quinta-feira, 29 de março de 2012

BRUXARIA TRADICIONAL: A Divina Providência

A Divina Providência

Todos os dias que andamos pelo planeta Terra, imaginamos que o nosso mundo é a única realidade, poucos ou quase ninguém para e pensa será que vivemos em uma realidade feita apenas para nós contendo nossas ilusões diárias, nossas preferências, nossos testes do dia a dia, imaginamos o dinheiro como algo sólido, chamamos de metal o papel e aprendemos a não morder as moedas para saber se são ou não de ouro.

Acredito que o papel do Conselho de Bruxaria Tradicional seja realmente dar esse choque de realidade, quebrando paradigmas das ideias de que Bruxaria seja apenas um compêndio de práticas de malefício e feitiçaria ás margens de alguma religião oficial, nós não buscamos ensinar feiticinhos ou mágicas as pessoas que nos procuram, desejamos dar a elas ferramentas para que tenham soberania sobre seus atos, e assim, terem êxito na maior magia que existe que é o ato mágico da transmutação pessoal, através de alicerces mágicos ancestrais sem dar aos peregrinos uma visão hipócrita e mal preparada com relação a uma liberdade rebelde dada e sim uma consciência libertadora conquistada por um novo observar.

Ontem conversando com uma divindade muito polêmica tive a plena noção do aquário de formigas que são demonstradas nas feiras de ciência, foi muito esclarecedor conversar com potências tão mais divinizadas, o engraçado é que não havia discussões ou agressões, o poder de cada um falava por si só, era como se todos trabalhassem de um modo conjunto mesmo com funções e objetivos diferentes, tudo era um grande tabuleiro espiritual; tiravam um sarro tal como uma pegadinha de faculdade, mas não havia desrespeito e tudo o que vi me pareceu uma grande brincadeira cósmica, fiquei admirado por diversas vezes e uma pergunta me veio à mente como se fosse um pedido de pergunta coletiva da humanidade “- Quem nos salvará?” a entidade riu e me olhou como se eu fosse à criança mais ingênua do universo, como um pai diz ao filho, “-Não existe salvação para a humanidade, você mesmo não acredita nisso, a sobrevivência será caso a caso como a lei da natureza”, lembro que no local eu ainda queria ajudar algumas pessoas, mas não podia falar, pensava e olhava como que querendo que meus olhos dessem a dica, sabem? Daquele jeito que tentamos ajudar alguém quando tem algum ladrão por perto e não podemos falar para não levar um tiro! Das diversas pessoas que eu via e tentava ajudar, pouquíssimas conseguiam entender e levar com elas mais uma ou duas pessoas, o resto ficava lá curtindo o sabor de sua ilusão, rindo daquelas que tinham despertado, fiquei com pena daqueles que tinham se retirado da fila, pois eles eram motivos de chacota, todos riam como hienas e as insultavam como doidos.

O que aprendi com isso? Aprendi que mesmo querendo ajudar, as pessoas não se ajudam e algumas até irão te desrespeitar, aprendi que estamos naquela caixinha de experimento de formigas e não passamos de pequenos insetos para os desígnios do universo e perdemos tempo com coisas desnecessárias e que não vão mudar se a coletividade não mudar. Entendi também que a individualidade pode ser um começo, um pioneirismo duro e ingrato, mas isto já esta previsto, nascer é um processo que demanda um esforço de transmutação dolorido.

Concluindo, por mais triste que eu fique ao ver o gado passando para o matadouro, o que me resta é apenas observar e dar dicas silenciosas para que algo de novo desperte e as pessoas saiam dos seus absolutismos, dos caminhos tortuosos da ilusão; que claro é muito bom falar de mudar e de um monte de coisas belas, mas se você não tiver atos, será como esta sendo agora, mais um texto para ser esquecido nas próximas horas.

Abraços Fraternos,

Ricardo DRaco