Estive refletindo sobre as pessoas chegam até nós e relembrando quantas delas estão estereotipadas ao estilo de uma certificação ISO-9000 ou similar, e tentei chegar a fundo para definir o que leva uma pessoa a ser formatada dentro de certo padrão ou certo estilo, minhas reflexões conduziram a alguns pontos principais.
Primeiro, vou citar os exemplos das normas de certificação estilo ISO-9000 comparando-a com as formações acadêmicas das pessoas: Em qualquer empresa que almeje a certificação dentro de alguma norma de qualidade é necessário para essa empresa, cumprir alguns requisitos, isso logicamente descaracteriza o trabalho individual em prol da produção final, ao longo do tempo podemos observar isso, tomemos como exemplo:
Um sapateiro de antigamente era um artesão que produzia sapatos, quanto melhores os sapatos dele, mais ele era requisitado, porém, cada sapato que o artesão produzia era um produto único, feito do início ao fim pelo mesmo sapateiro que conhecia todas as etapas do processo. Cada sapato produzido carregava a 'identidade' do artesão e era reconhecido a partir de sua qualidade de fabricação que lhe dava seu valor intrínseco, cada sapato e cada produto, entretanto, era único, era uma obra de arte única feita por um artesão sapateiro que imprimia sua alma ao seu objeto de trabalho;
Um sapateiro de antigamente era um artesão que produzia sapatos, quanto melhores os sapatos dele, mais ele era requisitado, porém, cada sapato que o artesão produzia era um produto único, feito do início ao fim pelo mesmo sapateiro que conhecia todas as etapas do processo. Cada sapato produzido carregava a 'identidade' do artesão e era reconhecido a partir de sua qualidade de fabricação que lhe dava seu valor intrínseco, cada sapato e cada produto, entretanto, era único, era uma obra de arte única feita por um artesão sapateiro que imprimia sua alma ao seu objeto de trabalho;
No decorrer do tempo, era muito provável que este sapateiro passasse os conhecimentos relativos à produção de sapatos geralmente para seu (s) filho (s), ou então para algum outro aprendiz de talento, o qual se tornaria um novo artesão de sapatos.
Mas a vida se tornou mais complexa, e foi necessário produzir muito mais sapatos, então foram criadas as linhas de produção nas fábricas industriais, onde o processo de produção do sapato segue com a sola sendo depositada em cima da linha de produção por um funcionário, outro passa cola, outro coloca a parte de cima, outro encaixa a peça, outro põe detalhes e etc;
Para que uma empresa seja certificada dentro de uma norma de qualidade é preciso que a produção final dessa linha siga determinado padrão de normas e regras definidas, assim sendo todos os sapatos ao final da linha de montagem, tem as mesmas características definidas de acordo com uma receita (normas de fabricação) e já pode ser comprovados através de testes e exames se o produto se encontra dentro das normas exigidas pelo mercado e se ele realmente pode ser aprovado e receber um certificado de qualidade (ISO-9000). Desse modo os sapatos trazem impressos em si o estereótipo da empresa onde são fabricados e não mais as características do trabalho do artista de sapatos.
As pessoas nascem tenras cheias de potenciais individuais e possibilidades interiores peculiares a ser desenvolvidas, no decorrer de seu crescimento e de sua vida as pessoas aprenderão a conhecer e se ambientar ao mundo que as cerca, então elas são encaminhadas para os instrutores nas escolas, onde passam primeiro pelo ensino fundamental, depois o ginásio, colegial, técnico, superior e assim por diante, cada aluno (do grego "a = sem" , "luno = luz") 'sofre' dentro da escola um processo de 'iluminação' que consiste em passar ao aprendiz (ou receber do professor) os conceitos das matérias estudadas de modo que o aluno aprenda e possa comprovar o que aprendeu a através de testes e exames se o ele se encontra dentro das normas exigidas pelo mercado e se ele realmente pode ser aprovado e receber um certificado de qualidade (diploma). Desse modo as potencialidades individuais e possibilidades de desenvolvimento que cada um trás dentro de si, são postas de lado em nome do mercado que exige pessoas especializadas e não artistas da vida.
Vou citar agora um exemplo prático e que realmente aconteceu comigo antes que eu entrasse na Clan, onde pude observar como as pessoas têm suas mentes e formas de raciocínios padronizadas através de um ensino acadêmico e de como se esquecem de sua capacidade de pensar e inferir por conta própria:
- Certa vez na empresa onde trabalhava, apareceu um problema no computador da moça do faturamento, ela não conseguia acessar a internet de modo algum, então ela chamou o setor de informática e sucedeu o seguinte:
- Na segunda-feira chegou um rapaz, olhou o micro, fez desfragmentação do sistema, resetou, fez limpeza de disco, resetou, passou anti-virus, resetou e foi embora.
-Percebendo que o problema não estava resolvido, a moça chamou novamente o pessoal da informática;
-Percebendo que o problema não estava resolvido, a moça chamou novamente o pessoal da informática;
-Na quarta-feira chegou outro rapaz, olhou o micro, fez desfragmentação do sistema, resetou, fez limpeza de disco, resetou, passou anti-virus, resetou e foi embora.
-Percebendo que o problema continuava, a moça chamou novamente os profissionais;
-Na sexta-feira veio outro rapaz, olhou o micro, fez desfragmentação do sistema, resetou, fez limpeza de disco, resetou, passou anti-virus, resetou e foi embora.
Na segunda-feira seguinte, já revoltada, a moça chamou novamente o setor de informática;
-Vieram todos os três que já haviam passado por ali e ficaram conversando e tentando achar uma solução, então foram fazer uma reunião numa sala em separado, nesse meio tempo a moça falou pra mim que não acreditava que eles fossem dar um jeito então me ofereci para olhar:
-Primeiro tentei abrir o internet explorer e não abria, fiquei observando e vi que tinha uma barra de ferramentas diferente e cheia de figurinhas que a moça mesmo instalara, perguntei pra ela se podia desinstalar, tirei aquela barrinha e pronto, 20 segundos depois a internet já estava conectada e funcionando perfeitamente.
Na ocasião refleti que quando se padroniza um modo de solução de problemas muitas vezes se esquece de prestar atenção nas nuanças particulares de cada problema, tenho aplicado essa reflexão aqui no grupo e tenho percebido que o mesmo "vicio" de pensamento formatado em salas de aula ou em aprendizados anteriores tem deixado nossos peregrinos em dificuldades na Senda da Bruxaria Tradicional.
Hoje, nesta casa, começamos os estudos objetivando firmar alguns conceitos e desmistificar outros.
Peço a cada um de vcs que entre outras coisas, esvazie a taça, esteja receptivo, seja questionador mas não desrespeitoso, esteja aberto a mudanças de pensamento e atitude, que tenha coragem de encarar a si mesmo, e desejo a todos que seu caminho seja de aprendizado e de conquista da sabedoria.
Peço a cada um de vcs que entre outras coisas, esvazie a taça, esteja receptivo, seja questionador mas não desrespeitoso, esteja aberto a mudanças de pensamento e atitude, que tenha coragem de encarar a si mesmo, e desejo a todos que seu caminho seja de aprendizado e de conquista da sabedoria.
Fiquem com esta reflexão:
Satni se considerava um grande mestre porque havia estudado todos os livros de todas as escolas de mistério da face da terra, sua busca pelo conhecimento o havia conduzido a lugares, a iniciados e a termos de magia que antes ele nem sabia ser possível existir.
Então, refletindo sobre sua vida e onde já tinha passado, Satni percebeu que existia apenas um lugar que ele não havia visitado. Era o de um ancião que vivia solitário em uma choupana no mais inacessível da floresta, era um homem estranho que não era coberto de títulos e comendas como os outros mestres que até então ele já encontrara, era uma pessoa que vivera toda sua vida nas florestas e de lá extraira tudo o que sabia.
Então Satni foi visitar este homem em busca de conhecimento. Enquanto o ancião servia lentamente chá em seu copo, ele comentava os livros antigos dos mestres, os exercícios dos gurus iogues, analisava os textos das tradições secretas de conhecimento, interpretava as histórias e as tradições dos grandes iniciados, divagava sobre os antigos processos de reflexão e hierarquias ocultas. Fez todo o possível para impressionar seu anfitrião, na esperança que este o aceitasse como discípulo.
Então, refletindo sobre sua vida e onde já tinha passado, Satni percebeu que existia apenas um lugar que ele não havia visitado. Era o de um ancião que vivia solitário em uma choupana no mais inacessível da floresta, era um homem estranho que não era coberto de títulos e comendas como os outros mestres que até então ele já encontrara, era uma pessoa que vivera toda sua vida nas florestas e de lá extraira tudo o que sabia.
Então Satni foi visitar este homem em busca de conhecimento. Enquanto o ancião servia lentamente chá em seu copo, ele comentava os livros antigos dos mestres, os exercícios dos gurus iogues, analisava os textos das tradições secretas de conhecimento, interpretava as histórias e as tradições dos grandes iniciados, divagava sobre os antigos processos de reflexão e hierarquias ocultas. Fez todo o possível para impressionar seu anfitrião, na esperança que este o aceitasse como discípulo.
Enquanto falava, o ancião continuava enchendo seu copo, até que o copo transbordou e o chá começou a espalhar-se pela mesa inteira. Nessa hora, assustado, Satni parou de monologar e fez uma pergunta:
- O que o senhor está fazendo? Não vê que o copo já está cheio e nada mais cabe em seu interior?
- Sua alma é como este copo. Como eu posso ensinar-lhe do meu conhecimento se ela já está cheia de teorias e sabedorias? - respondeu o ancião.
Puxa, ficou legal aqui ;)
ResponderExcluirJá estou tuitanto e facebokeando, rs
Abs
Nick
Risos, quando o conhecimento é belo, ele fica bem em qualquer lugar, parabéns pelo texto!
ResponderExcluirhehehehe, e lembrando que o ISO estabelece padrão, ou seja, garante que você fará itens exatamente iguais, se houver um defeito, teremos todos com o mesmo defeito, é isso que acontece com os papagaios do paganismo, que apenas se copiam mecanicamente. Metodologia de garantia de qualidade, já é outra história...rsss
ResponderExcluirLembro que no começo da minha jornada minha inquietação interior era um dos meus maiores obstáculos, me impedindo de aceitar as coisas como eram, tendo necessidade de analisá-las e explicá-las de forma racional.
ResponderExcluirAté que deixei a "coisa" fluir, foi quando as tão esperadas mudanças começaram a acontecer. E pude contemplar um caminho muito belo e cheio de possibilidades!
Sabiam que eu sou especialista em padronização de rotinas? Dei até aulas! rsrsrsrs
ResponderExcluirO problema é quando as pessoas resolvem padronizar a própria vida, seguir regrinhas, normas como se fosse uma caixa pré fabricada...tem gente querendo padronizar até a espiritualidade, ora vejam só! rsrsrsrs