quinta-feira, 13 de outubro de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL: A Evolução de uma Bruxa


 Quando a maioria dos integrantes de um grupo de estudos de Bruxaria Tradicional chega a um nível razoável de harmonia entre si, de realizações pessoais e em grupo, de compreensão aos problemas do cotidiano familiar, os novos passos conseqüentemente serão rumo a um plano mais sutil: a iniciação propriamente dita, o comprometimento com os caminhos dos Deuses.

Antes de qualquer abordagem, devo lembrar-lhes que a sabedoria chega à mulher primeiramente através da sensibilidade e ao homem através do conhecimento. Pelo conhecimento o Bruxo desenvolve a sensibilidade, e a mulher através da sensibilidade desenvolve o conhecimento. Interessante?

As (o) nossas sábias (o) ancestrais há milênios perceberam que a grande e única diferença entre os gêneros é simplesmente uma questão de “útero”. A mulher por uma questão de sensibilidade uterina é induzida a avanços pela sensibilidade, só depois de sentir, se mobilizar emocionalmente, ela naturalmente busca o conhecimento, o homem desenvolve essa mesma sensibilidade primeiro pelo conhecimento, por uma questão simples da noção primitiva de reconhecer “onde está pisando”. 

Finalmente, a sintonia com os valores espirituais e o conhecimento das leis que regem o Universo é o que molda o comportamento da raça humana. O discurso, e a paz da consciência daqueles que almejam servir aos Deuses de forma plena e acolhedora é manifestada pela mudança interior, ou seja, pelo autoconhecimento, através da pureza de sentimentos, da expansão da consciência, da sensibilidade natural e pela simplicidade da vida.
 

Cada Bruxa (o) tem seu próprio ritmo de concentração e assimilação, por isso nos clãs, causa espanto aos menos avisados quando aquela (o) Bruxa (o), de menos tempo e muitas vezes menos graduada (o) é convidada (o) pela Guiança Mestra (o) a exercer funções de grandes responsabilidades, pois o processo evolutivo é intrinsecamente pessoal. Assim, mesmo um grupo de Bruxas (o), que ingressam em uma Tradição em uma mesma data, nunca todas (o) recebem "graal" exatamente iguais. É um processo gradativo, lento e sutil.

Em um Clã a qualidade da meta de cada integrante é muito importante, porque só pela sintonia grupal profunda podem-se estabelecer os caminhos mais sutis das Tradições.

A evolução no Clã age em silêncio de forma muito poderosa. A depender da disponibilidade de cada um, esse processo se dá a olhos nus de todos os componentes. O que mais uma vez determina que se a evolução é uma dádiva dos Deuses é também maior responsabilidade, pessoal e coletiva.

Toda Bruxa (o) que pertence a um Clã de Tradição, deve ter como meta receber e dar impulsos magnéticos em pró da sintonia coletiva para fusão final da sintonia saudável e sábia do grupo. Grupo este que por sua vez deve expandir esse equilíbrio para todos aqueles que se aproxime do mesmo.

As pessoas que se aproximem de grupos de Bruxas (o), devem receber centelhas da luz coletiva e conseqüentemente individual.
Devem perceber acima de tudo: AMOR, HUMILDADE, SINCERIDADE, AFETIVIDADE, SEGURANÇA, RELIGIOSIDADE  e  CONSCIÊNCIA.
 

A plenitude da alma de uma (o) Bruxa (o) saudável é a liberdade das ambições competitivas, que tanto tolhem a expressão verdadeira dos seguidores dos Deuses. Mas para que isso ocorra é preciso que os membros de todo Clã examinem até que ponto ainda acalenta desejos do Ego superficial, projetos egoístas de vida humana comum. E que busquem deliberadamente transcendê-los.

Participar de um Clã Tradicional é uma oportunidade de proporcionar a si mesmo um resgate dos mais profundos valores e atitudes muitas vezes esquecidos.

Por Graça Azevedo - Senhora Telucama
Suma Sacerdotisa do Templo Casa Telucama.
Conselheira do CBT (Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil)