segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Folclóre - O Cavalo e a Morte


O cavalo e a morte

Essas relação entre a morte e o cavalo sobrenatural aparece nas tradições galegas. Assim nas zonas de Meixoeiro e Elviña falava-se de um cavalo branco pelas noites saía das águas do rio e dirigia-se a aldeia,  sobre o seu lombo aparecia um caixão que depois deixava na porta da casa de algum dos vizinhos, aquilo era percebido como o sinal de entrada de morte iminente na família.

Numa lenda proveniente de terras Luguesas um cavalo misterioso entra numa casa justo quando o pai esta agonizando de uma doença. O cavalo vai batendo com as patas no chão, onde ele batia brotavam pequenas fontes de água, depois subiu ao andar superior da casa e ficou olhando para o doente que logo deu seu último suspiro e morreu. Também se contava de outros animais mostruosos europeus como os cavalos sem cabeça do folclore basco, ou os cavalos de três pés da tradição oral dinamarquesa, que eram além disso anúncios morte, neste último país dizia-se que a morte montava um cavalo o que convidava a subir aos finados. No noroeste peninsular a cavalo era uma das formas que diariamente tomavam os elementais quando se queriam aparecer para os vivos.

É curiososo que em algumas regiões da Galiza a extremidade unção se chamasse "ponher a espora", como se o doente se dispusesse a fazer uma longa cavalgada. O tema pode ser muito antigo entre nós porque em épocas medievais num dos relevos do túmulo do cavaleiro Egas Moniz, encontramos uma cena em que três personagens aparecem montando num cavalo extraordinariamente longo enquanto que, suspeitamente, em outra cena anterior, parece-me descansar pracidamente, talvez para desde ja, num mesmo leito.

Significativamente um texto irlandês recitam um cavalo que como a montagem de Mannanan Mac Lyr, o deus do mar, com ele cavalga por desabamento das ondas do mar recolhendo aos naufragos (afogados) para levá-los a entrada de uma misteriosa ilha, fato comum na mitologia céltica.
 
Esta recorrente associação entre os diferentes cavalinhos da água dos foclores célticos e germânicos atuais e a morte tem-se explicado pela importância que este animal teve na mitologia dêsses povos como condutor de das almas para o outro mundo. Isso estaria refletido mesmo na conhecida diadema aurea de Rivadeo, obra mestre do ourivesaria dos antigos galaicos, que nos mostra a um grupo de homens a cavalo em curiosa peregrinagem, talvez a um alem indeterminado por um caminho aquático entre peixes, tartarugas e aves variadas.

Tradições como estas são um bom exemplo de como a nossa cultura popular pode prolongar-se do ancestral passado até o nosso cotidiano. Assim pois, lembrar-me bem, se a proxima vez que voltar para casa tarde da noite, se encontram um estranho cavalo branco que se lhes oferece suspeitamente para dar uma curta carreira da sua residência particular, pense duas vêzes! Talvez fora melhor pegar um táxi.

Fonte: http://archeoethnologica.blogspot.com/2010/06/cabalos-do-alem.html

Cordialmente,
Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil

2 comentários:

  1. Não conhecia esta associação do cavalo como mensageiro da morte! é incrível como é vasta e interessante a questão folclórica européia, sempre traduzindo o seu cotidiano em histórias.

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  2. A Lontrinha já encontrou um cavalo trotando pelas esquinas, por sorte era marrom e atendia pelo nome de Kal!!! rsrsrsrs

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