sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Bruxaria Tradicional: Fotos do Festival de Beltane

Seguem algumas fotos do Festival de Beltane realizado em Juquitiba/ SP pela CLÁN Dragones - Círculo de Bruxaria Tradicional Ibero-Celta.

Altar de Consagração ao Deus Belenos e Cernunnos, Senhor dos Grandes Cascos.

Fogueira de Belenos, profecia, cura e sabedoria.

Respeito e dedicação, comprometimento e harmonia.

Sacerdócio a iluminar o caminho, salve a peregrinação da alma bruxa.

No Reino da Floresta, peregrinos caminham e atravessam Mundos.


Mais fotos no site do CBT (Conselho de Bruxaria Tradicional)


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

BELTANE – Os Senhores da Terra - Final


<Artigo anterior>  .....sobre o tempo da vela no quintal eu.... observava com ternura o balançar da vela sobre o vento da noite e então a vela se apagou no romper das horas, o silêncio pela casa, pessoas deitadas admiravam as suas visões sobre os mundos, suas buscas, seus conflitos, o silêncio era apenas rompido pela música do ambiente e pelos passos cuidadosos dos gatos que tomavam conta pela casa a dar suporte a todos que levantavam às mãos, porém não houve mãos estendidas, todos estavam em belo barco sobre águas plácidas e cristalinas na rota do saber, pois a rainha veio em forma de mel e tão doce era o seu navegar que somente poderia ser igualada a uma folha que cai sorrateiramente sobre um lago de luz prata, navegando ao rumo da brisa e nada mais e nada menos que o próprio êxtase que fluía sobre tudo e todos.


Com o passar do tempo fomos acendendo as luzes da casa, e a penumbra dava lugar a luz da varanda e da cozinha, pessoas abriam os olhos, algumas não queriam sair do trabalho, outras estavam famintas para conhecerem os pratos saborosos que gentilmente todos, sem exceção, trouxeram e de maneira fraterna foi dividido o alimento. Mas o alimento ao qual todos vieram não era o pão e sim o vinho da vida, o que alimenta a alma e sendo assim, muitos foram aos seus quartos e ali permaneceram até o dia seguinte.




AO DIA SEGUINTE (Domingo)

Acordamos de maneira preguiçosa, cama boa fizera meu ninho e confortavelmente me levantei, me estiquei feito um gato preguiçoso, bocejei e joguei os braços para cima, minha surpresa e que todos já estavam acordados... - Mas que horas são? Pensei... eram 8 horas e todos já estavam a conversar na sala da lareira, comemos e comemos! Ah como é bom! O sabor dos alimentos se fazia mais vívido, e lá em círculo conversamos, alguns sobre suas dificuldades, outros sobre o aprendizado, outros contentes com a descoberta do seu alimento, alguns confirmando certas questões e até o relato de brigas interiores, claro que sempre em um tom de alegria e as vezes brincadeira, tal como amigos fazem em um dia de muitas alegrias, terminamos nossas explicações, argumentamos sobre outras e fizemos o ritual de termino, contudo havia uma notícia muito especial e que foi dita como promessa de um bruxo que sempre buscou cumprir suas obrigações! Mas esta estória contamos na próxima semana! Aguardem!

Fechamos a casa e saímos felizes, o céu nos mandava um chuvisco que me pareceram lágrimas de saudades unidas a promessa de regressar para o próximo encontro.

Logo enviaremos fotos! E esperamos que um dia possa sentir em seu coração a mesma vontade que motivou a muitos buscarem esse caminho, sejam bem vindos a esta pequena cabana na montanha da espiritualidade!

Que assim seja, com bênçãos, alegrias, sabedoria e êxtase!
Ricardo DRaco






quarta-feira, 28 de novembro de 2012

BELTANE – Os Senhores da Terra part.2


(parte1)... Aproveitei o entardecer para descansar e observando do quarto via o por do sol cair sobre as montanhas, uma sensação de harmonia e tranquilidade unida a uma cama aconchegante. Tive a oportunidade de escutar a mudança de músicos da natureza, o que era antes o som dos pássaros deu vazão ao coachar dos sapos e o canto dos grilos e assim a paisagem foi mudando e as dançarinas da noite brilhavam no escuro em tons esverdeados, no começo poucos vagalumes, mas eles foram se achegando e ficavam nas margens do lago em uma frenética dança entre piscar e apagar na noite.

Voltei ao grupo que estava reunido na varanda, digo que fiquei muito contente ao vê-los, todos atentos e famintos pelo conhecimento e pelas experiências que ansiavam durante todo o pré-ritual, e lá expliquei sobre os procedimentos das ervas de poder, a cultura, o feitio, a essência, sobre a espiritualidade e até as questões folclóricas e mitológicas dos deuses celtas que ali iríamos cultuar.

Passada a conversa começamos a agilizar o ritual, todos colocaram suas lindas roupas bruxescas, embaladas pela luz, outros pelo fogo, roupas esvoaçantes que no andar elegante se tornavam vibrações, brisas e entonações junto ao portal de fogo, ali ervas sagradas eram jogadas, e as pessoas se benziam, passavam de olhos fechados, abriam os braços e logo à frente a grande fogueira da consagração.

E lá houve a devoção de uma peregrina, um iniciar perante os deuses, seu sorriso iluminava o ambiente, e girava em volta das labaredas da fogueira, ajoelhada em respeito devotava seu amor a grande jornada da Bruxaria Tradicional; o solo confortável logo pediu generosamente a sua presença, com os braços afastados sorria como criança perante toda a beleza que se abrira perante seus olhos.

Ninfas e sátiros apareceram, dançavam com as pessoas, vibravam e motivavam para a dança, giravam ao som das músicas, as batidas da terra, ao vento que soprava em clima de êxtase, pessoas sorriam, algumas admiradas, outras frenéticas, giravam em volta da fogueira enquanto o fogo jogava estrelas para o céu, salamandras brindavam e dançavam com as pessoas e até mesmo as estrelas do céu se fizeram presentes, gira-gira bruxas e bruxos, peregrinos de uma jornada, aos deuses foram abençoados a noite estava amada, e de tão amada que tudo tinha vida, tinha harmonia e alegria, algumas pessoas com o tempo foram buscando seus elementos, alguns ficavam descalços na terra, outros tocavam as águas, outros sentavam em frente ao fogo e alguns dançavam e dançavam tal como que suas preces fossem faladas com seus corpos e tudo era belo e simples, sem egos, sem dúvidas quanto à espiritualidade plena da floresta.

E a noite embalada ao som girava sobre um mundo, ou melhor, sobre os mundos que ali se abriam, com a sutileza dos elementais ali presentes, a grande rainha se apresentou e orientou aqueles que tomaram do seu vinho das almas, o gosto penetrava sobre os sentidos, se alongava sobre nossa pele e tudo era parte ou o todo de nós, deixando um mundo de visões incomparáveis, cheias de sabedoria altamente transmutada em nosso caldeirão interior, ah saudades de ti que a tanto havia me esquecido! Saudades e que belo reencontro, assim alguém dizia, “hoje sou eu mesmo!”.

E na noite ao qual não queríamos deixar, sobre o tempo da vela no quintal eu.... (continua)




segunda-feira, 26 de novembro de 2012

BELTANE – Os Senhores da Terra part.1




“Bem vindos a minha Casa de Verão, dizia ele, o Senhor dos grandes Cascos!”

E chegamos aos portais de verão, depois de passarmos pela transmutação do inverno, do nascimento das flores na primavera, e diante de outros processos ao qual sempre me dediquei com a alma aberta, preparei mais um festival de nossa roda, o nosso belo Beltane, que foi dedicado a duas grandes divindades que foram responsáveis por nos ensinarem a transitar por este ciclo, ao Deus Belenos, senhor da comemoração, consagrador do período que clareou a nossa peregrinação com sua luz e despejou sobre nos as bênçãos de sua verdade ao qual nada se esconde e dá aos merecedores peregrinos um caminhar iluminado e prospero. Já a segunda divindade, pré-céltica e senhorio da floresta, onde seus chifres tocam o solo e o torna fértil e ordena sobre quem é digno de tomar a terra, aquele que anda pela floresta e integra tudo perante sua divindade, tocando aos filhos da natureza, coroando suas cabeças com coroas de chifres de caça e nas folhas verdes sacramentadas pelo toque dos elementais da mata. Saudamos a ti Cernunnos!

O INÍCIO
E o pré-ritual alcançava 1 mês de preparo, seguimos pela clareza do sol, e lá bebíamos da água fresca e do alimento acertado, sonhos e mais sonhos de verão, conectados estávamos aos mundos espirituais e ao lado dos deuses que passaram muitos conhecimentos e promoviam profecias e promessas que se concretizaram ao longo do mês, com grandes veracidade física!

Nossa casa novamente abençoada por peregrinos vívidos e interessados, cada um com suas buscas pessoais em uma fraternidade sincera e com objetivos comuns, alguns saiam de seus estados e cidades para se encontrarem previamente e poderem estar juntos pelo simples fato de vivenciarem um caminho belo e divino em sua essência. Alguns chegaram na quinta-feira em busca do conhecimento e interação e os trabalhos começavam antes mesmo do festival do final de semana! Grandes aprendizados, grandes vivências e direcionamentos.

A minha bela caverna, hoje renovada de energias, as estrelas brilhavam em seu teto como nunca e a estrela de prata se fazia presente em cada canto, o altar ao norte, o chão revelava em suas cores as águas primordiais de nossa essência, cultuada em diversas culturas como o nascimento de tudo, o som, o perfume dos elementais, e tudo estava equilibrado, claro e aconchegante!

E aos poucos eles chegavam com suas mochilas na quinta, outros na sexta e outros no sábado, entretanto todas as pessoas traziam em seus rostos o sorriso, a alegria de compartilhar com verdade este caminho tradicionalista, não usavam títulos, não se mostravam melhores que os outros, e no clima de liberdade e nos abraços sinceros nos reunimos em uma grande caravana para um novo sítio na cidade de Juquitiba. Seguimos em vários carros a pegar a belíssima estrada com paisagens arborizadas, ansiosos por chegar ao local!

Entramos em uma estrada de terra e não demorou muito a adentrarmos em um paradisíaco sítio, bem cuidado e com belas paisagens, alguns não viam a hora de entrar na piscina, outros estavam desejosos de sentarem a mesa diante da quantidade de alimentos ofertados, diversos pães, tortas, doces, sucos e chocolates digno das refeições hoteleiras! Nos quartos estavam camas com colchões confortáveis! A beleza do local geraram diversos elogios! Fiquei bastante contente com o local, mas mais contente ainda com a energia das pessoas e da interação que sentimos verdadeiramente que estávamos em casa.

Chegando ao local dividimos as pessoas nos cômodos, arrumamos os alimentos na cozinha e nos prontificamos a fazer a fogueira, toda a madeira já estava recolhida, troncos e mais troncos o que facilitou nosso trabalho, era tanta madeira que subia até o peito de um homem de estatura mediana! Ficamos imensamente agradecidos, a noite prometia!

E todas as pessoas interagiam com as funções sem precisarem ser "reconhecidas", elas simplesmente faziam com carinho e muito amor e conseguimos fazer tudo com tamanha sinergia que tínhamos muito mais tempo para realizar a transmissão do conhecimento, tirando dúvidas, entrando nas questões profundas, ah não posso esquecer-me do altar que maravilhosamente se concretizou de um modo tão belo e simples que não era necessário tantos adornos, a energia emanava tudo o que se pode esperar de um altar abençoado e diante dele fizemos nossas preces, nossas contemplações e nossas rodas de conversas conscientes e espiritualizadas! A lareira que aquece era provedora da luz de Belenos.


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

BRUXARIA TRADICIONAL: Papo de Pantera e o Ouro de Tolo


PAPO DE PANTERA E O OURO DOS TOLOS


“E lá estavam dois felinos sentados no alto da montanha de cor de terra vermelha prateada a discutir as questões profundas da alma”




Acendemos o nosso cachimbo e olhamos a planície, a humanidade esta povoando com suas luzes e barulhos, logo este santuário perecerá marcado por marcas de rodas, é uma pena, uma pena assim diziam, mas o homem não aprendeu a ter respeito, nem por ele, nem pelas pessoas, nem mesmo pelo que os alimenta, seja o alimento comum ou o alimento da alma e julgam conhecer e pertencer ao caminho, mesmo que tenham derrubado 24 árvores.



Julgam-se vítimas, mas no mundo não existem vítimas, somos o que fazemos e o que não fazemos. Eis a verdade que se perdeu para os homens que vivem com o ouro de tolo.

Alguns dizem, este é meu caminho, eu me encontrei! Ouro de tolo, se encontrou como? Cortando raiz de árvore? Claro que no começo achou que isto seria possível, afinal de contas às folhas estavam verdes ainda, agora murcharam e o tronco apodreceu, eis a sua independência! A sua liberdade! O seu fruto! Viva a ignorância do homem que se acha sábio, mas mora nas profundezas dos mais ignorantes homens, dos mais medíocres e limitados que acham que o mundo gira conforme o seu apático caminhar lento, sem idealismo, sem vontade, sem significância lhe restando o brilho do ouro de tolo e o vazio frio da alma.


Os homens medíocres acreditaram que tinham libertado almas sofridas, pastoreia com seu cajado de “ouro de tolo” pelas ruas a julgar que são defensores dos espíritos da floresta, se iniciou, puxou o saco, repudiou e tentou tirar a cadeira do seu antecessor, mas no mundo da magia isto não funciona, a única coisa que se faz ao empurrar uma árvore centenária é machucar os ombros e deixar que os frutos podres caiam para alimentar os vermes, coitado dos pobres frutos podres que esperam lealdade dos que caíram antes, lamentam estes pela falta de idealismo, afinal todo fruto deveria gerar árvores e consequentemente frutos, choram as sementes que poderiam ser, pobres sementes jogadas no asfalto e nas terras áridas da ignorância, sobram a estas puxarem o saco do infértil cacarejar para que sejam comidas e defecadas em outras paisagens e do obscuro verme sanguessuga e sua boca suja a babar insanidades aos quatro cantos do seu pequeno e longínquo mundo esquecido.

Esse é uma conversa de bruxos, não é conversa para crianças, inquisidores,  para minhocas ou gente de ponta cabeça, não é papo de quem olha apenas para seu ego, é conversa de gente que capta nas estrelas o verdadeiro som da melodia.


Então chore e lamente, o ouro que conseguiste roubando a terra, tem o mesmo valor que seu caráter, agora volte ao que era antes, muitos voltaram e aprecie a pantera a escalar a grande Árvore Sagrada, e que agora tu observarás de baixo para cima o quanto pequeno se tornou, embora em seu espelho pessoal imagine que a pantera diminuiu de tamanho, risos! Eis o simplório a observar o mundo conforme sua essência.

Somos hedonistas, senhor pequeno, bata em outras portas, pois não compramos o ouro dos tolos, não precisamos da ilusão e muito menos carregamos malas, vivemos bem em nosso santuário, muito além dos seus passos tortos, pobres e vazios.


Abraços Fraternos,

Ricardo DRaco

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A CONTRA CULTURA Pagã e a Incógnita Histórica da Bruxaria.


 A Bruxaria e a Sociedade, pensamentos e esclarecimentos sobre a Visão Pagã como contra cultura.
Fui perguntado se haveria um modo melhor para demostrar as pessoas, fora de nosso segmento religioso, o que seguimos, o que fazemos e como adquirir o devido respeito de nossas crenças.


Devo dizer que representamos atualmente uma visão alternativa e sendo assim o que consideramos comum, a outros caminhos não o são. Somos uma "contra cultura" e isto quer dizer que estamos em uma linha de crença fora do padrão aceito diretamente pela grande maioria da sociedade. Uma contra cultura seria, por exemplo, o modo de vida .... CONTINUA





sexta-feira, 2 de novembro de 2012

BRUXARIA TRADICIONAL: BELTANE O Ritual


Sobre Beltane





Por fim chegamos aos portais do verão, a luz do Sol e sua vitalidade para com a madre Terra em nosso hemisfério, aquecendo o clima, deixando as coisas mais belas e claras, as folhas mais verdes, os animais mais inquietos, é hora de gerar a vida, da troca, da exteriorização, da plenitude, e este processo também invade o nosso psicológico nos tornando mais plenos em nossas realizações, mais vivos e até mesmo mais expostos ao nosso meio, o calor nos deixa com menos roupas! Como diriam àqueles que observam um calor de 30 graus ou mais.