segunda-feira, 17 de junho de 2013

Visões Bruxas sobre o Samhain de 2013 part 3


Nós da CLÁN sempre nos direcionamos para a busca da sabedoria e do êxtase da vida, contudo nesse ritual ficou firmado dois tipos de trabalhos importantes e que antes nunca houve a necessidade e intenção de realizá-los, sendo assim abrimos a frente de trabalhos de cura, bem como de trabalhos de banimento, não que eles já não existissem, mas consideramos um tempo oficial em nossas atividades neste plano.

Mais um giro na roda e lá a girar em frente à fogueira, os pés subiam sobre o ar e levitavam e os elementais da fogueira faziam desenhos de animais a dançar em coro sob o céu estrelado, ao som do ranger dos galhos e do bater de folhas, os iniciados em pleno êxtase de olhos fechados sentiam leves e cambaleavam pelo girar das eras em minutos e assim retornamos a nossa casa e colocamos lenha na lareira, e lá estava a mesa dos ancestrais, fizemos nossas preces com respeito, um a um e cada um com seus pensamentos e lá ficamos em um trabalho fortíssimo em pleno êxtase.



Onde tu esta madre Ayahuasca?

Tomei minha dose de uma ayahuasca doce e desmerecida por um bode tolo, ah como tu minha senhora é doce e esquenta ao tocar meus lábios perdidos no além deste pequeno e ínfimo mundo, no começo não a senti, não me importei, pois como sempre meus olhares estavam sobre o funcionamento do ritual, mas em um estralar de dedos tive a surpresa da doce voz que ha tempos tinha me dito que eu sabia demais e por isso não mais teria nada a me falar, ah saudades me vieram daquele encontro, me sentei sobre os pés da bondosa senhora e lá acariciado por suas folhas fiquei a sentir sua familiar energia que me dizia grandes alegrias, dessa vez eu tinha dúvidas as quais ela respondeu carinhosamente me deixando feliz e em paz, ah sim tinha limpeza, ah como escolhi mal minhas companhias, ah como triste eu estava, mas passou, passou pois joguei para fora como um gato o faz com as bolas de pêlo, as joga para fora e isto me deu um sublime alívio.

Por que você se preocupa tanto? Assim ela me dizia: - Tudo tem de ser como realmente é, e cada um tem que ser o que é, palavras doces e de grande ensinamento, tirei um peso das costas e minha alma ficou tão mais leve, deixe os ignorantes com sua ignorância e entenda que o mundo dos humanos é desconectado, é um mundo surdo cheio de “eus”, você duvida?

Eu sorri e disse que sim, que de forma descontraída dizia que não era bem assim e ela me disse então VEJA! Pedi para um rapaz do grupo se aproximar da lareira, ele olhou para mim meio como senão me enxergasse e foi para o fundo da sala e se acomodou ao seu gosto, é claro... que uma pessoa esperançosa na humanidade ainda coloquei mais uma prova e uma senhora do meu grupo estava lá inconformada com as brasas que pularam da lareira e estavam no chão, eu dizia a ela... – Não precisa pegar, deixa... a senhora vai se machucar. Ela olhou para mim e disse: Não vou não, eu tenho certeza que não vou me queimar.
E a querida senhora das folhas olhou para mim e eu a olhei e rimos... é verdade, tudo o que faço ou peço não tem importância, cada qual esta em seu mundo, diante de suas necessidades, de suas visões, eu só estou aqui de passagem e agradeço por isso.

Depois de um tempo uma peregrina sentou-se ao meu lado, sofrendo diante do poder da batida dos tambores da alma, ah como estava frio, eu lembro! Geava na alma, e ela tremia a me lado, a tranquilizei, mas o racional, ah sempre o racional a nos pregar tantas peças e a nos promover tantas dúvidas, seria tão mais fácil fluir nesse amor em ondas tranquilas desta nossa viagem chamada vida, eu sabia todos os passos daquela dança, dos questionamentos passados na mente dela, das inquietações, das debilidades e limitações do corpo, um passo igual a um quilometro, eu entendo e tentei ajudar, quando a mão da rainha se colocou ao meu ombro e disse fique, cada um com seu crescimento, e lá fiquei tal como um advogado a tentar ajudar ao próximo, mas aquele era o meu momento e como é bom ser cuidado de vez em quando!

Sentei no sofazinho e lá fiquei e.... amanhã te conto mais! (Parte Final).