terça-feira, 31 de maio de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Uma Prece, uma Música

Raiou o Sol
Brilhou no Mar
Raio dourado
Brilhou no Mar
Luar no céu
Luar no mar
Raio de Prata
Para ti iluminar
Raio de Prata
Para ti iluminar
Noite no céu
Noite no mar
Estrela do céu
Estrela do mar
Estrela do céu
Estrela do mar

Cantigas apreciadas na CLAN

Leituras e Pensamentos por Ricardo DRaco

O problema é que, quando estamos na rotina, temos objetivos. Vamos de um ponto a outro e não percebemos o que há no meio do caminho. Essa é a diferença da Bruxaria com relação ao resto, assim como da dança para a caminhada. Na caminhada, o objetivo é chegar a determinado ponto; na dança, é o corpo por ele só, com tudo o que pode oferecer, é uma certa ociosidade.

E é fundamental para que você possa redescobrir o próprio corpo. (...) É esse livre pensar. É esse saber desinteressado. É essa capacidade de se abstrair, de focar a atenção numa coisa que se resolve ali mesmo. Não tem aquela razão pragmática de quem contempla o mundo com a intenção de buscar algo que está além dele.

Leituras e pensamentos,
Ricardo DRaco

BRUXARIA TRADICIONAL - Crítica aos Modernistas no Tradicionalismo

Hoje iremos falar da crítica ao modernismo, esta crítica é sobre justamente a própria crítica, não um apoio, mas sim um olhar sobre o cenário e as visões de mundo.

Vejo críticas aos movimentos neo-pagãos sem propriedade ou com propriedades estranhas, a maioria das pessoas que conversei ou que vejo artigos vieram do meio neo-pagão ou cristão, mudaram? Não sei dizer, só posso dizer que mudança não quer dizer oposição.

No caminho da tradicionalidade, tomo como base a bruxaria tradicional, vou focar no termo campesina, que gosto muito alias, não existe nenhuma ligação teológica com movimentos de segmentação por sexo, por prática sexual, por oposição religiosa, ecológica, entre outros, pois isso esta fortemente ligado ao contemporâneo antropológico, aos dias de hoje.

A Bruxaria Tradicional se modernizou? Eis um processo que devemos entender, será os caminhos que se modernizam ou as pessoas que se atualizam? Serão os mecanismos de pesquisa que evoluem e criam novas técnicas ou será os achados arqueológicos? Será que o conhecimento ancestral pode ser descartado diante de uma nova realidade social?

São muitas questões não é mesmo? A solução não mora na casa ao lado, mora em nosso quintal, não é um problema do outro e sim uma busca pessoal, um exemplo: O que você como bruxo hereditário tem feito para preservar os costumes de sua família, o seu agregado familiar? Tem entrado na cozinha para conseguir replicar para seus filhos os pratos típicos de sua família ou dirá que o tradicional de sua época era o famoso big lanche do grande logo M amarelo? Tem aprendido a benzer com algum parente? Lembra de alguma estória de avós? Ou será que tradicional é ignorar tudo isso, afinal de contas isso não faz parte do universo jovem e o bom mesmo é entrar numa Escola Mística da Ordem Tradicional X e ficar babando em cima de livros góticos falando de um universo esotérico e tão longe de suas raízes?

Fico pensando até quando vão falar dos deuses gregos como almanaque da Marvel, até quando se pagará (em dolar) para as tais filiações de alguma grande e imponente ordem iniciática, até quando irei ver os mesmos workshops, as mesmas batidas de tambor, de gente fantasiada, de gente rebelde e mal encarada, até quando vou ver a bruxaria como algo maléfico e citada de forma negativa e abertamente pelas igrejas cristãs?

A realidade que temos não é pink, ela é preta, bem escura a ponto de a grande maioria ficar cega diante de tanto "oculto" a ponto de não ver o degrau a sua frente.

Mas se ainda serve de consolo, podemos criticar os modernistas ou também os modernistas podem criticar os tradicionalistas, e ficamos todos a escrevermos em blogs, livretos, sites e comunidades, mas penso que temos um universo a frente de possibilidades e que podemos criar projetos novos e que podem inspirar pessoas a serem bons pesquisadores, que consigam aprender com a vida e não como nerds limitados a livros que geralmente seguem uma tendência de apenas um pesquisador, alias é uma pena que tenhamos tantos replicadores e poucos desbravadores, com isso a limitação do universo ocultista ficou resumido a poucas referências!

Abraços Fraternos,

Ricardo DRaco

BRUXARIA TRADICIONAL - COMO ERA O SEXO NA ANTIGUIDADE?

COMO ERA O SEXO NA ANTIGUIDADE?
por Marina Motomura

Na Antiguidade, a prostituição era regulamentada, o divórcio começou a existir e havia até deuses do sexo! Os documentos da Idade Antiga, que vai de 4000 a.C. ao século 5 d.C. de acordo com a datação convencional, mostram curiosidades sobre a vida sexual de povos como gregos, romanos e egípcios. Os romanos, por exemplo, prezavam tanto o sexo que havia uma lei para desincentivar o celibato: a solteirice e a falta de filhos eram punidos, e as pessoas cheias de herdeiros tinham privilégios. Foi também na Idade Antiga que os conhecimentos científicos sobre o rala-e-rola começaram a se aprimorar com Hipócrates, considerado o pai da medicina. Os romanos também estudavam o corpo humano e já conheciam algumas doenças venéreas, como a gonorreia, termo cunhado por Galeno no século 2. Mesmo assim, algumas crendices sexuais bizarras permaneciam. Na Grécia, por exemplo, acreditava-se que o contato com uma mulher menstruada faria o vinho novo ficar azedo e faria as árvores não dar mais frutos.

À MODA ANTIGA
Prostituição e homossexualidade eram comuns, mas havia leis severas para punir abusos

CASAMENTO
Os gregos e romanos eram monogâmicos – no império de Diocleciano, em Roma, a bigamia foi declarada ofensa civil. Mas os grecoromanos descobriram que o amor não é eterno: foi nessa época que surgiu o divórcio. Na Roma arcaica, as mulheres adúlteras podiam ser condenadas à morte – isso só mudou após uma lei do imperador Augusto, que trocou a pena para o exílio.

POSIÇÕES
Em Roma, as posições sexuais apareciam em pinturas, mosaicos e objetos de uso cotidiano, como lamparinas, taças e até moedas. Em uma face, ficava a posição sexual, e, na outra, um número. Para alguns historiadores, as moedas eram fichas de bordel, e as posições com penetração tinham números maiores, indicando que poderiam ser mais valorizadas.

MASTURBAÇÃO
Nada de condenar o sexo solitário: na Grécia e na Roma antigas, a masturbação era vista como natural. No Egito, a masturbação era até parte do mito da criação. Um dos ditos piramidais afirma que Aton, o deus do Sol, teria criado o deus Shu e a deusa Tefnut através do sêmen de sua masturbação!

HOMOSSEXUALIDADE
Casais de homem com homem e mulher com mulher eram comuns na Grécia. Havia até mitos para explicar a origem da pederastia, a relação entre homens maduros e jovens: o primeiro dizia que Orfeu, um dos seres da mitologia grega, acabou se apaixonando por adolescentes depois que sua mulher, Eurídice, morreu. Outra lenda afirma que a pederastia começou com o músico Tamíris, que foi seduzido pelo belo Jacinto.


CIÊNCIA
O grego Hipócrates, pioneiro da medicina, achava que o útero poderia deslocar-se pelo corpo da mulher em busca de umidade e poderia chegar até o fígado! Mas ele também deu bolas dentro: calculou a duração da gravidez em 10 meses lunares (cerca de 290 dias do nosso calendário), tempo parecido com os 9 meses atuais, e prescreveu semente de cenoura como anticoncepcional e abortivo.

PAQUERA
Os galanteios dos romanos seguiam um manual: o livro A Arte de Amar, do poeta Ovídio, escrito entre 1 a.C. e 1 d.C. Entre as dicas dadas pelo escritor, estava o uso do goró: "O vinho prepara os corações e os torna aptos aos ardores amorosos". Ovídio também incentivava a galera a melhorar o visu: “Esconda os defeitos e, o quanto possível, dissimule suas imperfeições físicas".

NO TRIBUNAL
A legislação sexual da Roma antiga era polêmica! Eram puníveis com a morte: adultério cometido pela esposa, incesto e relação sexual entre uma mulher e um escravo. No estupro, a punição sobrava até para a vítima – se não gritasse por socorro, a virgem poderia ser queimada viva! Entre as penas leves, estava a apreensão de propriedades de quem fizesse sexo anal. No Egito, o adultério era mau negócio: os homens eram castrados e as mulheres ficavam sem o nariz.

PROSTITUIÇÃO
Regras para sexo pago eram diferentes na Grécia e em Roma.


GRÉCIA
As moças da vida não eram todas iguais – elas seguiam uma hierarquia. A maioria delas era escrava, mas havia também mulheres vendidas aos bordéis pelos pais ou irmãos.

CLASSE ALTA
Prostitutas de primeira classe, com treinamento intelectual e cultural.

CLASSE MÉDIA
Tocadoras de flauta e dançarinas, especialistas em ginástica e sexo oral. Eram imigrantes.

CLASSE BAIXA
Vendidas pela família, ganhavam mal e tinham poucos direitos.

ROMA
Registradas e pagadoras de impostos, as prostitutas se vestiam com tecidos floridos ou transparentes, e, por lei, não podiam usar a estola, veste das mulheres livres, nem a cor violeta. Os cabelos deviam ser amarelos ou vermelhos. O lugar mais comum de trabalho delas era sob arcos arquitetônicos: a palavra fornicação vem do latim fornice, que significa arco.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - CONTOS DE MAGIA POPULAR

Repassamos um conto interessante sobre as crenças populares da bruxaria e suas tradicionalidades.

"E mesmo havendo um adivinho conhecido em sua aldeia, ele não precaveu a sensibilidade que havia da caçula e nem mesmo o padre e seus batismos a fizeram cristã em essência, ela sim era pagã em alma, mesmo com as roupas, véus e crucifixo, não havia nada que rompesse o seu aprendizado familiar, ela conheceu o aprendizado e o trabalho de erveira das mulheres de sua família e não apenas isso, tinha o dom da "simpatia" em suas preces a natureza, rezava aos mentores de onde morava e tinha a capacidade de entrar nos sonhos das pessoas e cura-las de malefícios, este poder também fazia a se conhecer mais e mais tal como descobrir os desejos, medos mais íntimos daqueles que a consultavam, era conhecedora da natureza de tudo e de todos."

As estórias envolvendo a magia popular se tornaram tão escassas e cada dia mais se extingue em meio aos nossos dias, mas que ainda se encontra em terras afastadas do velho continente europeu, estórias estas guardadas e contadas por nossos avós e familiares, encontradas nos povoados, aldeias e nas crenças populares para aqueles a quem o futuro não avança como um trator destruidor de tudo que vive e respira e que esta para além do "outro lado da montanha", mas que contêm em si os conhecimentos e o saber de sempre. E esta ainda em nossa busca e trabalho como estudiosos dessas crenças e pelas quais tentamos preservar é que incentivamos os trabalhos dado a tradicionalistas sérios e de boa vontade.

Cordialmente,

Capital da Cultura do Eixo-Atlântico 2011 já mexe

Viana do Castelo, 28/05/2011 - A cidade de Viana do Castelo recebe, este verão, o título de capital da Cultura do Eixo Atlântico, com dez eventos, num programa quer propiciar como uma nova centralidade do município.

Em Junho e Julho a cidade vai receber um encontro de ceramistas, uma feira medieval, uma mostra etnográfica, espectáculos de cultura urbana, como moda, dança, música e lan party, e ainda uma bienal de pintura.

Uma feira do livro, um festival de teatro popular, outro de jazz e um de música celta, iniciativas de cariz gastronómico, estão entre os acontecimentos que vão animar Viana do Castelo.

No dia 3 de Junho será oficialmente aberta a Capital da Cultura do Eixo Atlântico e, até dia 8, ocorre um encontro de Ceramistas do Eixo Atlântico. Entre os dias 9 e 12 é tempo para a Feira Medieval, enquanto entre 17 e 19 decorre a Mostra Etnográfica do Eixo Atlântico.

Culturas Urbanas: Moda, Dança, Música, Lan party estão marcadas para entre 22 e 26.

Julho, entre os dias 1 e 28, tem a IX Bienal de Pintura do Eixo Atlântico. De 2 a 17 há a Feira do Livro e o Festival de Música Celta. Entre 15 e 24 é possível assistir ao Festival de Teatro Popular e, de 27 a 31, há Festival de Jazz.

Por tudo isto, Viana do Castelo merece ainda mais ser visitada, com os turistas a acompanharem a animação desta época

BRUXARIA TRADICIONAL - Einbildungskraft

Palavra alemã que significa formação, educação, cultura – pode ser considerada o duplo germânico da palavra Kultur, de origem latina. Pode ser comparada, como ideal de formação cultural, à Paideia grega.

Bildung
remete a vários outros registros, em virtude, antes de tudo, de seu riquíssimo campo semântico: por exemplo, a palavra imaginação corresponde a Einbildungskraft, literalmente, o poder de criar formas.


Pode-se utilizar Bildung para referir-se ao grau de formação de um indivíduo, um povo, uma língua, uma arte: e é a partir do horizonte da arte que se determina, no mais das vezes, Bildung. Sobretudo, a palavra alemã tem uma forte conotação pedagógica e designa a formação como processo.

Por exemplo, Os anos de juventude de Wilhelm Meister, no romance de Göethe, são seus Lehrjahre, seus anos de aprendizado, em que ele aprende somente uma coisa, sem dúvida decisiva: aprende a formar-se – sich bilden.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - A Stregoneria - Região Itália

A BRUXARIA TRADICIONAL NO SUL DA ITÁLIA
- Por Nemesis/ Tradução de Henrique Drumond
- Adaptação Ricardo DRaco

Publicado em 20 de maio de 2007

NOTA BENE: este definitivamente NÃO É o artigo definitivo sobre o assunto.  A Streghe, como todos os Ocultismos Tradicionais, valoriza nossos Juramentos e nossa Honra acima de tudo.  Portanto, NUNCA haverá uma apresentação pública, em qualquer veículo, de nossa sabedoria interna.  No entanto, esse artigo se foca nas raízes históricas, práticas folclóricas, e pontos em comum dos praticantes que trabalham dentro do panorama do Sul da Itália.  Assim sendo, a informação aqui contida é baseada em pesquisa acadêmica, no folclore popular, e na minha compreensão pessoal da história e do folclore.  Por favor... sejam tolerantes com meus erros históricos e gramaticais.

Esse artigo é o resultado do amor pela história do Mediterrâneo, tradições mágicas da antiguidade, e as crenças populares de minha bisavó, que expressou horror no começo de minha caminhada no Ocultismo, mas que (no final da vida) veio a tratar meu Caminho com respeito e aceitação.  Eu dedico esse artigo a ela, aos meus Anciãos e Professores que me iniciaram na Bruxaria, e aos Deuses e Deusas que ‘incendiaram meu sangue e despertaram meu coração à vida’.

Terminologia

Na Itália, uma bruxa é conhecida como Strega, enquanto um praticante homem é conhecido pelo título de Stregone.  Bruxos, no plural, são Streghe – embora grupos compostos somente de homens possam ser chamados de Stregoni.

A palavra moderna em italiano para bruxaria seria Stregoneria – outro termo, preferido pela maioria nos Estados Unidos, é Stregheria.  Esses termos significam a mesma coisa, embora a escolha de um pelo outro possa ser somente religiosa (ou mágica).  Historicamente, ‘Streghe’ tem suas raízes na palavra latina Strix, que significa tanto bruxa quanto ‘coruja’.  No entanto, áreas diferentes têm suas próprias palavras para uma bruxa – como Saga, Venefica, Fata, Ianara.

Na Sicília, Strega/Stregone/Streghe significam a mesma coisa, bem como na metrópole.  Ser bruxa envolve uma gama de atividades – de crotchery spinsters a adivinhadores e praticantes de magia popular até aqueles iniciados nas reminiscências da religião pagã.  Os termos Maga (f), Mago (m), e Magi (plural) também significam “Bruxo(a)(os)” na Sicília.  Esses foram emprestados dos Magos Persas helenizados (Sacerdote / Milagreiro), e se refere (hoje) ao Sacerdócio da Antiga Religião.

Na Sardegna, tanto bruxas como fadas recebem o nome de Giane, que se refere às feiticeiras das cavernas do passado mítico.

Em tempos medievais, as crenças religiosas das bruxas eram conhecidas (entre os praticantes como ‘La Vecchia Religione’ (A Antiga Religião) ou ‘La societá di Diana’ (A Sociedade de Diana). Como um termo italiano mais moderno, temos ‘Antiche Usanze’ (Caminhos Antigos) – além de uma referência Inglesa/Americana poética, “O Povo do Grito da Coruja”.

Em prol da facilidade, irei o usar os termos, Bruxa, bruxo, bruxos e bruxaria neste artigo.

Raízes Históricas
 A Itália (como um país unificado) é uma inovação moderna que surgiu nos últimos 130 anos.  Para as especificidades culturais italianas, cada região e cidade tinha sua própria identidade.  A xenofobia era muito comum e a sociedade moderna fez pouco para mudar o fato.  Portanto, cada região e cada cidade – até mesmo cada família – pode ter a sua própria Tradição, com suas raízes distintas, seus métodos e seu “conhecimento secreto”.

O Sul da Itália teve, desde tempos antigos, um forte influxo de culturas gregas e etruscas.  Tais eram os numerosos templos no Sul da Itália e na Sicília que os historiadores deram à área o nome de “Magna Graecia” (ou Grécia Maior).  Além disso, houve uma forte influência fenícia e egípcia, através do comércio.  Com Roma, a influência dos cultos latinos começou a se enraizar, embora o Sul da Itália tenha mantido seu distinto saber não-romano através de sua história.

Podemos encontrar muitas evidências que ligam as práticas modernas da bruxaria a precedentes gregos e romanos.  Foi Ovídio quem notou que as bruxas se encontravam a noite para celebrar os Mistérios de uma Deusa Tripla.  As bruxas de Tessália começaram a prática da puxada da Lua do céu.  Theoricitus menciona que as bruxas da Grécia e do Sul da Itália faziam preces e encantamentos à Lua.

Nas Ilhas da Sicília e de Malta, você também encontra fortes traços do folclore francês e germânico, trazidos pelos invasores Normans.  Devido à presença da Igreja Católica e Ortodoxa Romana no Sul da Itália, antigas deidades foram identificadas com os santos.  Por exemplo, um festejo de Demeter antes acontecia no final de Julho – e se tornou cognato com as tradições católicas de Lammas (1 de Agosto) e a Festa de Maria, Rainha dos Céus (15 de Agosto).

Na América, com nossa sociedade multicultural/plural, diferentes culturas Italianas se misturaram (muitas vezes involuntariamente) até encontrar uma identidade comum.  O mesmo aconteceu com as tradições da Bruxaria provenientes da Itália e das Ilhas.

As Deidades
 Como muitas variantes da Bruxaria Tradicional, nosso foco religioso é a Deusa Mãe Diana, que reina (nas lendas populares) como a Rainha das Bruxas, um deus geralmente reverenciado tal como Apollo ou Sol Invictus.  Por conta do catolicismo, tornou-se comum referir-se como “Nossa Senhora” e “Nosso Senhor”.  (Historicamente, essa denominação nos permitiu operar com mais liberdade, ainda carregando uma conotação diferente entre aqueles que Conhecem).

 Também honramos nossos Ancestrais.  Geralmente, em forma de dois cultos (referentes aos cultos domésticos romanos): Os Lare e os Lasa.  Os Lare são os espíritos relacionados a nós através do sangue, ou como recentemente concebido, qualquer espírito originado de um ser humano.  Os Lasa são especificamente os Espíritos da Natureza, inclusive as raças faéricas, os anjos, e os seres elementais.  Eles recebem o status de ancestrais em parte porque eles precedem a humanidade, mas também pelas lendas que dizem que as primeiras bruxas foram resultado de casamentos entre humanos e Lasa.

O culto ancestral é praticado no altar doméstico (popularmente chamado de Altar dos Lare ou um nome semelhante), onde oferendas e preces são feitas diariamente.  Oferendas especiais são feitas como parte de ritos de passagem e apresentação.  As oferendas também são feitas ao ar livre, para os Lasa e os animais selvagens.

Além disso, cada manifestação regional traz suas ênfases particulares e suas Deidades locais.  Muitos também honram os santos católicos e os anjos – que se aproxima muito do culto ancestral (os santos foram humanos), ou pela identificação dos santos com as Deidades, ou simplesmente uma herança da magia popular católica.  Os cultos de “La Madonna Nera” (A Virgem Negra), do Arcanjo Miguel, e do Anjo da Guarda são especialmente populares.

Estrutura Ritualística
 Os rituais variam absurdamente.  A Bruxaria do Sul da Itália tem características muito folclóricas.  Geralmente, nossos festejos estão mais próximos ao termo “bruxas de cozinha” do que do alto gentio Episcopagão.  Na América, isso tem mudado através da influência da Wicca, da Golden Dawn, e das pesquisas acadêmicas junto aos antigos festivais religiosos da Grécia e de Roma.

Diferente da Wicca e do paganismo moderno, nós (historicamente) não temos sabás formais.  Nossos festivais eram e são aqueles da nossa região ou cidade.  Tais festivais vão de celebrações da agricultura (O Desabrochar da Almond em março, os Dias da Brasa, os Primeiros Frutos no final de julho/início de agosto, etc) a Festivais de santos (Dia de São Miguel, Dia de Todos os Santos, Epifania, etc.). A maioria dos eventos parecidos com os sabás são nossos ritos lunares – no caso, a Lua Cheia – que inclui assar pão, contar estórias, fazer oferendas, e dançar/cantar.

Entre alguns clãs e famílias, esses elementos são notavelmente xamânicos.  Em algumas noites, os membros atendem a chamados astrais e tomam parte da Caçada Selvagem com Diana no comando.  É possível que esse elemento xamânico tenha precedentes históricos.  No Cânon Escopi, a igreja medieval cita “algumas mulheres, iludidas por Satã, que acreditam que voam de noite na companhia de Diana, a Deusa dos Pagãos.”  Tal prática também está relacionada com os Benandanti, um culto do século XVI centrado no vôo espiritual e a batalha épica entre a Luz e as Trevas que ocorria nas mudanças de estação nos Solstícios e Equinócios.
 
Nossas ferramentas são as domésticas: tesouras para cortar as energias não desejáveis, chaves para abrir/fechar portas astrais, linha para amarrar, broches, potes e panelas da nossa cozinha, e por aí vai.  A lareira é especialmente sagrada para nós, representando a conexão entre os vivos e os mortos, e a presença dos Deuses.  Ela pode ser representada por um caldeirão em chamas, o fogão, ou a lareira da casa, ou como um sentimento não-explícito de Família.  Também trabalhamos com o tamborim – tanto como meio de manipular energia como uma forma de conversar com os espíritos.

Principais Crenças e Tenets
 * Nosso código de ética é muito simples, englobado em três fases: Honra, Respeito por todos, e Responsabilidade Pessoal.  Embora sejam simples, são laços, unindo toda a nossa prática junta, e se aproxima do conceito japonês de bushido.  Lealdade, honestidade e integridade são manifestações óbvias desse ethos.

*Um foco claro na Família, tanto de sangue quanto de espírito.

*Preservar nosso conhecimento oral e história mítica, ainda assim sendo adaptável e aberto a necessidades reais, pesquisa e eventos atuais.  Somos naturalmente sincréticos, evoluindo e crescendo lentamente, diferente de um ecleticismo que mistura tudo.

* Um foco matriarcal implícito.  A maioria dos iniciados ativos são geralmente mulheres, já que os homens seriam geralmente fora do campo, etc.

* Sexualmente, somos conservadores.  Sejamos gays ou heterossexuais, temos a tendência de celebrar relacionamentos e parcerias monogâmicas.

* A crença de que o poder mágico individual vem do Coração.  Identificamos esse Coração com a Honra de cada um, e como cada um enfrenta os desafios e os triunfos da vida.

* Valorização do sigilo da prática da Arte, não tanto por ser tradicional (apesar de ser), mas por nossa escolha de preservar a beleza e a integridade do que faz a nossa Família ser uma família.  E aqueles que quebrarem esse laço não-explícito violam os princípios popularizados como Omerta.

* Ritual e magia como (parte de) viver a vida, não somente como prática.

* A reencarnação acontece (geralmente) dentro da família, ou dentro de um grupo de almas familiares.  Nós identificamos a Terra do Verão da crença teosófica moderna como a antiga Sumer, expressando a esperança de voltar para um ideal de vida encontrado no Berço de Toda a Civilização.  Alguns, se inspirando na Sabedoria Grega, acreditam em um pós-vida geral (a Mansão de Hades), um paraíso para Bruxas e Heróis (Elísio), e um local de punição para os malignos (Tártaros).

* Enquanto a maioria de nós reconhece algum tipo de lei cósmica análoga ao karma Oriental, concordamos mais com os antigos conceitos de Destino.  O Destino pode ser definido como um momento de escolha.  Em outras palavras, para cada escolha que fazemos e (em) cada ação que executamos, há uma conseqüência.  Se alguém ameaçar nossos amados, nada vai nos impedir de garantir que a justiça seja feita.  Nesse ponto, concordamos com o ethos que diz que “deixar que o mal continue existindo permite que mais mal seja feito, e aqueles que permitem isso são tão culpados quanto os malfeitores originais.”

Organização
 A estrutura principal é a Família.  Os membros mais velhos da família governam como “chefes de família”.  Indivíduos externos podem ser trazidos para dentro através de um ritual de adoção.  Os ritos formais de elevação geralmente ocorrem muito mais tarde, pois acreditamos que a experiência de vida é o que conduz ao Sacerdócio.  Recentemente, na América, alguns clãs e facções adoraram elementos da Wicca Tradicional Britânica, especialmente no tocante à estrutura de Coven, como forma de ensinar aqueles fora da estrutura da família.  No entanto, a crença central é de que, diante dos Deuses, todos são iguais.  A nudez ritualística geralmente não é praticada – em parte pelos valores conservadores italianos, mas também pelo maior foco na família do que na fertilidade.

Por um lado, a maioria dos Streghe reconhece e aceita como colegas aqueles que se dedicam aos Deuses e verdadeiramente procurar viver na Bruxaria de seu próprio modo.  Por outro, se você afirma ter status hereditário, você tem que ter passado pelos ritos necessários de passagem para validar essa afirmativa.  Apesar de cada família ser diferente, existem certos aspectos (crenças e práticas) que são comuns e servem como prova de fogo.  Por esses aspectos, diferenciamos aqueles que são sinceros daqueles que são fraudes.

Palavra final de agradecimento
 Esse artigo não seria escrito sem a ajuda, incentivo e inspiração de numerosos Anciãos, Professores, Amigos e Sacerdotes.  Os principais foram: o Ver. Lori Bruno, pastor do “Our Lady and our Lord of the Trinacrian Rose” (Nosso Senhor e Nossa Senhora da Rosa Trinácria), que dividiu comigo as lendas e o conhecimento, a sabedoria e a compaixão; Aradia, ‘mi madre in la stregheria’, que me levou até a Encruzilhada que terei que trilhar sozinho; e todos os meus tios e primos da grande família de La Vecchia Religione di Italia.  Que os Grandes Deuses e Deusas mantenham, ergam e protejam a vocês, agora e sempre;

Fontes para Maiores Informações

Fontes online

(Our Lady and Our Lord of the Trinacrian Rose Church – Bruxaria da Sicília do Mundo Antigo.  A pastora, Rev. Lori Bruno, é uma strega-maga hereditária, uma excelente cozinheira, e uma sacerdotisa incansável a serviço de Seus Deuses.)

(Site Wytches’ Hill e Befana’s Broom, com informações gerais de La Vecchia Religione).

(The Temple of Diana, INC., com base em Porto Rico, e tem um belo material devocional para Diana e Apollo).

*Fontes em Livros:

Bonefry, Yves. Roman and European Mythologies.
Burkett, Walter. Greek Religion.
Davidson, Gustav. Dictionary of Angels.
Davies, Morganna and Lynch, Aradia. Keepers of the Flame.
Elworthy, Thomas. The Evil Eye.
Frazer, Sir James. The Golden Bough.
Ginzburg, Carlo. Ecstasies – Deciphering the Witches’ Sabbath.
Ginzburg, Carlo. The Night Battles.
Gwynn. A Light in the Shadows - A Mythos of Modern Traditional Witchcraft.
Johnsons, Sarah Illes. Hekate Soteira.
Kerenyi, C. The Gods of the Greeks.
Kinsgley, Peter. In the Dark Places of Wisdom.
Leland, CG. Aradia: Gospel of the Witches.
Leland, CG. Etruscan Roman Remains.
Martello, Leo. Witchcraft: the Old Religion

*Nota de rodapé:

Infelizmente, o conhecimento oral e as estórias das quais dependo não podem ser validadas por ninguém além daqueles já no Saber.

Mais uma vez, eu me sinto grato aos Anciãos, Sacerdotes e Professores que me inspiraram, me guiaram, e que concluíram que um artigo geral sobre a superfície da Bruxaria do Sul da Itália era uma grande idéia.

Além disso, admito ser inapto à palavra escrita.  As Tradições Italianas têm sorte de ter um grande volume de suporte histórico de registros clássicos e medievais.  Aqueles interessados em aprender mais devem visitar os sites e os livros sugeridos acima.  Também recomendo a leitura de Ovídio, Virgílio, Horácio, e aqueles tomos empoeirados de História e folclore amados por antropólogos mas ignorados pelo resto da sociedade.

Cordialmente,

CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL
http://www.bruxariatradicional.com.br/

quinta-feira, 26 de maio de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - A ARTE segundo a filosofia

Alguns filósofos levaram a arte e as experiências tão a sério, valorizaram-nas tão profundamente que as aproximaram da educação, criando propostas para um melhor desenvolvimento do ser humano.

Acreditavam que, para haver esse desenvolvimento e até mesmo para podermos superar os problemas sociais, seria indispensável que valorizássemos mais o processo educativo...   
    
Propuseram, assim, em diferentes épocas, modelos variados para atingirmos a formação ideal do homem, nos quais, muitas vezes, era indispensável a associação entre arte e cultura.

Essa associação geraria um maior cultivo da espécie homem, como afirmou o filósofo alemão do século XIX Friedrich Nietzsche...

...entendendo a cultura como o cultivo das características que identificam as pessoas em um determinado grupo, como um povo, por exemplo.   

  Filósofos de diferentes épocas da história da filosofia se empenharam nesse empreendimento de unir arte, cultura e educação, valorizando, especialmente para a formação do indivíduo. 
Att.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - O Evangelho do Enforcado

Imagem

Título: O Evangelho do Enforcado
Autor: David Soares
Páginas: 365
Editora: Saída de Emergência

Sinopse:
Nuno Gonçalves, nascido com um dom quase sobrenatural para a pintura, desvia-se dos ensinamentos do mestre flamengo Jan Van Eyck quando perigosas obsessões tomam conta de si. Ao mesmo tempo, na sequência de uma cruzada falhada contra a cidade de Tânger, o Infante D. Henrique deixa para trás o seu irmão D. Fernando, um acto polémico que dividirá a nobreza e inspirará o regente D. Pedro a conceber uma obra única. E que melhor artista para a pintar que Nuno Gonçalves, estrela emergente no círculo artístico da corte? Mas o pintor louco tem outras intenções, e o quadro que sairá das suas mãos manchadas de sangue irá mudar o futuro de Portugal. Entretecendo História e fantasia, O Evangelho do Enforcado é um romance fantástico sobre a mais enigmática obra de arte portuguesa: os Painéis de São Vicente. É, também, um retrato pungente da cobiça pelo poder e da vida em Lisboa no final da Idade Média. Pleno de descrições vívidas como pinturas, torna-se numa viagem poderosa ao luminoso mundo da arte e aos tenebrosos abismos da alienação, servida por uma riquíssima galeria de personagens.


Opinião:
O Evangelho do Enforcado é a simbiose perfeita do romance histórico com o Fantástico! O início da leitura foi atribulado.Caí na Idade Média portuguesa e fui atingida pela sua brutalidade, pela ignorância das gentes, pela superstição reinante e pela vida paupérrima. As cores e os cheiros do século XV causam estranheza e até repulsa porém, houve algo que me impeliu a continuar. O estilo muito próprio de David Soares. Uma escrita fabulosa que narra a história do provável autor dos chamados Painéis de S. Vicente, Nuno Gonçalves. O pintor é retratado como um psicopata. Maravilha-se com a morte e com tudo o que a rodeia desde da infância. Todavia, um encontro com uma identidade "sobrenatural" enchê-lo-á de terror. Abandona Embraçadura, a aldeia onde nasceu e segue para Lisboa. Além de Nuno Gonçalves, outras figuras históricas da época são abordadas de maneira pouco convencional como por exemplo, a Ínclita Geração composta por Eduarte, Pedro, Henrique, Isabel e Fernando. David Soares destrói a imagem ideal e torna-os mais humanos, cruéis, ávidos, são desnudados de tudo o que é perfeito na realeza. A transformação do infante D. Henrique num homem preverso e manipulador pode chocar e revoltar alguns.Porém, esta dinâmica crua é estranhamente cativante. No centro, continua a estar o famoso painel que influenciará o rumo da História. A arte é a única coisa que é capaz de vencer de morte. Capaz de vencer a morte e de imortalizar o autor, Nuno Gonçalves. A par desta famosa obra, ele dedica-se a outro trabalho que acredita ser o seu melhor. É um livro duro que quebra as linhas outrora, certas da História. Dogmas, previamente estabelecidos, são estilhaçados e tudo o que julgávamos ser verdade, é mentira. Aquela repugnância inicial que senti, desapareceu à medida que avançava e acabei por adorar este registo diferente do Evangelho do Enforcado. Até na última página do romance, foi surpreendida com o surgir de um rapazinho chamado Diogo Boytac que Nuno Gonçalves aconselha.Um encontro entre dois personagens que ficaram imortalizados pela sua arte!

BRUXARIA TRADICIONAL - A MALDIÇÃO DE STRIX

Strix (pl. Striges ou strixes) palavra grega para coruja. No folclore era considerado uma ave de mau agouro que se alimentavam de carne humana e sangue, um produto da metamorfose .

Histórias clássicas

O primeiro conto escrito do Strix é do Ornithologia do autor grego Boios , que é parcialmente preservado em Antonino liberalis s Metamorphoses. Este conta a história de Polyphonte e seus dois filhos, Oreios e Agrios, que foram punidos por seus canibalismo, e foram amaldiçoados a se transformarem em animais selvagens.

Polyphonte tornou-se um strix "que chora de noite, sem comida ou bebida, com a cabeça a seguir dicas do alto por um prenúncio de guerra e conflitos civis para os homens". A primeira alusão latina está em Plauto's Pseudolus, datado de 191 aC em que um cozinheiro, descrevendo a cozinha de seus inferiores, compara  sua ação ao das Striges, ou seja, estripar uma infeliz vítima. Horácio, em sua Epodes, torna mágica as propriedades das strix dizendo que suas penas fazem parte de um ingrediente para uma poção do amor.

Seneca, o Jovem , em seu Hercules Furens, mostra a habitação de Striges na periferia de Tartarus . Ovídio conta a história de Striges atacando o lendário rei Procas em seu berço, e como foram repelidos com medronho e aplacada com a carne de suínos, como uma explicação para o costume de comer feijão e bacon no calendas de Junho.

Embora as descrições sejam abundantes, o conceito de strix no entanto é vago. Plínio, em sua História Natural, confessa ter pouco conhecimento sobre o assunto, ele sabe que o nome foi usado como maldição, mas além disso ele só pode afirmar que o contos citam que os strix amamentam seus filhotes (mamíferos ?)

A lenda sobre os strix sobreviveram na Idade Média , como registrado em Isidoro em Etymologiae, e deu o nome e atributos para a Striga (bruxa) e strigoi - o vampiro romeno.

Att.
Conselho de Bruxaria Tradicional
http://www.bruxariatradicional.com.br/

terça-feira, 24 de maio de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Novas Fotos! Evento Cirandda de Sábios

Já esta no site do Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil , as fotos do evento realizado nos dias 21 e 22 de maio!

O evento contou com grandes lideranças do mundo ocultista, um evento conceituado que promoveu e informou um grande número de praticantes e simpatizantes de magia.

O Conselho de Bruxaria Tradicional também teve o prazer de estar com duas palestras no Espaço Cirandda da Lua, casa que tem a frente Soraya Mariani.


Cordialmente,

BRUXARIA TRADICIONAL - Divulgação de Livro - Bruxaria e Magia na Europa

Bruxaria e Magia na Europa - Grécia Antiga e Roma

Estamos divulgando alguns livros que acreditamos venham a agregar de forma coesa os fatos históricos, antropológicos, teologico e social sobre a religiosidade na Bruxaria.

Bruxaria e Magia na Europa – Grécia Antiga e Roma



Você sabe como a demonização política da magia no fim do Império Romano se compara à associação da Bruxaria com o diabo? Sabe por que a magia chamou a atenção dos imperadores e príncipes? Será que eles não estavam mais satisfeitos em governar apenas os corpos e o trabalho de seus súditos, querendo controlar também suas paixões e credos?

É possível que a magia antiga tenha sido afetada pelas várias influências de uma multiplicidade de deuses e cultos pagãos? Os gregos realmente acreditavam em seus mitos?

Essas e muitas outras indagações serão respondidas em Bruxaria e Magia na Europa – Grécia Antiga e Roma, um livro que se vale de filosofia, direito e religião para fazer um percurso na história da Bruxaria, abordando desde a era heróica de Homero até o fim do império ocidental de Augustino e Teodósio.
Encantamentos de amarração: placas de maldições e bonecas de vodu nos mundos grego e romano Bruxos, bruxas e feiticeiros na literatura clássica Magias imaginativas grega e romana Demonizando a magia e a feitiçaria na Antiguidade Clássica: redefinições cristãs das religiões pagãs – estes e muitos outros assuntos são o ponto de partida deste livro que traz um registro histórico a respeito da Bruxaria e da Magia na Europa.

Cordialmente,
Conselho de Bruxaria Tradicional
http://www.bruxariatradicional.com.br/

BRUXARIA TRADICIONAL - Considerações sobre a Bruxaria Moderna

Inscrições XV Semana de História da UECE

segunda-feira (30/05) às 20:30h

O Mágico e o Historiográfico: Considerações sobre a Bruxaria Moderna.
Ministrante: Paulo Ricardo Borges Fernandes.

Resumo: O mini-curso aborda a Bruxaria Moderna dentro da sociedade e da conjuntura política, social, cultural, filosófica e religiosa do recorte temporal que vai das últimas décadas do século XIX até os dias atuais. Bebendo de antigas tradições e arrematada com criações advindas da erudição e a criatividade de seus idealizadores, a Wicca tenta se estabelecer, unindo elementos das mais diversas escolas esotéricas da modernidade, mas busca no período neolítico o seu marco fundador, dizendo-se filha das antigas práticas pagãs dos povos da antiga Europa, aos motes do que Hobsbawn chamaria de “A Invenção das Tradições”. Nesta tentativa, os bruxos modernos empreendem a difícil tarefa de desconstruir as imagens das bruxas medievais e das feiticeiras do período moderno, mostrando a prática como um culto às forças da natureza. Suas bases são lançadas com Leland, Murray e Graves, mas se sedimenta como religião com Gardner. Sanders rompe com o “purismo” gardneriano por um lado e Valiente com a miscelânea religiosa e a falta de cuidado com a criação das origens da religião por outro. Sob a autorização dos gardnerianos, em 1962, Buckland espalha a crença por toda a América do Norte, onde encontra solo fecundo para se desenvolver, encontrando em Budapest a sua face de ativismo político-feminista, trazendo um patriarcalismo às avessas, amenizado e romantizado por Starhawk, sem perder seu caráter de luta pela libertação feminina e resgate do respeito masculino, e encontrando uma popularidade maior com o ecletismo de Cunningham. O cinema aparece como meio de difusão das novas crenças, sobretudo na juventude, criando o estigma da Wicca ser uma religião de adolescente e faz com que autores de má-fé se aproveitassem dos ávidos neófitos na “Arte Antiga”. Com seu crescimento, a religião acaba entrando em contato com outras religiões, dentro de instituições ecumênicas e de proteção ao planeta das catástrofes ocasionadas pelo “progresso”. A Wicca se estabelece no Brasil no final da década de 1990 e cria um marco fundador há poucos anos, por lhes faltar um, com base numa tradição hegemônica, mesmo que se percebam praticantes anteriormente. Por último, veremos no que acreditam os wiccanianos, e tentar responder à pergunta: “O que fazem as bruxas?”.
Fonte:http://www.caldeirao.org/2011/05/inscricoes-xv-semana-de-historia-da.html

segunda-feira, 23 de maio de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Perguntas e Respostas

1 - Quais os princípios da Bruxaria Tradicional (Folk, de Raiz ou Campesina).

- Paganismo;
- Politeísmo (culto específico de Deuses - raras misturas);
- Não Maniqueísta (Bem X Mal - Luz X Trevas);
- Preservação de Costumes/ Folclore;
- Raiz regional Européia;
- Magia Natural;
- Culto às manifestações da Natureza;
- Reconstrucionismo Europeu (antropologia/ arqueologia);
- Culto não homogêneo embora restrito a Europa;
- Sem símbolo ou livro sagrado.
- De caráter iniciático e ancestral.


2 - O que é Bruxaria?

- 2.1 - Etimologia:
Bruxaria - É um derivado de bruxa, cuja origem até hoje não foi determinada com precisão. Embora alguns autores tentem provar que o vocábulo proveio do latim, o mais provável é que ele já existisse em algum dos dialetos falados na Península Ibérica antes da chegada dos romanos, como foi o caso de bezerro, cama, morro e sarna. Esta hipótese é reforçada pelo fato de só aparecer nas línguas ibéricas
(português bruxa, espanhol bruja, catalão bruixa); se viesse do latim, deveria também estar presente no francês (que usa sorcière) e no italiano (que usa strega), que também pertencem à família das línguas românicas.


- 2.2 Conceito de Crença:
Bruxaria é uma das diversas crenças advindo do conceito paganismo, sua essência são os cultos pré-cristãos nascidos no continente europeu, onde suas bases é o politeísmo, a ancestralidade, o folclore regional (costumes, práticas e espiritualidade de um povo). Encontramos dentro desta senda o culto de magia natural, a herbalogia, o artesanato, folclore e o contato espiritual homem/ natureza.


3. O que é Tradição?
- tradição tra.di.çãosf (lat traditione) 1 Ato de transmitir ou entregar. 2 Comunicação ou transmissão de notícias, composições literárias, doutrinas, ritos, costumes, feita de pais para filhos no decorrer dos tempos ao sucederem-se as gerações. 3 Notícia de um feito antigo transmitida desse modo. 4 Doutrinas, costumes etc., conservados num povo por transmissão de pais para filhos. 5 Conjunto de usos, idéias e valores morais transmitidos de geração em geração. 6 Memória, recordação, símbolo. 7 Dir Ação pela qual se faz a entrega real ou fictícia da coisa que é objeto de um contrato. 8 Dir Modo derivado de adquirir o domínio da coisa móvel, pela sua transferência, do poder do alienante para o do adquirente. 9 Rel catól A palavra de Deus não escrita, transmitida de viva voz à Igreja, e vinda de geração em geração até hoje, pela voz da Igreja, nos seus ensinamentos, nas suas orações e na sua disciplina. T. de disciplina: a que tem relação com certas disciplinas e ritos como a missa, os sacramentos, as orações, as práticas puramente disciplinares. T. de fé: V tradição doutrinal. T. doutrinal: tradição em que se baseia a religião e os dogmas. T. escrita: testemunho que, sobre um ponto importante, confirmam os livros sucessivamente publicados. T. oral: a que só consta pelo que se diz, não estando consignada em documentos escritos. Tradições nacionais: os grandes fatos da história de um país.

4 - Existe uma apenas Bruxaria Tradicional?
- Existem diversas linhas baseadas na Bruxaria Tradicional, todas têm em sua origem o território europeu, entretanto focamos nas crenças anteriores a visão distorcida da Igreja Católica que transformou essas crenças em feitiçarias de malefícios, uma forma pejorativa e limitada a marginais tendo como foco o culto ao demônio.

5 - A Bruxaria Tradicional acredita no Diabo?
- Não acreditamos no Diabo, pois a sua criação acontece no período de dominação cristã.

6 - A Bruxaria Tradicional acredita em anjos e demônios?
- Não acreditamos na mitologia judaico/ cristã.

7 - Bruxaria Tradicional é Celta?
- Não, a BT é um agregado de crenças de diversos povos que nasceram na Europa.

8 - Bruxaria é Feitiçaria?
- Não, feitiçaria são operações mágicas que acontecem no mundo todo, e na maioria das crenças tradicionais, portanto na Bruxaria também é comum o uso de procedimentos mágicos, entretanto não apenas isso.

9 - Bruxaria Familiar é o mesmo que Bruxaria Tradicional?
- Não, Bruxaria Familiar são crenças específicas contidas em clãs na Europa, esta espiritualidade é regionalizada num local específico, com procedimentos muito próprios. Já a Bruxaria Tradicional é um agrupamento de pessoas, sejam bruxos familiares, agregados ou magistas, que focam num estudo mais estruturado e hierárquico. Estes grupos tendem a focar num trabalho sério de estudo de crenças, focando em uma macro região, buscando dentro da espiritualidade de um determinado povo antigo. Existem também versões tardias de Bruxaria Tradicional dissidentes de movimentos neo-pagãos, porém não existe compatibilidade de crenças.

10 - Quais são as bruxarias tradicionais existentes?
- Geralmente, são colocadas conforme o local de origem, encontramos assim a Bruxaria Tradicional Ibérica, Bruxaria Tradicional Irlandesa, Bruxaria Tradicional da Cornualha, entre outras.

11 - Existe Bruxaria Tradicional baseada em um magista?
- Por vezes o termo Tradicional se refere à Ordem Iniciática, dentro desta questão, existem diversas linhas baseadas em nomes de magistas ou criações destes, entretanto deixamos claro, que nossa visão de tradicional tem haver com um agregado de crenças nativas.

12- O que é o Conselho de Bruxaria Tradicional?
- O Conselho é uma Instituição que objetiva a fraternidade entre grupos que buscam interação, cooperação e conservação das crenças anteriores ao cristianismo na Europa, chamadas assim de Crenças da Floresta. Suas bases são o paganismo, o politeísmo, a conservação e resgate de tradições e consequentemente a ancestralidade. O Conselho não visa lucros, sendo assim uma Sociedade de Mistérios e Filantropia.

Fonte: http://www.bruxariatradicional.hd1.com.br/faq.htm

BRUXARIA TRADICIONAL - Vida Ilusória

 


Ao mesmo tempo que a realidade é uma fábula, simulações e enganos são considerados como as verdades mais sólidas.


Se os homens se detivessem a observar apenas as realidades, e não se permitissem ser enganados, a vida, comparada com as coisas que
conhecemos, seria como um conto de fadas ou as histórias das Mil e Uma Noites.

Se respeitássemos apenas o que é inevitável e tem direito a ser, a música e a poesia ressoariam pelas ruas fora.

Quando somos calmos e sábios, percebemos que só as coisas grandes e dignas têm existência permanente e absoluta, que os pequenos medos e os pequenos prazeres não passam de sombra da realidade, o que é sempre estimulante e sublime.


Por fecharem os olhos e dormirem, por consentirem ser enganados pelas aparências, os homens em toda a parte estabelecem e confinam as suas vidas diárias de rotina e hábito em cima de fundações puramente ilusórias.


Vida Ilusória - HENRY DAVID THOREAU

BRUXARIA TRADICIONAL - A Caveira do Crânio Rachado

Caro leitor curioso! Este título é mais um dos diversos que temos visto quando o assunto é Bruxaria Tradicional, outro dia lendo alguns artigos sobre o tema, mais um texto falando que o Diabo é o pilar central de muitas vertentes da Bruxaria Tradicional (?).

Nesse clima de sangue jorrando, caveiras soltas, demônios, vampiros e lobisomens traçamos o perfil dos filmes de entretenimento do gênero terror, não meu caro leitor! Nenhum bruxo de carne e osso tem isso como filosofia de vida, alguns tem como entretenimento, seja por gosto da indústria cinematográfica outros da bibliográfica, mas sem dúvidas esse faz de contas esta bem longe de uma peregrinação de um caminho sábio e ancestral.

Nós não acreditamos em Diabo, nem em Lúcifer (anjo caído do Deus Católico), não temos ligação com o judaísmo, não acreditamos em "vertentes diabólicas de Bruxaria Tradicional" ou derivações da Bruxaria Tradicional ecléticas, pois as diferenças que existem de culto estão baseadas exclusivamente na regionalidade e na linha de tempo, fora disto temos apenas inspirações, algumas mais fantasiosas outras estranhamente desconectas, entretanto como o nome é genérico não existem restrições, tal como os confusos termos, "antigo", "ofício", "arte", entre outros.

Na maioria do que temos visto em torno das últimas décadas não passam de contos literários, algo como H. P. Lovecraft (1) e seu gênero de terror místico, pouco ou nada há de se levar a sério, afinal nenhum magista iria escrever e divulgar sobre algo realmente precioso ou ligado a magia diretamente, por sentimentos óbvios de preservação, de propriedade ou responsabilidade.

É fato que o marketing do proibido e oculto sempre vendeu muito bem, das sociedades secretas, que não são nada anônimas, tem norteado muitos aprendizes pela busca curiosa e chegando lá encontra as mesmas situações antagônicas e comuns das diversas redes místicas.

E para quem busca algo realmente plausível qual o caminho a se tomar? Primeiramente não existe peregrinação sem o primeiro "ato" que chamamos de auto-conhecimento, este final de semana, depois de algumas palestras sobre o tema Bruxaria Tradicional obtive uma resposta que me surpreendeu, o expectador sabia quem era! Sim, confesso que fiquei surpreendido, afinal de contas, a maioria vem com seus zilhões de títulos iniciáticos e cada um mais antigo que o outro, até que enfim uma resposta simples e coesa!

Então acreditem, saber quem se é demanda tempo de reflexão, não se inicia nenhuma jornada sem o auto conhecimento! Depois disto se deve partir para o trabalho das matérias acadêmicas, a reconstrução da árvore genealógica, e claro, procurar pessoas e instituições sérias! Eu sei, você não encontrou nada que pudesse fazer sentido em meio ao rebuscado mundo esotérico, entre neo-paganismo e demonologia, então vai a dica de algo criado recentemente e que pode ser uma frente para suas pesquisas, estamos falando do CBT (Conselho de Bruxaria Tradicional) crescendo cada vez mais em terras brasileiras, gerando oportunidades e promovendo uma visão alternativa no quesito crenças tradicionais.


(1) Howard Phillips Lovecraft escritor norte-americano celebrizado pelas suas obras de fantasia e terror, marcadamente gótico, enquadrados por uma estrutura semelhante à da ficção científica.
http://www.sitelovecraft.com


Cordialmente,

sexta-feira, 20 de maio de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Multidao queima pessoas acusando de bruxaria

Multidao queima pessoas acusando de bruxaria!

Até quando teremos este tipo de discriminação e intolerância religiosa, fica aqui o nosso compromisso de luta contra a criminalidade e marginalização.






Por um caminho de dignidade e busca de direitos religiosos, abrace essa causa!

CRÍTICA - Assim fica fácil! Pedigree para todos!

Recebemos um email de uma lista ocultista, e sinceramente ela não deve ser moderada, pois como moderadores de uma das mais respeitadas listas do yahoogrupos no contexto magista ficaríamos envergonhados se isto fosse vinculado em nosso grupo. Entretanto, isto reflete bem a cara e os anseios de nossa sociedade em busca desesperada por títulos, pedigrees e status, é a superficilidade e a falta de entendimento sobre a vida e a magia que tornam esses processos comerciais tão divulgados e aceitos entre pessoas despreparadas, onde o título é o objetivo e não o conhecimento.

Veja o email abaixo!



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