quarta-feira, 12 de outubro de 2011

CONSELHO BRUXARIA TRADICIONAL: Druidismo e BT na Cultura Celta

 Como esses dois caminhos, Druidismo e Bruxaria Tradicional Ibero-Celta, que prestam reverência às divindades celtas, são vistos atualmente?

Primeiro precisamos entender o que significa a etimologia da palavra bruxaria - que deriva de bruxa - cuja origem até hoje não foi determinada e muito menos compreendida.

Alguns autores alegam que esse vocábulo vem do latim, mas há indícios da sua origem na Península Ibérica antes da chegada dos romanos, essa hipótese é comprovada pelo fato das línguas ibéricas reconhecerem as palavras: bruxa (português), a bruja (espanhol) e a bruixa (catalão). Caso derivasse do latim ela também estaria presente no francês, que usa a palavra sorcière e no italiano que usa strega. E que nos dias atuais tornou-se uma forma pejorativa para designar as pessoas "místicas".

A Bruxaria Tradicional ou Bruxaria tem suas origens nas diversas crenças vindas do Paganismo - que é um nome genérico dado às religiões politeístas, panteístas e animistas - e sua essência está nos cultos pré-cristãos originário do Continente Europeu.

Como seguimos o Paganismo Celta - que engloba o Druidismo e o Reconstrucionismo Celta - buscamos fontes de pesquisa desta cultura para os nossos estudos, através da História, Antropologia e Arqueologia, sob uma ótica reconstrucionista, principalmente, anterior à cristianização, levando-se em consideração que os celtas não deixaram ensinamentos escritos dos seus cultos, lendas ou mitos, apenas ensinamentos orais que, posteriormente, foram registrados por historiadores greco-romanos.


Dentro da nossa crença não há o conceito de "bem" e "mal", há apenas o comprometimento com a verdade, a honra, a justiça, a lealdade e o respeito para com a natureza e todos os seres.

Infelizmente, este conceito de que a bruxaria é algo do "mal", veio através do domínio da igreja católica, aliada ao poder dos soberanos, para subjugar e aniquilar as crenças politeístas dos pagãos, ou seja, das pessoas que viviam nos campos, na Europa Antiga.

As práticas ligadas ao Druidismo e a Bruxaria Tradicional, no caso com foco celtibero, que são religiões naturais da terra, que nos trazem um maior centramento interno através da reconexão com a nossa ancestralidade, com a terra onde vivemos e os elementos que a cercam, em conformidade aos Três Reinos Celtas e a sua visão do mundo: a Terra, o Céu e o Mar.

"A existência de algo que se pode fazer a ponte entre dois pólos fundamentais, leva-nos a um terceiro elemento de importância igual aos dois pólos e, assim, há uma valorização da estrutura ternária do universo. O terceiro elemento pode ser: o pôr-do-sol, entre o dia claro e a noite escura; entre o Céu e a Terra, o Submundo; um Deus que se move livremente entre dois grupos aparentemente opostos de divindades, etc. Como regra, é o elemento de transição que proporciona movimento e mudança. Por extensão, três torna-se um número perfeito, que fornece a conclusão - como, por exemplo, com o início, meio e fim de uma história ou de qualquer outro processo a decorrer no tempo. Por este motivo poderes divinos são vistos frequentemente, como sendo triplo na natureza, indicando que eles estão atuando em toda parte e em todos os momentos. O significado do número três pode ser intensificado, aumentando para nove (três vezes três), ou mesmo 27 (três vezes nove - o número de mansões lunares na astrologia védica, por exemplo). Os celtas, como um povo indo-europeu, partilham esta herança: suas crenças e práticas estavam enraizadas nas tradições que receberam dos antepassados, que tinham em comum com outros indo-europeus." Por Alexei Kondratiev.

Este modo de pensar jamais prega o proselitismo, apenas indica um caminho mais condizente com as verdades da alma, proporcionado assim, um maior equilíbrio físico, mental e espiritual, evocando a consciência que somos os responsáveis por curar nós mesmos, a família e o planeta. Que assim seja!


Rowena Arnehoy Seneween 
Conselheira do CBT (Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil)