A arte Celta tem origem em períodos anteriores à grande invasão centro-européia onde a fusão de diversos povos foi aos poucos acrescentando elementos característicos, entretanto, foi no período que compreende as culturas Hallstatt e La Tène (800 a.C. até o último século do Império Romano do Ocidente) que obteve destaque histórico, quando no domínio da manipulação do metal, artefatos robustos e de caráter duradouro venceram a barreira do tempo e da degradação natural.
Em especial, pelo período avançado e pela forma como se desenvolveu, a arte de La Tène influenciou a arte do metal em todo o Centro e Ocidente da Europa e em vasta região desde os Cárpatos até o coração da Ásia (com alguns achados de sua penetração na China). La Tène se espalhou pelas margens do Rio Reno, estendendo-se pela França e penetrando todo o Noroeste da Península Ibérica, Grã-Bretanha e Irlanda.
Arte de La Tène - fase II (300 a.C.) |
Era costume ainda entre os Gauleses e os celtas da Grã-Bretanha portar escudos de madeira decorados com ferro e adornos de bronze, além dos clássicos capacetes pontiagudos ou redondos. Entre os adereços pessoais foram encontrados braceletes, axorcas, as fíbulas (como as antigas lúnulas irlandesas) e os típicos colares usados pelos homens (torques).
Foi no século IV a.C. com o desenvolvimento do estilo de La Tène, que o aumento à abstração curvilínea foi notável. Já no século seguinte, devido algumas influências aparece um terceiro estilo, caracterizado por arabescos de motivos vegetais combinados com alusivas esquematizações zoormóficas, que alcançaram na Grã-Bretanha (durante o quarto estilo - I a.C.) um alto grau de esplendor.
Escudo de Wandsworth |
A ornamentação repuxada indica uma imaginação sutil, como exemplo a peça denominada “caldeiro de Gandestrup” descoberta na Dinamarca (para onde teria sido levado durante o século II ou I a.C., época, em que toda a arte céltica sofreu uma rápida evolução). Outro exemplo representativo são os numerosos espólios de túmulos encontrados nas margens do Reno médio e na Borgonha. Na França, especialmente no Sul, na Provença, os celtas deixaram os exemplares mais representativos da sua arquitetura e da sua escultura, artes que contrastam, pelo caráter rudimentar, com a finura e a originalidade que encontramos na ornamentação do metal.
Caldeiro de Gandestrup |
Referência bibliográfica:
FRAZER, Sir James George. O Ramo de Ouro. Zahar Editores S.A., Rio de Janeiro, 1982.
CÉZAR, Júlio. Comentários Sobre a Guerra Gálica. Coleção Universidade de Bolso. Ediouro, Rio de Janeiro – RJ.
SALVAT EDITORA DO BRASIL. História da Arte, Tomo 3. São Paulo, 1978.
ENCICLOPÉDIA MIRADOR.
Cordialmente
Conselho de Bruxaria Tradicional
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Tenho vontade de ter um artefato desses em casa rs. Os celtas tinham extremo bom gosto!
ResponderExcluirRealmente, gostaria de saber porque tão pouco foi feito (ou encontrado) mas ainda assim são trabalhos claramente inspirados em awen
ResponderExcluirTive a oportunidade de ver no museu de Leon uma série achados arqueológicos celtas, eram ferramentas, objetos, utensilhos e armas, e claramente se podia ver o esmero com que eram confeccionados, sem dúvida levando o aspecto não apenas plástico, mas cultural e até religioso para cada item.
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