Revendo alguns textos podemos observar a palavra liberdade sendo colocada a todo o momento, acreditamos que o caminho da Bruxaria Tradicional é liberto, pois ele nos mostra uma peregrinação de auto-conhecimento, ele não nos cobra participarmos com reuniões semanais, ele não implica em uma junção de procedimentos cerimoniais para culto, não existe o pesar tão duro sobre um deus único e benevolente pronto a te deixar em desgraça por algum deslize, não existe o pecado e nem um ser que te faça pecar, não existe o castigo de queimar no inferno, ou o benefício das 40 virgens, existe apenas o caminho e você, e isto, a nós inspira liberdade.
Mas percebam, essa liberdade em nada tem em comum com ecletismo religioso, a bruxaria é um caminho tal como as diversas trilhas (sendas e religiões) que existem e que te levam a lugares conforme seu objetivo, não quer dizer com isso que seja libertino, herege, ou qualquer outra manifestação de rebeldia, pois o que percebemos nesse tramitar é justamente a harmonia de se viver bem, consigo mesmo e com tudo o que lhe cerca; isso não tem haver com “Paz e Amor” tem haver sim com a sincronia perfeita com o universo, o perfeito estado de êxtase, da manifestação da sabedoria.
Muitas pessoas não concordam com esse pensamento, pois estão fixadas em suas crenças pessoais como se isto fosse um caminho a que todos podem ou deveriam seguir e dão o nome de Bruxaria Tradicional, num sistema exclusivo de feitiçaria, geralmente ligada a tudo o que existe em magia, com base na cultura africana, tal como risco de chão com pemba, símbolos pitagóricos, judaicos ou cristãos, com culto a Exu, com o estereotipo de magia negra, no entanto esse mesclado de crenças e feitiçaria é ligado exclusivamente a crenças íntimas e mesmo dentro de grupos, percebemos uma total desfoque de idéias, o que não poderia ser diferente, não é um caminho e muito menos Bruxaria Tradicional.
Existem pessoas que usam do termo tradição para terem notoriedade no assunto, tradição para nós é base de conhecimento, portanto seria impossível aprender o contexto de tradição por livros, ela é apenas passada pela prática, pela vivência, pela forma oral. Podemos ler, por exemplo, sobre culinária portuguesa, entretanto nunca saberemos a receita legítima dos ditos “Pasteizinhos de Belém”, com isso entendam que ninguém irá colocar estes detalhes em livros, tal como até hoje não sabemos a formula da Coca-Cola, embora muitas empresas façam sabores similares.
Oferecemos um caminho amplo e liberto que possibilita a troca de conhecimento, como também o silêncio da peregrinação, cabe a cada um rever suas bases, pois se você consegue separar seus procedimentos mágicos por religiões, esteja certo que o que segue é apenas uma colcha de retalhos e nada mais do que isso.
Cordialmente,
CBT (Conselho de Bruxaria Tradicional)
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ResponderExcluirAqui não posso deixar de me recordar de umas dessas filosofias de filme, simples e que quase passa desapercebida, mas que vem bem a calhar com o tema e para a qual sempre me policio porque cabe uma boa reflexão:
ResponderExcluirHomem-Aranha: "Grandes poderes trazem grandes responsabilidades".
Poderíamos substituir por "Grandes Afazeres, grandes obras, trazem grandes responsabilidades"
ResponderExcluirO pessoal tem que começar a entender que Bruxaria Tradicional não é refugo para fugir do neo-paganismo, que existe SIM, um trabalho sério, dedicado, iniciático e não esse agregado falho de feitiçaria com satanismo.
O problema é que as pessoas confundem "liberdade" com "libertinagem" ou com "abuso" e o "qualquer coisa". Tem uma frase que diz: "Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela.".. e concordo muito! nem sempre o vale tudo vale...
ResponderExcluir“A busca da liberdade é a única força que eu conheço. Liberdade de voar até aquele infinito lá fora. Liberdade para se dissolver; para decolar; para ser como a chama de uma vela que, mesmo diante da luz de um bilhão de estrelas, permanece intacta, porque jamais pretendeu ser mais do que é: uma simples vela.” Carlos Castañeda
ResponderExcluirO ponto também é que muitos acham que ser liberto é fazer toda e qualquer porra-louquice que lhe passe pela cabeça, e não é isso, ao contrário, saber que você é o responsável de tudo que lhe ocorre pede no mínimo bom-senso e coerência em cada ato.
ResponderExcluirInfelizmente alguns neo-pagãos acham que a miscelânia de sistema mágicos é razoável porque acreditam serem livres para fazer tais misturas, porém deixam de lado, justamente o efeito disso: deturbação, mistura das tão faladas egrégoras, superficialidade, já que o estudo de um único sistema já é o estudo de uma vida, enfim, por isso que você olha a criatura e tudo nela é confusão e desequilíbrio