terça-feira, 25 de março de 2014

O Conselho de BT e a Bruxaria Tradicional

SALUDOS!!! A Todos,

Não é de hoje que vemos todo tipo de escritos, alguns até distorcidos baseado na crença pessoal de alguém que aprendeu lendo artigos na internet sobre Bruxaria, mas de uns tempos para cá, o termo Bruxaria Tradicional tem ficado em evidência, seja por promover algum status a mais, seja para divulgar uma visão confusa de espiritualidade rotulada de Bruxaria.

No entanto devemos deixar claro que o nosso objetivo esta coligado diretamente com nossos associados, não estamos interessados em convencer pessoas ou grupos de nossas crenças, bem como queremos pessoas que acrescentem, que somem e portanto pessoas que vão além de escreverem blogs com pseudônimos.

Hoje seguramente somos respeitados não por estarmos em comunidades virtuais, mas por fazermos um trabalho sério de estudos, construindo uma estrutura para pessoas terem uma religiosidade concreta, firmada em um caminho de preservação, não apenas de religiosidade, mas de meio ambiente também.

O nosso segmento religioso não esta restrito ao Conselho de Bruxaria Tradicional e muito menos ao seu fundador, ele esta aberto a outras escolas, outros grupos em países como Portugal, Argentina, México, Inglaterra entre outros que comungam dos mesmos ideais ligados ao Paganismo Tradicionalista e a sua visão de raiz na Bruxaria.


Portanto, daremos a nossa visão sobre esta questão, através deste artigo que chegou a nós.

O qual iremos ponderar com ***

A IMPORTÂNCIA DA BRUXARIA

Não queremos reviver a bruxaria, uma vez que ela nunca morreu pra nós, mas sim continuou seu legado através de nossa linhagem sanguínea e espiritual. Não temos porque erguer a bandeira do paganismo, uma vez que vivemos na era cristã e não defendemos uma era, mas sim fazemos um egresso, seja na era que for.

A bruxaria não é pagã ou cristã, ela simplesmente é! 

*** O Paganismo é um fundamento que dá base a diversas religiões que possuem uma estrutura nativa, ancestral (sanguínea/ espiritual). Uma afirmação de exclusão de Bruxaria não ligada ao Paganismo, seria uma distorção tal como sugerir uma quebra de ligação entre o Catolicismo e o Cristianismo (?).
Sendo assim, toda Bruxaria (dentro de uma visão tradicionalista) é pagã, a não ser que ela esteja vinculada a visão/ simbologia cristã, e portanto uma prática maligna feiticeira e adoradora do Diabo. (Que é claro que não há nenhuma aceitação perante nós tradicionalistas.)



Ela não se veste de bandeiras nem religiões, quem a veste dessa forma são as pessoas que querem ser bruxas sem o ser de fato. 

*** Para nós que seguimos uma visão tradicionalista, entendemos que Bruxaria é uma religião tendo como base sua origem etimológica, ou seja, conexão e prestação de culto a divindades. De certo não seguimos bandeiras ligadas a movimentos políticos ou qualquer outra manifestação que fuja do âmbito espiritualista.


Reavivar um caminho espiritual mágico fundamentando-o numa defesa onde os argumentos são mais parecidos como se fossem um povo que nunca morreu, é balela, pois a bruxaria passou por modificações, transformações em sua longa vida, e todo mundo morre um dia, deixando descendentes que transmitiram a semente às novas gerações, assim como tudo na natureza é mutável, assim como são em todos os anos, as estações, e as estações reencarnam como nós também reencarnamos e nos dirigimos aos nossos iguais. 

*** De certo que o mundo gira, que existe todo um processo de mutações sociais, muito embora exista uma simbologia que demonstra muito bem este processo, que é a simbologia da árvore, ao qual se pode mudar suas flores, folhas e até alguns galhos, mas a raiz se mantém intacta e soberana e é bem assim que mantemos nossas tradições, nossa visão, nossos costumes, mitos, lendas e folclore, e este universo é preservado de geração a geração, antes podendo ser escrito em papel comum, hoje escrito nos editores de texto em computadores, mas o conhecimento esta além das ferramentas da escrita, ele mora na sabedoria dos que aqui estiveram e estarão nos que virão depois.


As estações não são pagãs nem cristãs, nem muçulmanas, nem judaicas, elas são fluxos da natureza, assim como nós, e estamos todos interligados, e tradicionalmente não precisamos ditar regras de controle, apenas podemos deixar a Arte Bruxa fluir como nossos antepassados fizeram. 
*** Mas aqui há de concordarmos, as estações do ano não são a Bruxaria, a floresta não é a Bruxaria, e sim, todos estamos conectados a este universo, cada um com sua vibração, fluindo, mas entendendo cada processo, cada grão de areia, cada chuvisco, e isto tudo não é apenas uma religião, um caminho, e sim o pleno entendimento espiritualista que vai muito além; a Bruxaria é apenas um caminho e seria insensatez pensar que tudo isso seria somente a Bruxaria, quem sabe uma visão mágica do mundo, mas mesmo assim existem centenas de crenças mágicas e isto é um fato comum!


Controle é o seguinte: "tudo que prende, não pode libertar". Quem vive na barra da saia de uma instituição é porque não cresceu o suficiente para andar sozinho e fazer suas escolhas próprias.
*** Então estar em uma instituição é controle? Todos nós nascemos em uma instituição chamada família, a mesma que foi ditada a cima sobre o termo "sangue". O Conselho de Bruxaria Tradicional, como instituição, une pessoas para ideais comuns, promove artigos, eventos, intercâmbios, e mesmo assim todos tem a liberdade de participarem ou não, de serem parte de algo, a rebeldia libertária não faz sentido algum dentro de uma sociedade democrática


A Arte Bruxa vive em nós e em tudo, não precisamos gesticular igual, vestir roupa igual e pensar igualmente, cada ser humano é um ser ímpar, com pensamentos próprios, gestos próprios e gostos próprios, e isso deve ser preservado em sua individualidade. 
*** Estar em coletividade não faz perder o contexto individual e muito menos de escolhas, e também concordamos que deva existir uma pluralidade de manifestações culturais e de pensamentos, desde que não restrinjam a religiosidade ao patamar particular de crença, gerando um individualismo mesquinho ao qual não agrega a nenhuma comunidade e por vezes, nem serve no contexto pessoal.

Nós não somos um povo que viveu numa única ilha do mundo, nós estamos em todos os lugares, e em nós, flui a tradição. 
*** Como humanidade estamos em diversos lugares no mundo e em cada lugar do mundo existe suas tradições, costumes e línguas, seria isto exclusivo de bruxos ou da Bruxaria?

Se você tem poder em sua voz bruxa, certamente conseguirá conjurar um espírito, um santo, um deus, uma deusa, um diabo, um encanto, etc, mas se não tiver, ficará anos e anos chamando e nunca terá uma resposta. 
*** A intuição para tocar o mundo espiritual independe de suas crenças, é possível encontrar sensitivos dentro do Protestantismo, bem como dentro de uma Ordem Iniciática Feiticeira, estas manifestações podem ser ações natas ou podem ser constituídas através de um trabalho de vivência e conhecimento.


É comum para a verdadeira bruxa, utilizar elementos de todas as religiões, espiritualidades, folclores do mundo inteiro que se alinham consigo, e filosofias que bem entender, pois a bruxa lida com tudo que bem entender, ela não é um movimento pagão, nem mesmo é pagã de fato, pois quem já foi verdadeiramente uma bruxa pagã já está morta há muito tempo e se encontra no rol de nossos ancestrais, e de certo que ela teve um filho ou filha como herdeiros, e até mesmo seus agregados que transcenderam a carne.
*** Um "verdadeiro bruxo" é aquele que segue com maestria o seu caminho dentro da Bruxaria, tal como um verdadeiro zelador de santo segue com firmeza o seu caminho dentro de sua crença afro. Chamamos aqueles que misturam de tudo com tudo de esotéricos ou feiticeiros generalistas. O Paganismo é um fundamento religioso e não uma "Era de um período da história", fato esse que de antes até hoje esta entre nós.
O entendimento de haver uma mudança de eixo dos fundamentos religiosos, demonstra estatisticamente a quantidade de religiosos nos dias de hoje. Antes o Paganismo era a visão regente na Era Antiga, portanto haviam, em tese, mais bruxos ou religiões étnicas, hoje o Cristianismo esta em alta e existem milhares de cristãos, tantos que em comparação estatística, pelo IBGE, temos junto de outros movimentos esotéricos e ocultistas apenas 0,02% de representação.



O legado deixado por ela, é a semente que se encontra hoje em nós, que vivemos na era cristã numa boa e sem conflito com isso, afinal, somos hereges e abarcamos o todo, não nos limitamos à uma única religião, culto, filosofia, entidade, deidade, demônio, instituição, cultura, povo, etc, enfim, não nos limitamos, somos indomados.
*** A Bruxaria (Tradicionalista) nunca foi anti-cristã, hoje existem movimentos neo-pagãos que são uma contra cultura cristã, e por isso mostram oposição em conceitos religiosos. Contudo devemos entender o que foram as religiões antigas, fazendo um trabalho sério e desvinculador das práticas posteriores e marginalizadas ligadas ao catolicismo. Este provavelmente seja o grande desafio de preservarmos esta religiosidade dentro do conceito tradicionalidade na Bruxaria.
"Somos indomados" sem comentários! rsrsrsrs



A visão de mundo dos antigos ocultistas (aqui entre nós, eles foram os fodões de sua época enquanto bruxos e magos), que ensinavam aquilo que é perene, é TRADICIONAL para nós, por isso, UNO. 
*** E o que seria ocultismo? Ocultismo é um agregado de obras espiritualistas ligadas ao mundo oculto, ao que não esta aberto, aquilo que necessita de certa profundidade para ser desvendado, sendo assim a Bruxaria é uma dessas expressões, contudo não é a única.
UNO? Para um mundo plural, heterogêneo, falar de unidade é quase um insulto para quem busca com propriedade conhecer suas raízes, os seres da natureza, a cultura de um povo, a mitologia, o politeísmo, os costumes e isto para nós, este agregado chamamos de tradição e não simplesmente um rótulo resumido, isto fica claro para quem conhece um pouco de nossas crenças.


Por isso somos bruxos tradicionais.
*** Pelo motivo que são ocultistas? Por ensinarem aquilo que era "perene"? No creo! Acreditar nessa tradicionalidade da Bruxaria é bem mais do que isso, é um trabalho que vai além das obras de grandes ocultistas, pois a Bruxaria não é apenas uma Arte Feiticeira, é um agregado religioso, é uma visão bem mais plural e deliciosa do que simplesmente ler o que outros escreveram, é vivenciar e ter este caminho como uma travessia de alma, as vezes é até poesia, as vezes pode parecer simplório para o simplista, mas com certeza é mais do que foi citado ou do que alguém poderia citar.


Podemos chegar para um Asatrú, um Wiccano, um Neo-Druída, um Thelemita, e dizer: sou bruxo tradicional, ou seja, sou bruxo a moda antiga, a filosofia que mais me agrada é a perene, sou herege, não fui feito de religião pois nunca precisei me religar a fonte da qual eu nunca estive desconectado, não fui feito pelas mãos de Gardner, nem por Tribann, nem por Crowley ou La Vey, o que carrego comigo, vem de família, e se cheguei de algum modo passar por essas artes modernas, eu já era bruxo quando cheguei nelas pra conhecê-las.

*** Se veio de família então é Bruxo Familiar é não Bruxo Tradicional, e claro que existe a necessidade de religação, senão para que homenagear as estações do ano, ritualizar, cultuar, para que tudo isso? Simples! Para se conectar.
Ser um bruxo a moda antiga? O que seria isso? Andar com o chapéu da vovó? Eis que as pessoas se perdem em uma visão tão triste de individualismo, ter um mestre não me parecesse tão desonroso, me parece gratificante.... sendo assim, cada um reflita sobre esta parte da maneira que entender.



Então: 

Se você recebeu uma cultura de um país, então você recebeu somente uma cultura de um país, isso não faz de você uma bruxa.
*** Concordamos com isso e com outras coisas, como ler sobre ocultismo também não lhe faz um bruxo, gostar de pedras e flores também não, e assim por diante.



Se você nasceu bruxa e reencontrou sua família, bom pra você, é o que queremos pra nossa gente, mas ninguém lhe obriga a se filiar em alguma instituição filantrópica de magia, da qual o pseudo-imperador vive de marketing no orkut, no youtube, no facebook, etc,

*** Se você "nasceu bruxa" isto aconteceu através de uma transmissão de conhecimento, caso contrário você nasceu sensitiva, ser intuitivo não implica em um conhecimento bruxo, alias nenhum conhecimento, pois para isto é necessário orientação.
Ninguém é obrigado a nada nesta vida, pertencer ou não uma instituição fica a critério pessoal, muita gente não o faz por ter problemas de relacionamento com pessoas, problemas em respeitar o próximo/ aos locais ou por limitações intelectuais.
E ao contrário do que é comum vermos no mercado, os conselheiros não vivem das atividades do Conselho, pois se é filantrópico, não existe lucro, conceito básico. Todos que são conselheiros fazem parte deste projeto por idealismo, muito contrário das pessoas que tanto nos criticam e que possuem interesses comerciais nesta questão. Será que estamos tirando o lucro destas pessoas? É de pensar por qual motivo estas pessoas são tão contra a um local que se prontifica apenas a divulgação gratuita de conhecimento e eventos!


 sempre de alguma forma se auto promovendo e ditando a moda dele usando o nome da bruxaria tradicional, só para lhe dar o diploma de bruxa, afinal, ou você nasceu bruxa ou não nasceu, e se nasceu, é bem comum e esperado que você se junte com seus iguais, isso marca seu caráter ou a falta dele. 

*** Ser bruxo é seguir o seu caminho em harmonia, e se você tem poder pessoal para criar projetos que beneficiem outros irmãos, que ótimo! O faça! Não existem diplomas que o façam um bruxo, existe conhecimento diferenciado ou esta em você esta busca ou não esta!
Esta clareza toda, observada de forma simples se destaca do pensamento confuso, egoico, rebelde e ofensivo, e isto somente quem segue um caminho com propriedade pode entender.

O resto do artigo não interessa, pois não agrega, mas com estas informações vocês podem entender a diferença do CBT diante de outras visões "bruxescas" virtuais.

O autor do texto? Mais um entre muitos blogueiros com nomes fictícios.

Venha conhecer o Conselho de Bruxaria Tradicional e descobrir nossas atividades! Estamos em obras para que todos possam conviver de forma mágica com a Natureza, venha participar de nossos eventos ritualísticos, bem como de nossos eventos lúdicos! 



segunda-feira, 24 de março de 2014

Bruxaria Tradicional: Como ganhar dinheiro de trouxas

Segue mais uma artigo esclarecedor de

Ricardo DRaco

Em seu artigo que reforça a visão sobre consciência, ética, moral entre um modelo de vida mais harmonioso e concreto.

Acesse o <link aqui>


http://ricardo-draco.blogspot.com.br/2014/03/bruxaria-como-ganhar-dinheiro-de-trouxas.html



"Vou passar alguns passos de como as pessoas com um certo conhecimento da natureza humana conseguem ganhar dinheiro através da boa fé das pessoas e você irá se surpreender o que é feito e como as pessoas caem nessas artimanhas." (continua)




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quarta-feira, 5 de março de 2014

Paganismo e Rabanetes - Crítica Social


Segue um artigo traduzido e que faz reflexões sobre rituais, sexo entre outras visões polêmicas para quem deseja seguir por religiões pagãs

Síndrome do rabanete

Faz muitos anos, eu tive uma conversa com uma amiga querida, relacionado com os comunistas e os líderes populistas da história dos últimos 100 anos, as suas falsidades ideológicas, a corrupção e outras "qualidades" deles... Na época, ela me expôs um exemplo que eu nunca esqueci, porque foi por muito simbólico e descritivo. Ela disse: "Eles são como rabanetes, vermelho por fora e branco por dentro“.

O que eu pretendo levantar aqui não está relacionado com a política em geral ou ideologia comunista em particular, mas irá forçar um exemplo dado pela minha velha amiga, e extrapolar para o paganismo.

Muitos pagãos são moralmente semelhantes a rabanetes! Denotando uma filosofia e um corpo de crenças "por fora" e são completamente diferentes “por dentro", seguindo cegamente a moral da religião incutida desde a infância e nunca foram capazes de alterar.

Já dissemos que há uma abundância de falsos pagãos de vários tipos: São a “luz”, há os da corte dos new-age, que fazem a mistura de qualquer conceito vindo de qualquer lugar, sem profundidade ou seriedade e se fazem de pessoas “muito espiritualizadas" e "profundamente humanas"  por justamente estar buscando harmonia  sem compromisso, a tolerância sem compreensão e fraternidade sem justiça.

Há também os pagãos (falsos pagãos), do tipo “heavy” que circulam  na internet  e no mundo intelectual mais ou menos alternativo e poluem nossas tradições ancestrais com o fascismo, o racismo, a xenofobia, a homofobia, com o populismo, demagogia, tolerância sobre o crime, anarquia ou extremismo de qualquer tipo.

E, finalmente, os filocristãos, sempre tentando adicionar ou incrustar concepções de sua religião nativa às noções básicas do paganismo antigo. Coisas que normalmente são inconsistentes e cuja fusão eclética as torna doutrinas obscuras ou totalmente ambíguas, novas "tradições".

Mas estes três grupos já são notórios em sua maior parte, fáceis de identificar e já discutidos em artigos anteriores neste blog. No entanto, há "outra classe" pseudo -pagã, que circulam ao redor do mundo mais ou menos impunes e ainda se atrevem a questionar aqueles que são autênticos em sua ética e estética , em sua filosofia comportamental e sua concepção de vida.

Trata-se de pessoas que não carecem de seriedade como os new- agers, não são neonazistas como os psedo-pagãos nem extremistas nem mesclam doutrinas cristãs (ou outras crenças ou religiões ) com o verdadeiro paganismo. Por isso muitas vezes, são respeitados, escrevem livros, dão palestras e ministram cursos, sem que ninguém questione ou oponha  argumentos contra eles.

Rabanetes! Estas pessoas, no entanto, são como "rabanetes" na hora de praticar seu “paganismo”, de aplicar a ética inerente ao mesmo em suas próprias vidas. Eles são como "rabanetes", quando devem decidir, escolher, contratar e manter uma linha clara de conduta. Eles são como "rabanetes", por terem adquirido uma 'cor' impressionante do lado “de fora” , o de uma transgressora religião minoritária, como é o Paganismo , mas são na verdade de um incolor "branco", sem graça, em seus núcleos, no fundo de suas mentes e corações.
Essas pessoas são "pagãos" do lado de fora , mas têm a moral dogmática de um cristão, que lhes foi incutida em sua infância em seu interior. Eles afirmam ser uma coisa, mas sentem outra. O seu verniz de postura pagã não passa de rituais, de símbolos que carregam em volta do pescoço ou as teorias apresentadas em diferentes áreas da comunicação. Mas, em suas vidas, nos acontecimentos diários, ainda fazem o mesmo que seus pais e avós católicos foram "ensinados" desde crianças, ainda considerando "pecados" tudo o que é contrário à moralização que foi "injetada" por sacerdotes e freiras, quando fizeram  o "catecismo" e tomaram a sua "primeira comunhão" .

Mas essas pessoas, cabe-se explicar, não são falsos ou hipócritas meramente. Porque não mentem para os outros ou mostram uma máscara falsa com conhecimento de causa. Eles mentem, antes de tudo, para si mesmos, se olham no espelho e "enxergam" a cor brilhante e chamativa que eles pintaram sobre suas vidas e até mesmo se orgulham disso.

O problema deles é que não analisam o seu comportamento e nem mergulham em seus corações e espíritos, para então constatar que não mudaram nada. Porque, sim, eles são tão medíocres que não sabem que a medida de uma religião é sua moral, que o valor de qualquer doutrina ou sistema de crenças se mede pelo seu comportamento ético e não por dogmas, ritos e cerimônias simplesmente, por mais importante ou seriamente abordadas que estas coisas sejam.
Mas o propósito deste editorial, não é fazer uma denúncia retórica de tais indivíduos, mas sim expor como são as manifestações mais comuns e hediondas de suas ações, tanto para fazer pensar um pouco sobre os "rabanetes" como para evitar que pagãos genuínos sejam confundidos e se tornem mais um entre estas fileiras.

A lista de falsos conceitos morais poderia ser interminável, mas basta enumerar as mais grosseiras, mais medíocres e lamentáveis . Assim as coisas ficarão mais claras e saberemos quem usa a "cor" do paganismo como uma camisa de esportes e o que realmente vive em seus corações.

O mais ridículo de todos os preconceitos extraídos ICAR (igreja católica apostólica romana), que podemos ver nestes indivíduos, é a homofobia e, em geral, o ódio ou aversão a qualquer tendência ou preferência sexual alternativa. Eu sempre me perguntei: Vocês não entendem nada sobre as nossas raízes? Não sabem que Alexandre, o Grande, era bissexual, que Sócrates era homossexual e Sappho, a maior poeta da Antiguidade, era lésbica? Vocês realmente se atrevem a desqualificar personagens desta importância, que temos como nossas referências e heróis ou apenas são tão medíocres mesmo que não pensam sobre isso? Não sabem que na Babilônia era um pecado contra a deusa Ishtar permanecer virgem depois dos 20 anos? Na verdade, eles acreditam que o paganismo é um politeísmo misturado a moralidade dos "Dez Mandamentos", a Torá ou os Evangelhos!

Mas precisamos esclarecer uma coisa, a verdadeira infâmia não é acreditarem nisso, já que como pagãos somos abertos e, simplesmente não temos dogmas morais. Seria até possível que eles se sentissem parte desses valores e por isso serem chamados então de "pagãos" se não fosse por uma coisa: julgar os outros com essa moral externa, alheia aos nossos sentimentos e as tradições mais ilustres das maiores civilizações que a humanidade já viu.

"Rabanetes" estudem sobre a Grécia, Babilônia e o Egito antes de desprezam seus irmãos! Não sejam patéticos fingindo uma ética pagã, já que se exibem tanto como "pagãos" na hora de fazer rituais ou socializar com os outros!

Outro caso típico é o do aborto e questões sobre controle de natalidade. Neste aspecto, o Paganismo não tem opinião única sobre o assunto, mas há um parâmetro claro, algo que ninguém pode desculpar: Pode-se ou não concordar com o aborto, mas nunca um verdadeiro pagão irá julgar e discriminar ou muito menos condenar (ou pedir para a condenação), para uma mulher que o tenha praticado. Pode-se aconselhar alguém a este respeito, como sua consciência dita, mas prevalece sempre, o conceito de liberdade, responsabilidade pessoal e de propriedade do próprio corpo, porque todo pagão ou pagã é essencialmente uma pessoa livre, e considera a mesma liberdade para o resto da humanidade, não apenas para seus irmãos de fé.

Uma pessoa que ataca ou procura algum tipo de condenação social, legal ou moral para uma mulher que tenha abortado, não é um pagão, é um hipócrita que nunca deve sair da ICAR.

Vale o mesmo quando se fala sobre o comportamento sexual em geral. A maioria dos pagãos aconselhará responsabilidade e dignidade em seu exercício, mas nunca, em nenhuma circunstância ou pretexto, irá descriminar uma prostituta ou discriminar alguém por aquilo que fizer com seu próprio corpo, seja essa pessoa apenas uma infeliz vítima de situações sociais ou alguém que o fez por seu próprio gosto, não há culpado de nada. Isso porque não há pecado de "fornicação" ou "desejo" no paganismo.

Nós poderíamos seguir pela questão da igualdade de gênero: Pode haver algo mais básico que isso na concepção do que é o paganismo? Não temos nós deuses e deusas iguais (ou, no caso da Wicca, um Deus e uma Deusa sendo iguais ) ? Como alguém pode se chamar de pagão e ser "machista" ou "feminista" ?

"Rabanetes" se acreditam que homens e mulheres não têm naturalmente os mesmos direitos, não são iguais diante da vida e dos deuses e não deveriam ser tratados como iguais na sociedade, em qualquer situação ou evento, então sigam com esta ladainha para outra parte e vão chorar na igreja que os viu crescer desde crianças (porque ainda estão sendo infantis em seu interior)!

E para esses seres lamentáveis, que acreditam que ter por nascido com genitália masculina é superior à mulher, proponho um exercício mental (não tem que contar o resultado para qualquer um): Imagine que você está na frente de Boudica, a grande rainha dos Iceni...  se atreveria a  tratá-la como um ser "inferior" para ser coerente com seus preconceitos ou se mijariam por estar em sua presença?

O que dizer dos covardes que passam por “civilizados” (fracos, na realidade) e que julgam como fascistas ou repressores a todos aqueles que pretendem que a sociedade mantenha o direito (cível e laico, esclarecemos) como um meio de viver em harmonia, paz e da justiça. Desqualificar aqueles que usam a violência quando necessário (não por capricho ou sem razão) porque eles têm a coragem de fazer prevalecer a justiça e a segurança de outros cidadãos, até mesmo sobre suas próprias vidas.

"Rabanetes” se querem “paz e amor”, se acreditam que os cárceres ou a justiça penal é “pré-moderno” ou “anti- progressista”, se vocês gostam de “dar a outra face", saiam do paganismo, porque vocês correm o risco de se machucar.


O Paganismo não consiste em “carregar a cruz” ou ser mártir de nada. É um caminho de auto conhecimento (como ditava o Oráculo de Delfos), auto aperfeiçoamento, se trata da jóia grega ou das Nobres Virtudes de Hávamál, se trata de seguir o Ma'at ( "verdade- justiça" ) e do exercício da Kalokaghatia ( "união do bem com o belo").

Se você é capaz de se olhar no espelho e tirar o "verniz" que adquiriu e, penso que eles concordam com isso, fique com a gente... Caso contrário, deixe-nos em paz e continue com o seu verdadeiro caminho, aquele do qual nunca saiu, apesar de fingir alguma vez que sim.

Todo mundo pode pensar o que quiser, ter como crença pessoal o que o seu coração dita, mas somente aqueles que seguem as verdadeiras diretrizes da ética ancestral, que não é diferente do Humanismo, exceto que, além de tudo, tem a mais carga do “caminho do guerreiro” podem chamar-se pagãos. "Rabanetes”, entendam isso!

Fonte:  Cortelezzi, Oscar C.
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