Vamos esclarecer mais um tema que vem se tornando cada vez mais polêmico dentro da Bruxaria, o termo hereditariedade. Antes de darmos qualquer conclusão iremos à origem do termo que pode ser encontrado em qualquer dicionário:
Hereditariedade
Substantivo
- Patrimônio passado por alguém a serem distribuídos entre seus sucessores;
- Aquilo que se herda;
- Dom transmitido de uma geração para as seguintes;
- Características biológicas passadas de um indivíduo para seus descendentes.
Portanto vamos entender que hereditário é aquele que é favorecido por algo material ou abstrato.
Sendo assim, teremos em nossa sociedade um leque amplo de designações, contudo dentro da Bruxaria são pessoas que recebem o conhecimento mágico, o conhecimento de culto.
Somos inclinados a pensar que hereditariedade antes da idade moderna era formada exclusivamente por membros familiares, que chamaremos de Bruxaria Familiar, dado a região européia como fonte destas práticas de culto ancestral. Dependendo da família os agregados (não bruxos) advindos de casamentos não eram aceitos, pois também era costume o casamento entre parentes para a preservação de terras.
Entretanto, após a criação de instituições de base hierárquicas e iniciáticas (Bruxaria Tradicional), estas criaram dispositivos de inclusão de membros. Dando o conceito genético chamado de “sangue de bruxo” menos excludente dentro dos círculos.
E assim temos duas correntes que se entrelaçam na Bruxaria Tradicional, a visão mais conservadora do "sangue bruxo" sendo hereditários diretos destas famílias e por outra agregados e membros que receberam por ligação familiar (casamentos) e membros seguidores de culto (associados).
Também é sabido que este cruzar de correntes geram alguns choques de reconhecimento, visto a quantidade de agregados (parceiros) e aprendizes que destoam do culto mais conservador, por não receberem culturalmente e religiosamente estes conhecimentos de uma prática familiar de raiz (sanguinea).
Este destoar se torna evidente na maneira com que estes observam o mundo, diferente de familiares (bruxos de sangue) que trazem o conservadorismo e as questões de preservação, resumindo de forma simplória o agregado mágico apenas a prática de serviços de feitiçaria.
Também encontramos o cenário de pessoas descederem de famílias ligadas ao paganismo na Europa, porém não terem nenhum lastro de culto ancestral ou práticas familiares e assim introduzirem de forma ocultista elementos de ordens iniciáticas diversas, para estes, embora assegurados de uma descendência, pouco ou nada representam em vista do principal, que é a ligação com o culto ancestral.
O Conselho de Bruxaria Tradicional traz a alternativa, para hereditários como interessados magistas, adentrarem neste agregado mágico religioso, livre de práticas orientais, africanas ou esotéricas advindas da era moderna. Conquistando assim uma religiosidade sóbria e que venha a favor da família, dos costumes, da prática focada na sabedoria e no êxtase, libertando-se das práticas enlatadas, do cerimônialismo excessivo, do teatral, do superficial e da marginalização ligada a demonologia pela influência religiosa cristã.
Cordialmente,
Como sempre ótimos textos!!!
ResponderExcluirVai ajudar muitas pessoas a esclarecer as dúvidas sobre este assunto.
é claro que vão existir ainda outras interpretações, porém é uma base, é uma alternativa de se observar que cabe introspecção. Tal como temos visto muitos hereditários que não herdaram nada do que já existe destacado pela mídia. E nisso que o CBT pode orientar, dar dicas, porém este modelo de estudos deve ser analisado com atenção e carinho, pois ja temos distorções demais nesse caminho.
ResponderExcluirConcordo. Muitas pessoas procuram o caminho, encontram e quando estão não ainda não dão o valor e deixam a desejar... sinceramente, não entendo tanto descaso com algo tão sério.
ResponderExcluirEsse texto é muito importante e necessário, pois hoje temos tantas informações equivocadas e difundidas tornando de extrema importância esclarecer de forma simples e clara para aqueles que buscam orientação autêntica sobre BT.
ResponderExcluirBoa abordagem! Sem fanatismos, bastante imparcial e por isso digna de seriedade e confiança.
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