terça-feira, 8 de novembro de 2011

Cultus Sabbati - Ordem Iniciática de Feitiçaria/ Caoismo

Este artigo irá demonstrar a origem do Cultus Sabbati e a sua base de culto, fornecendo dados e revelando a história do falecido Magista Andrew D. Chumbley, que juntou a sua base de Magia do Caos dada a sua forte influência no grande Magista Austin Osman Spare, mais a mescla de conceitos e práticas de outras ordens no final da década de 80, criando assim a irmandade da Cultus Sabbati.

Cultus Sabbati é uma instituição iniciática cerimonial focada em estudos baseados em grande parte no século XIX. A definição do termo é direcionado na visão cristã medieval do "Sabbat das Bruxas" europeias com embasamento na filosofia chamada de Gnose Cainita, onde Caim, o primeiro agricultor do Velho Testamento (Judaísmo) é visto como o Primeiro Feiticeiro.

A Cultus Sabbati também recebeu influências de muitas outras linhas, mostrando, portanto a sua diversidade esotérica tal como colocado pelo site da Xoanon, editora oficial da Cultus Sabbati, revelando o seu envolvimento com o Sufismo, Tantra, Chöd, Zos Kia Cultus (Magia do Caos) como também com o Cristianismo no uso de salmos, adivinhação bíblica, preces, rituais entre outras práticas mágicas.

O atual Magister da Cultus Sabbati é Daniel Alvin Schulke, autor de Ars Philtron e Viridarium Umbris, ambos tratando da Gnose Feiticeira.

Em um sentido amplo, a arte sabática é uma grande colcha de retalhos tendo a magia popular cristã uma grande referência junto das diversas ordens com base em magia cerimonial europeia em um período que se estende do medieval ao moderno (Sec. 19).

Devido ao foco da Cultus Sabbati na Era Medieval é de fácil compreensão o porquê da grande influência do cristianismo e sua contra partida na fusão das concepções teológicas cristãs populares que desencadearam o mito estereotipado do que conhecemos por "O Sabbath das Bruxas" rebatido pelo historiador Carlo Ginzburg (veja o artigo). A partir de uma perspectiva esotérica considera-se que o sábado é a convocação astral ou "sonho ritualístico mágico das almas", considerando que a verdadeira localização do sábado é a "Encruzilhada do acordar dormindo", do despertar - o reino em que a Senhora da Lua e o Sol noturno, o Deus e a Deusa ilumina um mundo além do alcance dos não iniciados.

Os ensinamentos dos feiticeiros vão e vêm, na maior parte da cultura moderna europeia, contudo alguns fragmentos desta sabedoria foram passados ​​até o cotidiano, é através desse trabalho de reconstrução, de juntar esses fragmentos é que o Cultus atual da chamada "tradição sabática" emerge.
A feitiçaria ou Arte Sabática muitas vezes emprega nomes demoníacos e imagens como parte de uma cifra para transmitir uma gnose luciferiana de auto-libertação. Da mesma forma, e conforme dito anteriormente, os rituais podem utilizar de termos cristãos, como parte da intenção de reorientar filosoficamente os magistas. Os aspectos positivos e negativos deste arcano são tratados no livro Azoetia (Xoanon, 1992) sob o nome de "Iconografia de Crença".

É preciso saber discernir o uso de termos demonológico não deve ser interpretado como defesa do "Satanismo" da vulgar "magia negra" ou algo semelhante, nem deve assimilar de forma positiva a filosofia judaico-cristã. A Arte Sabática tem ensinamentos gnósticos que combinam tanto o luciferianismo como o cristianismo adentrando até mesmo no contexto crístico do paganismo.


O FUNDADOR



Andrew D. Chumbley (Essex, Inglaterra em 15/09/67 - 15 /09/04) foi escritor e filósofo inglês da zona rural de Essex onde emergiu no caminho esotérico da feitiçaria popular cristã. Sua posição como o Magista da Cultus Sabbati foi de influência no cenário ocultista como também no legado feiticeiro da magia em geral e ainda que baseado nos trabalhos de Austin O. Spare sua técnica criou uma linha filosófica específica. Em seu trabalho se referia a quintessência mágica como refletida na sabedoria dos “Mistérios Sabáticos” - que é o termo cunhado por Chumbley para a atribuição específica da Arte Feiticeira.


A INFLUÊNCIA DE AUSTIN OSMAN SPARE


Magia do Caos ou Caoismo é uma forma de ritual e magia relativamente nova, utilizando-se de quebras de paradigmas e alterações do estado de consciência, como técnicas gnósticas, meditativas, sufis, orgásticas, ou com uso de substâncias psicoativas.
Austin Osman Spare era inicialmente envolvido com a Ordem da Golden Dawn como também com ordens como a O.T.O e a A.A. (Astrvm Argentvm) de Aleister Crowley.

A Magia praticada pelos ocultistas remanescentes no Reino Unido tendeu a se tornar cada vez mais experimentalista, pessoal, e bem menos ligada às tradições magicas estabelecidas pelas Ordens (negativa as instituições). Reações para isto incluem a disponibilidade pública de informações secretas antes do Século XX (especialmente nos trabalhos publicados por Crowley e Israel Regardie), o Zos Kia Cultus (nome do estilo de magia radicalmente inortodoxa de Austin Osman Spare), a influência do Discordianismo e seu popularizador Robert Anton Wilson, o Dadaísmo, e a grande popularização da magia causada por cultos folcloristas embasados em sistemas mágicos de Crowley e da própria Wicca.

Uma das mais curiosas questões da Magia do Caos é o conceito de Quebra (ou Troca) de Paradigma Mágico, ou "Quebra do Ego" (livro Azoetia?). Usando o termo de Thomas Kuhn, Carroll criou a técnica de arbitrariamente modificar o modelo (ou paradigma) de magia das pessoas uma questão principal na Magia do Caos. Através desta o Magista busca por trocar constantemente a crença em um paradigma (aversão a dogmas), não apenas de forma linear como é visto nas outras pessoas, mas de forma objetiva e proposital, ziguezagueando entre crenças diferentes (e geralmente contraditórias) e "se aproveitando" dos resultados que elas geram sem ficar preso a nenhuma (pragmatismo).

O principal frase da Magia do Caos é: Nada é Verdadeiro, Tudo é Permitido - atribuído a Hassan i Sabbah - O Velho da Montanha, líder da Ordem dos Hashishins que impôs seu poderio no Oriente Médio medieval.



FONTE:
Ordem Iniciática Kaos Brasil
Editora Oficial Xoanon - Cultus Sabbati 
O Culto da Feitiçaria: No Artista e Escritor Austin Osman Spare (Edições Mortas)

Cordiamente,
CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL NO BRASIL