Platão entendia a arte, principalmente, como imitação.
Ele associava a arte, em uma perspectiva negativa, a sua teoria do conhecimento.
Se, para ele, tudo o que pertence à esfera da aparência é cópia dos modelos perfeitos presentes no intelecto, ou seja, das ideias...
...a arte, uma vez que imita a natureza e a vida, seria mera cópia do que já é cópia.
Enquanto cópia da cópia, a arte estaria três graus distante da verdade, pois sequer seria cópia das formas perfeitas.
Portanto, quando um pintor ou um escultor imita a forma de uma mesa, por exemplo, não busca seu modelo no intelecto, mas na vida prática, na mesa produzida pelo marceneiro.
Apenas pretende provocar no espectador a percepção sensível de que aquilo é uma mesa. A mesa do cenógrafo pode ser feita até mesmo de isopor!
... [ argumentos de Platão para criticar a arte ] ...
O texto que segue mostra os argumentos de Platão para criticar a arte e entendê-la como nociva em sua função educativa. A função da arte, para ele, seria confundir as pessoas, distanciando-as, por intermédio das imagens, do verdadeiro conhecimento, que é puramente racional e não sensível...
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Segue referência filosófica - A República. Livro X
Sócrates – Entre todas as razões que me levam a crer que o plano de nosso Estado é tão perfeito quanto possível, nenhuma sobreleva o que estabelecemos sobre a poesia.
Glauco – O que estabelecemos?
Sócrates – Não admitir a parte puramente imitativa da poesia. Agora que já deixamos nitidamente traçada a distinção que existe entre as partes da alma, me parece mais claro que nunca se deve dar acolhida a essa espécie de poesia.
Glauco – Como entendes isso?
Sócrates – Vou dize-te em confiança, na certeza de que não irás delatar-me aos poetas e trágicos nem aos outros imitadores. Parece-me que esse gênero de poesia é veneno para os que o ouvem, quando não prevenidos com seu antídoto, que consiste em saber dar o justo valor a tais coisas.
Glauco – Que é que te leva a falar assim?
Sócrates – É o que te vou dizer, posto que sinta a língua como travada de certa ternura e respeito que desde menino sinto para com Homero. Porque de Homero se pode dizer que é o precursor e o mestre de todos os poetas trágicos. Como, porém, meu respeito à verdade é maior que o que devo aos homens, cumpre-me explicar meu pensamento.
Glauco – Muito bem.
Sócrates – Escutai-me, pois; ou melhor, responde-me.
Glauco – Interroga.
Sócrates – Sabes dizer-me o que é em geral a imitação? Porque eu, por mim, mal chego a lhe compreender a natureza?
Glauco – E achas, então, que eu é que hei de compreendê-la melhor?
Sócrates – Não seria de admirar. Porque sucede, às vezes, que os de vista curta percebem os objetos primeiro que os de olhos perspícuos.
Glauco – Isso acontece, decerto. Jamais, porém, ousarei dizer em tua presença meu parecer sobre o assunto. Por isso te rogo que olhes e veja por ti mesmo.
Sócrates – Estás de acordo em que procedamos, nestas indagações, segundo nosso método ordinário? Consiste este, como sabes, em abraçar uma ideia geral, uma multidão de seres que subsistem à parte, aos quais abrangemos sob o mesmo nome. Não entendes assim?
Glauco – Entendo.
Sócrates – Tomemos então uma das muitas espécies de seres. Por exemplo: há uma multidão de leitos e mesas.
Glauco – Sem dúvida.
Sócrates – Todos porém abrangidos sob duas ideias apenas: a de leito e a de mesa.
Glauco – Sim.
Sócrates – Também costumamos dizer que o artífice que faz um ou outro destes móveis, trabalha segundo a ideia que tem na cabeça quando produz uma destas mesas ou destes leitos que servem para nosso uso. O mesmo se dirá dos outros móveis. Porque, certamente, não é a própria ideia do móvel, o que o artífice fabrica. Poderia ser?
Glauco – Certo que não.
Sócrates – Vê agora que nome convém dar ao artífice que eu que vou mencionar.
Glauco – Qual?
Sócrates – O que faz sozinho tudo o que os outros artífices fazem separadamente.
Glauco – Bem hábil artífice, decerto, e mui digno de admiração, há de ser esse tal.
Sócrates – Pois ainda vais admirá-lo mais, que eu não disse tudo. Não só este artífice tem o talento de fazer todas as obras de arte, mas também faz todas as obras da natureza, as plantas, os animais, em suma tudo o que existe, e ainda, enfim, se faz a si mesmo. E ainda não é tudo: faz a terra, o céu, os deuses, tudo o que há em cima dos céus e embaixo da terra.
Glauco – É, de todo o ponto, artífice admirável!
Sócrates – Tens ar de quem duvida. Mas reponde-me. Crês que não há absolutamente semelhante artífice, e que isto só se pode fazer em certo sentido e não em outro! Não percebes que tu mesmo seria, de certo modo, capaz de fazer tudo isso?
Glauco – Mas, por favor, de que modo?
Sócrates – Não é difícil: faz-se até com freqüência e em muito pouco tempo. Queres a prova imediata? Toma de um espelho e volta-o em todas as direções: farás, num ápice, o sol, todos os corpos celestes, a terra, a ti mesmo, os outros animais, as plantas, as obras, tudo enfim o que dissemos.
Glauco – Sim, farei tudo isso, decerto, mas só na aparência; nada, porém, de verdadeiro e real.
Sócrates – Muito bem. Entras perfeitamente no meu modo de pensar. O pintor é aparentemente um artista desta espécie. Não?
Glauco – Sem dúvida.
Sócrates – Dir-me-ás, talvez, que nada há de real em tudo quanto ele faz. No entanto, o pintor também, de certo modo, faz um leito.
Glauco – Sim: um leito aparente.
Sócrates – E, quanto ao carpinteiro, não acabas de dizer que não faz a própria ideia, qua chamamos a essência do leito, senão um certo leito particular?
Glauco – É o que eu disse.
Sócrates – Se pois não faz a própria essência do leito, nada faz de real, mas somente uma coisa que representa o que, verdadeiramente é: e, se alguém sustentasse que a obra do carpinteiro ou de qualquer outro artífice tem existência real e perfeita, arriscar-se-ia a não dizer a verdade.
Glauco – É este, pelo menos, o parecer dos que cogitam de tais questões.
Sócrates – Não admira, pois que de tais obras não se tire muita luz para o conhecimento da verdade.
Glauco – Certo, não admira.
Sócrates – Queres agora que, a respeito do que acabamos de dizer, examinemos que ideia se deve formar do imitador desta espécie de obras?
Glauco – Sim, se te apraz fazê-lo.
Sócrates – Há, pois, três espécies de leito: uma, que está na alma, e cujo autor, em minha opinião, se pode dizer que é Deus. A que outro ser, de fato, se poderia atribuir?
Glauco – A nenhum.
Sócrates – A segunda espécie é a que faz o carpinteiro. A terceira a que é da competência do pintor; não é assim?
Glauco – Certamente.
Sócrates – Assim, pois, o pintor, o carpinteiro e Deus são os três artífices que ocupam o primeiro lugar da feitura destas três espécies de leitos. Quanto a Deus, ou por haver assim querido ou porque, de necessidade, tivesse de fazer apenas um leito essencial, certo é que não faz senão uma essência, que é o leito propriamente dito: nunca produziu, nem produzirá jamais, nem dois nem muitos leitos.
(...) Querendo ser verdadeiramente autor, não de tal leito particular – o que o teria confundido com o carpinteiro – mas do leito verdadeiramente existente, produziu Deus o leito que é um por sua natureza.
Glauco – Deve ter sido assim.
Sócrates – Convém que demos a Deus o nome de autor do leito ou algum outro semelhante? Que te parece?
Glauco – É este, decerto, o título que o convém, porquanto fez por natureza a essência do leito e de todas as outras coisas.
Sócrates – E o carpinteiro, como lhe chamaremos? Artífice do leito?
Glauco – Sim, sem dúvida?
Sócrates – E do pintor, que diremos? Que é artífice ou autor?
Glauco – Nem um nem outro.
Sócrates – Que é ele, então, com referência ao leito?
Glauco – O único nome que se lhe pode razoavelmente dar é o de imitador da coisa de que outros são artífices.
Sócrates – Muito bem, diremos, pois, imitador o que dá a luz uma produção afastada da verdade por três graus. Assim, quem compõem tragédias, na sua qualidade de imitador, está três graus afastado da verdade. E o mesmo sucede com os outros imitadores. Agora que estamos de acordo sobre a ideia que se deve fazer do imitador, responde-me a outra questão. Tem o pintor por objeto de sua imitação o que, na natureza, é um em cada espécie, ou, antes, trabalha sobre as obras de arte?
Glauco – Imita as obras de arte.
Sócrates – Tais como são ou tais como parecem? Explica-me este ponto.
Glauco – Que queres dizer?
Sócrates – Apenas isto: um leito é sempre o mesmo, quer se olhe de frente, quer se olhe de soslaio ou de qualquer maneira; mas, embora sendo o mesmo, parece-nos diferente. O mesmo se dá com os outros objetos.
Glauco – Sim, a aparência é diferente, embora o objeto seja o mesmo.
Sócrates – Reflete agora sobre o que te vou dizer. Qual é o objeto da pintura? O de representar o que é, tal qual é, ou o que parece, tal qual parece? É imitação da aparência ou da realidade?
Glauco – Da aparência.
Sócrates – Logo, a arte de imitar está muito distante do verdadeiro; e a razão porque faz tantas coisas é que não toma senão uma pequena parte de cada uma, e esta mesmo não passa de simulacro ou fantasma. Um pintor, por exemplo, representa-nos um sapateiro, um carpinteiro ou qualquer outro artesão, sem ter nenhum conhecimento de suas respectivas artes. Isso não impede, se é bom pintor, de iludir às crianças e aos ignorantes, mostrando-lhes de longe um carpinteiro por ele pintado e que tomem por imitação da verdade.
Glauco – O que estabelecemos?
Sócrates – Não admitir a parte puramente imitativa da poesia. Agora que já deixamos nitidamente traçada a distinção que existe entre as partes da alma, me parece mais claro que nunca se deve dar acolhida a essa espécie de poesia.
Glauco – Como entendes isso?
Sócrates – Vou dize-te em confiança, na certeza de que não irás delatar-me aos poetas e trágicos nem aos outros imitadores. Parece-me que esse gênero de poesia é veneno para os que o ouvem, quando não prevenidos com seu antídoto, que consiste em saber dar o justo valor a tais coisas.
Glauco – Que é que te leva a falar assim?
Sócrates – É o que te vou dizer, posto que sinta a língua como travada de certa ternura e respeito que desde menino sinto para com Homero. Porque de Homero se pode dizer que é o precursor e o mestre de todos os poetas trágicos. Como, porém, meu respeito à verdade é maior que o que devo aos homens, cumpre-me explicar meu pensamento.
Glauco – Muito bem.
Sócrates – Escutai-me, pois; ou melhor, responde-me.
Glauco – Interroga.
Sócrates – Sabes dizer-me o que é em geral a imitação? Porque eu, por mim, mal chego a lhe compreender a natureza?
Glauco – E achas, então, que eu é que hei de compreendê-la melhor?
Sócrates – Não seria de admirar. Porque sucede, às vezes, que os de vista curta percebem os objetos primeiro que os de olhos perspícuos.
Glauco – Isso acontece, decerto. Jamais, porém, ousarei dizer em tua presença meu parecer sobre o assunto. Por isso te rogo que olhes e veja por ti mesmo.
Sócrates – Estás de acordo em que procedamos, nestas indagações, segundo nosso método ordinário? Consiste este, como sabes, em abraçar uma ideia geral, uma multidão de seres que subsistem à parte, aos quais abrangemos sob o mesmo nome. Não entendes assim?
Glauco – Entendo.
Sócrates – Tomemos então uma das muitas espécies de seres. Por exemplo: há uma multidão de leitos e mesas.
Glauco – Sem dúvida.
Sócrates – Todos porém abrangidos sob duas ideias apenas: a de leito e a de mesa.
Glauco – Sim.
Sócrates – Também costumamos dizer que o artífice que faz um ou outro destes móveis, trabalha segundo a ideia que tem na cabeça quando produz uma destas mesas ou destes leitos que servem para nosso uso. O mesmo se dirá dos outros móveis. Porque, certamente, não é a própria ideia do móvel, o que o artífice fabrica. Poderia ser?
Glauco – Certo que não.
Sócrates – Vê agora que nome convém dar ao artífice que eu que vou mencionar.
Glauco – Qual?
Sócrates – O que faz sozinho tudo o que os outros artífices fazem separadamente.
Glauco – Bem hábil artífice, decerto, e mui digno de admiração, há de ser esse tal.
Sócrates – Pois ainda vais admirá-lo mais, que eu não disse tudo. Não só este artífice tem o talento de fazer todas as obras de arte, mas também faz todas as obras da natureza, as plantas, os animais, em suma tudo o que existe, e ainda, enfim, se faz a si mesmo. E ainda não é tudo: faz a terra, o céu, os deuses, tudo o que há em cima dos céus e embaixo da terra.
Glauco – É, de todo o ponto, artífice admirável!
Sócrates – Tens ar de quem duvida. Mas reponde-me. Crês que não há absolutamente semelhante artífice, e que isto só se pode fazer em certo sentido e não em outro! Não percebes que tu mesmo seria, de certo modo, capaz de fazer tudo isso?
Glauco – Mas, por favor, de que modo?
Sócrates – Não é difícil: faz-se até com freqüência e em muito pouco tempo. Queres a prova imediata? Toma de um espelho e volta-o em todas as direções: farás, num ápice, o sol, todos os corpos celestes, a terra, a ti mesmo, os outros animais, as plantas, as obras, tudo enfim o que dissemos.
Glauco – Sim, farei tudo isso, decerto, mas só na aparência; nada, porém, de verdadeiro e real.
Sócrates – Muito bem. Entras perfeitamente no meu modo de pensar. O pintor é aparentemente um artista desta espécie. Não?
Glauco – Sem dúvida.
Sócrates – Dir-me-ás, talvez, que nada há de real em tudo quanto ele faz. No entanto, o pintor também, de certo modo, faz um leito.
Glauco – Sim: um leito aparente.
Sócrates – E, quanto ao carpinteiro, não acabas de dizer que não faz a própria ideia, qua chamamos a essência do leito, senão um certo leito particular?
Glauco – É o que eu disse.
Sócrates – Se pois não faz a própria essência do leito, nada faz de real, mas somente uma coisa que representa o que, verdadeiramente é: e, se alguém sustentasse que a obra do carpinteiro ou de qualquer outro artífice tem existência real e perfeita, arriscar-se-ia a não dizer a verdade.
Glauco – É este, pelo menos, o parecer dos que cogitam de tais questões.
Sócrates – Não admira, pois que de tais obras não se tire muita luz para o conhecimento da verdade.
Glauco – Certo, não admira.
Sócrates – Queres agora que, a respeito do que acabamos de dizer, examinemos que ideia se deve formar do imitador desta espécie de obras?
Glauco – Sim, se te apraz fazê-lo.
Sócrates – Há, pois, três espécies de leito: uma, que está na alma, e cujo autor, em minha opinião, se pode dizer que é Deus. A que outro ser, de fato, se poderia atribuir?
Glauco – A nenhum.
Sócrates – A segunda espécie é a que faz o carpinteiro. A terceira a que é da competência do pintor; não é assim?
Glauco – Certamente.
Sócrates – Assim, pois, o pintor, o carpinteiro e Deus são os três artífices que ocupam o primeiro lugar da feitura destas três espécies de leitos. Quanto a Deus, ou por haver assim querido ou porque, de necessidade, tivesse de fazer apenas um leito essencial, certo é que não faz senão uma essência, que é o leito propriamente dito: nunca produziu, nem produzirá jamais, nem dois nem muitos leitos.
(...) Querendo ser verdadeiramente autor, não de tal leito particular – o que o teria confundido com o carpinteiro – mas do leito verdadeiramente existente, produziu Deus o leito que é um por sua natureza.
Glauco – Deve ter sido assim.
Sócrates – Convém que demos a Deus o nome de autor do leito ou algum outro semelhante? Que te parece?
Glauco – É este, decerto, o título que o convém, porquanto fez por natureza a essência do leito e de todas as outras coisas.
Sócrates – E o carpinteiro, como lhe chamaremos? Artífice do leito?
Glauco – Sim, sem dúvida?
Sócrates – E do pintor, que diremos? Que é artífice ou autor?
Glauco – Nem um nem outro.
Sócrates – Que é ele, então, com referência ao leito?
Glauco – O único nome que se lhe pode razoavelmente dar é o de imitador da coisa de que outros são artífices.
Sócrates – Muito bem, diremos, pois, imitador o que dá a luz uma produção afastada da verdade por três graus. Assim, quem compõem tragédias, na sua qualidade de imitador, está três graus afastado da verdade. E o mesmo sucede com os outros imitadores. Agora que estamos de acordo sobre a ideia que se deve fazer do imitador, responde-me a outra questão. Tem o pintor por objeto de sua imitação o que, na natureza, é um em cada espécie, ou, antes, trabalha sobre as obras de arte?
Glauco – Imita as obras de arte.
Sócrates – Tais como são ou tais como parecem? Explica-me este ponto.
Glauco – Que queres dizer?
Sócrates – Apenas isto: um leito é sempre o mesmo, quer se olhe de frente, quer se olhe de soslaio ou de qualquer maneira; mas, embora sendo o mesmo, parece-nos diferente. O mesmo se dá com os outros objetos.
Glauco – Sim, a aparência é diferente, embora o objeto seja o mesmo.
Sócrates – Reflete agora sobre o que te vou dizer. Qual é o objeto da pintura? O de representar o que é, tal qual é, ou o que parece, tal qual parece? É imitação da aparência ou da realidade?
Glauco – Da aparência.
Sócrates – Logo, a arte de imitar está muito distante do verdadeiro; e a razão porque faz tantas coisas é que não toma senão uma pequena parte de cada uma, e esta mesmo não passa de simulacro ou fantasma. Um pintor, por exemplo, representa-nos um sapateiro, um carpinteiro ou qualquer outro artesão, sem ter nenhum conhecimento de suas respectivas artes. Isso não impede, se é bom pintor, de iludir às crianças e aos ignorantes, mostrando-lhes de longe um carpinteiro por ele pintado e que tomem por imitação da verdade.
Fonte: PLATÃO. A República. Livro X. São Paulo: Atena editora, s/d
Esses cara realmente pensava! Não é a toa que deixou um conhecimento enorme para muitas gerações! Adorei aprender um pouquinho mais sobre ele!
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