Filho, você conhece uma Taturana?
A taturana tem um aspecto horrível, leva uma vida incômoda. Ela não pode ficar de pé, nem voar. A sua vida se limita em passar de uma folha para outra, devorando-as. Ela sabe exatamente quem é, e conhece seus quereres, mas infelizmente precisa esperar que chegue a hora certa, para se transmutar. Finalmente chega a hora em que brota em seu interior um "impulso revolucionário" que transforma a sua vida.
Ela passa a não se conformar com seu estado atual e fica imóvel, como mal humorada. E por fim sofre uma metamorfose. Ela se liberta do velho invólucro e sai voando, transformada numa linda borboleta. Ela já não devora avidamente as folhas das plantas. Deixa de devorar egoisticamente, alimenta-se apenas de pequena quantidade de néctar e passa a ter uma "vida somente de dedicação", transportando o pólen de flor em flor.
Nós filhos da Terra, precisamos deixar de pensar somente em nossas crenças e crendices pessoais e começar a viver nos dedicando aos nossos Deuses e Deusas, independente de como os concebemos e os louvamos, pois esses nos darão em troca exatamente o que merecemos. Muitas vezes, imaginamos que temos nos dado muito bem com nossos pensamentos padronizados, dentro do que chamamos a NOSSA TRADIÇÃO. Entretanto, o que tenho percebido é que esse Grande útero que nos acolhe, o nosso Planeta, a bela Terra, em troca, o que pesa mesmo é a qualidade do que damos, é a qualidade dos nossos sentimentos e das nossas ações. Não basta o desprendimento físico demonstrado culturalmente pelo intelecto, se a nossa alma não se entrega, não se dá verdadeiramente. Quando a inveja, o ciúme e sentimentos de competição invadem a nossa alma e o nosso coração, é exatamente porque a qualidade das nossas dedicações e doações perdeu seu real valor, e a queda da qualidade de vida espiritual é inevitável. A transformação se alcança principalmente com a leveza da alma e com a partilha de real qualidade. A acessibilidade aos Deuses só são relevantes quando estamos livres de preconceitos e títulos desse ou daquele Panteão. Por exemplo: Gaia é um estado de espírito para mim, bem primitivo é verdade, mas é assim o meu estado de plenitude, mesmo morando no litoral Norte da Bahia - Brasil espaço eminentemente TUPINIQUIM/AFRO.
Eu estou no Conselho de Bruxaria Tradicional, exatamente por ter me dado o trabalho e me permitido perceber que nesse momento, meus sentimentos, meus quereres de livre pensar estão sendo respeitados. Até por que; não vejo, e jamais compreendi que possam existir Fronteiras entre essa ou aquela Tradição, elas não se sustentam por si mesmas. Esses conflitos e polêmicas são APENAS MEDIOCRES GUERRAS DE EGOS.
Por vários anos me recolhi para preservar meus credos e crendices, das diversas interpretações errôneas a meu respeito e ao que se refere a nossa Casa Telucama. Hoje a minha idade, 63 anos muito bem vividos, e com trinta e sete anos de árduos caminhos louvando e reverenciando aos Deuses, me permito ser como a Taturana que chegou a hora de transmutar, mesmo que para isso precise serenamente mudar meus hábitos cotidianos e conhecer novas folhas, novos pensamentos novos quereres. Heia!
Bênção!
Quando puder venha passar uns dias no nosso Templo. É humilde, mas será sempre um espaço sagrado para receber todos aqueles, independente dos Deuses que reverenciam, pois que, é terra sagrada onde qualquer sandália poderá pisar desde que honrem os caminhos em que pisem.
Graça Azevedo/Senhora Telucama.
Suma Sacerdotisa do Templo Casa Telucama
Não há grandes transformações sem que sejam feitas grandes mudanças, trocas de pele, este texto dá uma bela lição sobre isto.
ResponderExcluirNão transmuta quem não quer evoluir, quem tem medo de se permitir enxergar diferente. Isso me lembra a velha concepção do pensamento "circular e uniforme", o não sair do lugar, apenas girar em torno! rs
ResponderExcluirSE
ResponderExcluirse
nem
for
terra
se
trans
for
mar
leminsk
Concordo com a Lua! Assim como a parábola dos porcos... É lamentável que não quer evoluir!
ResponderExcluir