pela falha de interpretação gerada pelo leitor.

No mais temos a humildade de reconhecer caso alguma matéria tenha desviado da crença de determinada Ordem Iniciática, porém para que chegamos a corrigir algum artigo é preciso que pelo menos venha de uma pessoa com notoriedade para falar sobre o assunto, algum representante que fale pela ordem e não de alguém que se diz "estudioso no assunto", ou que não faz parte daquela instituição ou muito menos tenha o direito de falar sobre oficialmente.

Temos visto muitos adolescentes no mundo virtual afirmarem que isto ou aquilo esta errado, gostaríamos das referências de seus locais de culto para checar se realmente fazem parte e em que grau se encontram, fica realmente complicado levar a sério certas críticas, muitas são risíveis e de locais tão inacessíveis que provavelmente nem internet banda larga possuem.

É lamentável que pessoas que se dizem magistas e estudiosos no assunto não conheçam o mínimo de seus caminhos, pois como vimos, seguem um caminho "sem nome", sem fundamento, eclético e extremamente confuso.
 
Que o remédio da boa educação e contra a cegueira chegue aos nossos críticos mirins! Como vieram aos nossos blogs filiados receberão o brinde selo!




Sem mais,

CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Bruxaria Tradicional - Um Caminho Sem Nome?

Bruxaria Tradicional - Um Caminho Sem Nome?

Outro dia conversava sobre o termo Bruxaria Tradicional com uma nativa inglesa, que recebeu muita influência da Traditional Craft de Robert Cochrane, e cada dia mais chego à conclusão da falta de conceitos e limitações linguísticas entre nossas línguas (português/ inglês), contudo ela mencionou uma frase utilizada e até bem comum do "Caminho sem nome" tal como colocou a definição do que tudo o que veio antes da Wicca é Traditional Craft.

Primeiro temos que analisar que tudo tem nome e significado, seria impossível criar um caminho religioso, filosófico, mágico sem ter base clara do que esta seguindo, do que se cultua, de um direcionamento, pois senão entra a questão daquela antiga frase: "Para quem esta perdido, qualquer caminho serve", e como acredito que Bruxaria Tradicional não é um caminho de perdidos, é necessário saber com total clareza o que esta se seguindo e ai sim ter a peregrinação espiritual.

Já pararam para pensar quantas pessoas ficam perdidas por ai no reino da magia? Isto é um fato, a grande maioria acaba cansando e se tornando solitário, ou seja, exercendo uma crença individual diante dos desastres que encontramos pela falta de comunicação e pelas discussões recheadas de achismos, egos e um mar de imensa intolerância, quem já é mais antigo nos meios virtuais sabem das discussões em listas, chats e msn, contudo pela total falta de definições, muitos irmãos de caminho saíram e as comunidades pagãs perderam um grande número de pensadores e nos restaram apenas às revistinhas virtuais e alguns poucos projetos já condenados à mesmice.


Acredito que o grande diferencial do Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil, seja realmente mostrar as placas e criar projetos reais e de valor, não somente por não estarmos influenciados e limitados aos escritores, mas por termos uma base conceitual e de vivência hereditária muito consolidada, muito fácil de assimilar para quem busca realmente se dedicar ao caminho da Bruxaria Tradicional sem estar necessariamente ligado ao ecletismo ocultista a partir da década de 60.

Para nós do CBT, Bruxaria Tradicional tem nome, raiz, endereço, placa, luminoso, DNA, enfim... tem uma clareza e uma fluidez muito fácil de seguir e compreender. 

Em uma conversa citaram que genericamente BT são práticas/ crenças anteriores a Wicca na Europa, isto sinceramente é um erro teológico, pois temos diversos caminhos feiticeiros anteriores a Wicca, tanto na Europa como fora dela! O ocultismo que nasceu marginal a Igreja Católica, por exemplo, não é Bruxaria, contudo do nascimento do Catolicismo até os dias de hoje o tornam um conhecimento mágico tradicional em termos de tempo.

Temos diversas ordens iniciáticas, tal como temos inúmeros movimentos de crença e podemos até filosofar sobre o uso das práticas de feitiçaria, entretanto não poderíamos taxar de forma generalistas como sendo estas Bruxaria (cultos específicos pré-cristãos europeus), a não ser pela visão distorcida usada pela Igreja Católica e posteriormente pelos protestantes onde qualquer coisa que fuja da base cristã seja chamado de bruxariaS, mas isto é algo que chega a ser simplório e todo mundo pode entender a questão sem se aprofundar em Teologia.

Estava lembrando uma entrevista em que dizia que: "Antes da Wicca, existia a Witchraft", e devemos traduzir e separar a Bruxaria Ancestral de Feitiçaria Genérica, e assim fica perfeitamente claro a colocação da frase, que o processo de feitiçaria é algo comum e esta dentro das religiões como também dentro das práticas de crenças individuais sejam elas pagãs ou não.

Ontem em um almoço com o Conselheiro Wagner Périco, comentávamos que muitas pessoas ainda têm dúvidas de como funciona o Conselho de Bruxaria Tradicional. Respondendo esta questão: O CBT é uma instituição de caráter privado, é uma confraria de grupos de Bruxaria Tradicional que prezam por um caminho sem ecletismos, ou seja, focam seus trabalhos nas tradições dentro da Bruxaria, sendo esta definida como sendo um caminho de culto a divindades, com base nos costumes e tradições regionalistas europeias, contudo também temos foco em Folclore e Estudos de Base Acadêmica ligado aos povos da Era Antiga (Reconstrucionismo).

Temos conselheiros que são folcloristas, reconstrucionistas, praticantes de magia natural, ativistas, contudo são pessoas que prezam em levar adiante as tradições da Bruxaria aqui em terras brasileiras e realizam trabalhos acadêmicos e de preservação.

O CBT é uma Ordem Iniciática? É um Vaticano para a Bruxaria?
Resposta: NÃO! O CBT é uma instituição que realiza e divulga eventos, cursos, palestras, intercambio, base de crença comum a clãs e encaminhamento a grupos, e estes sim são iniciáticos, tal como tem total independência como locais de culto religioso.

O CBT esta ligado a outras instituições?
Resposta: Sim, temos parcerias com diversas instituições que cooperam por realizar divulgações, projetos e eventos em favor da coletividade ocultista, contudo mantemos a soberania de nossos atos administrativos e idealismos.

Fechamos esse ano com maestria em palestras, artigos e divulgações, portanto vejo de modo positivo a entrada do CBT no cenário nacional como internacional, o nosso objetivo é promover sempre um caminho de fraternidade, clareza e oportunidades.

Um grande abraço fraterno,

Ricardo DRaco
Conselheiro do CBT
Magister da CLÁN - Bruxaria Tradicional Ibero-Celta

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Encontro na Casa Telucama - Bahia

Segue indicação de vivência.
O C.B.T. é uma confraria para divulgação de Projetos e Eventos Sociais/ Institucionais.
Eventos de membros/ conselheiros são de iniciativa particular.


Resgatando a Identidade Feminina 


DIA 10 DE DEZEMBRO DE 2011-SÁBADO
FACILITADORA = GRAÇA AZEVEDO   / SENHORA TELUCAMA
SUMA SACERDOTISA DO TEMPLO CASA TELUCAMA – TERAPEUTA HOLÍSTICA - CONSELHEIRA DO CBT.                                                                        
PROGRAMA:Horário= dás 09:hs ás 17:hs.
Local= TEMPLO CASA TELUCAMA.
Praia de Ipitanga- CONDOMÍNIO MORADAS DO SOL  NASCENTE
R. Maria do Carmo Paranhos – 26- Lauro de Freitas. BAHIA.


OBJETIVO:
Trabalho em grupo de mulheres para resgatar a si mesmas em sua  essência primordial. 
Estou convidando MULHERES GUERREIRAS para um mergulho no Universo Feminino.
Através dos mitos das Deusas, podemos descobrir nosso próprio mito.
Proponho um trabalho em grupo para mulheres interessadas no Auto Reconhecimento.

INSCRIÇÕES ATÉ O DIA 05 DE DEZEMBRO PELO EMAIL= senhoratelucama@terra.com.br

AVISO  IMPORTANTE:
Essa vivência será aberta também para Mulheres que não pertençam a Família Telucama, desde que se inscrevam previamente.

 
Cordialmente,

CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Ritual de Beltane - Final - DRaco

...perante o beijo do vento e fogo, e as montanhas nos observavam ao longe, tal como se nos vigiassem, e atrás delas raios vinham e iluminavam a escuridão.

Não relatarei mais profundamente tantas belezas e vivências sendo essa transmissão de sabedoria uma dádiva de peregrinos, mas tenham em mente que um bruxo é um filho da natureza, ele repousa sua mente tal como vislumbra os tempos com seu observar, o olhar do bruxo, a visão que rompe com a ilusão, é o fogo que renasce ao ser transpassado, é o caminho que torneia a montanha é o cheiro que surge dos ventos soprados entre as árvores, é o mundo ancestral e tradicional, é o culto das divindades, o grande e festivo bailado, sem isso não se mergulha na Bruxaria, não se pode renegar as origens, a sabedoria dos antigos.
E assim, no alto da casa da montanha, todos sentaram em círculo, fumaram do bom tabaco bruxo, e os ventos se manifestaram, eles dançavam ao som do trovão e eles dançavam entre as luzes dos raios.



Abraços Fraternos!
DRaco

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Ritual de Beltane - 3. Parte - Ricardo DRaco


Voltamos para o vilarejo de São Thome das Letras e lá encontramos nossos irmãos que nos esperavam com os olhos carregados de esperança e curiosidade, fomos ao mercado e compramos todos os artigos, além dos já adquiridos pela floresta para começarmos a fazer a poção ancestral para o ritual que viria no entardecer.


Tudo nos conformes, poção concluída, espíritos preparados para migrar entre mundos, atravessamos os muros da cidade, caminhamos pela grande escada de pedra, em zigue e zague, e aos poucos alcançamos o voo, sobre as montanhas, sobre a floresta, sobre as pradarias, caminhamos por lugares inimagináveis, para além desta realidade, sentimos o vibrar das pedras, o cantar dos ventos a acariciar nossos rostos; adentrando na clareira sagrada, um local cercado pelos guardiões, inacessíveis ficamos, invisíveis aos olhos curiosos, e lá preparamos as grandes torres de fogo e suas labaredas alcançavam as estrelas, o vento brincava com a fumaça. A sagrada hora de repensar sobre a nossa jornada, sobre os caminhos da sabedoria ancestral, e lá fizemos nossos jogos de poder, e lá recitamos as palavras da floresta, e lá em solo cercado por elementais, por seres que se escondem nos arbustos, na fumaça, nas pedras, unindo tudo e a todos em um imenso girar, na roda do universo, em total simplicidade, contemplando o essencial motivo mágico de culto, de se estar em plenitude, em fraternidade, sem meias verdades, sem limitações, sem o individualismo.

Em minha lembrança vejo a irmã ursa com seus olhos de fogo perante a fogueira, brilhavam, as conversas sentados ao chão observando os outros que se misturavam as sombras, a terra, o irmão serpente deitado ao chão em silêncio meditativo, a loba que se transformara e seu irmão mais novo sempre por perto a contemplar o local, lembro-me do poder felino em estado meditativo e sorrindo com suas presas em divino êxtase de liberdade, a irmã corvo sentada voava com seus olhos negros pela imensidão, os irmãos insetos se escondiam e era preciso fixar o olhar para encontrá-lo entre os outros irmãos, a irmã sapo ia e vinha, sentava e abraçava, estava inquieta no bailado dos ventos,  o irmão horse adormeceu com as mãos na fronte, e assim todos bailavam em seus totens perante a noite, perante o beijo do vento e fogo, e as montanhas nos observavam ao longe, tal como se nos vigiassem, e atrás delas raios vinham e iluminavam a escuridão.



Ao primeiro choro do céu nos retiramos e então... (continua)


Abraços Fraternos!
Ricardo DRaco