quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Conselho de Bruxaria Tradicional: O que é Romuva?

O que é Romuva?


Romuva é o nome que hoje se dá a religião pré cristã dos Países Bálticos: Lituânia, Letônia, Estônia, Bielo Rússia. Digo que Romuva hoje é o nome dado, pois não havia um nome específico para se classificar a religião Báltica. Ela é inerente a terra, assim como a natureza e a fé humana.

Os primeiros indícios do culto às divindades bálticas  remota a Idade do Bronze, nesse início a civilização não sentiu a necessidade de nomear sua fé.

Em 532 um grande sacerdote prussiano Krivis Brutenis anunciou os mandamentos da fé, oficializando os costumes e estabelecendo sua casa de culto (Casa dos Deuses) em um local chamado Romuva, onde um grande carvalho, que é o símbolo da religião, cresceu. Dentro dele havia uma estátua de Dievas e de Perkunas. Em frente a estátua de Perkunas  uma chama sagrada queimava incessantemente.

Com a invasão cristã no século XIV e depois com a invasão russa, o culto antigo se restringiu apenas às regiões mais afastadas dos grandes centros. Foi nos últimos 200 anos que a religião antiga experimentou um apogeu. E em 1992 a Lituânia livre finalmente legalizou e registrou a Religião Báltica Ancestral.

A Romuva está totalmente ligada a vida das pessoas. Os festivais são comemorados com toda a família presente. Nos festivais de Verão e Primavera há diversas atividades para as crianças tais como: gincanas e artesanatos que são realizadas somente naquele determinado festival e ligadas as divindades.
Nascimentos, casamentos e funerais são considerados os momentos mais importantes para aqueles que cultuam a Romuva. Para esses momentos há rituais, canções e vestimentas específicas.
As principais divindades são: Dievas, Deus; Perkunas, Deus do Trovão; Saulé, Deusa do Sol; Zemyna, Deusa da Terra e Mãe de todos nós; Gabija, Deusa do Fogo; Laima, Deusa do Destino, entre outros.

As principais doutrinas da Romuva são: o mundo é vivo, o Sol é vivo, assim como as árvores, as rochas, a água, e etc; O mundo é harmonioso, mas essa harmonia não é regular, as vezes enfraquece e desaparece, porém isto é temporário, importante para que a vida continue; Honrar os Deuses e Deusas. As divindades são associadas à natureza e tem seus lugares de culto; O mundo é eterno e esta continuamente em criação através dos eternos poderes divinos; A Regra de Ouro, ou seja, um dos aspectos mais importantes, ensina que devemos fazer com as coisas vivas o que queremos que façam conosco.
Somos agradecidos aos nossos ancestrais pela nossa existência, nossa língua, nosso lar. A morte faz parte da natureza; A natureza é sagrada e o sagrado é a característica mais perfeita da vida e une a tudo. Acima de tudo devemos amar, respeitar e proteger a Terra.

Esse foi apenas um resumo das principais características da Romuva. No próximo artigo escreverei sobre como a Romuva se manteve viva até hoje.

Abraços Fraternos,
Erika Audra



Cordialmente,
CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL
http://www.bruxariatradicional.com.br

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

BRUXARIA TRADICIONAL - Crenças da Fé Eslava

Estamos recebendo grandes manifestações Religiosas da Antiguidade e a ligação com a terra, com a ancestralidade, com os deuses e toda essa ligação que une o bicho homem às manifestações pagãs, da Antiga Religião tendo por visão o culto às divindades e o agregado mágico humano. Um bruxo é uno com as forças da Natureza, com os Ciclos, então em nossa concepção um Bruxo é fluídico e pleno, mas não indomado, pois quando se mergulha nesta fé não existem egôs, não existem dúvidas, não existe a ambição, apenas um estado pleno de saber que ser ou não ser em nada importa para quem caminha por esta peregrinação tão serena e sábia.


Crenças da Fé Eslava

Nós acreditamos em Deuses eslavos, acreditamos na bondade, sabedoria e beleza escondida sob seus rostos; os Deuses eslavos são fontes de poder, vida e felicidade, a crença em nossos Deuses é a herança que nós preservamos.


Os Deuses eslavos, são adorados por milênios, representam as imagens mais bonitas do poder divino e a mais próxima de nossos corações. Os Deuses criaram uma hierarquia multipessoal, uma ordem mutuamente complementar, a ordem que emergiu do caos.

Acreditamos que os Deuses dão sentido à nossa existência, nós acreditamos que eles protegem as ações de nossos ancestrais, nossas ações, de nossos filhos e netos para nunca serem esquecidas; as coisas mais valiosas serão repassadas e continuará a existir no eterno ciclo de reviver da vida.

Assumimos que a morte de um homem termina em determinada fase, essa é a condição da transformação de uma nova forma de existência; Os nobres e persistentes serão recompensados com a entrada em níveis continuamente mais elevados da existência, mais consciente, mais significativo e mais próximo aos Deuses.

O conhecimento da humanidade não atingiu um nível que permita determinar a essência do universo, mas estamos conscientes de seu crescimento constante, agora podemos nos tornar uma parte desse crescimento, progresso permanente enche nossa vida de significado e dota-nos com fé na sobrevivência de nossas ações.

Nós praticamos duras regras éticas, vivemos de forma adequada, honesta e nobre. Condenamos a preguiça, covardia imprudência e hipocrisia, o mais perverso para nós é a traição.

Somos inimigos da maldade e acima de tudo, condenamos a falta de vontade para superá-la. Propagamos o há de melhor em nós, carregamos a responsabilidade por nossas ações, crescemos e criamos, pois este é o nosso destino.

Somos defensores de nossos valores, de nossa família e da nossa comunidade, defendemos o direito de viver em nosso próprio território, defendemos o espaço da nossa civilização, este dever decorre das leis mais óbvias da natureza.

Nossos rituais concentram seguir o ritmo da natureza, na busca de sabedoria nas leis da natureza e nos direitos divinos presentes nele. Nossos rituais cultivam a relação com a nossa comunidade étnica e espiritual, orações e refeições comuns, homenagem aos nossos antepassados, homenagem aos nossos deuses, buscamos trazer manter o significado para nossas antigas festas nativas.

Acreditamos na razão, a fonte de cognição humana, nós acreditamos em nosso poder, a razão para a mudança constante, acreditamos na alma, o elemento divino do homem.
Nossa comunidade nos rodeia com apoio e ajuda, buscando trazer para fora o que há de mais valioso em nossas almas, as únicas coisas que valem à pena.

A cruz gamada, um triskelion, um círculo e uma cruz, mesmo armado são os símbolos da fé eslava, os símbolos de codificação do conhecimento sobre a ordem do universo.
Fama aos Deuses, Memória aos antepassados!

http://www.slowianskawiara.pl/relacje/wyznanieserbia.html
Tradução e adaptação: Lua Eslava



Cordialmente,
CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL
http://www.bruxariatradicional.com.br

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Declaração do Congresso Mundial de Religiões Étnicas

Mais um excelente artigo sobre a Declaração do Congresso Mundial de Religiões Étnicas. Repasso com grande carinho, pois é uma das bases que nós conselheiros buscamos, a preservação, o respeito e a luz do entendimento para que um dia tenhamos um movimento mais voltado a sabedoria, construindo belas iniciativas e muitas pontes ao invés de muros.

Ricardo DRaco



Espero que essa declaração lembre a todos nossa origem. Nós honramos os Deuses e Deusas temos uma obrigação a mais por estarmos mais próximos da Natureza e da crença de viver em harmonia com o Todo.
Aqueles que tem agido sob o disfarce de pagãos, mas que na verdade se unem ao preconceito e dão razão àqueles que rechaçam nosso culto, nossa religião, nossa herança, estão envolvidos na teia do inconsciente coletivo que afasta os cegos da Origem.

Erika Audra

 





Declaração da WCER - World Congress of Ethnic Religions - Congresso Mundial de Religiões Étnicas


Nós, delegados do Congresso Mundial de Religiões Étnicas ocorrido em Vilna, Lituânia, de 20 a 24 de junho de 1998, nos reunimos para expressar nossa solidariedade pelas etnias, indigenas, nativas ou religiões tradicionais da Europa e de outras regiões do mundo.
Todas as culturas, assim como as religiões nativas e fés devem ter valores e respeitos iguais. Cada região e cada povo tem suas tradições locais distintas (fé nativa, visão de mundo, mitologia, folclore, etc), onde articulam seu amor por sua terra, e história, e o cultivo da estima pela sacralidade da vida e a divindade da Natureza.
Assim como a Natureza sobrevive através da diversidade das espécies, também a humanidade pode ser permitida a desenvolver livremente e sem interferir nas diferentes expressões culturais.
De acordo com nossa tradição ancestral étnica, a Terra e toda a criação deve ser protegida e valorizada. Nós como seres humanos devemos achar nosso lugar dentro da teia de toda a vida, não fora ou separados de toda a criação.
Nós compartilhamos um entendimento comum de nossa posição no mundo baseado na nossa experiência histórica em comum de opressão e intolerância.
As Religiões Étnicas e/ou Pagãs tem sofrido grande injúria e destruição de religiões que reclamam para si a posse da verdade.
Nosso desejo sincero é viver em paz e harmonia, e nos esforçar para que aja uma cooperação entre os seguidores de todas as religiões, fés e crenças.
Nós acreditamos na aurora da nova era, na liberdade individual e intelectual e que a troca global de visões e informações nos dá a oportunidade de começar novamente. De retornar a nossa própria origem nativa espiritual e reclamar nossa herança religiosa.
Somos adoradores da Natureza assim como a maioria dos seres humanos foi durante a maior parte da história humana.
As verdadeiras religiões indígenas nos mostram amor e respeito por tudo que vemos e sentimos a nossa volta, nos ensina a aceitar todas as formas de culto que enfatizam a sinceridade de coração, pensamentos puros e conduta nobre em todos os momentos de nossas vidas, através de nossa existência.
Deixe nos ser orgulhosos do renascimento de nossas religiões étnicas. Nosso Novo Universalismo induz as pessoas a não permanecer fechados em muros de ódio e ressentimento dos que vivem fora desses muros.
Deixe nos quebrar esses muros e expandir o horizonte e a visão de toda a humanidade.
Estabelecemos o Congresso Mundial de Religiões Étnicas para ajudar todos os grupos religiosos étnicos a sobreviver e cooperar entre si.
Nosso lema é: Unidade na Diversidade.


Oyvind S. Arnesen(Noruega); Bans Berghamans(Bélgica); Janis Brikmanis(Letônia); Denis Dornoy(França); Audrius Dundzila(USA); Anvind Ghosh(India); Marten Grolsted(Dinamarca); Surinder P. Attri(India); VAdim Kazakov(Rússia); Stefan Kluge(Alemanha); Todor Kashkurevich(Bielo Rússia); Koenraad Logghe(Bélgica); Giuseppe Maiello(República Tcheca); Halina Lozko(Ucrânia); Geza V.Nemenyi(Alemanha); Stashko Potrshebovski(Polônia); Vlasis Rassias (Grécia); Rajinder Sigh (India); Nikolaj Speranskij(Rússia); Michael Strmiska(USA); Jonas Trinkunas(Lituânia); Lila Wiberg(Suécia) Cartin Wildgrube(Alemanha).

Vilnas, Lituânia - 23 de Junho de 1998.



Abraços Fraternos,

Conselheiro do CBT (Conselho de Bruxaria Tradicional)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Diversas Artes sobre o Deus Lugo

Seguem algumas Artes do Artista Jim Fitzpatrick.

It was during this time of risk and change that I had a remarkable experience, painful and terrifying at the time, that not only confirmed me in my sense of the rightness of what I was doing but was to shape my future and dominate my thinking for years to come. 

It was the night of May 1st 1973; the old Celtic feast of Beltene. 
Fonte: http://www.jimfitzpatrick.ie/vision.html





Cordialmente,

CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL

A Ideologia Tripartida de Georges Dumézil




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Filólogo e historiador das religiões, Georges Dumézll (1898-1980) é uma das maiores figuras das ciências humanas francesas. Dotado de uma cultura enciclopédica e por causa de suas pesquisas, a aprender quarenta línguas, Georges Dumézil dedicou toda sua vida a trazer à luz o fundo cultural comum aos povos indo-europeus. A sua obra de síntese Mythe et Epopée (1)- vasta compilação de lendas, contos e mitos acompanhados de análises - leva-nos ao cerne das teses desse arqueólogo da civilização indo-europeia.

Monumental e solitária, nas palavras do etnólogo francês Claude Lévi-Strauss, a obra de Georges Dumézil marcou profundamente as pesquisas sobre a civilização indo-europeia que os filólogos descobriram no século passado. 

A partir dessa ideia de que existe uma grande comunidade indo-europeia, Georges Dumézil vai descobrir, através de um estudo comparado das religiões, dos mitos, dos relatos e dos tipos de organização social, uma forma de pensamento e de representação do mundo comum a todos os povos indo-europeus.

A partir de textos de línguas escandinavas, celtas, gregas, romanas, caucasianas, iranianas e indianas, esse arqueólogo observa que todos esses povos representam as funções que permitem a vida em sociedade em três categorias: as funções soberanas e religiosas (o espíritual), as funções guerreiras (a força física) e económicas (a fecundidade). Ele demonstra assim que essa "ideologia tripartida" estrutura a organização sócio-religiosa mas também o imaginário dos indo-europeus.


No Mundo Escandinavo essas três funções são representadas pelas figuras dos deuses Odhinn (o deus soberano), de Thorr (o guerreiro) e de Freyr (o povo), e no mundo romano aos deuses Júpiter, Marte e Quirino. Essa tripartição funcional encontra-se também na Idade Média ocidental, com a divisão da sociedade em três ordens: religiosa, cavaleiresca e camponesa.


De maneira mais geral, o autor possibilita-nos o acesso a uma verdadeira literatura que se manifesta através dos "romances comuns" que narram, com infinitas variações, as mesmas histórias de Homero, Virgílio entre outros. A história bastante conhecida de Ulisses, disfarçado de mendigo, que vem confundir os usurpadores de seu trono e resgatar Penélope através de uma prova de tiro com o arco, prova essa de uma força sobre-humana.

Um mito escandinavo narra também a mesma história: a de Ubbo, o frísio, que demonstra a sua força extraordinária através do emprego de uma arco que põe em fuga seus inimigos. Podemos ler ainda, com prazer, a história escandinava de Loki, deus astucioso e maligno, assassino de Baldr que, no entanto, tem um corpo vulnerável (como Aquiles e Siegfrid), história que o autor encontra nos mitos dos ossetes (nome de um povo caucasiano descendente dos terríveis Citas), em que Syrdon, o mau, toca por astúcia o corpo invulnerável de Soslan, o bom, vitima da inveja do deus.


A obra de Georges Dumézil é, em primeiro lugar, a compilação de relatos fantásticos colocados em paralelo e contando uma história que não é a cada vez exatamente a mesma, nem totalmente outra. Ela é também a salvação de um património cultural ameaçado que o autor, por algum tempo, trouxe à vida. 


Cordialmente,

 http://www.bruxariatradicional.com.BR

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Os Deuses e o seu Mundo e Yggdrasil

Os Deuses e o seu mundo 
 

"Eu sou o filho da Terra e do Céu estrelado, mas a minha origem é só o Céu." 

O mundo tinha em seu centro uma grande árvore, um grande freixo chamado Yggdrasil. Essa árvore era tão grande que os galhos de estendiam tanto pelo céu quanto pela terra. Três raízes sustentavam o grande tronco; uma passava pelo reino dos Esirs, outra ia até o reino dos gingantes do gelo e a terceira no reino dos mortos. Sob a raiz na terra dos gigantes havia a fonte de Mimir, cujas águas continham sabedoria e entendimento. Odin dera um dos olhos para ter direito de beber um único gole daquela preciosa água. 

A árvore formava um elo entre os diferentes mundos. No princípio, havia duas regiões: Muspell no sul, repleta de brilho e fogo; e um mundo de neve e gelo no norte. Entre os dois se estendia no grande vazio de Ginnungagap ou o caos. Onde o calor e o frio se encontravam no meio da expansão, um ser vivo aparecia no degelo, chamado Ymir. Era um gigante e debaixo do seu braço esquerdo nasceram o primeiro homem e a primeira mulher, enquanto de seus dois pés a família dos gigantes do gelo foi gerada. 

Ymir alimentava-se do leite de uma vaca, que lambia os blocos de gelo salgado e produziu um novo ser, um homem chamado Buri. Ele teve um filho chamado Bor e os filhos de Bor eram os três Deuses: Odin, Vili e Vê. Esses três mataram Ymir, o antigo gigante, e todos os gigantes de gelo, exceto um, Bergelmir, se afogaram no sangue que dele jorrou. 

Do corpo de Ymir, eles formaram o mundo dos homens: ... de seu sangue o mar e os lagos, de sua carne a terra, e de seus ossos as montanhas; de seus dentes e maxilares e outros ossos semelhantes que se quebraram, formaram-se as rochas e os pedregulhos. Da cabeça de Ymir, eles fizeram a cúpula do céu, colocando um anão em cada um dos quatro cantos para sustentá-la e mantê-la firme acima da terra. Esse mundo dos homens era protegido pelos gigantes por uma muralha, feita das sobrancelhas de Ymir, e se chamava Midgard. 

Os Deuses trouxeram à existência o tempo, enviando Noite e Dia para percorrer os céus em carruagens puxadas por velozes cavalos. Duas belas crianças, uma garota chamada Sol e um garoto chamado Lua, também foram colocadas por eles em caminhos através do céu. Sol e Lua tinham de movimentar-se rápido porque eram perseguidos por lobos, que pretendiam devorá-las. No dia em que o maior dos lobos conseguisse engolir o Sol, o fim de todas as coisas estaria próximo. 

Depois que o céu e a terra se formaram, estava na hora de construir Asgard, o reino dos Deuses. Em Asgard havia muitos saguões maravilhosos, onde os Deuses residiam. O próprio Odin vivia em Válaskjálf, uma suntuosa morada com telhado de prata, de onde ele podia apreciar a vista de todos os mundos ao mesmo tempo. Ele tinha outra morada chamada Valhala, o palácio dos aniquilados, onde ele oferecia hospitalidade a todos que caíam em batalha. Todas as noites, ele fazia banquete com carne de porco que nunca acabava, e hidromel, que fluía no lugar do leite das tetas da cabra Heidrun, uma das criaturas que se alimentavam de Yggdrasill. 

Os convidados de Odin passavam o dia em combate, e todos os derrotados eram reerguidos à noite para festejar com os outros. Chifres de hidromel eram trazidos a eles pelas Valquírias, as virgens de Odin, que também tinham de descer aos campos de batalha da terra e decidir o destino da guerra, convocando os guerreiros caídos para Valhala. 


Mitologia Nórdica 


Em algum lugar em Asgard, havia uma construção com um telhado de ouro, chamada Gimli, para onde iam os homens justos após a morte. Havia outros reinos além de Asgard, como Alfheim, onde viviam os belos elfos, e três céus, estendendo-se um depois do outro. Jötunheim, o reino dos Jotnar ou gigantes e Nifheim ou Nilflheim, a morada da escuridão, que ficava embaixo das raízes da árvore do mundo. 



Fonte bibliográfica:
Hilda R. Ellis Davidson - Deuses e Mitos do Norte da Europa

Bênçãos plenas!
Rowena Arnehoy Seneween ®

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

BRUXARIA TRADICIONAL: Especialidade em Bruxaria ?

NÃO SOU ESPECIALISTA EM NADA, MUITO MENOS EM BRUXARIA...

                                        
Não sou especialista em nada, muito menos em BRUXARIA
Adestrei minhas mãos na Universidade Mágica da sensibilidade e minha alma nos livros das (o) antepassadas (o).
Vejo tanta gente que se autodenomina especialista nisso ou naquilo na Bruxaria. Gente que deseja ter mais “PODER” que os outros. Mais e mais CONHECIMENTO.
Calma lá Pessoas!
Não existe especialista melhor do que a (o) Bruxa (o) que sabe “se” procurar e consegue se achar, e se perder e se achar, e se perder e se achar...
Não estou, assim, afirmando que não existem especialistas em várias Mitologias e Tradições. Existem.
São aqueles que vão além das grandes idéias. E que conseguem provar.
Mas por que essa necessidade de se autodenominar?
De ser mais que os demais?

Já ouvi tantos especialistas vomitar besteira e mais besteiras. Ou não falar nada para não se queimar, não se comprometer, não confundir as próprias idéias.
Mas também ouvi tantas (o) Bruxinhas (o) jovens terem grandes sacadas. E o que é pior, ninguém sequer parar para escutar.

Quando comecei a compreender e a me preocupar com alguns especialistas que não são humildes, e acham que sabem tudo de Bruxaria, aí eu resolvi que era hora de parar de aprender e buscar me encontrar para verdadeiramente “APREENDER” BRUXARIA.
Muitos desses seres que os Deuses insistem em colocar no meu caminho foram, e continuam sendo excelentes mestres de “conhecimentos” do que eu não devo jamais entender como Bruxaria. São como os mais belos castelos de areia na praia. Até que uma onda de novidades atinja o castelo e ele se desmanche sem deixar um rastro sequer...

Já aprendi com muitos e verdadeiros Mestres que nada sabiam, mas que procuraram a profundidade dos mistérios até encontrar.
Apreendi com Gente que me ajudou de verdade, sem se colocar no Pedestal de “sábia” (o) ou muito menos de LIDER ESPIRITUAL.
Compreendi meu serpentear de Peregrina com alguém que não era especialista, mas que “magia” era seu respirar. E tentava, tentava, tentava, sem parar. Até conseguir.
E as dicas de magia que tanto gostam de distribuir? Histórias e experiências de vida mágica pessoal, Esquecendo que cada um tem seu próprio “serpentear” para aprender a Peregrinar.
Dedos que teimam apontar...

Todos especialistas...

Particularmente gosto de me aprofundar nos assuntos mais estranhos no que diz respeito à Bruxaria, principalmente a Tradicional. Simplesmente por que gosto de estudar. Já estudei por conta própria uma infinidade de “ias”: Filosofia, Teosofia. Mitologia (s), etc...
Hoje a minha “especialidade” é não ser especialista em nada, tudo que faço e repasso está na teoria da relatividade.
E quem sou eu? Uma especialista às avessas... Uma generalista... Tanto faz.
Aquela que busca ser feliz louvando e reverenciando seus Deuses. E ponto.

O mal do século, com certeza é o senso comum mal colocado, conceitos mal elaborados, pensamentos empacotados, rotulados.

Conhecimento é aquele Maná, que é apreendido e que se tem uma base firme para julgar e raciocinar algo que é real e verdadeiramente nosso.

Bruxas (o) existem às pencas. Existem também aquelas especialistas em porcarias, que vivem de teatrinhos e sensacionalismo. Montam um site, colocam um texto, uma foto de alguém celebrando com algum instrumento mágico, e acham que estão ensinando e oferecendo informação suficiente para iniciar alguém. Ou anunciam cursos disso ou daquilo, onde acham que vai render o maior lucro. E esses são apenas simples exemplos, das milhares de barbaridades de vemos por ai.
Isso é Bruxaria? Não. São apenas pessoas medíocres que querem viver da ignorância dos ingênuos, que acreditam em tudo que lêem na internet.
Bruxaria sem conhecimento é areia. Construir um castelo sem o conhecimento verdadeiro, sem a busca que é a base do “apreender”, qualquer onda pode levar.
 
Existem sim, Bruxas (o) que não são especialistas em tudo, nem nisso, ou naquilo. São aquelas pessoas que se dedicaram ao CAMINHO RELIGIOSO QUE É A BRUXARIA, e que não aceitam ser chamadas de especialistas. São Sacerdotisas (o) Tradicionais ou não, historiadoras (o), estudiosas (o) e pesquisadoras (o) que cumprem seu papel na sociedade de passar uma informação concreta, comprovada, com um índice de confiabilidade indiscutível. Pessoas que sabem viver com simplicidade a sua fé, e que têm como missão iniciar aqueles que queiram serpentear juntos.
A rotina na vida da (o) Bruxa (o) é ditada pelo desconhecido, a dinâmica do seu dia é distribuída pela surpresa, tendo em vista a sua obvia conecção com os Deuses. E são para essas (o) Bruxas (o) que eu empresto meu “verbo”, porque sei que dali sairá algo que terei orgulho de ter peregrinado junto um dia.
Se acreditar que ser livre de pensamento e de ação nos conceitos das Tradições, compromete o currículo de Bruxa (o) intelectual engajada (o), é melhor trocar por outra religião urgente, mas não cuspa neste prato jamais, pois a Bruxaria é uma Religião sem retorno. Não existe ex-Bruxa (o).
 
Entretanto, se permitirmos nos embriagar de satisfação íntima, da pureza sedutora de viver com entusiasmo e nos justificar dizendo que somos uma (o) louca (o), simples, apenas isso, será suficiente para sermos felizes genuinamente sem necessidade de    “ especializações”.
Como sabemos as loucas (o) não são especialistas em nada, pois vivificam tudo e sempre encontramos os portais abertos.
 
Rita Lee, a Grande rainha do rock Brasileiro, que já passou por poucas e boas, mas nunca se queixou de não ter uma vida interessante, anos atrás musicou com Arnaldo Batista estes versos:
"Se eles são bonitos, sou Alain Delon/ se eles são famosos/ sou Napoleão/se eles têm três carros/ eu posso voar". Também faço da Balada do Louco meu hino, que assim encerra: "Mais louco é quem me diz que não é feliz".
Por tudo isso, não sou especialista em nada...
Graça Azevedo / \Senhora Telucama
Suma Sacerdotisa do Templo Casa Telucama

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ordem Iniciática: Lidando com Comprometimentos

 
Segue um artigo muito elucidador sobre a convivência em uma Ordem Iniciática, um observar lúcido sobre nossas relações com as pessoas e com a instituição a qual lhe acolhe.

Toda conversa gerada sobre uma vivência em grupo é comum ter pontos levantados e realmente acredito ser interessante que eles o sejam, e que bom que se pode falar sem o negócio virar uma briga, risos! Gostaria de "levantar uma bola", com a intenção de causar uma reflexão a mais em todos nós.

Entre a consciência e a ilusão a divisão é bem tênue, um passo apenas, basta um pensamento equivocado.

Com relação às tarefas em grupo, é nelas que reflito: Nosso caminho prima pelo livre fluir, então acredito que todas as atividades devem caminhar de uma forma muito natural, cobranças extremas não são construtivas, se existe um trabalho para ser feito, então faça! Nesta simplicidade... Talvez o mais interessante não seja 1 receber a ajuda de 30, mas sim este 1 ser suficiente para auxiliar os 30.

É uma questão de mudar a forma viciada de ver as coisas, de esperar receber ao invés de dar, de sair da reativa e então, imaginem o que não seremos capazes de realizar quando cada um dos 30 forem capazes de fazer por mais 30?

Esse é o melhor dos mundos, quando todas as peças da engrenagem rodam individualmente gerando benefícios coletivos. É o "fazer não fazer" do D. Juan de Mattos (Ref. aos livros de Carlos Castañeda). Não precisa forçar nenhuma peça porque o fluxo é algo auto-sustentável.

Claro, tem gente que é folgada mesmo, não se prontifica a ajudar em nada e isso sobrecarrega alguém, mas não é neste mérito da questão, que quero ressaltar.

Eu falo de poder de realização, de fazer pelo motivo certo, de dar a sua contribuição independente do outro dar a dele ou não. De olhar para os seus atos e não se direcionar para os passos alheios.

A gente não pode achar que fez demais, que fez sozinho e não era nossa obrigação, não pode achar que o que fez é muito ou o mais importante, nem que nos destacamos por fazê-lo, cair no jogo do ego que teima em dar uma importância supérflua as coisas, simplesmente se faz porque é necessário no momento.

Não veja como um sacrifício, nem como algo que deva ser exaltado, mas com alegria por ter podido fazer algo para todos.
 

Observo tanta gente que fica nos bastidores, acho desnecessário a coisa do querer mostrar serviço, o conhecimento esta na simplicidade das coisas, está na música cantarolada enquanto as panelas são limpas, esta no barulho da vassoura riscando o chão assim como esta também na lenha que estala no fogo e no barulho dos passos do peregrino.

No mais, ao invés de pensar que estamos fazendo um esforço solitário, porque não pensamos que é bom ser útil pelo prazer de ser, sem esperar nada em troca e pelo simples fato de ser capaz de fazer. E quando a atividade esta pesada demais para se fazer sozinho por que não pedimos ajuda?

Assim como acho que é importante que quando alguém ver algum novato fazendo algo que não deve, por inexperiência, dar um toque na pessoa, para alertar mesmo, raramente a situação irá se repetir pois a partir de então a pessoa saberá que aquilo não é o correto.

Temos de lembrar que hoje carregamos a mochila de um peregrino irmão para que amanhã, quando estivermos cansados e com os pés doloridos, alguém carregue também a nossa.

Só quero propor uma reflexão complementar; rodar com a roda, é tempo de mesa farta e saibamos equilibrar o rigor e a misericórdia.

Abraços Fraternos,
Yellow Cat

Cordialmente,
CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL
 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Paganismo pelo olhar de uma Iniciante Peregrina

Segue artigo de uma peregrina que embora em seu começo de caminhada já tem uma definição clara e coesa de seu caminho, um texto simples e direto sem expor títulos ou necessidades ligadas ao ego, esperamos que gostem tanto quanto apreciamos pessoas que estudam e se dedicam a um caminho mágico entendendo suas paisagens e suas definições. Venha para o Conselho de Bruxaria Tradicional e contemple o Paganismo com seriedade!

 Paganismo


Diversas definições caracterizam o paganismo, sendo a maioria delas muito parecidas e coesas entre si. Mas se tivesse que dar uma definição rápida de acordo com a idéia que eu tenho de paganismo, sem muitos rodeios, diria que é um conjunto de crenças e tradições religiosas pré-cristãs que têm sua origem no campo, na natureza, crenças estas de caráter politeísta, que cultuam a natureza e suas forças como um organismo vivo e
sagrado, sendo suas divindades o reflexo (ou a personificação talvez) de diferentes aspectos da natureza.

O termo pagão origina-se do latim paganus, e refere-se àquele que vive/é no/do pagus, ou seja, no/do campo, na/da natureza. Tal termo foi há muito empregado pelos cristãos romanos para caracterizar e se referir de forma pejorativa aos politeístas em geral. Assim, num contexto histórico, refere-se às tradições politeístas pré-cristãs da Europa, do norte da África e greco-romanas. Trazendo para um contexto mais atual, seu significado abrange ainda algumas religiões contemporâneas, incluindo a maioria das religiões orientais, as tradições indígenas das Américas, da Ásia Central, Austrália e África, e todas as demais religiões não-abraâmicas. 
Algumas características e conceitos fundamentais dão forma à espiritualidade pagã, tais como a origem de suas crenças e divindades que se dá na própria natureza e suas forças, seus fenômenos; o desenvolvimento de uma relação direta e mágica com a natureza sagrada e suas divindades, que é refletida na religiosidade mágica dos pagãos; a não obrigatoriedade da existência de templos destinados aos cultos e práticas pagãs, já que a Terra é sagrada e assim fornece locais sagrados, tais como bosques, rios, cachoeiras, montanhas e etc.;

As comemorações pagãs acontecem concomitantes às mudanças nos ciclos naturais, pois o calendário religioso se confunde com o calendário sazonal e agrícola (baseado no estilo de vida campestre, rural dos antigos pagãos); a noção de ciclicidade do tempo abrindo caminho para a idéia de retorno eterno; a não existência de maniqueísmos (conceitos de pecado, paraíso e inferno, luz e trevas, bem e mal absolutos);  há ainda um profundo respeito aos ancestrais e às tradições, o qual torna as práticas pagãs uma forma também de perpetuação da ancestralidade religiosa, do egrégor ancestral, que é a repetição dos mesmos ritos na mesma época, propiciando uma união mágica com todos os indivíduos que já haviam celebrado em outros tempos; 

Dentro do paganismo não há presença de estruturas padronizadas e dogmas religiosos, ou ainda um livro sagrado, propiciando assim a liberdade de culto; pode ser considerada como uma religiosidade doméstica, familiar, que se dá entre pequenos grupos com laços de sangue ou compromisso, porém, as grandes festividades pagãs ocorrem sempre num âmbito comunitário, relacionando todos os membros da comunidade.

Fiquem em paz, todos vocês..... ;-)
Abraços, Caroline

Cordialmente,
CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Comemorações da Casa Telucama - Lammas

  LAMMAS

“Se dizes que sabes discernir a face do céu, as fases da lua, a roda das estações, e não conhece os sinais dos tempos? 
Então conheces o momento de colher?” –Graça Azevedo/Senhora Telucama
                   

O lavrador experiente conhece as leis da sua lida, quando diz: “Não se pode pretender colher nas chuvas e nem semear na seca.”
Por isto, Aqueles que sabem, afirmam: o tempo da procura acabou! O mundo hoje precisa conhecer todas as Respostas para as mais banais Perguntas.
 

Não há mais tempo para recomeçar alguma coisa que diz respeito ao semear, sem saber o tempo de colher,  nem para pretender pisar nas pegadas dos antepassados, mesmo da geração anterior, sem conhecer a terra a ser semeada, e que a espera da colheita seja "Lammas", por ordem e por respeito as leis que regem o universo.
É chegado o momento de colher...

Realizamos no Sábado passado o nosso LAMMAS, A NOSSA GRANDE COLETA.
A Família Telucama mais uma vez vibrou em celebração aos nossos Deuses  pela nossa primeira colheita. HEYA!




                                                                  
                                                      
               

                                                                   



                                                                                   




                                                                      

                                                                    

                                                                   



                                                                              


                                                                      



                                                                             

                                                                              
                                                                     









                                                                               
                                                                               


                                                                             
                                                                               

                                                       
Conheça mais sobre a Conselheira Graça Azevedo (Senhora Telucama) no blog: http://casatelucama.blogspot.com/

Cordialmente,