quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Como nasceu a Comemoração do Ano Novo

O ano novo só se consolidou na maioria dos países há 500 anos. O tradicional Réveillon é relativamente recente. O Ano Novo varia de cultura a cultura, o nosso calendário atual é originário dos romanos e desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado em 25 de Março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de Abril.

O Papa Gregório XIII instituiu o 1º de Janeiro como o primeiro dia do ano, porém na França encontrou resistência com base em manter a tradição, isto também gerou um movimento de ridicularização dos conservadores, enviando presentes estranhos e convites para festas que não existiam. Assim, nasceu o Dia da Mentira, que é a falsa comemoração do Ano Novo.

A primeira comemoração conhecida, ocorreu na Mesopotâmia por volta de 2.000 a. C. Na Babilônia, a festa começava na lua nova indicando o equinócio da primavera, ou seja, um dos momentos em que o Sol se aproxima da linha do Equador período em que os dias e noites tem a mesma duração. No calendário atual, isto ocorre em meados de 19 de março.

Os assírios, persas, fenícios e egípcios comemoravam o ano novo no mês de setembro (dia 23). Já os gregos, celebravam o início de um novo ciclo entre os dias 21 ou 22 do mês de dezembro. Os romanos foram os primeiros a estabelecerem um dia no calendário para a comemoração (753 a.C. – 476 d.C.). O ano começava em 1º de março, mas foi trocado em 153 a. C. para 1º de janeiro e mantido no calendário juliano, adotado em 46 a.C. Em 1582 a Igreja consolidou a comemoração, quando adotou o calendário gregoriano.

Alguns povos e países comemoram em datas diferentes. Ainda hoje, na China, a festa da passagem do ano começa em fins de janeiro ou princípio de fevereiro. Durante os festejos, os chineses realizam desfiles e shows pirotécnicos. No Japão, o ano-novo é comemorado do dia 1º de janeiro ao dia 3 de janeiro.

A comunidade judaica tem um calendário próprio e sua festa de ano novo ou Rosh Hashaná, – “A festa das trombetas” -, dura dois dias do mês Tishrê, que ocorre em meados de setembro ao início de outubro do calendário gregoriano.
Para os islâmicos, o ano-novo é celebrado em meados de maio. A contagem corresponde ao aniversário da Hégira (em árabe, emigração), cujo Ano Zero corresponde ao nosso ano de 622, pois nesta ocasião, o profeta Maomé, deixou a cidade de Meca estabelecendo-se em Medina.

Tradições de Ano Novo no mundo: Itália: O ano novo é a mais pagã das festas, sendo recebido com Fogos de artifícios, que deixam todas as pessoas acordadas. Dizem que os que dormem na virada do ano dormirão todo o ano e na noite de São Silvestre, santo cuja festa coincide com o último dia do ano. Em várias partes do país, dois pratos são considerados essenciais. O pé de porco e as lentilhas. Os italianos se reúnem na Piazza Navona, Fontana di Trevi, Trinitá dei Monit e Piazza del Popolo.

Estados Unidos: A mais famosa passagem de Ano Novo nos EUA é em Nova Iorque, na Time Square, onde o povo se encontra para beber, dançar, correr e gritar. Há pessoas de todas as idades e níveis sociais. Durante a contagem regressiva, uma grande maçã vai descendo no meio da praça e explode exatamente à meia-noite, jogando balas e bombons para todos os lados.

Austrália: Em Sydney, uma das mais importantes cidades australianas, três horas antes da meia-noite, há uma queima de fogos na frente da Opera House e da Golden Bridge, o principal cartão postal da cidade. Para assistir ao espectáculo, os australianos se juntam no porto. Depois, recolhem-se a suas casas para passar a virada do ano com a família e só retornam às ruas na madrugada, quando os principais destinos são os “pubs” e as praias.

França: O principal ponto é a avenida Champs-Elysées, em Paris, próximo ao Arco do Triunfo. Os franceses assistem à queima de fogos, cada um com sua garrafa de champanhe (para as crianças sumos e refrigerantes). Outros vão ver a saída do Paris-Dacar, no Trocadéro, que é marcada para a meia-noite. Outros costumam ir às festas em hotéis.

Inglaterra: Grande parte dos londrinos passa a meia-noite em suas casas, com a família e amigos. Outros vão à Trafalgar Square, umas das praças mais belas da cidade, à frente do National Gallery. Lá, assistem à queima de fogos. Depois, há festas em várias sítios da cidade.

Alemanha: As pessoas reúnem-se no Portal de Brandemburgo, no centro, perto de onde ficava o Muro de Berlim. Tradicionalmente, não há fogos de artificio.

Curiosidade: Em Macau, e para todos os chineses do mundo, o maior festival do ano é o Novo Ano Chinês. Ele é comemorado entre 15 de Janeiro e 15 de Fevereiro de acordo com a primeira lua nova depois do início do Inverno. Lá é habitual limparem as casas e fazerem muita comida (Bolinhos Chineses de Ano Novo – Yau Gwok, símbolo de prosperidade). Há muitos fogos de artifício e as ruas ficam cobertas de pequenos pedaços de papel vermelho.

Tradições Portuguesas:
Uma das tradições é sair às janelas de casas batendo panelas para festejar a chegada do novo ano. Nos dias 25 de Dezembro e 1º de Janeiro, costumam comer uma mistura feita com as sobras das ceias, que são levadas ao forno. O ingrediente principal da chamada “Roupa Velha” é o bacalhau cozido, com ovos, cebola e batatas, regados a azeite.


Fonte: Monica Buonfiglio
Adaptação: Black Cat

Cordialmente,

Conselho de Bruxaria Tradicional no Brasil

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Árvore de Natal um símbolo Pagão

Pinheiros luminosos ou árvores decoradas com bolas coloridas são os primeiros sinais de que o ano está acabando. Tema da maioria das canções da época, a árvore de Natal é apresentada, muitas vezes, como símbolo máximo das festividades.

No centro da sala, cercada de presentes, parece ser meio esquecida e utilizada apenas como enfeite ou local para reunir o que será dado na noite do dia 24 de dezembro. O significado e razão para a sua existência foram muito modificados ao longo do tempo.

Inicialmente utilizada para o culto de deuses pagãos, a utilização da árvore foi absorvida pela doutrina cristã para disseminar com maior facilidade a sua crença nos outros povos.

A árvore de Natal
Uma presença necessária, em toda parte, no período natalino, é a árvore de Natal, um pinheirinho todo adornado com lâmpadas, bolas multicores, algodão imitando neve, pisca-pisca. Em torno da árvore o presépio e, a seu pé, os presentes. Há, também, as velinhas acesas, depois substituídas pela iluminação elétrica. Infelizmente hoje, no mais das vezes, a árvore é artificial. Mas ela está aí, tendo na ponta sua marca distintiva: uma estrela brilhante, e todo um clima a seu redor, que fala bem alto: É Natal!

Desde o século XVI, ao que tudo indica, o pinheirinho foi ocupando seu lugar nas festividades natalinas. Há uma referência, e talvez seja a mais antiga, ao uso de um pinheirinho novo e verdejante na ornamentação das casas e da Igreja, em Estrasburgo, frança, por ocasião do Natal de 1539. Mas, foi Charlotte Elizabeth da Baviera, princesa do Palatinado, esposa do Duque de Orléans, quem parece ter introduzido a árvore de Natal na França, nas comemorações do natal de 1671. durante o reinado de Jorge III o costume passou para a Inglaterra e para a América do Norte, espalhando-se, em seguida, para todo o mundo.

A relação entre a árvore e o Natal remonta ao século sétimo do cristianismo, quando São Vilfrido, (634-710 em monge anglo-saxão, pregava a nova fé aos pagãos da Europa Central. Ele se deparou com um costume muito antigo, de muito antes da era cristã, e que lhe dificultava a missão. Entre esses pagãos havia a crença de que um espírito habitava cada velho carvalho da floresta. O povo fazia rituais em dezembro para afastar os maus espíritos das árvores para que, também durante o inverno, elas permanecessem verdes. E os seus ramos simbolizavam a esperança da volta da primavera e do verão, trazendo o sol, com nova força ao homem e à natureza. Além disso, a crença incluía que era com a madeira dessas velhas árvores que se mantinha acesa a chama sagrada dos druidas.

São Vilfrido não estava conseguindo arrancar essa crença do povo. Para demonstrar a fragilidade dos ídolos e reforçar seus argumentos, ele resolveu derrubar um velho e cultuado carvalho, que se encontrava diante de sua modesta igreja. No momento em que caía, diz a lenda, armou-se uma enorme tempestade. E quando os galhos tocaram o chão com grande estrondo, um raio veio das nuvens partindo o tronco em quatro grandes pedaços, espalhando estilhaços de madeira por toda a parte. Mas, um pinheirinho, muito novo e verde, que nascera exatamente no lugar da queda, havia permanecido milagrosamente incólume.

O santo, então, viu nesse fato uma mensagem divina através da qual a Providência reafirmara sua proteção à infância e à inocência. Essa foi a sua leitura do ocorrido, à luz do nascimento de Jesus. Em seu sermão daquela noite, falou com grande eloqüência, afirmando que o pinheirinho seria dali por diante a árvore simbolizando a paz e a candura, porque Deus o havia poupado, diante de seus olhos, da destruição. Lembrava ainda que o pinheirinho se conservava sempre verde, mesmo no inverno mais rigoroso e que, por isso, ele pode ser considerado um dos símbolos da imortalidade. E, ainda, em seu sermão de natal, São Vilfrido combinou, poeticamente as imagens do pinheirinho, do Natal e do Menino Jesus, fazendo do pinheirinho a árvore representativa de nascimento de Jesus. Ele repetiu o mesmo sermão nos Natais seguintes e muitos que o ouviram falar espalharam o relato e a imagem da árvore de Natal entre os conhecidos. E os pinheiros passaram a receber especial atenção nas comemorações natalinas.

Pouco depois de São Vilfrido (634-710), São Bonifácio (637-754), o grande Apóstolo da Alemanha, teve o mesmo problema com relação aos pagãos. Geismar era um centro religioso e ali se cultuava uma árvore sagrada, o Carvalho de Odin (Thor, Donar). Dando uma demosntração da impotência dos deuses pagãos, Bonifácio abateu o carvalho de Donar, nas imediações de Geismar, e, com a madeira, construiu uma pequena igreja em honra de São Pedro (cf. Teuchle, Bihlmeyer. História da Igreja, vol. II, p. 33). Foi um episódio decisivo, um golpe de morte ao paganismo nessa região. Com referência ao Natal, é bom mencionar que o Carvalho de Odin (Thor, Donar) era cultuado de modo mais solene nos dias que precediam o solstício hibernal, normalmente carregado de tempestades e vendavais, e que eram interpretados como efeitos dos espíritos selvagens do deus pagão com sua comitiva.

Aos poucos, entretanto, aquilo que estava arraigado na alma do povo germânico foi perdendo seu cunho idolátrico e recebendo um conteúdo profundamente cristão. Lentamente, passagens bíblicas referentes à árvores foram encontrando eco no coração do povo e entrando na liturgia cristã. Lembremos aqui, rapidamente, algumas das passagens bíblicas.

Em Gênesis 2,9 a árvore da vida no meio do jardim tem a virtude de distanciar indefinidamente a morte, sendo assim símbolo da eternidade. Em João 15,1-10, Cristo declara ser o tronco e seus seguidores seus ramos, e as boas obras, os frutos. Em seu ministério, Jesus utiliza outras vezes a árvore para transmitir sua mensagem: a figueira, a árvore má que não pode dar bons frutos, por mais que o jardineiro peça mais tempo ao patrão e dela cuide, antes de cortá-la se não der fruto... E há, ainda, o madeiro da cruz, no qual pende o autor da vida e que, pela morte nessa árvore, abre as portas do paraíso não só ao bom ladrão, mas a todos nós.

Mas a árvore de Natal tem também a função de nos relembrar que, como nossos primeiros pais, estamos sempre diante da opção, da escolha. Junto com a Árvore da Vida está diante de nós a Árvore do Bem e do Mal. E dessa opção resultarão bons ou maus frutos. Ainda aprendemos da árvore de Natal a necessidade de utilizar os devidos meios para perseverarmos na opção pela Vida: podar, adubar, ficar unidos ao tronco: "Permanecei em mim. Como o ramo não pode dar frutos se não permanece na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim, não podeis dar frutos. Eu sou a videira, vós os ramos. Aquele que permanece em mim, não podeis dar frutos. Eu sou a videira, vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer" (Jo 15,4-5). Mas, não podemos esquecer que, no maio das doces e suaves alegrias do Natal, está a sombra da árvore da cruz, pois sem sofrimento, sem derramamento de sangue, não há libertação.

Autor: Israel José Nery

Obs.: O Artigo esta focado no segmento cristão, contudo demonstra a ancestralidade de ritos pagãos envolvendo árvores e que com estudos é possível retirar o verniz cristão tão opressor de nossas crenças.

Att.

CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

BRUXARIA TRADICIONAL: A Sabedoria dos Ignorantes

Segue uma frase do sábio Confúcio sobre a inteligência e a idiotice, sem dúvida a sabedoria esta em muitas moradas. Mas porquê falar de Confúcio se ele não é Bruxo Tradicional? A resposta é simples, pelo simples prazer da sabedoria.


 

Cordialmente - CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Prevenção para não cair em Rituais Obscuros

Este artigo tem como base alertar as pessoas que buscam locais com a necessidade de ritualizar, seja uma cerimônia, seja um evento comemorativo espiritualista.

Antes do desejo devemos obter algumas referências, comece pelo nome da instituição e verifique se o nome é condizente com suas práticas, uma casa de nome cristão tem que focar seus ensinamentos no cristianismo, tal como um casa de nome kardecista foca no espiritismo, desconfie de casas que não tem um direcionamento claro, isto é sinonimo de confusão filosófica e que na maioria das vezes causa mais conflito do que unidade.




Verifique se o dono da instituição necessita em seu discurso reivindicar uma ancestralidade/ título que não lhe pertence, tal como pajé, arcanjo, o escolhido, imperador, bispo, entre outros termos que possam representar sua divindade na Terra.






 

Analise a árvore pelos frutos, se sentir no local um clima estranho entre as pessoas, tal como se elas copiassem até os trejeitos do líder, expressão facial e fala é um grande indício de lavagem cerebral e por consequência tendência a violência, intimidação e fanatismo.




Verifique se existe uma tendência a malevolência, a criminalidade, a opressão, críticas ao livre pensamento e falta de liberdade, o excesso de regras mostra também uma falta de consciência na comunidade.




Trabalhos de "Luz" não restrigem eles libertam, o termo luz é usado como uma interação desta realidade com a emanação de energia do astral, contudo o termo revela ação sábia. Verifique se há sabedoria ou apenas uma repetição de palavras (papagaísmo).


Desconfie de casas que confundem o dispositivo psicológico do Egô com a não aceitação dos Dogmas do Local, diante da não concordância se retire de forma educada, caso seja impedido de sair questione os motivos, sendo estes incabíveis e ainda houver manifestação ditatorial procure ajuda policial, manter pessoas contra a vontade é violar os direitos civis e ferem as leis sendo cabível processo criminal e cívil.

Não preencha ou assine qualquer documento sem a devida leitura, uma instituição religiosa não pode colocar restrições quanto raça, orientação sexual tal como não pode colocar em situação constrangedora e depreciativa.


Tome cuidado com as questões dos abusos financeiros, as pessoas ficariam chocadas diante das diversas técnicas para obter ganhos financeiros no mundo religioso, estes dispositivos vão da leitura da bíblia até a necessidade de cursos pagos para frequentar o local.




Existe uma frase americana que diz: "Não existe almoço grátis" desconfie de locais gratuítos, a vida é baseada em troca, existem probabilidades mais custosas que a simples moeda.








Desconfie de líderes religiosos que não ficam a frente de seus trabalhos, ficam em seus lugares geralmente pessoas não preparadas e que podem cometer delitos até mesmo de agressão e isto é mais comum do que se pensa.



Não acredite em locais que dizem serem donos da verdade e não reconhecem a diversidade de crença, sendo estes ainda causadores da intolerância religiosa e atos que ferem com a ética.



Veja se existe um pré-ritual, uma listagem de visita, procedimentos quanto a roupa, alguns grupos são pontuais quanto a dietas e cor de roupas, evite conflitos e discussões, leia e respeite.





E por fim, não faça expectativas, expectativa gera decepção em muitos casos, esqueça do saudosismo, locais do passado podem mudar assim como pessoas, atualize seus pareceres não ficando preso ao passado.

Queremos desejar a todos boas festas e participem de rituais com a mente aberta, mas com os pés no chão!

Cordialmente,

CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Conselho de Bruxaria Tradicional: Celebrando os Solstícios

Celebrando os Solstícios

texto de Richard Heinberg, em Celebrando os Solstícios 
"A origem de outra importante lenda do Natal, Santa Claus, é bem conhecida. Novamente brilha um pouco da tradição pagã nos primórdios de um costume moderno. O nome Santa Klaus é derivado (no holandês Sinter Klaas) do alemão, equivalente a São Nicolau. Os fatos históricos sobre o turco São Nicolau, bispo de Myra no século IV, indicam que ele era aparentemente famoso por sua generosidade anônima, especialmente para com os jovens. Provavelmente por essa razão ele se tornou, mais tarde, o santo patrono dos meninos.

De qualquer forma, a lenda diz que em uma noite ele colocou dinheiro nas meias das filhas de um fidalgo pobre. Gradualmente, as festividades de São Nicolau, comemoradas em 6 de dezembro, foram transferidas para o Natal, e nos países germânicos as crianças associava, a figura de barbas brancas com indumentária diferente às festividades das noites de Natal. 

A imagem moderna de São Nicolau deriva também de outras fontes: um personagem lendário germânico chamado Knecht Ruprecht viajava de cidade em cidade, no Natal, testando os conhecimentos das crianças sobre contos e preces . Se eles passassem no exame, eram recompensadas com frutas, nozes e pão de gengibre, que ele carregava em um saco, e caso não fossem diligentes, ele brandia um bastão de punição. 

Na Inglaterra, por volta do século XIV, era costume de Natal um senhor idoso, de barbas longas e brancas, visitar casas usando uma coroa de azevinho, mas o Papai Noel, ainda muito divertido, não tinha as qualidades mágicas nem o trenó puxado por renas tão adoradora pelas crianças atualmente. 

Washington Irving reuniu as tradições primitivas compondo a figura do moderno Papai Noel. Em 1809, ele escreveu Falir Knickrbocker's History of New York, onde descrevia um personagem que viajava em trenó e pousava nos telhados trazendo presentes para as boas crianças. 

Ainda que a imagem familiar do Papai Noel tenha origens recentes, a idéia de um homem bondoso, com barbas longas e brancas, que vivia no pólo norte e voando de maneira mágica por todo mundo tem ressonância com tradições culturais mais antigas. 

O Natal, esteve associado, desde o princípio, ao começo do solstício de inverno (hem.norte), período no qual os xamãs e sacerdotes de todo mundo, realizavam os rituais de renovação. O tema renovação, inevitavelmente, retomava a idéia de celebração do paraíso original ou Era do Ouro, na qual a natureza, o Cosmo e a humanidade estavam em perfeita harmonia. Estas associações são claras na crença sérvia de que na noite de Natal, exatamente à meia-noite, o mundo é subordinado ao paraíso, e na tradição bretã, que os animais falam (poder que tinham na Era do Ouro segundo relato de muitas culturas). De acordo com os antigos gregos, Cronos, o rei do mundo, durante a Era do Ouro, tinham vivido no Polo Norte. 

As crenças sobre os xamãs de praticamente o mundo inteiro, da Austrália à África, da Ásia às Américas, informam que estes são capazes de voar e de mover-se de acordo com sua vontade entre vários reinos espirituais e materiais da existência. " 

Reunindo os elementos, observa-se que, embora seja importante traçar uma conexão direta entre a tradição xamanística e Papai Noel, a idéia, entretanto, pode ter sido formulada utilizando-se memórias e crenças coletivas, talvez até mesmo provenientes do período paleolítico. Segundo E.C.Krupp: 

"Se a árvore cósmica nos aponta o caminho para o Céu, todo o Natal, Papai Noel compreende em si a idéia do vôo mágico de um xamã. 

Algumas vêzes é dito que o próprio xamã é responsável por levantar uma árvore de Natal que chega ao céu do Polo Norte. O Papai Noel desce pela chaminé e depois volta pelo mesmo caminho. Nossas chaminés, como um eixo cósmico, o levam de um reino para o outro.
Deve haver também alguma coisa mágica relacionada ao saco de presente que ele carrega para distribuir às crianças do mundo. O saco é como um moinho mágico que podia moer o suprimento ilimitado de alimento, dinheiro, sal, e estava associado ao eixo do mundo. Além do mais, como os deuses e espíritos, Papai Noel é imortal. Sua atividade concentrava-se na noite crítica que antigamente era o solstício de inverno (hem.norte)". 

A maior parte dos elementos da moderna celebração de Natal (exceto as poucas que abordam especificamente as histórias bíblicas do nascimento de Jesus) deriva dos festivais antigos, de tradições e de crenças relacionadas às árvores sagradas, à renovação do mundo, ao êxtase xamânico e à dança sazonal do Sol e da Terra. A comemoração de Natal suplantou a de solstício, absorvendo seus emblemas superficiais, ignorando ou suprimindo muitos de seus significados centrais. 

Atualmente, como há mais conhecimentos disponíveis sobre tradições de povos antigos, muitos cristãos estão compreendendo que o conteúdo das antigas celebrações não contradiz o espírito de sua fé. Afinal, Jesus não disse absolutamente nada sobre erradicar os festivais antigos; amava a natureza e pedia para seus discípulos procederem como crianças, imitarem as flores e aos pássaros sem se importar com o amanhã e abandonarem os tesouros terrenos.

Mattthew Fox e Thomas Berry, teologistas cristãos modernos, estão defendendo o retorno aos valores inerentes das religiões naturais antigas como modo de salvar a ecologia do planeta e destacar a instituição eclesiástica. 

Talvez haverá um tempo em que a paranóia religiosa e a ética da conquista tornará, ao menos, dará espaço à humildade ante a vida - atitude fundamentada e apoiada por todos os mestres espirituais da história. Quando chegar este dia, acharemos muito o que celebrar na simples e profunda mensagem que as plantas, os animais, a Terra e o Céu têm a oferecer


Cordialmente,
CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Papai Noel e a Origem nas Antigas Crenças

Iremos colocar alguns artigos específicos das tradições conteporânea com suas míticas origens, sejam bem vindos ao segundo artigo, para ver o primeiro clique aqui.




Papai Noel e o Xamanismo





O Natal sempre marca o solstício de inverno no hemisfério norte. É nesse período que os xamãs, até hoje, realizam rituais de passagem para um novo ciclo anual.

Muitos povos xamânicos também comemoravam a cerimônia da árvore, representando a "Árvore do Mundo". Será por isso que levamos uma para dentro de nossas casas e a enfeitamos?

Partimos da crença de que a lenda do Papai Noel nasceu na Sibéria. Existia uma tribo na antiga Sibéria chamada O Povo das Renas.

As renas eram para os siberianos o que o búfalo representa para os nativos americanos; eram também consideradas a manifestação do Grande Espírito Rena, invocado pelos xamãs para resolver os problemas do povo. Nas suas jornadas xamânicas, ele viajava, em transe, em um trenó de renas voadoras.

Existe na Sibéria um enteógeno poderoso chamado Amanita muscária, um cogumelo vermelho com manchas brancas. É o sacramento de seus trabalhos espirituais. A Amanita muscária é um cogumelo enteógeno, que proporciona visões e introvisões de profundo significado. Esse cogumelo contém elementos que permanecem intactos em sua passagem pelo organismo, por isso os xamãs siberianos guardavam e consumiam a própria urina para ser bebida no inverno, quando não havia o cogumelo.

Não eram só os xamãs que usavam amanita, as renas também comiam. Eles até conseguiam atrair renas com a urina, que chegavam a brigar para tomá-la e as laçavam enquanto bebiam.

Alguns caçadores davam pedaços de amanita para as renas para aumentar a sua força e resistência física, e assim suportarem melhor as longas distâncias. Se as renas fossem abatidas por alguém nesse momento, quando estavam na manifestação do enteógeno, os efeitos do amanita passariam para quem comesse a sua carne.

Caçadores, ao se alimentarem de renas que haviam ingerido amanita, tiveram uma visão coletiva de um homem vestido de vermelho e branco (cor do cogumelo), um xamã que levava presentes para a população.

Eles viram o xamã voando em um trenó de renas.

Daí, conta-se que Papai Noel foi uma visão de homens que se alimentaram das renas que consumiram amanita.

A roupa do Papai Noel, por sinal, é de origem lapônica.

Tradicionalmente, os xamãs siberianos eram conduzidos em suas viagens extáticas (jornadas xamânicas) aos mundos profundos (transe) por um trenó de renas. Isso explica a origem de Papai Noel viajando por um trenó de renas. Os habitantes sentiam que os xamãs sempre lhe traziam presentes espirituais. Além disso, a fumaça do fogo onde faziam seu trabalhos saía por uma abertura nas casas (chaminés ), e era por ali que entravam e saiam os espíritos, o que também explica a origem de Papai Noel entrando pela chaminé.

O que quero dizer, na verdade, é que nosso doce e querido Papai Noel nasceu na Sibéria e tem sua origem no xamanismo. O que acham ? Coincidência?


Uma lenda siberiana

Uma lenda do koryak (Sibéria) conta que o herói da cultura, Grande Corvo, numa passagem , ele capturou uma baleia, que estava à sua frente, e queria soltá-la para traz no mar, mas era incapaz de devolvê-lo ao mar por ser tão pesado.

O deus Vahiyinin (existência) disse-lhe que deveria comer espíritos do wapaq para ter a força. Vahiyinin cuspiu em cima da terra e as plantas brancas pequenas - os espíritos do wapaq - apareceram: tinham chapéus vermelhos, e o cuspe de Vahiyinin congelado como os flocos brancos de neve. Ao comer o wapaq, Grande Corvo tornou-se excepcionalmente forte e conseguiu atirá-la ao mar.

A partir daí o cogumelo crescerá para sempre na Terra, e os povos podem aprender o que ele ensina. Wapaq é a mosca Agarica, um presente diretamente de Vahiyinin - plantas dos deuses.

Nas biografias legendárias de alguns adeptos do budismo, há alguns indícios que podem ser interpretados para revelar que eles consumiam o cogumelo Amanita muscaria para conseguir a iluminação.

Eles mantinham o voto de manter o segredo dessas práticas, tanto que sua identidade foi escondida atrás de um jogo de símbolos.

Alguns pesquisadores acreditam que ele é o soma, dos Vedas (a mais antiga literatura sagrada da humanidade).

Soma era mais do que uma bebida, e seu sumo expressa um deus. Sugere-se o deus Agni, deus do fogo. O soma é simbolizado pelo touro, o símbolo do rig veda (hino aos deuses) da força.

Nas pesquisas, o uso do amanita aparece também em tradições da Ásia do Norte e do Sul, nas tradições germânicas ligadas a Odhin, em usos xamânicos mais adiantados nas florestas da Eurásia do Norte. Visto também, por muitos anos, no distrito de Kanto, no Japão; no Norte da Europa; Índia; e na América Central por muitos anos.

Também identificado como o Haoma, dos Persas. Esses cogumelos sagrados foram utilizados por xamãs para a cura espiritual; era a entrada para incorporar o reino dos deuses.

O cogumelo sagrado Amanita Muscaria, segundo alguns pesquisadores, é o mesmo citado por Lewis Carroll em "Alice no País das Maravilhas" Teria Lewis ingerido o enteógeno para escrever seu livro ?

Relata-se também efeitos analgésicos significativos, para curar males da garganta, feridas cancerígenas, artrites.

O amanita contém os princípios ativos muscazon, ácido ibotênico, muscimelk e bufoteína. Os efeitos começam entre 20 e 30 minutos após a ingestão e duram de 6 a 8 horas.

Geralmente, o usuário experimenta visões semelhantes aos sonhos.

O Amanita muscaria, em suma, é um dos cogumelos mais bonitos, com um encanto misterioso.

Autor: Léo Artése

Cordialmente,
CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Bruxaria Tradicional: Roma e a Crença Crística do Natal

CRISTIANISMO E MITRAISMO NA ANTIGA ROMA

"ELE"
1. Nasceu numa manjedoura no dia 25 de dezembro e foi venerado por humildes pastores;

2. Celebrou uma Santa Ceia, junto com 12 discípulos, antes de voltar  à casa do Pai;

3. Ascendeu ao Céu de onde prometeu voltar no fim dos tempos para o Juízo Final;

4. Garantiu a vida eterna a quem se batizasse.


Estamos falando de Cristo?Absolutamente não! Estas são apenas algumas das peculiaridades do deus Mitra, cujo culto, começado na Pérsia não menos de 4000 anos atrás, difundiu-se em todo o território do Império Romano chegando a ser uma das religiões mais bem sucedidas (mais popular que o próprio cristianismo) durante quase quatro séculos seguidos.

Como atestam os antigos textos em sânscrito (1400 a.C.), na religião dos antigos Persas, Mitra (ou Mithras da palavra mihr, sol) era considerado uma divindade inferior a Ormuzd, o Ser Supremo, mas superior ao deus Sol. Durante o período védico do hinduísmo Mitra (associado a Varuna) era o deus da criação, da ordem universal e da amizade. Os Magos afirmavam que existia uma Trindade formada por Mitra (o sol espiritual, o Sol Dominus Invictus dos Romanos), Ormuzd e Ahriman. Mitra era onissapiente, inimigo da escuridade e do mal, deus das vitórias militares.


Protetor dos justos, agia como mediador entre a humanidade e o Ser Supremo. Ele encarnou-se para viver entre os homens e enfim morreu para que todos fossem salvos. Os fiéis comemoravam a sua ressurreição durante cerimônias onde eram proferidas as palavras:

"Aquele que não irá comer o meu corpo e beber o meu sangue, assim que ele seja em mim e eu nele, não será salvo"

Mitra era tido como Logos (a Palavra) e a purificação mediante o batismo era necessária para obter a vida eterna. Existiam sete níveis de iniciação, cada um coligado a um planeta: Corax (Mercúrio), Nymphus (Vênus), Miles (Marte), Leo (Júpiter), Perses (Lua), Heliodromos (Sol) e, enfim, Padre (Saturno). Assim como entre os Essênios, os iniciados de grau inferior (os aprendizes: Corax e Nymphus) tinham que servir os iniciados de nível superior: os companheiros (Miles e Leo), os mestres (Perses e Heliodromos) e o venerando Padre.

O mitraísmo que entrou no Império Romano era uma mistura de mitraísmo persa, astrologia babilônica e mistérios gregos. Os primeiros contatos entre o mundo romano e mitraístas persas datam do I século antes de Cristo, como atesta uma epígrafe de Antíoco I de Comagene (69-34 a.C.) encontrada na Ásia Menor. Sabe-se, também, que adoradores de Mitra já existiam em Roma na época de Pompeu (67 a.C.) quando, de acordo com o historiador Plutarco, tropas desse triúnviro descobriram os "rituais secretos" de prisioneiros capturados na Cilícia (a terra de São Paulo). Entretanto os restos mais antigos do culto de Mitra no território do Império Romano foram encontrados na cidade de Carnuntum (próxima do Rio Danúbio).

Uma legião romana, a XV Apollinaris, foi enviada de Carnuntum à Ásia para combater contra Judeus e Persas e, quando regressou, construiu um templo consagrado a Mitra.

Em Roma surgiram mais de 700 templos dedicados a esse novo deus e mais ainda foram construídos na cidade de Óstia. Todavia o culto foi oficialmente aceito no Império só a partir do fim do segundo século e alcançou o apogeu de sua popularidade no terceiro século da nossa era. Como para os cristãos, entre os fâmulos de Mitra não havia discriminação social mas, enquanto os primeiros pertenciam principalmente à pequena burguesia urbana, o mitraísmo essencialmente mostrava-se difuso entre três classes: os mercantes, os escravos e os militares. Sendo os soldados destacados ao longo das compridas fronteiras imperiais, restos desse antigo culto foram encontrados em abundância onde existiam guarnições e fortes romanos.

O culto de Mitra era uma religião misteriosa e simbólica; as mulheres ficavam excluídas das formas exteriores e regulares da liturgia. Muitos elementos de sua organização lembram os da moderna Maçonaria. Os templos subterrâneos reproduziam o firmamento enquanto a arte mitraísta insistia na representação de corpos celestes (o zodíaco, os planetas, o sol, a lua e as estrelas) como também da serpente, do cão, do corvo, do escorpião (todas constelações do hemisfério boreal) e da árvore. Sempre foi uma religião privada que jamais recebeu verbas
públicas, sendo os templos de Mitra singelos e despidos daquela ostentação que caracterizava as basílicas paleo-cristãs. Se por um lado esse culto, devido sua grande tolerância em relação aos outros credos, nunca foi perseguido, por outro lado nunca gozou da propaganda resultante de persecuções recorrentes.

A história de Mitra principia com o Demiurgo (Ahriman) oprimindo a humanidade. Apiedado, Mitra encarnou-se no dia 25 de dezembro, data que na antiguidade correspondia ao solstício de inverno. Ele nasceu de uma rocha e pregou numa caverna (também Jesus veio ao mundo numa gruta) porém, segundo a mitologia persa, Mitra fora generado por uma virgem denominada "Mãe de Deus". Durante sua vida terrena Mitra manteve-se casto, pregou a irmandade universal e operou inúmeros milagres. Outrossim, o acontecimento mais marcante foi a luta simbólica de Mitra contra o touro sagrado (ou touro equinocial) que ele derrotou e sacrificou (tauroctonia) em prol da humanidade. Todavia, como nos antigos textos persas o próprio Mitra era o touro, a tauroctonia adquire o dúplice significado de vitória sobre o mundo terreno e de auto-sacrifício da divindade a fim de redimir o gênero humano de seus pecados.

Em época romana o touro podia ser trocado por um carneiro, sendo assim este animal o objeto do sacrifício, conforme à tradição judaica e cristã. O apologista cristão Tertuliano afirma que os sequazes de Mitra eram batizados com borrifos de sangue do touro (ou do carneiro) e, finalmente, purificados com água.
No sétimo século a Igreja católica tentou, sem êxito, de suprimir a
representação de Cristo como carneiro, justamente por ser esta uma imagem de origem pagã.

São Justino Mártir atesta que existia uma eucaristia de Mitra onde os fiéis compartilhavam pequenos pães redondos e água consagrada simbolizando, respectivamente, a carne e o sangue do deus encarnado. Este ritual, que ocorria aos domingos (dia da semana consagrado ao Sol), era chamado Myazda e correspondia exatamente à missa dos cristãos.
Mitra não morria fisicamente, mas apenas simbolicamente e, como divindade solar, ressuscitava todo ano. Cumprida a missão terrena, ele jantava pela derradeira vez com seus discípulos e subia ao Céu. Seus adeptos tinham que jejuar freqüentemente e, após terem recebido um marco na testa (no nível Miles, soldados), passavam a ser chamados "Soldados de Mitra".

No início do IV século o imperador Constantino apoiou-se às religiões emergentes: o cristianismo e os cultos solares, ou seja o de Apolo (popular entre os Celtas) e o de Mitra, extremamente difuso na parte Ocidental do Império onde, ao contrário, os cristãos ainda eram minora. De forma alguma Constantino pode ser considerado um soberano cristão pois, como os demais imperadores, nunca renunciou ao título de pontifex maximus. Ademais, ele privilegiou os pagãos nos cargos administrativos e a casa da moeda romana continuou a cunhar moedas mostrando símbolos pagãos.
O mitraísmo sumiu oficialmente em 377 d.C., data em que o imperador cristão Teodósio proibiu todas as religiões diferentes do cristianismo. Pequenos grupos de adeptos continuaram secretamente a prática do culto até o V século quando os bispos desencadearam ásperas perseguições contra os cultos solares.

Surpreendentemente a própria Igreja cristã incorporou boa parte das práticas mitraístas como a liturgia do batismo, da crisma, da eucaristia, da páscoa, e a utilização do incenso, das velas, dos sinos, etc. Até as vestimentas usadas pelo clero católico eram extremamente parecidas com as dos sacerdotes de Mitra, como a tiara e a mitra, barretes usados pelos antigos persas. Se não tivesse sido por uma extravagância do destino, observam divertidos os escritores Knight e Lomas, as modernas famílias devotas iriam para a missa dominical tendo os vidros de seus carros enfeitados por adesivos com a escrita "Mitra te ama".
Em síntese, quando o cristianismo começou a ganhar popularidade, difundindo-se na Europa e em todas as partes do Império, os primitivos cristãos incorporaram à sua religião os cultos anteriores bem-sucedidos, como, por exemplo, o da deusa Ísis, tomando deliberadamente imagens do mundo pagão.

Os cristãos sempre afirmaram que os adeptos de Mitra copiaram seus ritos, mas já vimos que, na verdade, esse culto solar chegou em Roma pelo menos um século antes dos primeiros apóstolos. Ademais, a imagem da tauroctonia é bem mais antiga que Cristo pois o patrimônio figurativo da glíptica do Império de Akkad (2370-2120 a.C.) documenta cenas de luta entre um deus solar e um touro. No milênio sucessivo, durante o reinado de Shuppiluliuma (cerca 1500 a.C.), num tratado com um soberano hitita é invocada a proteção de duas divindades solares: Mitra e Varuna.

Com efeito, somente entre os anos 4000-2000 a.C. o sol nascia, aos equinócios, na constelação do Touro e só naquela época as  constelações do Cão Menor, da Hidra (a serpente), do Corvo e do Escorpião se encontravam no Equador celeste.

Ocasionalmente um leão e uma taça apareciam na tauroctonia: simbolicamente representavam as constelações do Leão e do Aquário que só se achavam em conjunção com o Sol durante os solstícios na Idade do Touro.

Os antigos astrônomos da Babilónia fizeram precisas observações astronômicas chegando a descobrir que, ano após ano, o sol não despontava sempre no mesmo canto mas o plano equinocial se deslocava lentamente com a "velocidade" de uma constelação em cada 2160 anos. Conseqüentemente o plano equinocial percorre todo o zodíaco em 25.900 anos, um movimento cíclico conhecido como precessão dos equinócios.

Nesse sentido a cena de Mitra (representado pela constelação de Perseu) que mata o touro pode ser interpretada como a rotação da abóbada celeste em direção da constelação de Áries, sucessiva à constelação do Touro. Mitra, o sol espiritual que se encontra além da esfera das estrelas fixas, seria portanto a força cósmica capaz de governar o ciclo das estações: a eterna seqüência de outono-primavera, de luz-obscuridão, na espera da vitória final da Luz sobre as trevas, da Vida sobre a morte.


Bibliografia

Cumont F. "The Mysteries of Mithra", Dover Pubns, ISBN: 0486203239, (2001).


Rittatore Vonwiller F. et al. " Preistoria e Vicino Oriente Antico", UTET, Torino (1969).


Ulansey D. "The Origins of the Mithraic Mysteries: Cosmology and Salvation in the Ancient World", Oxford University Press, Oxford (1991).


Brown P. "The World of the Late Antiquity", Thames & Hudson Ltd., London (1971).


Levi M.A. "L' Impero Romano", UTET, Torino (1971)


Lavigny S. "Decadenza dell' Impero Pagano", Ferni Editore, Ginevra (1973).


Knight C. & Lomas R. "The Hiram Key", ISBN: 8804421436, (1996).




Cordialmente,
CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

FECHAMENTO DAS ATIVIDADES DO CBT

Estamos fechando oficialmente as atividades para o ano de 2011, contudo já temos parte de nossa agenda montada para 2012, visando sempre parcerias, incentivamento movimentos ideológicos a favor do paganismo e da Bruxaria, divulgando artigos, eventos e palestras.

Desejamos a todos boas festas!


Com o apoio dos Conselheiros do CBT - Conselho de Bruxaria Tradicional - Ricardo DRaco e Wagner Périco, ocorreu no sábado dia 10/12, na cidade de Embu das Artes a nossa confraternização de final de ano.

Em um ambiente descontraído, não faltaram risadas, abraços acolhedores e claro, muita troca de conhecimento.


Aguardem muitas  novidades para 2012!!!
Cordialmente,
CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL
www.bruxariatradicional.com.BR

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Arqueólogos e a BBC - Será que tudo é Bruxaria?

Virou moda achar qualquer coisa do terror folclórico estar ligada a Bruxaria, encontraremos gatos mumificados, vassouras ou gravetos que lembrem uma varinha, qualquer casa antiga, caldeirões e chapéus que possa desenvolver uma polêmica popular dadas as diversas especulações da mídia diante das superstições do cristianismo e que seriam apenas achados pela sociedade acadêmica, com teses pessoais mas fora desta questão muito pouco ou nada que se pudesse realmente ancorar no mundo da teologia.

Pois bem, é preciso que a sociedade entenda que nem tudo pode ser destinado a religiosidade pagã e nem a Bruxaria, muito também pode ser dada a feitiçaria (old craft), pois as práticas de feitiçaria são encontradas nas religiões pagãs tal como são encontradas até mesmo dentro do universo marginalizado cristão, sim... é isso mesmo, entre magias negras e simpatias, temos um universo muito amplo e diversificado.

Temos que lamentar que ainda encontraremos muito sensacionalismo, muita confusão com o termo "bruxariaS" distorcido pela Santa Igreja divulgando as práticas degeneradas de uma sociedade desequilibrada e por vezes não tão lúcida, se assim o fosse, a notícia de se ter enterrado um cão vivo daria o mesmo signficado e representatividade do gato mumificado, seria obra da religiosidade ou da insanidade? Eis a questão!





Abraços Fraternos,




Ricardo DRaco
Bruxaria Tradicional Ibero-Celta

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

CBT: Religião e Mitologia

 Religião e Mitologia
 
"A religião e a mitologia são termos bem diferentes, mas ambos referem-se aos sistemas de conceitos que são de grande importância para uma determinada comunidade, fazendo declarações relativas ao sobrenatural ou aquilo que é sagrado. Geralmente, a mitologia é considerada um componente ou aspecto da religião. 

Religião é um termo mais amplo, muito além dos aspectos litúrgicos, que inclui o ritual, a moral, a teologia e a experiência mística. Um dado importante, a mitologia é quase sempre associada a uma determinada religião e dissociada dos seus sistemas religiosos, um mito pode perder a sua relevância imediata para a comunidade e evoluir afastado da religiosidade como uma lenda ou folclore. 

Podemos dizer que o paganismo é um termo referente às diversas formas de religiosidade e designa as religiões politeístas que têm como lugar comum o encontro com o divino, através da Natureza e com a recuperação das antigas religiões pagãs. 

E se pensarmos no ensinamento que remonta ao Egito Antigo, que diz que "o que está acima é como o que está abaixo e o que está abaixo é como o que está acima", compreendemos que esta asserção busca nos dizer que a natureza dos Criadores é a mesma de suas criaturas. 

Os pagãos buscam, dessa maneira, compreender "o que está acima" - seus Deuses - conhecendo "o que está abaixo" - a Natureza e seus semelhantes. 

Lembrar dessas coisas é a orientação básica para tornar-se um verdadeiro pagão. Princípios de como ser justo, leal e gentil, bem como viver com bravura, sabedoria e em comunhão com todos os seres viventes. Honrando sempre os Deuses, a natureza e os nossos ancestrais. Que assim seja! 


Autora: Rowena Arnehoy Seneween ®
Conselheira do CBT (Conselho de Bruxaria Tradicional) e responsável pela Cadeira de Reconstrução

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

FOTOS DE PRÁTICAS DE ÊXTASE NA BRUXARIA TRADICIONAL


Dia 3/12/12 foi o dia da Palestra sobre Técnicas de Êxtase na Bruxaria Tradicional.



Há milênios o homem utiliza das práticas de êxtase para fins medicinais e espirituais. Mas, é relativamente há pouco tempo que se opera uma mudança determinante na visão humana, a síntese de comportamentos que prescinde de princípios naturais. Tais controvérsias têm raízes não só em dificuldades metodológicas de pesquisa sobre o uso destas práticas, mas também, em alguns casos, em posições religiosas e ideológica.


<<<VEJA AS FOTOS DA PALESTRA AQUI!>>>



Reportagem sobre o êxtase e religiosidade pela Rede Globo



Cordialmente,

CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL
http://www.bruxariatradicional.com.BR