Antes de surgirem os calendários escritos, eram usados monumentos como forma de medir o tempo. Um desses calendários descoberto em Warren Field, na Escócia, sugere que este tipo de técnica pode ter sido desenvolvido muito antes do que se pensava. Os arqueólogos acreditam que este calendário ancestral terá sido criado por caçadores em 8.000 a.C., tornando-se assim no mais antigo do mundo descoberto até agora.
O calendário é composto por 12 fossos – cada um terá contido, provavelmente, um poste de madeira, em representação a cada mês do ano. O monumento foi usado para mapear as fases da lua, a fim de acompanhar o calendário lunar. Para seguir as estações do ano, tendo em conta as diferenças entre os anos lunares e solares, a sequência podia ser calibrada anualmente no nascer do sol do solstício de Dezembro.
Segundo o site Gizmag, acredita-se que o calendário terá sido usado por sociedades de caçadores, como forma de acompanhar as estações do ano, para que soubessem em que alturas os animais migrantes passavam na região.
“A evidência sugere que as sociedades caçadoras e coletoras, na Escócia, tinham a necessidade e sofisticação de controlar o tempo ao longo dos anos, para corrigir o desvio sazonal do ano lunar, e que isso ocorreu cerca de 5.000 anos antes dos primeiros calendários formais conhecidos no Médio Oriente”, disse o líder do projeto, Vince Gaffney, professor de Arqueologia da Paisagem na Universidade de Birmingham.
“Isto fornece novas emocionantes evidências para o início do Mesolítico na Escócia, demonstrando a sofisticação destas sociedades primitivas e revelando que, há 10 mil anos, os caçadores construíram monumentos que os ajudaram a controlar o tempo”, acrescentou Richard Bates, da Universidade de St Andrews.
Trata-se, portanto, do mais antigo exemplo de tal estrutura, não existindo na Grã-Bretanha ou na Europa local comparável a este, mesmo a datar de vários milhares de anos depois.
Cordialmente,