Continuando com nossa proposta de trazer sempre um bom material acadêmico para leitura, segue uma abordagem do livro do Professor Vasco Adriano Rodrigues sobre o ritual popular de Longroiva.
No livro «Os Lusitanos - Mito e Realidade», o professor Vasco Adriano Rodrigues fala de um ritual popular realizado em Longroiva (ou Meda; Longroiva parece estar situada nas proximidades do local onde outrora existiu o castro de Longóbriga) no dia 31 de Outubro, véspera de Todos os Santos, a versão cristianizada do Samhain ou Samonios.
Os jovens subiam ao Morro da Faia, encosta íngreme, levando consigo figos e uma cabaça de vinho ou de aguardente a lá de cima lançavam pedras, evocando um santo a cada lançamento e bebendo um trago de vinho em sua honra.
Estas pedras podem bem ser resquícios das cabeças de gado que outrora eram sacrificadas pelos Celtas em grandes hecatombes, pois que esta era a altura de abater todas as reses que não fossem necessárias à criação.
No sopé desse monte, observam-se vestígios de uma edificação que poderia ter sido um santuário romano, a qual poderia por sua vez prolongar um culto indígena.
<Na Escócia, há um ritual parecidíssimo que inclui figos e vinho.>
Prossigo:
Quanto ao vinho e aos figos utilizados em celebração eventualmente análoga escocesa nesta data, parece-nos uma coincidência grande demais com o ritual acima descrito para que não haja aí uma ligação pagã porventura bastante arcaica.
Sugere-se, assim, um resumo ritualístico:
Acreditamos que os santos nomeados em cada arremesso eram nada mais do que substitutos dos Antigos Deuses, a quem seriam oferecidas as cabeças de gado em sacrifício.
Sendo assim, em sinal de honra para com as nossas Divindades, podemos actuar de modo a que esta memória sirva para As cultuar na medida do possível. Afirmamos que quem dá o que tem a mais não é obrigado e, de momento, é isto que temos para cumprirmos o nosso dever de lealdade sagrada para com os Deuses Ancestrais.
Tendo isto em mente, pode-se continuar na reconstrução de um ritual para ser realizado da noite de 31 de Outubro para o Primeiro de Novembro:
Os jovens subiam ao Morro da Faia, encosta íngreme, levando consigo figos e uma cabaça de vinho ou de aguardente a lá de cima lançavam pedras, evocando um santo a cada lançamento e bebendo um trago de vinho em sua honra.
Estas pedras podem bem ser resquícios das cabeças de gado que outrora eram sacrificadas pelos Celtas em grandes hecatombes, pois que esta era a altura de abater todas as reses que não fossem necessárias à criação.
No sopé desse monte, observam-se vestígios de uma edificação que poderia ter sido um santuário romano, a qual poderia por sua vez prolongar um culto indígena.
<Na Escócia, há um ritual parecidíssimo que inclui figos e vinho.>
Prossigo:
Quanto ao vinho e aos figos utilizados em celebração eventualmente análoga escocesa nesta data, parece-nos uma coincidência grande demais com o ritual acima descrito para que não haja aí uma ligação pagã porventura bastante arcaica.
Sugere-se, assim, um resumo ritualístico:
Acreditamos que os santos nomeados em cada arremesso eram nada mais do que substitutos dos Antigos Deuses, a quem seriam oferecidas as cabeças de gado em sacrifício.
Sendo assim, em sinal de honra para com as nossas Divindades, podemos actuar de modo a que esta memória sirva para As cultuar na medida do possível. Afirmamos que quem dá o que tem a mais não é obrigado e, de momento, é isto que temos para cumprirmos o nosso dever de lealdade sagrada para com os Deuses Ancestrais.
Tendo isto em mente, pode-se continuar na reconstrução de um ritual para ser realizado da noite de 31 de Outubro para o Primeiro de Novembro:
- Suba-se a um monte, com um recipiente contendo vinho e, se possível, levando figos também.
- Dirijam-se algumas palavras aos Deuses e aos Ancestrais, como por exemplo, «Ofereço este vinho em honra de (todos os Deuses) e de ENDOVÉLICO (por exemplo) e de ATAEGINA (outro exemplo...) e dos Ancestrais» ao mesmo tempo em que se eleva o recipiente acima da cabeça e se derrama um pouco do precioso líquido fermentado.
- Lancem-se depois pedras: a cada arremesso, nomeie-se um Deus - que temos afinidade e de seguida beba-se um gole em sua honra. E assim sucessivamente, para cada Divindade que vier à memória ou enquanto houver vinho...
Se se ficar completamente alcoolizado, também não há mal nenhum, porque esta celebração pode perfeitamente incluir uma vertente jocosa e de desregramento.
Honrem portanto os Deuses e os ancestrais, porquanto é este um momento de ligação privilegiado entre os vivos e os Poderes do Outro Mundo, e os mortos da mesma estirpe.
Vivifique-se o Povo com o contacto dos seus Deuses e antepassados.
Os Deuses, neste caso? TODOS, como já foi dito, com destaque para ENDOVÉLICO, Senhor do Mundo Inferior, e talvez também para ATÉGINA, A da Noite e da Vingança.
Acreditamos também que a Deidade BAND deverá ser honrada, pois que, se BAND representar o que pensamos que representa, isto é, a Deidade dos Laços, ou seja, a Divindade que preside à união da estirpe, ao povo propriamente dito - e esta celebração é uma celebração dos laços de estirpe além-túmulo - então, BAND será das principais Entidades nesta cerimónia.
Os ancestrais? São os da Lusitânia e seus aparentados: as altivas e fortes estirpes dos castros enevoados.
Cordialmente,