A Legitimidade na Bruxaria Tradicional
A
legitimidade na Bruxaria Tradicional como em outras linhas mágicas parece ser o
paradigma que sustenta o status de algo que a grande maioria não tem a mínima idéia das ações que toma para si.
O
leitor já parou para analisar que ser legítimo em algo é muito mais próximo do
entendimento individual do que coletivo? Explico! O indivíduo que utiliza desta
articulação de legitimidade geralmente o faz por uma questão de necessidade de
aprovação e que se reflete na maioria dos casos analisados em auto proclamação
egóica ou na ligação a grupos fragmentados que não contemplam com veracidade
toda a amostra pesquisada, eles provavelmente não são legítimos perante a
grande maioria!
Temos
que para muitos Maomé é o legítimo profeta das leis de Deus para os que seguem
o Islamismo, entretanto para os
católicos a legitimidade recai sobre a figura do papa, nesta questão os
evangélicos acreditam que isto seja uma ilegitimidade; em alguns casos existem
até quem acredita ser a própria divindade crística, para ele é legítimo, para o
seu grupo é legítimo, mas para o restante o seria? Obviamente não faria o menor
sentido.
Os
seguidores da Bruxaria Tradicional são peregrinos de um caminho religioso tradicionalista, não por que alguém reivindicou para si a sua
legitimidade! Não existem papas ou ordens legítimas por títulos e sim
por ações e reconhecimento diante de um caminho claro e definido,
até observando a famosa frase "Conheça a Ti Mesmo" é possível
refletirmos e analisarmos como "Conheça o Caminho como a Ti Mesmo"
isto caberia sinceramente em um tramitar que se destina a seguir pela
sabedoria e é bem isso que acreditamos sobre a Bruxaria Tradicional.
A Bruxaria na sua forma Tradicional enfatiza nesta busca utilizando do
conhecimento, das vivências e transmutações para se chegar à Sabedoria,
não é a
toa que muitos a chamam de Caminho Sábio.
Conhecer
com propriedade e definição ao seu caminho não é um privilégio de quem segue por
uma óptica moderna ou contemporânea, é privilégio sim da humanidade pensante,
que acredita e se sente perfeitamente confortável em saber definir este caminho
sem ônus! Infeliz e ilegítimo sábio é aquele que não se preocupa com
o entendimento do seu caminho e o chama de via tortuosa, por não ter condições
intelectuais ou mágicas para tal explanação.
A mim
me parece que seguir um caminho indecifrável e tortuoso só pode gerar gente
confusa e torta a ponto de terminar sua vida com um copo vazio de Beladona, mas
se é isto o que seguem e desejam como legítimo que sigam com propriedade. Apoio para que sejam legítimos
até a última gota!
Se coloquem nessa situação, imaginem
que tenham comprado uma passagem de avião, o que esperam deste vôo? Que ele os
leve a um local novo, porém que exista solo para pousar, alguém espera uma
pista tortuosa ao invés de um caminho claro e com um solo firme? O que mais
temos visto são pilotos que não sabem pilotar, não sabem para onde vão, não
conseguem definir botões de pedais e imaginem onde isto vai dar? OK isto é uma
visão moderna! Então troquem aviões por vassouras do tipo Harry Potter e verão
o mesmo cenário, o final desta estória todos podem chegar à conclusão, alguns
morrem, alguns se suicidam, outros ficam inválidos, mas a grande maioria fica
falida, vivendo de livretos e iniciações com base em pontos de vista muito
limitados e por vezes antagônicos, ora reconhecendo vertentes e outros
segmentos de Bruxaria Tradicional por outra dizendo ser o legítimo e único
conhecedor de Bruxaria Tradicional.
Nós
conselheiros do CBT (Conselho de Bruxaria Tradicional)
não estamos em uma via
inquisitória, dizendo quem ou o que é legítimo, pois legitimidade como
colocamos é um critério muito próximo da visão de cada um, apenas temos o
direito de RECONHECER irmãos que seguem um caminho comum, um caminho
pensante e
dedicado a religiosidade anterior as distorções cristãs para o termo
Bruxaria.
Não temos foco nas influências cristãs/ semitas e seus mitos, tal como
não temos nenhuma
ligação com ordens iniciáticas feiticeiras (Traditional Craft) da Era
Moderna nascidas de famílias protestantes (renegadoras do paganismo)
ou segmentos anti-cristianismo.
Existem
legitimidades que nós Bruxos Tradicionais do C.B.T. não desejamos, a
legitimidade da falta de conhecimento e da legítima necessidade de se apoiar em
títulos que não se sustentam e que servem apenas para dar melhor propaganda a
atividades comerciais baseadas no esoterismo e charlatanismo.
Abraços Fraternos
Ricardo DRaco