É normal cruzarmos com textos que usam de algumas frases já batidas, que Bruxaria Tradicional é um ofício, que lutam contra preceitos modernos, que falam no diabo como o deus das bruxas, que foi iniciado pela avó, que é a arte paleolítica, que usam frases genéricas, que traduzem errôneamente para a língua portuguesa, que fazem entrevistas comprometidas com interesses comerciais, que colocam os títulos antropológicos e das ciências acadêmicas para justificar as mais malucas convicções sem fundamento algum e que seriam apenas teses.
O nosso objetivo não é desmascarar os charlatões, nossa função é dar base para que o próprio leitor assim o faça, até porque as pessoas têm que viver de alguma forma, algumas buscam os caminhos da distorção, outros usam da fé alheia para vender produtos e assim caminha a humanidade, não é uma questão simples religiosa, é uma questão de maior abrangência em nossa sociedade.
Vamos partir do que existe em termos de divulgação nos dias de hoje, uma imensa confusão onde cada pessoa tem uma idéia muito própria do que seja Bruxaria, temos dois momentos muito interessantes, Bruxos que estão ligados ao conceito paganismo e "Bruxos" ligados historicamente aos relatos medievais da Igreja Católica como sendo figuras que cultuam o Diabo e isso ficou impregnado no conceito agregado de práticas mágicas marginalizadas e de malefício tal como no imaginário popular usado na industria de entretenimento (Disney por exemplo).
A primeira linha trata da ligação de espiritualidade anterior ao cristianismo, chamamos de culto religioso, com base em prestar culto a natureza, as divindades, conectando o nosso ser a egrégora da natureza, estas práticas, mais a espiritualidade, mais as formas de culto chamamos de religiosidade. Temos que entender que a palavra religião tão polêmica é apenas um rótulo que dá significado a ações, ela não tem que estar ligada ou restrita a forma de culto da Igreja Católica, por exemplo, não precisa ter inúmeros seguidores, não precisa ser cultuada na igreja ou templo, pois o que citamos aqui é a manifestação religiosa e não a estrutura física e nem mesmo discutimos ritualísticas, muito embora algumas práticas mágicas, em essência, são voltadas a Magia Cerimonial e portanto podem ser muito mais complexas do que seria um simples culto religioso.
A segunda linha é baseada no que a Igreja Católica conceitua como bruxariaS, ou seja, um culto demoníaco, imoral, trevoso e portanto pecaminoso, feito por marginais/ criminosos e que representam uma doença à sociedade e por muito tempo foi determinada pela área médica como uma patologia, uma demência tal como meros casos de crendices de gente sem cultura e com intenções ligadas ao charlatanismo usando da fé alheia exercendo o ofício da feitiçaria. Tanto que a própria Inglaterra baixou leis contra BruxariaS tal como temos hoje no Brasil nos artigos do Código Penal:
Art. 283 - Charlatanismo
Art. 284 - Curandeirismo
O nosso objetivo não é desmascarar os charlatões, nossa função é dar base para que o próprio leitor assim o faça, até porque as pessoas têm que viver de alguma forma, algumas buscam os caminhos da distorção, outros usam da fé alheia para vender produtos e assim caminha a humanidade, não é uma questão simples religiosa, é uma questão de maior abrangência em nossa sociedade.
Vamos partir do que existe em termos de divulgação nos dias de hoje, uma imensa confusão onde cada pessoa tem uma idéia muito própria do que seja Bruxaria, temos dois momentos muito interessantes, Bruxos que estão ligados ao conceito paganismo e "Bruxos" ligados historicamente aos relatos medievais da Igreja Católica como sendo figuras que cultuam o Diabo e isso ficou impregnado no conceito agregado de práticas mágicas marginalizadas e de malefício tal como no imaginário popular usado na industria de entretenimento (Disney por exemplo).
A primeira linha trata da ligação de espiritualidade anterior ao cristianismo, chamamos de culto religioso, com base em prestar culto a natureza, as divindades, conectando o nosso ser a egrégora da natureza, estas práticas, mais a espiritualidade, mais as formas de culto chamamos de religiosidade. Temos que entender que a palavra religião tão polêmica é apenas um rótulo que dá significado a ações, ela não tem que estar ligada ou restrita a forma de culto da Igreja Católica, por exemplo, não precisa ter inúmeros seguidores, não precisa ser cultuada na igreja ou templo, pois o que citamos aqui é a manifestação religiosa e não a estrutura física e nem mesmo discutimos ritualísticas, muito embora algumas práticas mágicas, em essência, são voltadas a Magia Cerimonial e portanto podem ser muito mais complexas do que seria um simples culto religioso.
A segunda linha é baseada no que a Igreja Católica conceitua como bruxariaS, ou seja, um culto demoníaco, imoral, trevoso e portanto pecaminoso, feito por marginais/ criminosos e que representam uma doença à sociedade e por muito tempo foi determinada pela área médica como uma patologia, uma demência tal como meros casos de crendices de gente sem cultura e com intenções ligadas ao charlatanismo usando da fé alheia exercendo o ofício da feitiçaria. Tanto que a própria Inglaterra baixou leis contra BruxariaS tal como temos hoje no Brasil nos artigos do Código Penal:
Art. 283 - Charlatanismo
Art. 284 - Curandeirismo
Até então estamos nos referindo apenas ao termo Bruxaria, isto complica um pouco mais com o termo Tradicional, e ai temos mais duas visões muito diferentes, a primeira faz menção ao conhecimento passado de forma hereditária, preservando mitologia, folclore, espiritualidade, feitiçaria, costumes, preservação da identidade cultural/ religiosa, contra o sincretismo, entre outras atividades que reforçaremos aqui como religiosidade e temos a segunda versão que trata da Filosofia Perene (Escola Perenialista ou Tradicionalista), que nasceu no Vaticano pelo bibliotecário Agostinho Steuco (1540), que passou por filósofos da idade moderna (Sec. 19) e que acreditam em uma visão de que todos os caminhos irão a favor de Deus e que todas as coisas nasceram de Deus.
Temos visto alguns livros espalhados tanto aqui no Brasil como fora utilizando da segunda visão, muitos escritores que misturam santos católicos, duendes, demônios, fadas, diabo, deus, por fim tudo o que podem, e chamam isto de práticas mágicas, chamam de Bruxaria(?) e Tradicional quando não passam de ecletísmo místico (esoterismo) e feitiçaria generalizada.
Para nós do Conselho de Bruxaria Tradicional entendemos o rótulo "Bruxaria" como sendo um caminho religioso que difere da visão moderna dada por filósofos do século 19, como também não somos a favor da visão cristã para o termo. Se fizermos uma pesquisa nas pessoas que se dizem bruxas elas falarão com indignação dos crimes causados pelo tribunal no Santo Ofício (Santa Inquisição) Idade Média, elas não se identificam com o Deus das igrejas cristãs tal como não nutrem nenhuma ligação com a criação de oposição da figura do Diabo, também são direcionadas a espiritualidade ligada à natureza, as questões ampliadas de consciência, portanto também não são devotas à demonologia cristã ou mesmo com sincretismo com santos, se o fazem serviu como um disfarce que hoje com a abertura religiosa não se faz mais necessário.
Agora podemos até argumentar sobre o Diabo e os demônios serem uma derivação das divindades do mundo pagão, entretanto não é por isso que iremos cultuar a figura do Diabo cristão como um culto de rebeldia, pois a Bruxaria ancestral e não a rotulada pela Igreja Católica não esta ligada ao anti-cristianismo, tal como essa filosofia passa longe de nossas crenças.
Iremos ver no mundo muitas crenças tradicionais, muitos fenômenos de feitiçaria, a palavra witchcraft não é mais uma tradução representativa para a espiritualidade exclusiva dos bruxos, ela se tornou apenas um rótulo que significa feitiçaria; pode ter sido seu significado original, mas hoje diversos grupos a utilizam tal como satanistas ou pessoas ligadas as crenças africanas, é só entrarem em algum dispositivo de busca na internet e verão a distorção do rótulo. Com isso vou demonstrar aos leitores como o termo witchcraft pode ser qualquer coisa ligada à feitiçaria: Voodoo, Satanismo, Wicca, Esoterismo, etc... Dado a quantidade de livros citando o termo e as diferentes crenças.
E tem muito mais por ai!
A grande confusão é que as pessoas confundem o termo Feitiçaria com Bruxaria, para alguns a Bruxaria segue a mesma métrica do termo feitiçaria de malefício dada pela Igreja Católica, podem fazer suas próprias constatações, são os mesmos sujeitos que se vestem de preto e vermelho, que usam com freqüência o termo Diabo ou Demônios, são os mesmos que acreditam que a Bruxaria não esta ligada ao paganismo, afinal de contas, dada à influência Católica, o que fazem é apenas "magia negra", são conhecidos aqui no Brasil como pais e mães de poste ou de encosto!
BRUXARIA TRADICIONAL E O POLITEÍSMO, XAMANISMO E ANIMISMO
Sobre ser politeísta ou não, poli (muitos) teísta (deuses), para nós que seguimos a Antiga Religião, e falamos com propriedade, pois estamos baseados na religiosidade da Era Antiga, sabemos que a maioria dos povos antigos eram politeísta, o animismo conceito que diz que todas as coisas têm alma não diverge do politeísmo, até por que o politeísmo acredita no conceito alma e apenas separou as pequenas das grandes almas (deuses) e esses são a personalização das forças da natureza.
A Bruxaria Tradicional esta ligada ao Xamanismo? Boa questão, primeiro que temos dois conceitos diferentes, o primeiro que o termo nasceu da Sibéria na aldeia Tungusi, portanto xamã somente seria o líder religioso daquela determinada cultura, porém como o termo witchcraft se generalizou tal como shamanism (xamanismo) e qualquer prática de êxtase de base ancestral se tornou xamanismo, a Bruxaria em sua forma tradicional tem práticas de êxtase tal como tem outras ferramentas em sua crença.
Segue um trecho bem interessante sobre Xamanismo:
Xamã, figura tribal que exercia múltiplas funções – de sacerdote e curandeiro, pesquisador do poder de cura das plantas, a músico e poeta, narrador e guardião dos mitos e histórias do seu povo. O termo original saman vem justamente do verbo “conhecer” na língua siberiana manchu-tungus. A definição clássica de xamanismo – “técnicas arcaicas de êxtase” – pertence ao filósofo romeno Mircea Eliade (1907-1986), especialista em História das Religiões e um dos vários estudiosos que ficaram impressionados com o modo como as práticas xamânicas se reproduziam identicamente entre nativos de regiões tão distantes quanto Sibéria, Austrália e Amazônia.
A Bruxaria Tradicional esta ligada ao Xamanismo? Boa questão, primeiro que temos dois conceitos diferentes, o primeiro que o termo nasceu da Sibéria na aldeia Tungusi, portanto xamã somente seria o líder religioso daquela determinada cultura, porém como o termo witchcraft se generalizou tal como shamanism (xamanismo) e qualquer prática de êxtase de base ancestral se tornou xamanismo, a Bruxaria em sua forma tradicional tem práticas de êxtase tal como tem outras ferramentas em sua crença.
Segue um trecho bem interessante sobre Xamanismo:
Xamã, figura tribal que exercia múltiplas funções – de sacerdote e curandeiro, pesquisador do poder de cura das plantas, a músico e poeta, narrador e guardião dos mitos e histórias do seu povo. O termo original saman vem justamente do verbo “conhecer” na língua siberiana manchu-tungus. A definição clássica de xamanismo – “técnicas arcaicas de êxtase” – pertence ao filósofo romeno Mircea Eliade (1907-1986), especialista em História das Religiões e um dos vários estudiosos que ficaram impressionados com o modo como as práticas xamânicas se reproduziam identicamente entre nativos de regiões tão distantes quanto Sibéria, Austrália e Amazônia.
Terminamos mais um artigo para que, você estudante, entenda as diferenças e encontre o caminho que tenha maior afinidade, esqueça os iniciados das fraternidades “ocultas”, pois estas hoje em dia estão mais aparentes do que muito comercio, entenda que quem faz livro é qualquer um que escreve e tem dinheiro para investir na publicação e não por mérito ou notoriedade, veja os tais estudiosos acadêmicos à maioria não sabe diferenciar a idade moderna dos movimentos filosóficos modernistas, saiba que a grande maioria dos bruxos não acreditam na mitologia cristã bem como tem uma religiosidade diferenciada além da prática da feitiçaria (ofício/ trabalho).
Vivemos em um mundo materialista, e tenha certeza que muitos irão distorcer qualquer coisa para venderem seus livretos ou iniciações, ou seja, não foge a nenhum segmento da sociedade tirar proveito de situações e da boa fé alheia, e isto existe hoje como sempre existiu, não é a toa que temos leis contra charlatanismo e curandeirismo até hoje mesmo aqui no Brasil.
Portanto, não seja mais um papagaio que repete tudo, estude, analise, veja os interesses por trás do que é colocado e tenha certeza de seguir um caminho conforme acredita e vai de encontro as suas crenças interiores, a Bruxaria Tradicional não tem papa como também não tem biblia e desconfie em quem se diz bruxo e acredita em santo ou em demônios, pessoas confusas levam a caminhos tortuosos, mas conforme elas mesmos pregam, no final tudo dá certo, pois todos os caminhos levam a Deus ou ao Diabo...
Cordialmente,
Conselho de Bruxaria Tradicional
Conselho de Bruxaria Tradicional
Um caminho claro sobre as tradições na Bruxaria.