terça-feira, 24 de maio de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL - Considerações sobre a Bruxaria Moderna

Inscrições XV Semana de História da UECE

segunda-feira (30/05) às 20:30h

O Mágico e o Historiográfico: Considerações sobre a Bruxaria Moderna.
Ministrante: Paulo Ricardo Borges Fernandes.

Resumo: O mini-curso aborda a Bruxaria Moderna dentro da sociedade e da conjuntura política, social, cultural, filosófica e religiosa do recorte temporal que vai das últimas décadas do século XIX até os dias atuais. Bebendo de antigas tradições e arrematada com criações advindas da erudição e a criatividade de seus idealizadores, a Wicca tenta se estabelecer, unindo elementos das mais diversas escolas esotéricas da modernidade, mas busca no período neolítico o seu marco fundador, dizendo-se filha das antigas práticas pagãs dos povos da antiga Europa, aos motes do que Hobsbawn chamaria de “A Invenção das Tradições”. Nesta tentativa, os bruxos modernos empreendem a difícil tarefa de desconstruir as imagens das bruxas medievais e das feiticeiras do período moderno, mostrando a prática como um culto às forças da natureza. Suas bases são lançadas com Leland, Murray e Graves, mas se sedimenta como religião com Gardner. Sanders rompe com o “purismo” gardneriano por um lado e Valiente com a miscelânea religiosa e a falta de cuidado com a criação das origens da religião por outro. Sob a autorização dos gardnerianos, em 1962, Buckland espalha a crença por toda a América do Norte, onde encontra solo fecundo para se desenvolver, encontrando em Budapest a sua face de ativismo político-feminista, trazendo um patriarcalismo às avessas, amenizado e romantizado por Starhawk, sem perder seu caráter de luta pela libertação feminina e resgate do respeito masculino, e encontrando uma popularidade maior com o ecletismo de Cunningham. O cinema aparece como meio de difusão das novas crenças, sobretudo na juventude, criando o estigma da Wicca ser uma religião de adolescente e faz com que autores de má-fé se aproveitassem dos ávidos neófitos na “Arte Antiga”. Com seu crescimento, a religião acaba entrando em contato com outras religiões, dentro de instituições ecumênicas e de proteção ao planeta das catástrofes ocasionadas pelo “progresso”. A Wicca se estabelece no Brasil no final da década de 1990 e cria um marco fundador há poucos anos, por lhes faltar um, com base numa tradição hegemônica, mesmo que se percebam praticantes anteriormente. Por último, veremos no que acreditam os wiccanianos, e tentar responder à pergunta: “O que fazem as bruxas?”.
Fonte:http://www.caldeirao.org/2011/05/inscricoes-xv-semana-de-historia-da.html

Um comentário:

  1. Este texto é muito bom, toca exatamente nos pontos fundamentais - e muito questionáveis - da wicca de uma forma bem lúcida. Quiçá sirva de base de esclarecimento para essa onda adolescente que se vê perdida diante de tantas e tantas agregações hoje incorporadas a wicca.

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