domingo, 13 de maio de 2012

A Legitimidade na Bruxaria Tradicional

A legitimidade na Bruxaria Tradicional como em outras linhas mágicas parece ser o paradigma que sustenta o status de algo que a grande maioria não tem a mínima idéia das ações que toma para si.
O leitor já parou para analisar que ser legítimo em algo é muito mais próximo do entendimento individual do que coletivo? Explico! O indivíduo que utiliza desta articulação de legitimidade geralmente o faz por uma questão de necessidade de aprovação e que se reflete na maioria dos casos analisados em auto proclamação egóica ou na ligação a grupos fragmentados que não contemplam com veracidade toda a amostra pesquisada, eles provavelmente não são legítimos perante a grande maioria!
Temos que para muitos Maomé é o legítimo profeta das leis de Deus para os que seguem o Islamismo, entretanto para os católicos a legitimidade recai sobre a figura do papa, nesta questão os evangélicos acreditam que isto seja uma ilegitimidade; em alguns casos existem até quem acredita ser a própria divindade crística, para ele é legítimo, para o seu grupo é legítimo, mas para o restante o seria? Obviamente não faria o menor sentido.
Os seguidores da Bruxaria Tradicional são peregrinos de um caminho religioso tradicionalista, não por que alguém reivindicou para si a sua legitimidade! Não existem papas ou ordens legítimas por títulos e sim por ações e reconhecimento diante de um caminho claro e definido, até observando a famosa frase "Conheça a Ti Mesmo" é possível refletirmos e analisarmos como "Conheça o Caminho como a Ti Mesmo" isto caberia sinceramente em um tramitar que se destina a seguir pela sabedoria e é bem isso que acreditamos sobre a Bruxaria Tradicional. A Bruxaria na sua forma Tradicional enfatiza nesta busca utilizando do conhecimento, das vivências e transmutações para se chegar à Sabedoria, não é a toa que muitos a chamam de Caminho Sábio.
Conhecer com propriedade e definição ao seu caminho não é um privilégio de quem segue por uma óptica moderna ou contemporânea, é privilégio sim da humanidade pensante, que acredita e se sente perfeitamente confortável em saber definir este caminho sem ônus! Infeliz e ilegítimo sábio é aquele que não se preocupa com o entendimento do seu caminho e o chama de via tortuosa, por não ter condições intelectuais ou mágicas para tal explanação.
A mim me parece que seguir um caminho indecifrável e tortuoso só pode gerar gente confusa e torta a ponto de terminar sua vida com um copo vazio de Beladona, mas se é isto o que seguem e desejam como legítimo que sigam com propriedade. Apoio para que sejam legítimos até a última gota!
Se coloquem nessa situação, imaginem que tenham comprado uma passagem de avião, o que esperam deste vôo? Que ele os leve a um local novo, porém que exista solo para pousar, alguém espera uma pista tortuosa ao invés de um caminho claro e com um solo firme? O que mais temos visto são pilotos que não sabem pilotar, não sabem para onde vão, não conseguem definir botões de pedais e imaginem onde isto vai dar? OK isto é uma visão moderna! Então troquem aviões por vassouras do tipo Harry Potter e verão o mesmo cenário, o final desta estória todos podem chegar à conclusão, alguns morrem, alguns se suicidam, outros ficam inválidos, mas a grande maioria fica falida, vivendo de livretos e iniciações com base em pontos de vista muito limitados e por vezes antagônicos, ora reconhecendo vertentes e outros segmentos de Bruxaria Tradicional por outra dizendo ser o legítimo e único conhecedor de Bruxaria Tradicional.
Nós conselheiros do CBT (Conselho de Bruxaria Tradicional) não estamos em uma via inquisitória, dizendo quem ou o que é legítimo, pois legitimidade como colocamos é um critério muito próximo da visão de cada um, apenas temos o direito de RECONHECER irmãos que seguem um caminho comum, um caminho pensante e dedicado a religiosidade anterior as distorções cristãs para o termo Bruxaria. Não temos foco nas influências cristãs/ semitas e seus mitos, tal como não temos nenhuma ligação com ordens iniciáticas feiticeiras (Traditional Craft) da Era Moderna nascidas de famílias protestantes (renegadoras do paganismo)  ou segmentos anti-cristianismo.
Existem legitimidades que nós Bruxos Tradicionais do C.B.T. não desejamos, a legitimidade da falta de conhecimento e da legítima necessidade de se apoiar em títulos que não se sustentam e que servem apenas para dar melhor propaganda a atividades comerciais baseadas no esoterismo e charlatanismo.

Abraços Fraternos
Ricardo DRaco