A Lâmina e o Nada é a reflexão que faço hoje observando em meu caminhar as
elucidações sobre o Mundo dos Homens aterrados em seus dogmas pessoais, em suas
limitações de pensamento, na falta de discernimento, imaginando quem sabe que
na encruzilhada de sua vida tudo possa se revelar e se resolver por um passe de
mágica, acendendo um charuto aqui, fazendo um símbolo ali, mas tudo é e será
conforme o fluxo do rio, brincar de ser grande é apenas um artificio do próprio
desejo de ser algo além de sua simplória realidade.
Quando menciono a Lâmina e o Nada entendo que estes simbolismos poderiam
levar para nossas reflexões, a Lâmina não pode cortar o que não existe, ela não
corta o vaco, o vazio, o nada, para cortar é necessário se ter algo e hoje como
há séculos atrás as pessoas preferem ser nada, algumas até tentam, mas no final
o score já esta lá reluzindo no painel, [Vida 0 X Vivência 0 ].
A Lâmina por sua vez quando encontra terra sólida, quando toca a pele em sua
ação causa emoção e mostra o sangue, justamente o sangue que é tão
mencionado em diversas culturas e em diversas áreas, não apenas como um
princípio mágico de essência, mas como algo elementar para a vida.
A Bruxaria Tradicional tem mostrado muitos porquês que por vezes passam despercebidos,
algumas pessoas imaginam que é algo super flexível, aberto, heterogêneo e pode
parecer em um primeiro momento, alguns defendem em dizer que a Bruxaria
Tradicional não é seleta, que não é muitas coisas, o que posso dizer nesse
sentido é que ela nunca será o que a maioria das pessoas possam pensar dela, pois o que se pensa dela é em grande parte práticas pessoais que na maioria das vezes não passam de mistificação, como se fossem seguir pegadas dadas pela sombra, não se aprende Bruxaria
Tradicional lendo livretos, lendo artigos, se aprende Bruxaria Tradicional se
aprofundando em vivências significativas e de origem! Os paralelismos, achismos e
sincretismos são mecanismos que muitos usam para tentar observar o que existe do outro
lado da porta, a sabedoria do caminho demonstra que para isso não haverá outro
jeito que senão abrir a porta e adentrar nesse novo local, e se conseguir fazer
isso, já considere um bom passo, um passo que a grande maioria não conseguiria,
por questões emocionais, por confusão mental, por falta de perseverança, por
falta de algo que decididamente faz uma grande diferença no momento.
Por vivência digo que ela é seleta, pois nem toda a dedicação em ensinar seria o suficiente. As pessoas, num contexto geral, tendem a se desviarem
para labirintos solitários, e assim, nutrindo sentimentos
divergentes e confusos, perdendo o foco de sua jornada e se deixando abater por dificuldades cotidianas, mas para um peregrino que já andou por muito tempo
percebo que existe um caminho para todos e que esses caminhos devem ser
seguidos conforme a essência de cada um, seja próximo ao nada, seja próximo a navalha.
Abraços Fraternos,
Ricardo DRaco
Cordialmente,