Sobre a devoção; ser devoto é prestar culto, definição dada a religião que além do termo religação também menciona prestar culto à divindade, por um deus ou posteriormente na figura de um santo (divindade).
Existem diversas categorias profissionais que utilizam da devoção, tal como a polícia militar que homenageia a São Jorge, santo guerreiro, enaltecendo qualidades específicas, tal como pedir proteção e demonstrar valores de um guerreiro. Temos com isso inúmeros santos, cada um com suas particularidades, tal como as "causas impossíveis" por São Judas Tadeu, e assim por diante. Cultuar santos é tradição/ crença católica, quem reza, é devoto, tem fé, presta homenagem é um praticante do catolicismo, esta inserido em sua religiosidade, entretanto ser devoto não quer dizer ser padre, ser praticante não quer dizer ser sacerdote, e esta divisão têm se tornado cada vez mais clara aos movimentos eruditos magistas/ paganismo.
De certo os santos de hoje compatibilizam com as funções de crença dos deuses de ontem, bem como os deuses africanos se tornaram santos aqui no Brasil, em torno de quinhentos anos, isto aconteceu anteriormente na Europa na expansão do Catolicismo, entretanto, como sabemos a Igreja de Roma, nasceu de um império de pagãos politeístas, adquirindo o culto a divindades (santos), mas também os costumes festivos pagãos.
A oficialidade do culto dos santos é algo bem fascinante, pois não precisamos ir muito longe para entender o processo, os nossos próprios santos brasileiros foram canonizados há pouco tempo, temos o padrinho Cícero que antes de se tornar santo já possuia muitos devotos e acredito que os adoradores de um padre são católicos tendo ou não a sua canonização. O que estamos dizendo com isso? A crença foca na religiosidade, não é simplesmente um ofício sindicalizado por profissões, não existem santos fora do contexto católico, tal como não existem deuses fora de suas crenças pagãs, entretanto não existe obrigação de se cultuar tudo quanto é deus ou santo, como é natural em nossas vidas, somos direcionados as manifestações que nos fortalecem a alma, que vão de encontro as nossas necessidades, pensar em um santo guerreiro nós promove a fé no poder divino da proteção e no poder do combate, tal como seria a mesma devoção a Marte, a mesma devoção a Lugh, a mesma devoção em outras crenças tradicionais tal como no Candomblé a Ogum, quem é filho de Ogum o cultua especificamente, muito embora entenda e respeite os outros orixás, tal como entende que as práticas pertencem à religião Afro.
Encontraremos em algumas crenças familiares (bruxaria familiar) o culto a um santo específico, entretanto dentro da Bruxaria Tradicional, cuja mesma tem um olhar de estudos para o entendimento do passado, veremos que esse santo é equivalente a um deus, e que geralmente esse deus era muito cultuado naquela região/ aldeia em específico.
Esperamos com este artigo dar a nossa visão como bruxos tradicionais e aos que simpatizam com nossa visão tradicionalista que fiquem atentos aos próximos textos!
Att.
Conselho de Bruxaria Tradicional
Sou estudante de Bruxaria e tenho conhecido e simpatizado com alguns deuses celtas e nórdicos, só pra citar.(Lugh, Dagda, Odin(Wotan), Thor,Heimdall,Beowulf, etc.)Não me entra na cabeça isso, muitos magos e bruxas que conheço simpatizam com santos e deuses afros que tem sincretismo entre sí. Tudo bem,respeito. Mas acho que pelo o que a Santa Igreja Católica foi no passado e pelo que fez, não tem autoridade pra canonizar nada e nem ninguém, e nem tinha o direito de criar sincretismo entre os deuses antigos pagãos e a santaiada que inventam conforme a região e costumes do povo.
ResponderExcluirConcordo contigo, é isso que tradicionalistas pensam também, pois nosso foco é olhar para o passado, preservação, busca de identidade, foco no paganismo e na essência das crenças da floresta. BT é isso, mas... BF (Bruxaria Familiar) podem ter as influências cristãs, como é muito forte na Itália. O foco é muito importante isso direciona a sua religiosidade, não dá para ser tradicional pensando em santo, no anjo, no diabo, no demônio, etc... Mas esta é a minha visão! ;-)
ResponderExcluirEu pude perceber isso dentro da minha família. Me parece que mesmo com a perda da integridade cultural,o caráter de Lugo é presente no heroísmo guerreiro, era assim que a minha avó enxergava o meu pai quando de farda, sobre o cavalo. Já na sua velhice adiantada muitas vezes ela fez referência a S. Jorge, como se ele e Lugo fossem o mesmo.
ResponderExcluirolá Black Cat! Podemos afirmar que é bastante aceitável a sincretização de deuses pagãos com santos dentro da BF, mas que isso jamais ocorrerá dentro da BT? Podemos também afirmar que é aceitável a sincretização de deuses pagãos com santos, mas que é incoerente a sincretização de Deuses pagãos entre os diversos panteões, como por exemplo, querer associar Morrigan a Marte ou Brigith a Demeter? abraços, Luna.
ResponderExcluirOlá Luna, tudo é aceitável até o limite do reconhecimento, é comum dentro da Bruxaria Familiar ter influências cristãs, porém como disse são influências. Já a Bruxaria Tradicional você irá encontrar as mais conservadoras até as mais liberais, as liberais são as que se aproximam as idéias do ecletísmo, bem como do modernismo. Para os centrados no tradicionalismo é preservado um unico panteão de culto e uma visão que foca nos povos antigos e não na mescla com o cristianismo. Um bom exemplo é a figura do Diabo, ele encontra representatividade no período medieval, mas é inexistênte na Era Antiga.
ResponderExcluirSD,
ResponderExcluirAcredito que isto, da canonização, seja de certa forma "oposata" ao religiosidade na fluidez da BT, pois a canonização depende de tramites burocraticos de uma instituição, no caso da catolica. Já a devoção na BT requer apenas "fé" do praticante e isso basta.
Estava pensando nisto hj. Além dos 4 deuses da roda do ano, tenho especial apreço por mais alguns justamente pela sua mitologia+atributos+caracteristicas, mas principalmente ao que me incita e sinto com essa "energia" que eles emanam. A saber, Mannanám, Angus Mac Og, Dagga, Hu Gadam, Cerridewen... e algumas manifestações da natureza como os ventos, chuvas, cachoeiras, neblina e hj a tempestade (os trovões).. Por isto pensei neste assunto hj, pelo o que os trovões me causa.
SSSSSSSssssssssssssssss
Fácil pegar algo pronto e dar um outro nome...rs
ResponderExcluirRealmente, a base pra qualquer conhecimento/sabedoria é conhecer suas raízes e saber ao certo onde e como tudo começou... fica mais fácil de entender o hoje...
Acho que o sincretismo citado é o famoso arquétipo, a forma mestre! Ñ é porque Zeus e Thor tem o raio como símbolo que são a mesma coisa.
ResponderExcluirQuanto ao culto, é como dito em texto anterior, o povo que morava perto dos mares, cultuava os Deuses relacionados ao mar e assim por diante, mas o respeito aos outros contínua.
Acho importante não misturar, o famoso samba do crioulo doido, Thor é Thor, Zeus é Zeus, e assim por diante.