E lá estávamos na Plaza de Armas de Cuzco tomando um capuccino e esperando o nosso guia e orientador, pensava em como seria o nosso encontro já que estávamos em um caminho de grande entendimento, que poderíamos chamar de busca de visão, peregrinação ou qualquer frase para um ato significativo na magia. Procurei por todos os lados e o tempo passou, fechava os olhos para captar a sua presença e nada e então me veio um pensamento, ele vai me achar e quando relaxei da minha busca ativa e deixei as energias trabalharem fluidicamente ele chegou, tal como muitos podem pensar... Com penas e com roupas típicas ele apareceu de forma muito simples, sem chamar a atenção, tinha um olhar tímido ao mesmo tempo que reconfortante, que me fez pensar nas experiências de Carlos Castañeda no México, sutilezas e comparações que me levaram a repensar muitas coisas, por fim partimos com um grupo para os lugares sagrados tão rápido que parecia que o tempo se alongava diante de tantas atividades relativas a passaporte, compra de bilhetes de acesso, transporte e ensinamentos, e tudo que ali via era novo e ao mesmo tempo tão próximo e amigável, das cidades, das comunidades, o dividir do alimento e do conhecimento era tão natural que sorri em imaginar que nos meios urbanos para tudo é cobrado uma "consulta" que tudo tem que ter aquele jeito de místico cheio de deslumbres, entre cartas e bolas de cristal, ali nada era preciso apenas ouvir e deixar a mente questionadora dar um tempo.
Lembro-me da minha ansiedade por conhecer o cacto "São Pedro" e ser corrigido que o cacto não era católico e por isso não usaria de termos cristãos para uma bebida sagrada nativa, e que o termo correto para ele era Wachuma, o cacto, a medicina indígena! Lembro que sorri com alívio e dizer que também não era católico e que ele não precisaria se preocupar com relação a isso, nos olhamos e simplesmente rimos.