terça-feira, 19 de novembro de 2013

BRUXARIA TRADICIONAL: Os dizeres do Mestre


Onde estão os mestres que buscamos? E onde estariam os aprendizes que os mestres procuram? A pergunta principal é? Você realmente quer ser um mestre ou um aprendiz? E ai é onde a "porca entorta o rabo", a grande maioria de nós não esta disposta a assumir responsabilidades e ter comprometimentos, estamos tão intimamente ligados as nossas necessidades emocionais que pouco ou nada nos preocupamos com nossos semelhantes, sejamos sinceros! Imagina como é penoso para qualquer crença ancestral com tantos apontamentos e treinamentos quanto a combater nossas necessidades emocionais pode se tornar cansativa para ambos os lados?

No final das contas todo mundo quer ser amado e incentivado, mas a vida não é assim e as práticas mágicas antigas nasceram para tornar homens comuns em homens mágicos e isto requer muito suor e lágrimas.

Outro dia refletia sobre esta questão no carro quando em um programa daqueles meio místicos, meio de auto ajuda, uma mulher de voz anasalada e com tendências religiosas do oriente atendendo diversas ligações onde ninguém respondia o "Como você esta?" de forma positiva, alias todas queriam respostas que elas mesmas poderiam chegar se tivessem um momento de reflexão.

Outro dia estava em um encontro empresarial de quatro dias, onde houveram diversas palestras e estava responsável por organizar o evento; um colega espanhol de trabalho chegou bufando, perguntei a ele o que havia acontecido e ele me disse que as pessoas tinham criticado sua apresentação, e com os nervos a flor da pele me pediu uma opinião sobre a sua apresentação. 

Eis que entendi mais um grande ensinamento, às vezes as pessoas não procuram a sinceridade, procuram apoio e sendo assim ocultei a minha sinceridade objetiva e disse que não se preocupasse com a opinião alheia, sendo assim ele me olhou agradecido, deu um sorriso e voltou para suas funções no evento.

Tirando então um resumo da audiência da rádio e do colega de trabalho, ambas as situações não estavam em busca de verdade, pois a verdade seria devastadora, no lugar colocamos o ópio da humanidade, a sua boa dose de ilusão calmante, de luz, de amor fofinho, de pirações energéticas  e que levará as pessoas a serem salvas por algum ser iluminado ou um espelho distorcido onde elas irão sacrificar a dor do aprendizado e crescimento por um tapinha nas costas e aquela famosa frase "Tudo vai melhorar, basta ter fé", o problema é que as pessoas em sua maioria não possuem nem fé, tem é desespero e elas também não vão colocar a mão nas rédeas da sua vida, pois sempre estarão em busca do salvador, do mestre, do pai, do ser que fará isso por elas, e ali criarão a dependência de se colocarem sempre como espectadores de suas próprias vidas.

Mas voltando ao programa de rádio, a senhora mencionou um ponto de conhecimento que gostei bastante e que vou apelidar de parábola do mestre, que dizia mais ou menos assim:

Um jovem aprendiz vendo o seu mestre sentado na montanha
Chegou-se a ele tentando ansiosamente buscar mais conhecimento
O mestre contemplava o céu em sua introspecção

Aprendiz: Mestre quero aprender com o senhor a falar com os deuses
O mestre se manteve em silêncio

Aprendiz: Mestre quero falar com as árvores, com os seres espirituais, ver as energias...
E o mestre se manteve em silêncio

Aprendiz: Mestre me fale como posso fazer isso?
E o mestre continuou em silêncio

O aprendiz todo inquieto, impulsivo e ansioso pergunta novamente.
E o mestre responde
- Aprendiz eu estou lhe dizendo o tempo todo, mas você não ouve!
O seu problema é que você não escuta e fala demais.....


O que é colocado é que a Bruxaria é uma religiosidade que cabe muita contemplação e que existe muito conhecimento no silêncio, pois é no silêncio que podemos escutar e refletir e somente com este pensar podemos chegar a uma verdade que acalente a nossa alma.

Estava vendo a senhora da rádio dizer que a religiosidade dela mora no silêncio, e isso me fez refletir que bem provavelmente a grande maioria das crenças tradicionalistas morem no silêncio também.

Então vamos contemplar o silêncio e seguir nosso caminho com uma espiritualidade sadia, sábia e produtiva.




Um grande Abraço Fraternal,

Ricardo DRaco
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