sexta-feira, 25 de maio de 2012

BRUXARIA TRADICIONAL: Feitiços de Amor

Hoje entraremos num assunto polêmico, a influência mágica sobre o amor, seria isto um mito? Com qual seriedade tratamos essa questão? Qual a necessidade da feitiçaria para as questões amorosas?

Diante das diversas questões morais que encontramos em nossa sociedade, que por sinal tem como base o cristianismo onde tudo é pecado e seguem com padrões rigorosos e que podem encontrar confrontos com outras maneiras de pensar gerando conflitos e falta de definição sobre ética e moral.

Ontem conversando com um aprendiz ele me dizia que as pessoas entram no Paganismo pensando que tudo é liberado, todo tipo de atrocidade passe a ser algo natural, os excluídos, os marginalizados esperam encontrar a aceitação, mas isso realmente acontece? E vamos entender que o universo humano é mais extenso do que podemos catalogar, encontraremos muita gente que esta por moda, que vivem a margem e a qualquer instante pulam para o outro lado da cerca, alguns até ganham dinheiro falando mal do que vivenciaram em alguma igreja que necessita de ex-bruxos ou ex-pai de encosto como costumam se referir aos seguidores das crenças africanas.

Ontem eu tive uma revelação muito clara sobre o Amor, sempre vemos na Bruxaria pessoas falando de morte, de ódio, amargura, da cultura underground, entre outras coisas. Mas hoje gostaria de pedir essa licença aos leitores que pudéssemos observar o amor.

O amor que cito não é o amor de homem ou mulher simplesmente, mas o amor sem fronteiras, pleno e belo, aquele amor que faz você se sentir bem sem necessidade de dependência, um fluir que não consigo colocar em palavras, em símbolos ou cores e logo entendemos muitas coisas, coisas essas que tornam tudo insignificante.

Fazer um feitiço para alguém para conquistar amor é um fato engraçado, amor é dado à frequência energética, só se liga uma pessoa a outra se houver algo que as una e chamo de afinidade, podemos deixar a pessoa mais atraente, mais radiante, mas o sentimento verdadeiro deve ser conquistado.

Nas culturas antigas o Amor é uma entidade e sua personalização em um deus ou deusa vai depender da região, mas é fato que em algumas culturas a divindade tocava as pessoas e elas se apaixonavam, algumas acreditavam nessa verdade ao ponto de se tornarem seguidores.

O amor é um belo caminho, alguns até confundem verdade com amor, verdade é o que cada um entende o que seja, mas amor é continuo, é característico, e acredito que a Bruxaria Tradicional tenha me guiado por veredas bem apaixonantes, não como alguns pontuam como "pink", mas como um êxtase impulsionador de um caminho mágico e belo.


"FEITIÇO PARA O AMOR"

 - 1 rosa para entender a beleza das pétalas e a dor dos espinhos da vida.
 - 2 colheres cheias de mel, uma para que você seja sempre docê e outra para a pessoa que você ama.
- 1 lírio branco para compreensão, clareza e harmonia.
- 3 canelas para se aquecer do frio da alma.
- 1 vinho tinto para que ele simbolize o sangue e a intensidade da sua essência.
- 6 cravos para cravar a doçura na sua alma.
- 1 copo d´agua para que exista pureza de sentimentos.
- 1 sopro do dragão para que exista vida mágica no seu caminhar.
- 1 vela branca para iluminar o seu caminho.
- 1 passagem para um lugar paradisiaco.
- 1 belo chalé nas montanhas.
- E personalidade, não tem coisa pior que gente sem opinião própria! ;-)
 

Tenho certeza que essa combinação te dará o caminho correto para conquistar um belo amor.


Bom... Acho que falaria por horas sobre o amor e como sou abençoado com tantos presentes de valor, mas isto é irrelevante, viva a sua peregrinação com intensidade.

Gratidão! E que o Ano Novo Celta traga um novo começo a todos.



Abraços Fraternos,

A.F.
Ricardo DRaco
CLÁN DRAGONES - Círculo de Bruxaria Tradicional Ibero-Celta







quinta-feira, 24 de maio de 2012

Em Busca do "Mestre Interior" e a Bruxaria

Um dos grandes tabus que encontramos em nossa sociedade é o medo de aparentar ser menos que alguém, verdade seja dita, existe rivalidade entre irmãos, depois passam a rivalidade na escola em busca de ser melhor que o coleguinha do lado e se ele não pode ser o melhor em matemática ele vai tentar ser melhor em português ou vai sentar no fundo e vai ser o atormentador de coleguinhas, dai o sujeito cresce e quer ser o melhor profissional ele quer ser gerente e como não é melhor que o seu gerente ele passa a tentar puxar o tapete, quem nunca viu isso? Essa rivalidade eu chamaria de processo desequilibrado da humanidade, a humanidade é autodestrutiva, convenhamos! Sim existem os que escrevem bonito fazendo parábolas, mas quando estão descontentes se tornam iguais a qualquer tolo, apenas escondendo sua frustação em uma aparência superior espiritualizada.

A Bruxaria Tradicional é um caminho entre vários, não existe um caminho melhor que outro e sim um caminho que se adequa melhor a sua crença interior, mesmo que inutilmente se queira alterar o mesmo, que por sinal é um modelo coletivo, as suas necessidades pessoais de crença.

Aposto que já escutaram por ai sobre o "Mestre Interior" para mim o mestre interior tem um nome ele se chama "bom senso", por vezes podemos chamar de "consciência espiritualizada", contudo esse tal mestre não mora em qualquer morada, por vezes o termo é usado para substituir o modelo "não aceito alguém que saiba mais do que eu sei" e "não convivo bem em grupos", ha muito tempo esse termo se tornou desculpa!

Caro leitor, todo mundo precisa de um mestre, um orientador e na vida teremos muitos seres que em algum momento iluminado irão nos apoiar, nos ensinar, nos abrir portas, nossos pais são nossos mestres, nossos avós, nosso chefe e até nossos opositores, se tivermos entendimento real sobre a vida poderemos facilmente entender o quanto o conhecimento pode ser acessado e por vezes é preciso apenas esticar o braço.

Sim é verdade, existe a ilusão, não uma, mas várias. Confundem a função de mestre com salvador, com ser ascencionado, com o iluminador eterno, e ai muitos são obrigados a cair na realidade, mestres são pessoas, pessoas que destinaram um tempo de suas vidas a ensinar uma matéria, mas apenas isso, eles vão continuar a serem humanos, erram e acertam, são por vezes carinhosos, por vezes duros, mas assim é a vida, a vida não são rosas, se o são contem espinhos doloridos.

Sempre digo àqueles que tento ensinar, que apenas passo o conhecimento, as atitudes, as escolhas, as verdades cabe a cada um descobrir, não quero bajuladores, quero gente pensante, ativa, motivada e com objetivo. Quero pessoas idealistas, que acreditam e seguem o que se propõem a seguir, se falam apenas e não fazem já estão fora do caminho, senão usam o seu poder pessoal para criar o seu trajeto e sim atrapalhar o outro o que lhe valeu o conhecimento? Viver na ignorância pode ser o objetivo para alguns, mas não acredito que isto faça parte do caminho da Bruxaria Tradicional.

Por que as pessoas se juntam em grupos? Pelo simples fato de compartilhar as visões e perceber que unidas conseguem construir pontes mais rapidamente para a outra margem do conhecimento, contudo todos sabem que o caminhar é solitário, pelo motivo que quem deve dar os passos somos nós como peregrinos, por estas questões conselhos, grupos, clãs existem, não pelo fato egoíco, mas pelo fato fraterno.

Ah sim, temos a crítica mal feita, já pararam para pensar àqueles que geralmente criticam a figura do mestre são os que não tem um mestre, a não ser a desculpa do "mestre interior"? E a crítica com agrupamento de pessoas (coventículo, conselho, grupo, etc...)? Aqui podemos pensar que o sujeito não esta em um clã e critica quem esteja ou realmente esta muito descontente com o clã que segue, isto é se o sujeito não cometeu um "suicídio social" perante seu grupo.

Temos que entender e sermos honestos com nós mesmos, é preciso um despertar, não tratamos aqui de poesia, tratamos de o seu caminhar, de sua vida, não adianta termos belíssimos artigos se o sujeito não consegue interpretar e seu único objetivo é pegar pêlo em ovo, não adianta ser orientado se o sujeito não ouve, não adianta mostrar um caminho se a única coisa que o sujeito vê é o seu próprio umbigo.

Eu não acredito em mestres eternos, nossos mestres são mestres na medida em que nos damos o direito de escutar, do mesmo jeito que conhecimento é eficaz quando nos permitimos a captá-lo com seriedade, não são arquivos, listas, blogs, comunidades e livros que nos farão melhores e sim a necessidade de compreensão que somos responsáveis por tudo de bom ou ruim que nos acontece, devemos assumir as consequências de atos impensáveis e tortos que cometemos sem culpar pessoas ou associações.

Somos rotulados pelos nossos atos, e porquê haveria de ser diferente? Que sejamos francos, se teus atos são medíocres você se torna medíocre, Ahhhhh mas você me chamou de medíocre, NÃO! Seus atos são medíocres, seu caminhar é medíocre e é por isso que foi chamado de medíocre, mude suas ações e será avaliado de outra maneira do mesmo modo que não acredito que alguém que se prontifique a ser um mestre por toda a vida, somos mestres na medida que ensinamos, acabado o momento de ensinar iremos ser o fruto de nossos atos em outros ofícios.

No mais, nós conselheiros do CBT, não estamos aqui para negar o que você assumiu como verdade absoluta, as suas verdades são de sua custódia, nós como um grupo unido por fraternidade e projetos sociais estamos em outro caminho que em nada se baseia no ego, se assim o fosse não estaríamos nesse trabalho árduo e por muitas vezes ingrato.

Segue uma frase inspiradora:

Não cobre a colheita se você não plantou.

Abraços Fraternos,

A.F.
Ricardo DRaco
CLÁN DRAGONES - Círculo de Bruxaria Tradicional Ibero-Celta

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Faz sentido a Bruxaria Tradicional nos dias de hoje?

Os Bruxos Tradicionais sempre intrigaram quer pela sua visão quer pelo misticismo em volta a sua figura. Quem são os Bruxos Tradicionalistas e de onde surgiram? Faz sentido a Bruxaria nos dias de hoje?

Estas entre outras perguntas inquietam os peregrinos na busca do entendimento; sabendo que poucos relatos sobreviveram dessas tradições de base pagã e que os documentos são inexistentes ou quando existem são pouco fiáveis. De que modo então poderemos identificar a Bruxaria Tradicional nos dias atuais em relação à Bruxaria na Era Antiga? Será que faz sentido empregar o termo Neo Bruxaria Tradicional?


Em primeiro lugar deve-se manter bem claro a ideia de  que a Bruxaria, seja qual for a sua vertente é e sempre será uma religiosidade de base pagã e enraizada na cultura indo-europeia. A Bruxaria segue uma trajetória histórica, social e religiosa bem específica, no entanto muitas são as especulações quanto à origem destas tradições. Podemos fazer valer dos autores que escrevem sobre suas origens e suas crenças? O que tratamos aqui são questões baseadas na oralidade, no folclore e no agregado cultural regionalizado, no entanto hoje será difícil para um historiador estar isento da sua cultura para analisar outra historicamente, o mesmo se passou com autores da era antiga que relatam acontecimentos que para eles seriam relevantes aos olhos da sua cultura e por vezes influenciados por interesses externos.


Sabemos que os Bruxos Tradicionais de uma maneira geral são cultuadores de divindades de origem pagãs, sacerdotes, e que juntamente com esta função acumulavam outras como a preservação e continuidade de costumes e práticas mágicas, algumas ligadas a cura, a adivinhação ou a consulta de oráculos e na organização iniciática quando estes se tornaram maiores e mais estruturados.


Se fechar em dois ou três autores ou especuladores baseados das obras anteriores não será o suficiente para entender a diversidade dos clãs e ordens quase sempre isolados socialmente. De certo a imaginação popular cria mitos tal como na era medieval e não seria diferente aos dias de hoje ligando-os a uma cultura anticristã, ao imaginário do desconhecido e que causa medo e rejeição.
A Bruxaria Tradicional só poderá ser vista de forma clara do panorama de dentro para fora, faltam ainda elementos em nossa sociedade de base cristã para entender sua religiosidade, suas visões de caminho e seu agregado mágico, aos que vivem a sombra de apenas relatos tendem a confundir ou mesclar com a visão simples de feitiçaria baseada na continuidade mitológica urbana advinda de tempos cristãos medievais até a era cotidiana regidos ao crescimento de igrejas protestantes que consequentemente herdaram a visão de Bruxaria como prática de magia negra. Com isso também teremos visionários que buscam através da preservação da tradicionalidade, antes do julgo e da depreciação cristã para o termo, mostrar a sociedade um caminho independente, ancestral e rico em conhecimento.

A Bruxaria Tradicional não poderia existir até os dias atuais senão por uma ligação raiz de religiosidade que se destacou além do tempo e da sociedade, a ela não seria possível se sustentar apenas pela exclusividade de ofício tribal de profissão, pois as ciências avançaram ao ponto que a sociedade se voltaria a tecnologia, restando às práticas/ medicina alternativa apenas os desenganados, que são curados em grande parte pelo poder da fé (magia) e consequentemente da espiritualidade.
De fato a cada dia que passa as pessoas tem buscado na Bruxaria um caminho que busca preencher a ausencia da Natureza na sua religiosidade, observando a espiritualidade com novas ferramentas, através de outros princípios aos quais fugiram das religiões predominantes de base monoteísta.
Por serem princípios descontextualizados da sociedade cristã corre-se atualmente um grande risco na tentativa desesperada de encaixe do que viveram em outras religiões para com as vertentes pagãs.
Se uma tradição também tem seus princípios quais seriam esses para não cair no improviso e no plágio de outros procedimentos ritualísticos externos a estas tradições? A resposta é o reconhecimento da ancestralidade da terra, descartando as influências culturais e religiosas de cultos não nativos.

A Bruxaria Tradicional na atualidade poderá ocupar a mesma lacuna ao qual prestavam os cultos pré-cristãos na antiguidade? Até quando ou como os princípios podem ser aplicados na sociedade de hoje? Como manter as tradições diante da globalização e dos costumes "fast-food"?
Foram lançadas diversas questões ao qual se resume que tanto a Bruxaria Tradicional, como outras linhas pagãs tem um grande trabalho pela frente, a preservação como base de uma questão tradicionalista exige um comprometimento e uma devoção que destoam das questões que a sociedade moderna capitalista necessita quanto a obtenção de produtos e serviços, hoje diante da possibilidade da prestação dos ofícios de práticas alternativas e o crescimento de centros holísticos onde gira a roda financeira permissiva da sociedade moderna.



A.F.
Ricardo DRaco
B.T.I.C.





sexta-feira, 18 de maio de 2012

Resistência da Religião Antiga na Lituânia.

Resistência da Religião Antiga na Lituânia.

Antes de escrever esse artigo eu tinha que tentar entender como um país tão próximo a Europa Central e em pleno final do século XIV conseguia se manter pagão. E quando "convertido" , descaradamente o próprio soberano lituano que assinou o acordo continuava a praticar os ritos aos Deuses antigos assim como faziam seus antepassados. Alguns fatores favoreceram tal façanha:  os países bálticos são pequenos e não ofereciam lucros ou temor, seu acesso não era muito fácil, um dos fatores decisivos, acredito eu, é que os ritos assim como quaisquer outros ligados às religiões antigas tradicionais, normalmente são relacionados às estações climáticas e às colheitas, e como a Lituânia até hoje é um país praticamente agrário ficou muito difícil dissociar o dia a dia, da religião. Certo que, e segundo várias fontes, não havia um nome ou uma instituição chamada religião, tanto que os ritos, deuses e suas respectivas comemorações estavam ligados a vida diária dos povos bálticos.
Mas, acredito que o fator predominante para que até nos dias de hoje muitos ritos permaneçam como eram na Idade do Bronze é a determinação desse povo, sua insistência e seu amor a sua terra e aos Deuses que nela habitam. Isso fez com que eles resistissem ao domínio cristão travando muitas guerras e expulsão dos mesmos durante os séculos XII e XIII. E durante a invasão russa os que praticavam abertamente sua religião foram mortos ou exilados. Os que foram exilados levaram a religião para sua nova morada, tanto que hoje há grupos oficiais nos Estados Unidos e Canadá. Claro que por séculos e mais ainda algumas décadas a religião antiga se manteve apenas no interior do país e muita informação foi perdida, mas graças a alguns estudiosos e ao chamado dos deuses a pessoas escolhidas a Romuva experimentou um renascimento na década de 60, havendo uma abertura durante a Perestroika e, após  a independência da Lituânia na década de 90 o culto foi reconhecido como religião étnica oficial lituana. Para nós pagãos é uma grande vitória! 

"É muito importante para nós entender que tesouro possuímos! Devemos aprender a desenhar a sabedoria e a beleza e que tudo está dentro disso. Se desistirmos disso, desistiremos de nós mesmos...este é um problema global - como retornar para a sacralidade da terra. A sacralidade da terra ainda é sentida muito fortemente na Lituânia, que ainda não a perdeu, somos privilegiados, por que podemos renovar rapidamente nosso vínculo como o passado e sentir a continuação da nossa cultura ancestral dentro de nós. Devemos manter isso em mente e não chamá-lo de fundamentalismo étnico. Essa é nossa garantia de existência contínua - como mais podemos sobreviver, se não for com a ajuda dessas fontes, que são as molas de bondade e de beleza. Por isso, acredito que é sorte nossa termos como cultura popular nossa religião. (Marija Gimbutiené - escritora e pesquisadora da religião antiga Lituana)"
 
 Colaboradora: Erika Audra
Erika é pesquisadora e escritora de artigos sobre a religiosidade pré-cristã no Báltico.
Cordialmente,
http://www.bruxariatradicional.com.BR

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Aprendizes na Bruxaria Tradicional

Em uma palestra da Senhora Telucama em São Paulo, conversamos sobre a necessidade de adequarmos o aprendizado que veio em grande parte da oralidade para padrões mais próximos ao que as pessoas de um modo geral tem como base, devo dizer que o aprendizado passivo do tipo que o aprendiz senta na cadeira e fica ali parado apenas escutando nunca me agradou, em meu grupo, a CLÁN Dragones, temos colocado as pessoas para aprenderem de forma ativa, com funções, com desafios, com determinações, fazendo com que as mesmas trabalhem para o bem comum ao mesmo tempo em que desenvolvem um aprendizado efetivo e personalizado.

As questões de entrada no grupo de estudos e nas iniciações são bons filtros para selecionar o tipo de pessoa que desejamos para compartilhar este aprendizado, essa grande peregrinação, nos livrando das visões tortas e adentrando no seleto caminho dos deuses, é diferente da vida comum, a vida é como a correnteza de um rio, mas com certos conceitos podemos ter uma viagem bem mais confortável e sábia. Também não quer dizer que todos irão por um caminho sábio, o conhecimento por si só não faz milagre em uma mente fechada, fraternidade e comprometimento são como plantas que devem ser regadas todos os dias, senão o peregrino se torna um galho seco de uma árvore e acaba caindo.

Devo dizer que meus irmãos conselheiros tem uma grande sabedoria e fraternidade, compartilhamos um caminho de grande beleza e sabedoria, com idealismos e atos que são inspiradores, aprendemos com tudo e com todos, ontem mesmo recebi de uma aprendiz a frase que "existe nesse mundo muitos caminhos, mas apenas um caminho nos leva ao coração e que as pessoas querem colocar todos os caminhos em uma única via e esquecem o belo caminho da alma", refletindo sobre isso é o que temos visto, as pessoas querem colocar de tudo dentro de uma casa, mas elas não sabem qual é a casa que devem colocar e nisso nascem os conflitos pessoais, o desequilíbrio, a difamação, a falta de respeito e quando a pessoa notar estará ilhada e perdida nas suas ilusões pessoais que ela julga ser sempre a dos outros.

Eu nunca gostei e acredito que nunca irei concordar com gente aproveitadora, gente que não acrescenta em nada e espera pegar a onda na prancha do outro, muitas vezes derrubando, puxando tapete, difamando, gente que observando como se comportam arrastam a todos a sua volta para baixo, e ai todos vão embora, inclusive a saúde, a prosperidade, a fraternidade e só resta a presença da própria ausência.

Não sei se muitos concordam com o que eu penso, mas acredito que para ser um bruxo no mínimo a pessoa tem que ser gente, tem que ter educação, respeito, ética, bom senso, e infelizmente tenho visto tantos aprendizes que falam de boca cheia que tem um "mestre", ou seja, um orientador, e não respeitam àquele que ensina, não concordam com que o sujeito diz, espalham conceitos errôneos usando do nome daquele que ensina e ai me vem aquela velha pergunta! Por que o sujeito esta gastando o seu tempo e o pior o tempo daquele que esta ensinando? Seria isso uma necessidade emocional de dizer que tem um mestre? Seria uma necessidade de status? Quem sabe uma total falta de foco e autoconhecimento? Posso criar aqui uma lista enorme do que poderia ser, mas resumo em total falta de bom senso.

Eu decidi que vou priorizar o meu tempo, dedicando a pessoas que merecem o valor da presença, ensino para quem realmente quer aprender, não discuto com malucos, escrevo como hobby, pois sei que interpretação não é para todos e conhecimento é dado para quem esta capacitado a entendê-lo. Se o papo me agrada eu fico senão me mudo e digo que tenho vivido melhor, dou mais risadas, faço exercícios, curto ficar perto de pessoas dignas e saber descartar as perdidas... Se eu, como um dos conselheiros, posso dizer algo a favor do seu aprendizado, diria para viver sua vida sem se importar muito com o que os outros vão pensar, geralmente não existem bons e sábios críticos e a grande maioria acha que você esta num caminho errado diante de um mundo muito pequeno ao qual vivem.

E o colegiado? Aos professores sejam idealistas e promovam o seu melhor, isto não quer dizer que receberão o melhor dos seus alunos, não conte com gratidão e respeito, conte apenas com o ato fraterno de compartilhar o resto é ilusão.

Caros sempre um grande prazer em escrever, aos que gostam dos artigos sejam sempre bem vindos, aos que não gostam não percam o seu tempo aqui, tem um mundo inteiro lá fora, para viagens, amores e atividades.

Abraços como Sempre Fraternos,

Ricardo DRaco
Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil