Eu vi duendes eu vi gnomos!
Lembrava de uma música do Tihuana sobre gnomos e duendes, e o que às vezes é tido como motivo de piada, mas para quem adentra no mundo dos elementais, isto é algo comum, não que a gente não se encante com as diferentes formas de espíritos, suas cores, jeitos, singularidades!
Cansei de ver o povo chamar àqueles irmãos bruxos sensitivos de malucos, não sei o que pensar em um mundo onde de tempos em tempos estoura uma guerra por algum interesse e que a mim me parecem mais loucura como qualquer outra identificada pela ciência médica, mas não falo desses, falo de uma espécie que acredito estar em extinção junto da fauna, os bons malucos beleza! Os bruxos de alma, não os esquizotéricos montados para o público do circo da cidade.
Eu vi e vejo muitas belezas do outro lado, cansei de ir a centros espíritas e ver desencarnados sofredores, e se a humanidade já esta perdida nessa realidade, imaginem nas outras! É como comentava com uma amiga que me relatava alguns problemas com projeções astrais e espíritos zombeteiros, ah isso com certeza é humano! Eta raça complicada essa humanidade! Com seus egos a se acharem melhor que tudo o que esta a sua volta, a pensar que estão sozinhos mesmo quando olham a imensidão do Universo.
CANSEI! E fui para o Festival Celta dos Portais da Primavera, rever meus irmãos na Lua Nova! E lá sentado em frente à fogueira, uma fogueira linda com quase 2 metros de altura,
observava as salamandras a se esconderem pelas madeiras que ardiam em brasa, o respirar do dragão do fogo que jogava pulsante as brasas para o céu como fossem vagalumes e inundarem a vastidão negra do céu e se juntarem posteriormente e poeticamente as estrelas, as muitas estrelas que ali estavam.
E como é o Festival Celta da CLÁN Dragones? Quem sabe, quem já foi, sabe o quanto de beleza há, de conhecimento ensinado, quem já foi sente falta, quem nunca foi fica admirado querendo ir a um próximo, mas o poder pessoal é o poder pessoal e ali é o pé que manda, o coração tem que estar livre, a alma leve e a mochila com tudo o que aprendemos do concreto, do racional, deve ser esvaziada para voltar com brilho sábio! Mas que diacho é um brilho sábio? Não sei dizer, mas é como as pessoas se olham depois dos rituais, aquele olhar de paz, aquele brilho no olhar, aquele sorriso, alguns mais sorridentes outros mais sigilosos, mas a gente não pega, não toca, mas sente.
E como é bom ser bruxo, um bruxo não se enterra em livros para parecer mais sábio como tenho visto, tradutores ambulantes egóicos pensando que aquilo que decoram faz a diferença, também não é aquele povo tolo que imita algo que alguém fez e fica lá “viajandando” falando dos caldeirões, da harpa, do selo, do que na verdade não importa e a gente percebe que bruxo é ter o tempero certo, é feliz não para aparentar, sabe? Tem gente que come comida ruim e faz cara de gostoso, bruxo não esconde! Não esta feliz fala logo, quebra o barraco! E quando esta feliz mostra o motivo de estar feliz, mostra a grandeza do abraço, o carinho e o respeito que somente o contato sereno e justo com nossos irmão etéreos nos traz diante de tanta troca!
A Bruxaria Tradicional não é circo, ninguém usa bola vermelha no nariz, ninguém precisa usar tiara, capa ou qualquer tranqueira, até porquê a Bruxaria Tradicional é liberdade, vai além, muito além do entendimento mediano, ela é um sopro no bosque, ela é como o pássaro que repousa em seu ombro, a Bruxaria é o cheiro da terra molhada, é a gratidão abençoada, saudada, e veemente sentida de uma forma vívida.
Eu poderia falar do caldeirão, da cruz de Bríg(a), eu poderia dizer muitas coisas as a quais leigos ririam, ateus contestariam, físicos vislumbrariam, ativistas chorariam de alegria, pseudo entendidos arguementariam e mesmo assim seria pouco, não seria verdadeiro, pois não se caminha com os pés dos outros. E que esta verdade seja dita e perpetuada, sem diabos e demônios, sem santos ou palpiteiros.
Todo dia eu encontro gente com problema, pedindo feitiços e orientações, gente triste e depressiva, mas eu cansei de dar a receita e de mostrar o caminho, hoje eu apenas digo – Olhe para frente e se puder veja a trilha.
Sejam bem vindos a primavera, e que ela chegue com graça, que seja renovadora e traga luzes, cores e alegrias para o seu pote! Que assim seja.