terça-feira, 8 de janeiro de 2013

BRUXARIA TRADICIONAL: O Pentagrama

Atualmente reconhecido como um simbolo ou um aparato que serve para dar estilo a mundo bruxesco, saiba que nem sempre foi assim! Antes da Era Moderna, mais especificamente, antes da década de 50, o pentagrama era pouco conhecido dentro do mundo leigo, e um objeto comum entre outros símbolos representativos da magia, contudo devemos levar em consideração que uma ordem em específico tinha esse simbolo com grande relevância, citamos aqui a Irmandade Pitagórica que faz referência clara ao filósofo grego Pitágoras (582 a.C.). 

Segue um resumo interessante sobre o Pentagrama e Pitágoras.


Em Crotona ele se tornou o centro de uma organização, largamente difundida, que era, em sua origem, uma irmandade ou uma associação voltada muito mais para a reforma moral da sociedade do que uma escola de filosofia. Embora o seu objetivo inicial tenha sido muito mais fundar uma ordem religiosa do que um partido político, a Escola de Pitágoras apoiou ativamente os governos aristocratas. 

A ESCOLA PITAGÓRICA
Parece que, por volta da metade do séc. V a.C., houve uma divisão, de um lado, estavam os “matemáticos”, que estavam interessados nos estudos científicos, especialmente em matemática e na teoria musical; de outro lado estavam os membros mais conservadores da Escola, que se concentravam nos conceitos morais e religiosos, e que eram chamados de akousmatikoi (plural de akousmata, os adeptos das tradições orais). Estes elementos – religiosos e científicos – estavam já presentes nos ensinamentos de Pitágoras.

As doutrinas ensinadas por Pitágoras são as seguintes:
1. - A existência da alma, acreditava na transmigração das almas dos indivíduos, mesmo entre diferentes espécies. Esta transmigração poderia ocorrer em seres mais ou menos evoluídos. Se um indivíduo tivesse uma vida virtuosa, o seu espírito poderia inclusive se libertar da carne, isto é, deixaria de reencarnar.

2. - Levar uma vida virtuosa consistia em obedecer a certos preceitos, muitos deles vistos hoje como tabus primitivos, como, por exemplo, não comer feijão ou não remexer no fogo com um pedaço de ferro. Estritamente morais eram as três perguntas que cada um devia se fazer ao final do dia, e que eram: Em que é que eu falhei hoje? O que de bom eu deveria ter feito hoje? O que é que eu não fiz hoje e deveria ter feito? Um dos principais meios externos que ajudavam a purificar o espírito era a música.

3. - A fascinação da Escola pelos números deve-se ao seu fundador. A maior descoberta de Pitágoras foi a dependência dos intervalos musicais de certas razões aritméticas existentes entre cordas de comprimentos diferentes, igualmente esticadas. Por exemplo, uma corda com o dobro do comprimento de outra emite a mesma nota musical, mas uma oitava acima, isto é, mais aguda.
Tal fato contribuiu decisivamente para cristalizar a idéia de que “todas as coisas são números, ou podem ser representadas por números”. Este princípio foi a pedra de toque da filosofia de Pitágoras. Em sua obra Metafísica, Aristóteles afirma que os números representavam na filosofia de Pitágoras o que os quatro elementos – Terra/Ar/Fogo/Água representaram no simbolismo de outros sistemas religiosos. De acordo com este princípio, todo o universo poderia ser reduzido a uma ”escala musical e a um número”. Assim, coisas como a razão, a justiça e o casamento, poderiam ser identificadas com diferentes números. Os próprios números, sendo ímpares e pares, ou limitados e ilimitados, de acordo com Aristóteles, se constituíam na primeira definição das noções de forma e de matéria. 

Os números um e dois encabeçavam a lista dos dez primeiros pares de opostos fundamentais, dos quais os oito pares seguintes eram “um” e “muitos”, “direita e esquerda”, “masculino e feminino”, “repouso e movimento”, “reto e curvo”, “luz e escuridão”, “bom e mau” e “quadrado e oblongo”. Esta era a filosofia do dualismo metafísico e moral, através da qual se chegou ao princípio que via o universo como a harmonia dos opostos, no qual “o um” gerou toda a serie de números existentes.

Também formularam a teoria das proporções e descobriram as médias aritmética, geométrica e harmônica. Foi ainda Pitágoras quem descobriu a construção geométrica dos cinco sólidos regulares, isto é, o tetraedro ou pirâmide de quatro lados, o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro. A construção do dodecaedro requer a construção de um pentágono regular, também conhecida dos Pitagóricos, que usavam o Pentagrama ou Estrela Pentagonal ou Flamígera, como símbolo de reconhecimento entre os seus membros


BIBLIOGRAFIA
Pitágoras – Amante da Sabedoria - Ward Rutherford - Editora Mercúrio - São Paulo
Pitágoras – Uma Vida - Peter Gorman - Editora Pensamento - São Paulo
A Doutrina Secreta -Volumes II e V - H.P.Blavatsky - Editora Pensamento - São Paulo
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan – Artenova - Rio
A Simbólica Maçônica - Jules Boucher - Editora Pensamento - São Paulo
Maçonnerie Occulte et L’Initiation Hermétique – J.M.Ragon - Cahiers Astrologiques - Paris 
Diálogos - Platão - Abril Cultural - São Paulo
Autor: ANTÓNIO ROCHA FADISTA