PAPO DE PANTERA E O OURO DOS TOLOS
“E lá estavam dois
felinos sentados no alto da montanha de cor de terra vermelha prateada a
discutir as questões profundas da alma”
Acendemos o nosso cachimbo e olhamos a planície, a
humanidade esta povoando com suas luzes e barulhos, logo este santuário perecerá
marcado por marcas de rodas, é uma pena, uma pena assim diziam, mas o homem não
aprendeu a ter respeito, nem por ele, nem pelas pessoas, nem mesmo pelo que os
alimenta, seja o alimento comum ou o alimento da alma e julgam conhecer e
pertencer ao caminho, mesmo que tenham derrubado 24 árvores.
Julgam-se vítimas, mas no mundo não existem vítimas, somos o
que fazemos e o que não fazemos. Eis a verdade que se perdeu para os homens que
vivem com o ouro de tolo.
Alguns dizem, este é meu caminho, eu me encontrei! Ouro de
tolo, se encontrou como? Cortando raiz de árvore? Claro que no começo achou que
isto seria possível, afinal de contas às folhas estavam verdes ainda, agora
murcharam e o tronco apodreceu, eis a sua independência! A sua liberdade! O seu
fruto! Viva a ignorância do homem que se acha sábio, mas mora nas profundezas
dos mais ignorantes homens, dos mais medíocres e limitados que acham que o
mundo gira conforme o seu apático caminhar lento, sem idealismo, sem vontade,
sem significância lhe restando o brilho do ouro de tolo e o vazio frio da alma.
Os homens medíocres acreditaram que tinham libertado almas
sofridas, pastoreia com seu cajado de “ouro de tolo” pelas ruas a julgar que são
defensores dos espíritos da floresta, se iniciou, puxou o saco, repudiou e
tentou tirar a cadeira do seu antecessor, mas no mundo da magia isto não
funciona, a única coisa que se faz ao empurrar uma árvore centenária é machucar
os ombros e deixar que os frutos podres caiam para alimentar os vermes, coitado
dos pobres frutos podres que esperam lealdade dos que caíram antes, lamentam
estes pela falta de idealismo, afinal todo fruto deveria gerar árvores e consequentemente frutos, choram as sementes que poderiam ser, pobres sementes jogadas no asfalto
e nas terras áridas da ignorância, sobram a estas puxarem o saco do infértil cacarejar
para que sejam comidas e defecadas em outras paisagens e do obscuro verme sanguessuga
e sua boca suja a babar insanidades aos quatro cantos do seu pequeno e longínquo mundo
esquecido.
Esse é uma conversa de bruxos, não é conversa para crianças, inquisidores, para
minhocas ou gente de ponta cabeça, não é papo de quem olha apenas para seu ego, é conversa de gente que capta nas estrelas o verdadeiro som da
melodia.
Então chore e lamente, o ouro que conseguiste roubando a
terra, tem o mesmo valor que seu caráter, agora volte ao que era antes, muitos
voltaram e aprecie a pantera a escalar a grande Árvore Sagrada,
e que agora tu observarás de baixo para cima o quanto pequeno se tornou, embora
em seu espelho pessoal imagine que a pantera diminuiu de tamanho, risos! Eis o simplório
a observar o mundo conforme sua essência.
Somos hedonistas, senhor pequeno, bata em outras portas,
pois não compramos o ouro dos tolos, não precisamos da ilusão e muito menos
carregamos malas, vivemos bem em nosso santuário, muito além dos seus passos tortos,
pobres e vazios.
Abraços Fraternos,
Ricardo DRaco