Na semana passada um aprendiz me ligou indignado diante de
um artigo que, segundo ele, defendia, de modo desconcertante e confuso, uma declaração mesclando Respeito à Religião com Direito de Crença Eclética ou “Universalista” termos mais comuns para segmentos de base esotérica.
Eu disse a ele, onde tinha visto o tal artigo, e ele disse
no Facebook! A segunda pergunta foi se havia alguma imagem bonita na divulgação,
e ele me disse que sim! Então conclui o óbvio, as pessoas curtiram a imagem e
nem leram o artigo. O mundo esta se acostumando com a mensagem rápida, a mensagem
visual, provavelmente exista uma diferença gritante entre ler o artigo e curtir/ compartilhar a imagem, quem é leigo e
sem base teológica não entenderia esta questão e muito menos os
danos que uma “misturancia” causam ao trabalho de conservação e respeito a cultura nativa das religiões, como é possível buscar TOLERÂNCIA RELIGIOSA, se as pessoas que apoiam este movimento, desrespeitam a INSTITUIÇÃO RELIGIOSA em favor de suas CRENÇAS PESSOAIS?
Hoje o termo Bruxaria virou muitas coisas, algumas
indefinidas e absurdas e devemos respeitar a todas as pessoas, não simplesmente
por que elas acreditam em coisas diferentes, mas dentro de um sentido
mais profundo, devemos respeitar a vida das pessoas, por mais que não
concordemos com elas, não precisamos ser inimigos, bem como também, não é obrigação
RECONHECER como igual frente a nossa RELIGIÃO, somos todos irmãos de uma grande
espiritualidade, é verdade, contudo não somos fraternos de um mesmo caminho religioso.
O Brasil é um país eclético? Eu diria que o Brasil é um
local onde temos diversas religiões, onde existe certa liberdade, mas dizer que
no Brasil reina o ECLETISMO RELIGIOSO, seria um passo muito largo, se assim o
fosse, não haveria tantas bandeiras defendendo a RELIGIÃO em específico e sim o
DIREITO de Liberdade de Crença, o que já é previsto pela constituição federal.
O que lutamos aqui é por igualdade de direitos religiosos, ou seja, benefícios
comparativos a outras religiões aceitas naturalmente pela nossa sociedade, uma
contribuição previdenciária, por exemplo, a um sacerdote de fundamento pagão ou
neo-pagão de igual forma que é cedido a um sacerdote de fundamento cristão.
No mais, tranquilizo a todos, que mesmo seguindo uma linha TRADICIONALISTA, digo que acho bonitinho as pessoas se chamarem
de “bruxinhas”, de ver movimentos com plaquinhas afirmando ser bruxo, pagão e
até fada, isto enriquece o nosso folclore, é um contexto lúdico que nos traz
leveza frente à visão radical cristã com relação a sermos destruidores de vidas
e fazermos mal as pessoas.
O que devemos compreender esta além da questão de
tolerância da convivência religiosa, mas sim de respeito de forma geral! Pessoas, costumes, visões, objetos sagrados, e com isso as questões do direito à
preservação das religiões, a conservação de valores e costumes, a
identidade cultural, os ensinamentos, a pureza de rito, e assim por diante.
Um grande abraço,
Ricardo DRaco
Palavras de interesse: Curso Virtual, Curso Presencial, Eventos Bruxos, Vídeos de Bruxaria.