quinta-feira, 29 de março de 2012

BRUXARIA TRADICIONAL: A Divina Providência

A Divina Providência

Todos os dias que andamos pelo planeta Terra, imaginamos que o nosso mundo é a única realidade, poucos ou quase ninguém para e pensa será que vivemos em uma realidade feita apenas para nós contendo nossas ilusões diárias, nossas preferências, nossos testes do dia a dia, imaginamos o dinheiro como algo sólido, chamamos de metal o papel e aprendemos a não morder as moedas para saber se são ou não de ouro.

Acredito que o papel do Conselho de Bruxaria Tradicional seja realmente dar esse choque de realidade, quebrando paradigmas das ideias de que Bruxaria seja apenas um compêndio de práticas de malefício e feitiçaria ás margens de alguma religião oficial, nós não buscamos ensinar feiticinhos ou mágicas as pessoas que nos procuram, desejamos dar a elas ferramentas para que tenham soberania sobre seus atos, e assim, terem êxito na maior magia que existe que é o ato mágico da transmutação pessoal, através de alicerces mágicos ancestrais sem dar aos peregrinos uma visão hipócrita e mal preparada com relação a uma liberdade rebelde dada e sim uma consciência libertadora conquistada por um novo observar.

Ontem conversando com uma divindade muito polêmica tive a plena noção do aquário de formigas que são demonstradas nas feiras de ciência, foi muito esclarecedor conversar com potências tão mais divinizadas, o engraçado é que não havia discussões ou agressões, o poder de cada um falava por si só, era como se todos trabalhassem de um modo conjunto mesmo com funções e objetivos diferentes, tudo era um grande tabuleiro espiritual; tiravam um sarro tal como uma pegadinha de faculdade, mas não havia desrespeito e tudo o que vi me pareceu uma grande brincadeira cósmica, fiquei admirado por diversas vezes e uma pergunta me veio à mente como se fosse um pedido de pergunta coletiva da humanidade “- Quem nos salvará?” a entidade riu e me olhou como se eu fosse à criança mais ingênua do universo, como um pai diz ao filho, “-Não existe salvação para a humanidade, você mesmo não acredita nisso, a sobrevivência será caso a caso como a lei da natureza”, lembro que no local eu ainda queria ajudar algumas pessoas, mas não podia falar, pensava e olhava como que querendo que meus olhos dessem a dica, sabem? Daquele jeito que tentamos ajudar alguém quando tem algum ladrão por perto e não podemos falar para não levar um tiro! Das diversas pessoas que eu via e tentava ajudar, pouquíssimas conseguiam entender e levar com elas mais uma ou duas pessoas, o resto ficava lá curtindo o sabor de sua ilusão, rindo daquelas que tinham despertado, fiquei com pena daqueles que tinham se retirado da fila, pois eles eram motivos de chacota, todos riam como hienas e as insultavam como doidos.

O que aprendi com isso? Aprendi que mesmo querendo ajudar, as pessoas não se ajudam e algumas até irão te desrespeitar, aprendi que estamos naquela caixinha de experimento de formigas e não passamos de pequenos insetos para os desígnios do universo e perdemos tempo com coisas desnecessárias e que não vão mudar se a coletividade não mudar. Entendi também que a individualidade pode ser um começo, um pioneirismo duro e ingrato, mas isto já esta previsto, nascer é um processo que demanda um esforço de transmutação dolorido.

Concluindo, por mais triste que eu fique ao ver o gado passando para o matadouro, o que me resta é apenas observar e dar dicas silenciosas para que algo de novo desperte e as pessoas saiam dos seus absolutismos, dos caminhos tortuosos da ilusão; que claro é muito bom falar de mudar e de um monte de coisas belas, mas se você não tiver atos, será como esta sendo agora, mais um texto para ser esquecido nas próximas horas.

Abraços Fraternos,

Ricardo DRaco

sábado, 24 de março de 2012

A Filosofia do Prazer e o "Castrolicismo" Ascencionado

Hoje falarei sobre o Hedonismo, uma filosofia que me agrada e acredito que todos deveriam parar de se chicotear perante um caminho de dor, sofrimento e muitas vezes ignorância, como gosto de objetividade, pois temos mais coisas a fazer do que perder tempo em parlapatório
totalmente fora de contexto ("patropismo"), vou redigir um pequeno artigo baseado em outros que tenho lido e que a mim, pelo menos, faz muito sentido.

Um texto de Gordon Haddon Clark menciona pensamentos bem interessantes inclusive sobre a origem do termo e sua respectiva definição: A palavra hedonismo (do grego hedonê, "prazer", "vontade") é uma filosofia que conceitua ser o prazer o divino bem da humanidade. Surgiu na Grécia com os pensadores Aristipo de Cirene e Epicuro. O hedonismo atual procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.

O termo tem se disseminado e encontramos indiretamente em muitas sendas os seus princípios, algumas interpretações deturpadas falam da prática egoísta perante os prazeres materiais promovendo uma visão depreciativa e de decadência moral, pois o fato de se focar em ter uma vida prazerosa é totalmente diferente de ser superficial ou querer este prazer unicamente para consigo.

"Segundo Michel Flocker “hedonismo é a doutrina que considera o prazer ou a felicidade como o único ou principal bem da vida.” Sendo assim, o hedonismo é a aplicação dessa máxima levando-se em consideração que apenas o próprio individuo é responsável pela intensidade e qualidade do seu prazer."

Encontrei em uma comunidade algumas diretrizes que todos nos poderíamos aplicar em nossas vidas, e pelo que pude notar, todo mundo tem ou deveria ter um pouco de hedonismo em suas crenças, vejam a baixo:

1°: BUSQUE A FELICIDADE
Ser uma pessoa ativa em busca da sua felicidade, desenvolvendo uma prática agradável no seu cotidiano.

2°: "CARPE DIEM"
“Aproveite o momento” em latim. O termo se tornou conhecido através de um poema de Horácio, e é também utilizado como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer sem ter medo do futuro.

3°: FALE MENOS E REALIZE MAIS
Despreze a superficialidade da verborragia e meta a mão na massa, se constrói com trabalho e não com abundância de palavras inúteis, que exprimem poucas idéias

4°: NÃO SE LEVE TÃO A SÉRIO AO PONTO DE DESRESPEITAR-SE
Deixe de lado velhas rotinas e evite agredir a si próprio. Melhorar-se é o que de melhor você pode fazer aos outros.

5°: NÃO SE LEVE TÃO A SÉRIO AO PONTO DE DESRESPEITAR AO PRÓXIMO
Ser respeitoso deveria ser um dos primeiros pontos de qualquer caminho.

6°: CRIE O SEU CONFORTO
Aprecie os bons momentos e esteja em situações confortáveis e que exprimam o bem estar.

7°: EVITE VERDADES ABSOLUTAS
Reinvente-se. Reveja conceitos. Mude de idéia. Relaxe e permita que as pessoas e a vida lhe surpreendam a qualquer tempo.

8°: RELACIONE-SE FLUIDICAMENTE COM A NATUREZA
A natureza é nossa casa, tenha hábitos saudáveis e uma consciência ampla sobre os ciclos da vida.

9°: SORRIA MAIS
Não tenha vergonha de rir quando assim o desejar. Seja autêntico e descubra que rir pode ser uma maneira de libertar-se do padrão.

10°: NÃO TENHA PRESSA
O melhor do caminho é a paisagem, reavalie sua lista de pendências e administre as urgências eliminando assim a sensação de frustração 

11°: DESAPEGUE-SE DAS VISÕES DISTORCIDAS
Reflita e medite, reavalie os seus valores e como eles se ajustam a sociedade, por vezes uma quebra de paradigma pode levar a um melhor entendimento sobre a vida.

12°: SIGA SEUS INSTINTOS
Pare de ignorar os sinais que seu corpo emite a todo instante.
Somos animais. Coma quando tiver vontade. Durma quando tiver sono e tente aplacar seus desejos sexuais sempre que possível.

13°: PRESERVE SENTIMENTO
Invista seu tempo cultivando positividade e tranqüilidade. Sentimentos são artigos preciosos e devem ser aplicados ao cultivo do amor, da felicidade e do prazer.

14°: BUSQUE O PRAZER
O prazer pode levar ao autoconhecimento, conhecendo o seu ritmo e reconhecendo os seus limites. Não tenha medo de desfrutar do êxtase profundo latente de sua essência.

15°: ABANDONE A CULPA
A mente é um divino instrumento quando bem usada, você é o único responsável pelas suas atitudes, viva bem se libertando de limites e bloqueios, faça de tudo que esta em sua necessidade pessoal, preservando logicamente pessoas e não tornando os seus atos viciosos.

 Espero que tenham tido o mesmo prazer que tive ao interpretar essas dicas, o que vale é o prazer de se estar completo na realização dos seus atos e seja feliz.

Abraços Fraternos,

Ricardo DRaco


Cordialmente,

quinta-feira, 22 de março de 2012

Arqueólogos descobrem Templo pre-Cristão na Noruega

Arqueólogos descobrem 'incomparável' templo pré-cristã na Noruega 

 Uma descoberta fascinante lança luz sobre a religião pré-cristã escandinava e início das incursões cristãs na Noruega. Na imprensa norueguesa, este importante achado está sendo chamado de "paralelo", "primeiro de seu tipo" e "único", disse ter sido "deliberada e cuidadosamente escondido" - das invasões destruitivas cristãs.

Localizado em Ranheim, cerca de 10 quilômetros ao norte da cidade norueguesa de Trondheim, a descoberta surpreendente foi descoberta durante a escavação de alicerces de casas novas e inclui um "gudehovet" ou "deus do templo." Ocupada a partir do sexto ou quinto século aC até o século 10 AD, o site mostra sinais da prática de sacrifício de animais, uma prática comum entre os diferentes povos da antiguidade. Mais de 1.000 anos atrás, o local foi desmantelado e coberto por uma espessa camada de turfa, evidentemente para protegê-lo dos ataques de invasores cristãos. Estes religiosos nativos nórdicos, aparentemente, em seguida, fugiram para outros lugares, como a Islândia, onde podiam re-erguer os seus altares e restabelecer a velha religião.

Em "santuário pagão inigualável encontrado", o jornal norueguês Aftenposten relata:

O santuário pagão sobreviveu porque as últimas pessoas que o utilizaram mais de 1.000 anos atrás, fizeram o máximo para esconder todo o sistema com uma camada espessa de solo excepcionalmente ....

"A descoberta é única no contexto da Noruega, o primeiro já feito? Em nossas latitudes", diz Preben Rønne do Museu da Ciência / Universidade de Trondheim, que liderou as escavações.

Sacrifício de sangue de animais

O templo pode ter sido construída por volta ou depois do ano 400 dC, portanto, utilizado por centenas de anos até que as pessoas emigraram para evitar "camisa de força" do cristianismo. Ela consistia de um "altar sacrificial" e também vestígios de uma "construção de pólo" que os ídolos provavelmente alojados na forma de bastões com rostos esculpidos de Thor, Odin, Frey e Freya. Parentes falecidos de alto escalão também foram retratados dessa maneira. Nas proximidades, os arqueólogos também descobriram uma rota de procissão.

Graças ao solo, o templo da divindade foi muito bem preservado. O "altar" onde se adoravam os deuses e ofereciam sangue de animais consistiu de uma configuração circular de pedra de cerca de 15 metros de diâmetro e quase um metro de altura. O centro da construção a poucos metros era retangular, com uma planta de 5,3 x 4,5 metros, e foi criado com 12 pólos, cada um tendo uma base de pedra sólida. A construção pode ter sido elevada e, a partir dos resultados, foi muito claramente não utilizada como uma habitação. Entre outras razões, que não tinha lareira. Dentro da "casa" foram encontrados vestígios de quatro pilares que podem ser evidências de um lugar alto, onde os ídolos ficavam entre as cerimônias. A oeste havia uma estrada processional do templo e ia direto para a construção do pólo foi marcada com duas linhas paralelas de pedras grandes, a mais longa seqüência de pelo menos 25 metros de comprimento.

Mais atravé do site: Freethought Nation



Cordialmente,

terça-feira, 20 de março de 2012

Tese sobre Plucios para Bruxos

Estava analisando algumas teses e deparei com o termo "Plucios" para a origem da palavra Bruxo, e para nós membros conselheiros do CBT é sempre um prazer ter um desafio intelectual para encontrarmos mais informações que venham de encontro às expectativas pagãs de encontrarem dados históricos, materiais realmente que se sustentem diante dos achados ditados pelas matérias acadêmicas, muito embora como dito diversas vezes em nossa casa, não discutimos crença! Apenas promovemos mais informações para que o próprio peregrino encontre suas respostas como um ser pensante e não se petrifiquem em fanatismo e modismos.

Pois bem, pegamos um artigo com esta frase: - Ao se rastrear as origens do termo bruxa encontra-se a palavra latina plucios (plus = mais; cios = saber), denominando pessoa que sabe muito..

Encontraremos muitas palavras que se aproximam morfologicamente do termo bruxo, diante da diversidade de línguas que estariam em torno de 6.212 idiomas, conforme o compêndio Ethnologue, considerado o maior inventário de línguas do planeta. Sendo assim, seria de consenso e lógico de se pensar que haveriam palavras morfologicamente semelhantes!

Existe um comodismo intelectual em acreditar que a palavra bruxo esta ligada ao termo sabedoria, a sabedoria é inerente às religiões, poderíamos filosofar sobre a questão em dizer que sabedoria é um estado de espírito, o que já difere de um homem de conhecimento. Seria como generalizar um bibliotecário que já leu centenas de livros por fazer parte de sua profissão e lhe dar um título default de sábio; Seriam todos os homens de profissão de conhecimento sábios? É justo separar o CONHECIMENTO do conceito SABEDORIA.

O termo "homem sábio" como um curandeiro é utilizado na Inglaterra desde o século 15, porém com mais relevância no século 19, chamados de "cunning folk" na Grã Bretanha, a prática de curandeirismo popular esta ligada a feitiçaria e não a bruxaria já depreciada pelas linhas cristãs como práticas mágicas de malefício (magia negra) desde a Era Medieval conforme influência cristã. Já as linhas religiosas pagãs inspiradas ou não na religiosidade nativa ancestral focam seus estudos ao período anterior a influência cristã (Era Antiga), dentro do fundamento de crença chamado de Paganismo, de onde nasce a religiosidade Bruxaria de fato, retirando todo o ranço advindo do cristianismo na Europa e suas depreciações para com as outras religiões.

Concluindo que a ligação de sábio para bruxo é uma influência direta da Era Moderna e não existe nenhuma ligação fundamentada para com a palavra bruxaria na Era Antiga, embora ainda assim existam teses que mereçam ser aprofundadas pela comunidade acadêmica.

Voltemos à palavra  latina plucios (plus = mais; cios = saber), "denominando pessoa que sabe muito." entrei em contato com muitos doutores*1 das cadeiras de latim e linguística para entender se existiriam fundamentos para me aprofundar nessa pesquisa, a conclusão é que esta palavra não existia, e de certo ela não existe, a palavra estava errada morfologicamente falando, seria plusscius!

Descoberta a grafia correta, fui à busca de argumentos que pudessem dar base para essa busca às palavras de origem latina, e novamente embora existisse uma citação, quando digo uma é exatamente isso, uma citação apenas contida em um texto de Satíricon na parte central, mais especificamente na cena Trimalchionis da obra de Tito Petrônio Árbitro (27-66 D.C.).

Segue abaixo a origem da tese:

Referência: Ali, Said, Investigações Filológicas, 1975, pag. 275
A palavra pode ser herdada do substrato do Celtibérico ou pode derivar da origem plusscius Latina,-a, um (> mais + scius), um hápax atestado na cena Trimalchionis, uma parte central em Petrônio de Satíricon. Pluscia poderia ter surgido a partir da mutação da vocalização de / p /, pluscia> pruscia> Bruscia> bruxa (Português)


Algumas referências nos dicionários de latim quanto à palavra sábio:


saber = scire

sábio = prudentibus
sabedoria = sapientia
para saber mais = plus scire
na medida em = cios
Pluscios = Pequena cidade da Lituânia.
Referência Inglês/ Latim:
http://ancienthistory.about.com/od/petronius/a/Petroniusvocab.htm
Plusscius = knowing more (?)


CONCLUSÃO

É necessário para um bruxo andar por um caminho de sabedoria, diferente da idade antiga aonde o conhecimento vinha direto da natureza, hoje se faz necessário um esforço maior diante de tantos dados desconectos.

"knowing more" (mais conhecimento) Quem precisa de mais conhecimento? Seria o sábio ou o ignorante? Conhecimento é igual à sabedoria? Podemos basear nossa religiosidade em cima de uma palavra  que poderia ser um erro de escrita? Seria a couve de Bruxelas a couve dos Bruxos??

Ser um bruxo é mais que ser um curandeiro, é mais que ser um cozinheiro, é mais que ser um feiticeiro e não é preciso ser um teólogo sobre esta questão, teologia que é ensinada por padres e evangélicos em instituições como PUC (Pontifícia Universidade Católica), Universidade Presbiteriana Mackenzie, pela Universidade Metodista, entre outras de menor expressão. A base mais sólida que temos com o termo bruxo é o nosso próprio idioma e que já existia antes mesmo dos romanos invadirem a Ibéria, mostrando uma grande porta para o campo do estudo antropológico dos povos antigos europeus.

Contudo cada um é livre para buscar o conhecimento, para fazer suas teses e exercer o seu direito de fé.


Abraços Fraternos,
Ricardo DRaco


*1 - Dra. Sandra Braga Bianchet - Licenciada em Português, Latim, Inglês e Alemão pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Estudos Linguísticos. Pela USP doutora na área de Língua e Literatura Latina. Na mesma universidade em que se iniciou na vida acadêmica, hoje leciona no seu curso de bacharelado em Latim.
Dr. Erivelton Rangel de Almeida - Mestre em Cognição e Linguagem - Professor de Língua Portuguesa
Dr. Edinalda Almeida, coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Literatura, Memória, Cultura e Sociedade do Instituto Federal Fluminense.
 


Cordialmente,

segunda-feira, 19 de março de 2012

CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITO CIVIL

NOTA INFORMATIVA - O Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil parabeniza a Casa Telucama por mais um passo em nome de nossa religião, conquistando assim mais direitos e liberdade religiosa para o Paganismo em território nacional.
 
O TEMPLO CASA TELUCAMA REALIZOU O PRIMEIRO CASAMENTO NA BRUXARIA TRADICIONAL CELTA COM EFEITO CIVIL, CELEBRADO PELA SUMA SACERDOTISA GRAÇA AZEVEDO/ SENHORA TELUCAMA, NO DIA 3 DE FEVEREIRO DE 2012, EM SALVADOR – BAHIA.
Esse foi o 32º casamento oficial realizado no Templo Casa Telucama e o primeiro com efeito civil.


http://casatelucama.blogspot.com.br/2012_03_11_archive.html
Parabéns aos noivos!
Cordialmente,

BRUXARIA TRADICIONAL E O CASAMENTO PAGÃO

Temos pesquisado a origem do casamento pagão tendo como foco a idade antiga e a região Europa e como esses processos ritualísticos funcionavam nas Sociedades Antigas, no entanto a origem do casamento tal como conhecemos hoje advém da região romana em um processo de alteração da sociedade perante os costumes cristãos.  As primeiras referências mais enfáticas do período surgiram com as primeiras cerimônias religiosas com a presença de uma noiva! Sim, antes disso, as noivas não precisavam comparecer aos eventos cerimoniais, bastando cumprir um papel complementar na rotina matrimonial, o que incluía ter um lar seguro, a esposa (não necessariamente apenas uma) e, claro, uma prole.

O uso de guirlandas com flores (representando a felicidade) e espinhos para prender os cabelos (também para afastar os maus espíritos) e posteriormente o uso do véu provavelmente ligado à deusa Vesta (protetora dos lares) e que simbolizava a honestidade e a virgindade da noiva.

A origem da palavra:
Derivada da palavra "casa", o termo casamento é quando seguindo o mesmo modelo lexical de "patrimônio" (pater), mas usado na palavra matrimonio tem origem no radical mater ("mãe").
 
Troca de Alianças
O ritual da troca de aliança sela um vinculo de compromisso, seu formato em círculo, segundo algumas teses eram para definir um amor infinito, sem fim, e é colocado no dedo anular da mão esquerda porque acreditava-se que ali havia uma veia ligada direta ao coração. Também pode dar a visão ao ato de penetração sexual.
O que tudo indica o casamento na idade antiga era um contrato político envolvendo bens e política, e dentro dessa política gerar união de clãs e a preservação das terras.

Handfasting
Sua origem deriva de um costume escocês do século 17 (aproximadamente) da troca do tradicional tecido de lã e com padrões de tartan (símbolos xadrezes dos clãs escoceses) em cerimônia pública, esses tecidos eram amarrados formando uma espécie de corda que a partir disso mostrava a união das casas (clãs). Essa prática se tornou próxima das práticas atuais de casamento, embora ao invés dos tartan tradicionais escoceses a substituição por fitas.
O traçar de fitas/ cordas é algo comum à feitiçaria, servem também ao simbolismo de junção entre as partes magicamente. 

 

A Lei sobre o Casamento
Art. 1.515,  “O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.”.
Art. 1.516 – O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil. § 1° O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação. § 2° O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.


Abraços Fraternos,

Ricardo DRaco

sexta-feira, 16 de março de 2012

Enteógeno no Vale Sagrado por Ricardo DRaco

Ao contrário do que se possa pensar não é MachuPicchu o grande centro de poder de Cuzco, percebi que embora um local bem interessante em beleza natural, um local importantíssimo para o turismo não era lá que tive a minha consagração para com o espírito da Wachuma, o cacto sagrado dos Andes, entretanto naquele local eu obtive muitas sensações, embora aterrado nesse plano entre as esplendidas montanhas, entretido pelas palavras sábias de quem redigia o trabalho do cacto.

Ja em um outro local que pertence a trilha do Vale Sagrado, antes de MachuPicchu, foi quando obtive a valora experiencia do tramitar; lembro que havia uma senhora de idade e que fazia justamente o que muitos fazem, não absorvem e tentava mostrar seu conhecimento sem deixar que o novo fosse apresentado; é incrível pensar que podemos atravessar o planeta, sempre existirão àqueles que não se permitem conhecer algo que esta além de seus mundos, olhei para o orientador e percebi um misto de sentimentos, desviei a atenção para o local e fui pego pela sensação de atravessar para uma outra realidade, tal como um empurrão vindo da direita para a esquerda que deixaram minhas pernas moles, meu olhar perdido e deitei no gramado, perdi a força e o calor se fez insuportável ao ponto de engatinhar para perto dos antigos muros de pedra em busca de uma sombra, o que também não era bom, pois o frio da sombra me incomodava a ponto de me dar tremedeiras, percebi que o meu caminho não é luz e nem trevas é o tramitar entre eles e era assim que o espírito me ensinava, a cada ação um aprendizado, entre palavras sérias e um excelente senso de humor que me alegravam e as vezes tinha que correr em busca da essência de suas palavras.

Sentado no labirinto o meu espirito levitava e dos três animais sagrados da região (o condor, a serpente e o jaguar) apenas um deles eu via, um aprendiz avançado do local e já quase um facilitador de trabalhos com enteógenos me olhou e nos reconhecemos e rimos já transmutados em nossos animais guardiões, ele dizia "Eu estou lhe vendo" e para quem é do caminho já sabe a mensagem que ali esta colocada e eu dizia: - Eu também irmão! e em determinado momento ele sumiu em meio ao local enquanto eu pensava em como iria sair daquele local sem despertar as atenções, humildemente subi pela encosta, parava e respirava, pingava de suor, mas aquilo me fazia um bem danado, ao chegar ao transporte eu já não era mais humano, não conseguia falar e meus sentidos ficaram intensificados e ali seguimos para pegar o trem e dormir em uma cidade vizinha.

É admirável quantos irmãos xamãs e bruxos encontramos pelo caminho, não precisávamos mostrar nenhum certificado, nenhuma carteirinha, estava ali na alma e nos olhos de cada um, andei pela cidade e imaginava tamanha diferença com o movimento bruxesco brasileiro envolto a tantas superficialidades e falta de conhecimento, lembro que esse pensamento me entristeceu, mas o espirito da Wachuma me ensinara a não me importar tanto com as coisas, nem com os homens e nem com as situações, era perda de tempo, o que hoje eu concordo plenamente e perco o meu tempo com pessoas e assuntos prazerosos.

Vou terminar por aqui, pois existem ensinamentos que devem ser vividos e espero que mais peregrinos possam ter suas vivências, encontrar outras pessoas sábias e obter o conhecimento que lhes cabe com alegria e humildade.

 

1. Artigo: Cactos abrindo as Portas da Conexão
2. Artigo: Wachuma versus S. Pedro na Enteogenia!

Gracias /|\

Ricardo DRaco

quarta-feira, 14 de março de 2012

Wachuma versus S. Pedro na Enteogenia!

E lá estávamos na Plaza de Armas de Cuzco tomando um capuccino e esperando o nosso guia e orientador, pensava em como seria o nosso encontro já que estávamos em um caminho de grande entendimento, que poderíamos chamar de busca de visão, peregrinação ou qualquer frase para um ato significativo na magia. Procurei por todos os lados e o tempo passou, fechava os olhos para captar a sua presença e nada e então me veio um pensamento, ele vai me achar e quando relaxei da minha busca ativa e deixei as energias trabalharem fluidicamente ele chegou, tal como muitos podem pensar... Com penas e com roupas típicas ele apareceu de forma muito simples, sem chamar a atenção, tinha um olhar tímido ao mesmo tempo que reconfortante, que me fez pensar nas experiências de Carlos Castañeda no México, sutilezas e comparações que me levaram a repensar muitas coisas, por fim partimos com um grupo para os lugares sagrados tão rápido que parecia que o tempo se alongava diante de tantas atividades relativas a passaporte, compra de bilhetes de acesso, transporte e ensinamentos, e tudo que ali via era novo e ao mesmo tempo tão próximo e amigável, das cidades, das comunidades, o dividir do alimento e do conhecimento era tão natural que sorri em imaginar que nos meios urbanos para tudo é cobrado uma "consulta" que tudo tem que ter aquele jeito de místico cheio de deslumbres, entre cartas e bolas de cristal, ali nada era preciso apenas ouvir e deixar a mente questionadora dar um tempo.

Lembro-me da minha ansiedade por conhecer o cacto "São Pedro" e ser corrigido que o cacto não era católico e por isso não usaria de termos cristãos para uma bebida sagrada nativa, e que o termo correto para ele era Wachuma, o cacto, a medicina indígena! Lembro que sorri com alívio e dizer que também não era católico e que ele não precisaria se preocupar com relação a isso, nos olhamos e simplesmente rimos.

Se o deuses permitirem amanhã escrevo um pouco mais!

Veja o artigo o primeiro artigo aqui!

Gracias a mi hermano jaguar

Ricardo DRaco

segunda-feira, 12 de março de 2012

Cactos abrindo as Portas da Conexão

Escrevo este artigo com base na jornada pelo mundo das plantas de poder e no grande sentido de manter a palavra para com um irmão dos Andes, resolvi escrever por amor e não apenas por sabedoria, escrever com amor implica em colocar muitas outras coisas de nossa alma peregrina.

Vou sair das mesmas colocações que muitos fazem sobre o mundo das ervas de poder, aquela rotineira quebra de realidade e reavaliação de conceitos, sim eu sei que poderia escrever por horas e horas, pois ao contrário das outras ervas enteógenas o Cacto Wachuma é um espírito sábio e falador, mesmo se comunicando em outra língua (espanhol) se faz tão claro que começo a entender coisas que já sabia, é engraçado pensar nisso, mas por vezes decoramos o conhecimento, contudo ele é como uma árvore sempre crescendo e devemos alimenta-lo sempre o regando com boa agua, com a agua da reflexão continua.

Passamos pela Bolívia, atravessamos o deserto por 3 dias, lá entendi o verdadeiro valor do silêncio e assim permitindo o silêncio pude escutar o conhecimento das montanhas, da terra, do vento, através do deserto passamos as fronteiras do Chile em busca do que achávamos necessário e ali começamos a separar o que imaginávamos do que é realmente era a peregrinação, existem locais que foram sagrados e embora todo o respeito por esses espaços nada mais existe a não ser a propaganda turística, ao perceber isto desviamos nossa rota para Cuzco (Peru), algo que não havíamos planejado e como algo realmente mágico o poder nos chamou e ao pisar na cidade fizemos uma ligação a um amigo que morava em Lima (Capital) e já trabalhava há décadas com a medicina indígena peruana e pelo destino ele estava justamente na cidade em que acabávamos de chegar, aliás, estava a poucas quadras de nossa pousada, em 1 hora estávamos preparados para ir a locais e tomar ciência da medicina dos cactos.

Eu até pensei que em um artigo poderia escrever resumidamente, mas creio que perderia momentos chaves e frases de sabedoria, então amanha volto ao assunto.

Gracias a mi hermano jaguar

Ricardo DRaco