... da religião popular na Gallaecia do séc. VI d. C.
II. Jogar pão nas fontes (para aliviar doenças, aumentar a fertilidade?).
III. Reverenciar certas pedras como sagradas, nelas acendendo velas, bem como em encruzilhadas e em determinadas fontes e árvores.
IV. Murmurar encantamentos e nomes de deuses sobre ervas e fazer amarrações.
V. Oferecer frutas e vinho a um tronco de árvore (em uma lareira?).
VI. Cerimônias domésticas de purificação realizadas por especialistas.
VII. Borrifar as paredes de uma casa recém-construída com o sangue de uma ave sacrificada.
VIII. Colocar um ramo de loureiro na entrada da casa.
IX. Invocar a deusa dos ofícos durante a realização destes.
X. Encantamentos para prejudicar uma pessoa por meio de dano a algo que com ela tivesse estado em contato.
XI. Observar com que pé uma pessoa adentra um recinto e disso retirar um presságio.
XII. Retirar presságios do voo dos pássaros e de espirros.
XIII. Celebrar o primeiro dia de cada mês como sagrado para Juno.
XIV. Mulheres esperarem até a quinta-feira para casar.
XV. Recorrer à astrologia para determinar os melhores dias para iniciar a construção de uma casa, uma plantação e casar.
XVI. Começar o ano no 1º de janeiro, venerando ratos e traças nessa ocasião e honrando os deuses com alimentos dispostos em uma mesa, para que retribuam com abundância no resto do ano.
XVII. Mascarar-se de animais em 1º de janeiro.
XVIII. Venerar Mercúrio na quarta-feira e fazer pilhas de pedras nas encruzilhadas, lançando uma pedra a cada vez que se passa pelo local, e dedicando-as a Mercúrio.
XIX. Adorar os espíritos do mar, fontes e florestas.
XX. Não trabalhar na quinta-feira em honra a Júpiter.
Fonte: Movimento de Reconstrução Celtico.
I. Determinadas árvores eram objeto de especial veneração, pois acreditava-se fossem habitadas por espíritos benignos.
No séc. VI d. C., Martinus Dumiensis (ca. 515 - 579/80), bispo de Bracara Augusta (hoje Braga, em Portugal), na Gallaecia (província romana que abrangia o norte de Portugal, León, Astúrias e a Galícia na Espanha), escreveu um sermão chamado "De correctione rusticorum" ("Da correção dos rústicos") em que censurava diversas práticas não-cristãs observadas entre os camponeses da região naquela época:
É interessante perceber como as crenças pagãs celtas e romanas se mesclavam em detalhes, para os desatentos alguma coisa pode até passar desapercebida! Curioso "começar o ano venerando ratos e traças"!
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